
A conta salgada da retaliação americana
A partir de 1º de agosto, o Brasil poderá enfrentar uma das mais severas sanções comerciais dos últimos anos: a imposição de uma tarifa de 50% sobre suas exportações aos Estados Unidos. Caso a medida se concretize, o impacto será brutal para a economia brasileira e expõe, de forma contundente, os riscos de erros na condução da política externa. O Brasil, que vinha tentando ampliar sua inserção nos mercados globais, verá um dos seus principais parceiros comerciais erguer uma barreira quase intransponível, com efeitos que não se limitarão ao comércio exterior.
No curto prazo, a reação será imediata. As exportações brasileiras para os Estados Unidos devem despencar. Produtos do agronegócio, como soja, carne, suco de laranja e etanol, perderão competitividade, abrindo espaço para concorrentes como Argentina, Canadá e países do Sudeste Asiático. O impacto será particularmente sentido em estados produtores, como Mato Grosso, Goiás, Paraná e São Paulo, onde o agronegócio é um dos pilares do PIB estadual. A indústria também sofrerá. Exportadores de calçados, têxteis e autopeças enfrentarão prejuízos e possíveis demissões. [Ler mais …]