Blog Edmar Lyra

O blog da política de Pernambuco

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 14 de junho de 2021 Deixe um comentário

Coluna da Folha desta segunda-feira

A triste partida do Marco de Pernambuco 

O Brasil perdeu no último sábado um de seus maiores expoentes da vida pública. O vice-presidente Marco Maciel nos deixou aos 80 anos de idade. Ao longo de quase seis décadas de vida pública, quando iniciou como líder do movimento estudantil, Marco Maciel construiu uma trajetória imaculada, não tendo qualquer tipo de escândalo que viesse a desabonar sua conduta.

Foi deputado estadual, federal, secretário, ministro, presidente da Câmara dos Deputados, senador, vice-presidente e eventualmente presidente da República durante as ausências de Fernando Henrique Cardoso, e sempre se destacou pela sua capacidade de diálogo em defesa dos interesses do país.

Quando deixou a vice-presidência da República em 2002, assumiu seu último mandato como senador, o terceiro em sua trajetória, antes havia sido eleito em 1982 após deixar o governo de Pernambuco e em 1990 quando foi reeleito, conseguindo um feito até então inédito na história democrática de Pernambuco de ocupar o Senado por três ocasiões.

Seu desaparecimento, após ser acometido pelo Alzheimer, encerrou em definitivo uma carreira que tanto atuou em defesa de Pernambuco e do Brasil. Por estarmos em plena pandemia, a despedida de Maciel não foi a altura do que ele merecia, porém fica o seu legado, que representa uma forma ímpar de fazer política, cada vez mais escassa nos dias de hoje, mas que em muito contribuiu com o nosso país.

Projeto Asa Branca – Uma das obras de Marco Maciel foi o Projeto Asa Branca que levou água para o sertão pernambucano. O projeto ficou imortalizado na canção de Luiz Gonzaga, que enalteceu a atuação do então governador de Pernambuco, Marco Maciel.

Herdeiro – Entre os políticos que estiveram mais próximos de Marco Maciel, aquele que é considerado o herdeiro natural do macielismo é o deputado federal André de Paula, que trabalha na hipótese de ser candidato a senador em 2022. André de Paula está no sexto mandato na Câmara dos Deputados.

Contemporâneos – Daqueles que tiveram atuação similar a trajetória de Marco Maciel em Pernambuco, restam vivos apenas Gustavo Krause, Jarbas Vasconcelos e Roberto Magalhães. Porém, somente Jarbas detém mandato eletivo. Os demais já haviam deixado a política de mandatos há muito tempo.

Motociata – O presidente Jair Bolsonaro participou de uma moticiata em São Paulo no último sábado. O evento reuniu diversos aliados do presidente, dentre eles o ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas.

Antecipando – O governador João Doria antecipou em um mês o cronograma de vacinação em São Paulo. Agora, a expectativa é que os paulistas acima de 18 anos sejam vacinados até o mês de setembro.

Inocente quer saber – A motociata de Jair Bolsonaro em São Paulo deu quantas pessoas?

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 10 de maio de 2021 4 Comentários

Coluna da Folha desta segunda-feira

Oposição terá que atrair governistas para ser competitiva 

A oposição coleciona quatro derrotas seguidas para a Frente Popular nas disputas para governador de Pernambuco. Coincidentemente os últimos quatro derrotados para o PSB, Mendonça Filho, Jarbas Vasconcelos e Armando Monteiro, este último por duas vezes, não cogitam disputar 2022, e ainda mais coincidência, todos os três pré-candidatos da oposição, Anderson Ferreira, Miguel Coelho e Raquel Lyra tiveram sua trajetória iniciada na Frente Popular, com os dois últimos sendo filiados ao PSB.

Entre 1982 e 1998 havia uma significativa alternância de poder em Pernambuco, pois não existia o advento da reeleição e esquerda e direita pareciam ser equivalentes, tanto que o PDS/PFL colecionou duas vitórias com Roberto Magalhães em 1982 e Joaquim Francisco em 1990, e se aliou a Jarbas Vasconcelos para derrotar Miguel Arraes em 1998 após Arraes vencer em 1986 e 1994.

A vitória de Jarbas Vasconcelos em 1998 foi possível graças a uma série de fatores, primeiro a própria eleição de Fernando Henrique em 1994 que possibilitou o fortalecimento da oposição, a vitória de Roberto Magalhães no Recife com a aliança entre PMDB e PFL em 1996 e o escândalo dos Precatórios que desgastou muito a figura de Arraes. Esses fatores foram determinantes para que aliados de Arraes pulassem do barco para apostar no projeto vitorioso de Jarbas.

A eleição de 2006 de Eduardo Campos foi precedida de fissuras na União por Pernambuco que se iniciaram após a reeleição de Jarbas em 2002, a vitória de Lula naquele mesmo ano e a derrota da aliança jarbista em 2004 para João Paulo, que fragilizou muito o palanque governista para a disputa subsequente, o que afugentou aliados ligados a Jarbas como Inocêncio Oliveira, Severino Cavalcanti, Armando Monteiro, José Múcio e alguns outros que fortaleceram o campo da oposição.

Passados dezesseis anos de hegemonia do PSB em Pernambuco, diferentemente dos movimentos que precederam as derrocadas de Arraes em 98 e do grupo jarbista em 2006, a Frente Popular coleciona vitórias importantes e uma sólida aliança bastante plural e bem representada nas gestões socialistas. Faltando pouco mais de um ano para as definições partidárias, não há indicativo que a oposição atual possa atrair quadros que hoje sustentam a Frente Popular como aconteceu nas viradas de poder recentes no estado. Este será o grande desafio da oposição, que até agora além de ter três pré-candidatos a governador só conta oficialmente com apenas cinco partidos e sem muita perspectiva de atrair outros.

Sólidos – Hoje são considerados aliados sólidos da Frente Popular os deputados federais e dirigentes partidários André de Paula, Augusto Coutinho, Eduardo da Fonte, Sebastião Oliveira, Silvio Costa Filho e Wolney Queiroz.

Vacinada – Apesar de ter apenas 36 anos de idade, a deputada federal Marília Arraes foi vacinada no final de semana. Por ter anunciado recentemente a gravidez do seu segundo filho, ela entrou no grupo prioritário.

Perda – A morte do prefeito de Itaquitinga, Pablo Moraes, vítima de um acidente de carro, aos 38 anos foi bastante lamentada no final de semana pelo mundo político pernambucano. Pablo estava no segundo mandato como gestor daquela cidade.

Inocente quer saber – Quem sairia da Frente Popular para aventurar alguma coisa na oposição?

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 4 de janeiro de 2021 Deixe um comentário

Coluna da Folha desta segunda-feira

Eriberto Medeiros se fortalece após eleições 

O deputado estadual Eriberto Medeiros começou sua vida pública como vereador do Recife em 2000, sendo reeleito em 2004. Ele se destacava como um bom articulador de chapas proporcionais, tanto que conseguiu montar uma para dar o salto e chegou ao mandato de deputado estadual, de lá pra cá já são quatro mandatos na Casa Joaquim Nabuco e em 2018, quando sonhava em tentar a Câmara dos Deputados, a morte de Guilherme Uchoa lhe possibilitou ocupar a presidência da Alepe, sendo reconduzido em 2019 e em 2021.

Nas eleições municipais do ano passado, Eriberto Medeiros conseguiu um grande feito, quando elegeu cerca de vinte prefeitos e consolidou grupos políticos em outros municípios mesmo não emplacando os gestores, no Recife o vereador Eriberto Rafael quase dobrou sua votação em relação a 2016, e foi eleito na última sexta-feira o primeiro-secretário da Câmara Municipal do Recife.

A vitória de Eriberto Rafael na Casa José Mariano possibilitou um feito inédito para um grupo político, que tem o pai presidindo a Alepe e o filho com a chave do cofre da Câmara do Recife. Isso é sinônimo de força política e capacidade de articulação, fazendo de Eriberto Medeiros um importante pilar de sustentação da Frente Popular e um ator estratégico na disputa de 2022.

Pronunciamentos – O presidente Jair Bolsonaro é o recordista de pronunciamentos com apenas dois anos de mandato. Ele fez doze pronunciamentos em cadeia de rádio e TV entre 2019 e 2020, Fernando Henrique Cardoso foi quem mais se aproximou com dez pronunciamentos em dois anos do seu primeiro mandato.

Gastos – Mesmo em um ano marcado pela pandemia da COVID-19, os deputados federais gastaram R$ 10 milhões com lubrificante e combustível em 2020. O valor representa quase dois terços do que foi gasto no ano anterior, um ano sem distanciamento social e com maior facilidade de deslocamento.

Habitação – O PP do deputado federal Eduardo da Fonte foi contemplado na prefeitura do Recife com a secretaria de Habitação. A indicação foi um quadro técnico, Maria Eduarda, que é arquiteta e administradora de empresas, tendo atuado no governo de Pernambuco, na prefeitura do Cabo de Santo Agostinho e na iniciativa privada.

Acelerando – O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que as privatizações serão aceleradas em 2021 e as primeiras estatais a serem vendidas serão Eletrobrás e Correios. As duas vêm recebendo constantes aportes do tesouro nacional para bancar suas respectivas operações.

Experiência – O secretário de Esportes, Rodrigo Coutinho, repete o seu pai Augusto Coutinho, que desempenhou a função de secretário nas gestões de Jarbas Vasconcelos e Roberto Magalhães, em seguida saltou para deputado estadual em 1998. A experiência no executivo foi fator determinante para a indicação de Rodrigo para o primeiro escalão do prefeito João Campos.

Inocente quer saber – Claudiano Filho assumirá a secretaria de Desenvolvimento Agrário?

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 22 de dezembro de 2020 3 Comentários

Coluna da Folha desta terça-feira

Geraldo Julio deixará a prefeitura mirando 2022

Secretário de Planejamento e Gestão de Eduardo Campos em 2007, indicado pelo então secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, Geraldo Julio teve carreira meteórica na política pernambucana, substituindo FBC no Desenvolvimento Econômico em 2011 e sendo o candidato de Eduardo Campos a prefeito do Recife em 2012. De lá pra cá, Geraldo venceu duas eleições para prefeito e foi fundamental para a vitória do prefeito eleito João Campos em 2020.

Geraldo deixará a prefeitura no próximo dia 31, passando o bastão para o próximo prefeito no dia 1 de janeiro, e terá como desafio percorrer o estado para consolidar-se como opção para disputar o Palácio do Campo das Princesas, com o objetivo de entrar para o seleto grupo de políticos que governaram a capital e o estado, composto por Joaquim Francisco, Jarbas Vasconcelos, Miguel Arraes, Roberto Magalhães e Gustavo Krause.

Geraldo conclui seu ciclo na prefeitura com um arsenal de obras, como os dois hospitais, os Compaz, as Upinhas, as ciclofaixas e tantas outras obras que possibilitaram ao prefeito um importante legado de realizações para a cidade que o credenciam para pensar em ser governador de Pernambuco daqui a dois anos.

Perplexidade – Marco Aurélio, atual decano do Supremo Tribunal Federal (STF), disse ver “com perplexidade” a decisão do colega Kassio Nunes, que suspendeu trecho da Lei da Ficha Limpa sobre o prazo de inelegibilidade após condenação. “Eu vejo com uma certa perplexidade, porque Supremo já tinha enfrentado essa lei, né?”, disse o decano. Kassio foi indicado ao STF em 2020 por Jair Bolsonaro. A decisão pode livrar muitos políticos da “ficha-suja”.

Missão – Com o fim do segundo turno em Macapá (AP) neste domingo (20), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, gravou um vídeo de agradecimento a servidores, colaboradores, magistrados e agentes das forças de segurança que atuaram no processo eleitoral de 2020. “Volto mais uma vez a me dirigir a todos da Justiça Eleitoral para agradecer a colaboração: missão cumprida!”, disse o presidente da Justiça Eleitoral.

Hemobrás – A procuradora Silvia Regina Pontes Lopes, do Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco, expediu recomendação ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, com objetivo de garantir o atendimento da demanda do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2021 junto à Hemobrás, estatal federal sediada em Goiana (PE). O objetivo é garantir que a Hemobrás tenha estoque de insumos para seguir produzindo medicamentos para hemofilia.

Avaliação – Na avaliação do ex-ministro Mendonça Filho, o saldo do Democratas nas eleições municipais deste ano foi positivo, quando elegeu nove prefeitos e obteve uma expressiva votação na capital pernambucana. Mendonça aposta que o partido irá eleger três deputados federais e cinco estaduais em 2022.

Reviravolta – O jogo promete mudar na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal do Recife. O vereador Hélio Guabiraba lançou o seu nome para o posto de primeiro-secretário da Casa, após uma conversa com os caciques do partido. Sendo o terceiro mais votado do PSB na eleição deste ano, nos bastidores Hélio Guabiraba é considerado um dos nomes mais fortes para conquistar o posto.

Inocente quer saber – Qual será a função de Geraldo Julio até 2022?

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 14 de dezembro de 2020 Deixe um comentário

Coluna da Folha desta segunda-feira

Cadoca deixa legado na política pernambucana 

Carlos Eduardo Cintra da Costa Pereira, mais conhecido como Cadoca, nasceu em 23 de abril de 1940, na década de oitenta elegeu-se vereador do Recife, ficando no cargo por três mandatos, até que em 1994 foi eleito deputado estadual, e chegou pela primeira vez à Câmara dos Deputados em 1998, ficando no cargo por cinco mandatos.

No executivo, Cadoca foi secretário de Desenvolvimento Econômico,  Turismo e Esportes da gestão de Jarbas Vasconcelos, permanecendo no posto durante a gestão de Roberto Magalhães. Com a ascensão de Jarbas ao governo de Pernambuco, Cadoca teve novo destaque, novamente como comandante da pasta de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Esportes, sendo responsável pelo crescimento de Suape e também de ações voltadas para o turismo no estado. Seu trabalho o credenciou para disputar a prefeitura do Recife em 2004, porém não obteve êxito, sendo derrotado por João Paulo, que tentava a reeleição.

Na segunda tentativa em 2008, Cadoca novamente não obteve êxito, porém sua paixão pelo Recife era latente em sua vida pública. Apesar de não ter conseguido realizar seu grande sonho, sua trajetória ficou marcada não só pelas realizações que executou ao longo da sua vida pública, bem como pela seriedade e pelo respeito como tratava a política e a gestão pública.

Cadoca do Recifolia, do Circuito do Frio, de Suape, Cadoca de Recife, de Pernambuco, da política. Uma perda irreparável neste domingo para quem acompanhou a bela trajetória desempenhada por ele nos seus oitenta anos de vida e metade dedicada à política.

Jarbas Vasconcelos – O senador Jarbas Vasconcelos lamentou a partida do amigo Cadoca, com quem teve idas e vindas, mas que recentemente reataram a relação pessoal. Com a partida de Cadoca, Jarbas fica no seleto grupo mais experiente da política pernambucana, que também compreende Roberto Magalhães, José Queiroz, Inocêncio Oliveira, Joaquim Francisco e Gustavo Krause.

Silvio Costa – Visivelmente emocionado, o ex-deputado Silvio Costa também lamentou a partida de Cadoca. Na eleição de 2004 eles tiveram duros embates, porém Silvio disse que se pudesse voltar no tempo, teria ajudado Cadoca a realizar o sonho de ser prefeito do Recife.

Sucessor – O vereador Samuel Salazar (MDB) configurou-se no herdeiro político do legado de Cadoca. Nas eleições deste ano, Salazar obteve uma expressiva votação com 9.188 votos, sendo reeleito para a Casa José Mariano. Cadoca participou ativamente na construção do seu projeto político.

Recuperado – Em meio a tantas notícias ruins envolvendo diversos amigos por conta da COVID-19, eis que surgiu a bela notícia da recuperação do ex-senador Armando Monteiro que foi duas vezes infectado pelo vírus, mas está recuperado e em casa. Algo a se comemorar muito por todos nós!

Encontro – A Amupe realiza nesta segunda-feira um encontro com os prefeitos eleitos na cidade de Gravatá. Além da presença do governador Paulo Câmara, o evento contará com uma importante palestra sobre a vacina do Butantã para a COVID-19.

Inocente quer saber – Essa semana teremos novas confirmações na equipe de João Campos?

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 25 de julho de 2020 2 Comentários

Coluna da Folha deste sábado

Roberto Magalhães ressalta trajetória de Marco Maciel 

Na semana em que Marco Maciel completou 80 anos de idade, o ex-governador Roberto Magalhães relembra sua trajetória ao lado do ex-vice-presidente da República, de quem foi vice-governador e candidato a sua sucessão em 1982. Para Magalhães, Marco Maciel é uma figura ímpar que lhe convidou para ser seu vice e posteriormente lhe apoiou para sucedê-lo.

Ainda sobre Marco Maciel, Dr. Roberto lembra que percorreu o estado ao lado do líder político, e ambos saíram vitoriosos do pleito de 1982. “Eu nem tinha tanta experiência para ser governador de Pernambuco, questionei isso a Dr. Marco, mas ele me convenceu de disputar e acabamos vitoriosos”, relembra Roberto Magalhães. Sobre o fato de ocupar o governo, sublinha que muitos lhe questionaram o fato de não ter recorrido a Maciel no exercício da função, o que teria gerado ruídos de comunicação por parte de aliados, mas ressalta que Marco lhe deu carta branca para fazer um governo a sua maneira, e assim ele decidiu fazer.

Dr. Roberto Magalhães, que também completou idade nova no dia 17 de julho, é um dos contemporâneos daquele que se tornou uma das maiores referências da história política de Pernambuco, que foi Marco Antônio de Oliveira Maciel. “O legado da ética, da retidão e do zelo com a coisa pública são uma marca indelével do caráter de Marco Maciel, que construiu sua trajetória honrando Pernambuco, o Brasil e a política”, finaliza Magalhães.

Reforma Administrativa – O Congresso Nacional, através da Frente Parlamentar Mista da Reforma Tributária, está realizando uma série de debates sobre o tema. Durante reunião nesta sexta-feira (24), o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos), que integra o colegiado, apresentou propostas abordando diversos eixos da reforma para estados e municípios. Silvio tem dialogado com as principais entidades que representam os entes, a exemplo da Confederação Nacional de Municípios e Consefaz, para construir uma proposta que valorize os servidores. “Precisamos buscar a meritocracia, mas sobretudo a valorização dos servidores públicos”, pontua.

João Alfredo – Após representação do Ministério Público de Contas (MPCO), a Prefeitura de João Alfredo decidiu anular uma licitação para construção de quadras poliesportivas. A procuradora geral Germana Laureano alegou que a licitação tinha fases presenciais, com disputa entre as empresas na sede da Prefeitura, podendo gerar aglomeração de pessoas e restringir a competitividade. A Prefeitura agora vai abrir uma nova licitação, com a disputa sendo feita de forma eletrônica, pela Internet.

Feira Nova – A pré-candidata do PSB a prefeita de Feira Nova, Juliana Chaves, chega bastante fortalecida para a disputa municipal de novembro. Apoiada pelo deputado federal André Ferreira (PSC), Juliana tem todas as condições de lograr êxito na disputa.

Paulista – O senador Humberto Costa garantiu R$ 300 mil de emendas para a revitalização de uma praça em Arthur Lundgren I em Paulista. Os recursos foram conquistados pelo pré-candidato a vereador Aluísio Camilo (PT), numa articulação junto a Humberto.

Inocente quer saber – A censura voltou no Brasil?

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Postado por Edmar Lyra às 9:41 am do dia 31 de maio de 2020 4 Comentários

A pioneira Cristina Tavares

Nascida em Garanhuns no ano de 1936, Maria Cristina de Lima Tavares Correia graduou-se em línguas neolatinas na Faculdade de Filosofia do Recife em 1955, porém decidiu exercer a carreira de jornalista atuando em dois dos principais jornais de Pernambuco, o Jornal do Commercio e o Diário de Pernambuco.

Em 1978 decide ingressar na vida pública e tenta seu primeiro mandato eletivo, sendo eleita para a Câmara dos Deputados pelo MDB, tornando-se a primeira mulher a representar Pernambuco na Câmara Federal e a terceira nordestina a alcançar tal feito, antes somente duas deputadas baianas tinham conseguido.

Com a extinção do bipartidarismo, o MDB tornou-se PMDB e Cristina exerceu a função de vice-líder do partido na Câmara em 1979, tendo papel destacado integrando diversas comissões em Brasília. Em 1982 é reeleita na Câmara Federal e segue seu mandato bastante atuante, defendendo a redemocratização no país. Em 1984 votou a favor da emenda Dante de Oliveira que permitiria o voto direto para presidente da República, com a PEC derrotada, atuou para a eleição de Tancredo Neves no colégio eleitoral.

Nas eleições de 1986, conquista seu terceiro mandato em Brasília, tornando-se deputada constituinte e novamente teve papel destacado em Brasília, desta vez na formatação da nossa atual Constituição Federal. Defensora da área tecnológica por acreditar ser este o caminho, ao lado da educação, para o desenvolvimento do país, atuou na subcomissão e na comissão de Ciência e Tecnologia.

Cristina foi uma das fundadoras do PSDB, deixando o PMDB em 1988 para ingressar no novo partido, que era formado por líderes mais à esquerda do PMDB, porém em 1989 com o ingresso de Roberto Magalhães, egresso da Frente Liberal, no partido para ser o vice de Mário Covas, Cristina rompeu com o seu partido para filiar-se ao PDT. A escolha de Magalhães acabou não se concretizando, ele foi substituído pelo senador Almir Gabriel.

No decorrer da campanha, Cristina atuou na campanha de Leonel Brizola, do PDT, apoiando-o nas eleições presidenciais daquele ano, cujo candidato ficou em terceiro lugar. Cristina também ficou marcada pela célebre frase sobre Sérgio Guerra, quando afirmou que o parlamentar era uma inteligência à procura de um caráter.

Nas eleições seguintes, em 1990, tentou seu quarto mandato na Câmara dos Deputados, porém os seus 14.907 votos foram insuficientes para garantir a reeleição. Já com um câncer de mama, Cristina encerrou seu mandato em janeiro de 1991 e foi aos Estados Unidos para tratar da doença porém em 23 de fevereiro de 1992 veio a falecer na cidade de Houston.

Cristina Tavares marcou história no jornalismo e na política pernambucana, fazendo da sua precoce vida um divisor de águas em nosso estado. A partida de Cristina Tavares aos 57 anos de idade, de forma precoce, encerrou o ciclo de uma das mulheres mais importantes da política pernambucana, pois foi a partir de seu mandato em Brasília que tivemos a chegada de outros nomes na Câmara Federal como Ana Arraes, Luciana Santos, Creusa Pereira e Marília Arraes, e a representação feminina tem crescido em nosso estado com o aumento do número de prefeitas espalhadas pelos 184 municípios e com a ascensão de Luciana Santos ao cargo de vice-governadora, sendo a primeira mulher a ocupar o posto em nossa história.

Foto: Fernando Silva/Arquivo JC.
Cristina Tavares ao lado de Mário Covas

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Postado por Edmar Lyra às 9:35 am do dia 28 de maio de 2020 2 Comentários

Sem ódio e sem medo, o autêntico Marcos Freire

Nascido no Recife em 5 de setembro de 1931, Marcos de Barros Freire iniciou sua sua vida pública na política estudantil quando era aluno da Faculdade de Direito do Recife, vindo a concluir o curso em 1955. Naquele mesmo ano, tornou-se oficial de gabinete do então prefeito do Recife Djair Brindeiro. Já na gestão de Pelópidas da Silveira, Marcos Freire exerceu diversos cargos, dentre eles o de chefe de gabinete do prefeito, continuando na prefeitura durante a gestão de Miguel Arraes.

Em paralelo seguiu sua carreira acadêmica, como professor da Faculdade de Ciências Econômicas, função que ocupou até 1968. Freire também foi professor da Escola de Administração da Universidade de Pernambuco até 1970. Na gestão de Miguel Arraes chefiou o departamento da Procuradoria Geral do Recife até 1963. Com a volta de Pelópidas para a prefeitura, foi secretário de Assuntos Jurídicos e de Abastecimento e Concessões, ficando no cargo até 31 de março de 1964, quando o presidente João Goulart foi deposto pelo regime militar e Miguel Arraes e Pelópidas da Silveira foram cassados e presos.

Já afastado do cargo de secretário, Marcos Freire foi para o Rio de Janeiro em 1965 e lá estudou análises econômicas no Conselho Nacional de Economia e fez o curso de técnicas de ensino da PUC, tornando-se professor-titular de direito constitucional da Faculdade de Direito do Recife ao voltar para a capital pernambucana.

Em 1968 lançou-se candidato a prefeito de Olinda pelo MDB, ao vencer a disputa derrotando dois candidatos da ARENA, Marcos Freire acabou renunciando ao cargo dois dias depois de tomar posse em virtude do AI-5 que cassou o seu vice-prefeito. Novamente afastado da política, passou a lecionar na Escola Superior de Relações Públicas do Recife até 1970 quando convidado pelo presidente nacional do MDB, senador Oscar Passos, tentou seu primeiro mandato como deputado federal pelo partido.

Eleito como o mais votado daquele pleito, Marcos Freire assume seu mandato na Câmara dos Deputados em fevereiro de 1971 e junto com Fernando Lyra, José Alencar Furtado e outros nomes do partido, integrou o grupo dos autênticos do MDB, uma ala mais à esquerda do partido que representava a oposição na época. Em maio do mesmo ano, Freire torna-se vice-líder do seu partido na Câmara Federal.

Em novembro de 1974 candidata-se ao Senado Federal e enfrentando o senador João Cleofas, que era apoiado pelo regime militar, sagra-se vitorioso por uma diferença de mais de 120 mil votos. A bela campanha utilizou o slogan “Sem ódio e sem medo” e acabou com o surpreendente resultado de derrotar o candidato oficial do regime.

Investido no mandato de senador da República em 1975,  Marcos Freire notabilizou-se como um ferrenho opositor do regime militar e defensor da abertura democrática no país, encampou a tese da anistia chegando a criticar o projeto de anistia parcial do senador Dinarte Mariz, mas em 1979 o presidente João Figueiredo decretou a anistia irrestrita.

Em setembro de 1979, Marcos Freire foi signatário e expositor de uma proposta de pacto social apresentada por dezessete senadores do MDB e que discutia temas como inflação, balança de pagamentos, energia, desigualdades regionais, dentre outros. Freire foi contrário à instalação do pluripartidarismo por acreditar que o MDB poderia manter diversas correntes ideológicas na agremiação. Mas com o pluripartidarismo, o MDB passou a se chamar PMDB.

Nas eleições de 1982 travou uma batalha interna com o ex-governador Miguel Arraes pela indicação do partido para a disputa pelo governo de Pernambuco. Apoiado por Jarbas Vasconcelos, prevaleceu a tese de que Marcos Freire por ter enfrentado o regime aqui no Brasil merecia ser candidato a governador. Arraes acabou sendo, junto com o próprio Jarbas, candidato a deputado federal naquele pleito.

Na disputa, Marcos Freire que teve como companheiros de chapa Fernando Coelho na vice e Cid Sampaio para o Senado, acabou derrotado por Roberto Magalhães, que tinha Gustavo Krause na vice e Marco Maciel para o Senado. Com a abertura das urnas, por uma diferença de menos de 100 mil votos, impulsionado pela força do PDS no interior, Roberto Magalhães sagrou-se vitorioso juntamente com Marco Maciel.

Com a derrota da emenda Dante de Oliveira que defendia as eleições diretas, mesmo sem mandato, Marcos Freire atuou na eleição indireta do governador de Minas Gerais, Tancredo Neves, para a presidência da República. Com o projeto da Aliança Democrática vitorioso, Marcos Freire, que era presidente estadual do PMDB, foi convidado a assumir a presidência da Caixa Econômica Federal, ocupando o posto no governo Sarney, que assumiu a presidência com a doença de Tancredo.

Em 1985, com a volta das eleições diretas para prefeito, Marcos Freire reassumiu o posto de presidente estadual do PMDB após licença e comandou a escolha de Sérgio Murilo como candidato da Aliança Democrática a prefeito do Recife, impedindo a candidatura de Jarbas Vasconcelos pelo partido. Freire foi acusado de se aliar àqueles que combateu a vida inteira. Jarbas, apoiado por Miguel Arraes, disputa a prefeitura do Recife pelo PSB e acaba derrotando Sérgio Murilo numa das campanhas mais sangrentas da história do Recife.

Em 1986, Marcos Freire teve seu nome cogitado para disputar o Senado na chapa de Miguel Arraes, mas preferiu continuar o cargo de presidente da Caixa para seguir o cronograma de ações que estava implementando no órgão. As ações de Freire na Caixa foram bastante elogiadas, e com a decisão do presidente Sarney de extinguir o Banco Nacional de Habitação, cujas operações foram absorvidas pela CEF, ela se tornou a maior agência de desenvolvimento social do continente.

Em junho de 1987, Marcos Freire deixou a presidência da Caixa Econômica Federal para ocupar o ministério da Reforma e Desenvolvimento Agrário, em substituição a Dante de Oliveira. Já na condição de ministro sofreu forte oposição de grandes proprietários de terra e enfrentou dificuldades dentro do próprio governo para implementar uma política de distribuição de terras no país.

Três dias depois de completar 56 anos de idade, em 8 de setembro de 1987, o avião em que viajava explodiu logo ao decolar na cidade de Carajás, no Pará. Além dele, morreram o presidente do INCRA, José Eduardo Raduan, e alguns assessores. O acidente que vitimou Freire e os ocupantes do voo teve muitas dúvidas de sabotagem, cujas investigações nunca tiveram definição quanto a causa do acidente.

Durante seu enterro, que reuniu milhares de pessoas, a multidão gritava palavras de ordem dizendo que haviam matado Marcos Freire. Acidente ou atentado, o fato do dia 8 de setembro de 1987 encerrou a trajetória de uma forte liderança política pernambucana, que ainda tinha muito a oferecer a Pernambuco e ao Brasil. Sem ódio e sem medo, Marcos Freire ficou gravado na história de Pernambuco como um de seus principais homens públicos.

Marcos Freire durante evento do PMDB
Marcos Freire concedendo entrevista
Campanha para senador em 1974
Caminhada na campanha para governador em 1982

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista da Rádio Clube e de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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