Blog Edmar Lyra

O blog da política de Pernambuco

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Postado por Edmar Lyra às 9:26 am do dia 8 de junho de 2020 Deixe um comentário

O conselheiro Rosa e Silva

Foto: Diário de Pernambuco

Nascido no Recife em 1857, Francisco de Assis Rosa e Silva bacharelou-se na Faculdade de Direito do Recife em 1878, e no ano seguinte conquistou o título de Doutor pela mesma instituição.

Ainda no período imperial, filiou-se ao Partido Conservador, e destacou-se como jornalista, sendo colaborador do jornal O Tempo. Tornou-se deputado provincial, ficando no cargo por três legislaturas consecutivas de 1882 a 1887. Em 1889 virou ministro da Justiça na gestão do conselheiro João Alfredo.

Em 1890, Rosa e Silva vira deputado constituinte e assinou a Constituição, que foi promulgada em 24 de fevereiro de 1891, em 15 de novembro daquele ano seria proclamada a República, e Rosa e Silva daria apoio ao novo regime. Em 1894 ajudou a fundar o Partido Republicano Federal (PRF), liderado pelo deputado paulista Francisco Glicério.

No ano de 1894, o PRF lança Prudente de Morais, que derrotou Afonso Pena, enquanto Rosa e Silva é eleito deputado federal e também presidente da Câmara dos Deputados. Em 1896 deixou a Câmara dos Deputados para substituir Joaquim Correia de Araújo, eleito para o governo de Pernambuco, no Senado Federal, seu mandato iria até 1902, mas foi convidado para ser candidato a vice-presidente na chapa de Campos Sales, que foi eleito.

Rosa e Silva, primeiro pernambucano eleito para a vice-presidência da República, renunciou seu mandato no Senado mas a Constituição da época permitia que o vice-presidente fosse o presidente da Casa. Em novembro de 1900, durante viagem do presidente Campos Sales à Argentina, Rosa e Silva assumiu a presidência da República por vinte dias.

Com o término do mandato do presidente Campos Sales, Rosa e Silva é novamente eleito para o Senado Federal, desta vez para um mandato de nove anos. Antes, adquire o Diário de Pernambuco em 1901. Ao longo deste período, como um dos principais líderes políticos de Pernambuco, Rosa e Silva teve governadores aliados, além de Correia de Araújo, Sigismundo Gonçalves por duas vezes, Antônio Gonçalves Ferreira e Herculano Bandeira de Melo, mantendo uma hegemonia política de quase duas décadas em Pernambuco, como o principal líder do estado.

Em 1911, na sucessão de Herculano Bandeira, Rosa e Silva decide então ser candidato ao governo de Pernambuco, e enfrenta Emygdio Dantas Barreto. Numa dura disputa, que teve seu resultado contestado e somente validado pelo presidente da Assembleia, Estácio Coimbra, Dantas Barreto acaba eleito. A eleição ficou marcada pelos rosistas e dantistas, configurando-se em uma das disputas mais acirradas da história de Pernambuco.

Pelo vínculo com Rosa e Silva, o Diário de Pernambuco teve sua sede apedrejada e invadida, ficando sem circular por 14 dias. Nas eleições de 1915, Rosa e Silva é novamente eleito senador da República, ficando até 1º de julho de 1929, quando faleceu no Rio de Janeiro, então capital federal.

Quando ministro da Justiça no período imperial, Rosa e Silva recebeu o título de conselheiro, e por isso um dos logradouros mais importantes dos Aflitos, a Avenida Conselheiro Rosa e Silva, leva seu nome.

Com 71 anos de idade, Rosa e Silva construiu uma brilhante trajetória na política pernambucana e nacional, sendo ministro, senador e até mesmo vice-presidente da República, faltou-lhe o cargo de governador de Pernambuco nas eleições de 1911, mas a sua trajetória tem imprescindível contribuição para Pernambuco e para o Brasil.

Arquivado em: Personalidades de Pernambuco, Sem categoria Marcados com as tags: Afonso Pena, Antônio Gonçalves Ferreira, Campos Sales, Dantas Barreto, Diário de Pernambuco, Herculano Bandeira, João Alfredo, Joaquim Correia de Araújo, Prudente de Morais, Rosa e Silva, Sigismundo Gonçalves

Postado por Edmar Lyra às 9:41 am do dia 31 de maio de 2020 4 Comentários

A pioneira Cristina Tavares

Nascida em Garanhuns no ano de 1936, Maria Cristina de Lima Tavares Correia graduou-se em línguas neolatinas na Faculdade de Filosofia do Recife em 1955, porém decidiu exercer a carreira de jornalista atuando em dois dos principais jornais de Pernambuco, o Jornal do Commercio e o Diário de Pernambuco.

Em 1978 decide ingressar na vida pública e tenta seu primeiro mandato eletivo, sendo eleita para a Câmara dos Deputados pelo MDB, tornando-se a primeira mulher a representar Pernambuco na Câmara Federal e a terceira nordestina a alcançar tal feito, antes somente duas deputadas baianas tinham conseguido.

Com a extinção do bipartidarismo, o MDB tornou-se PMDB e Cristina exerceu a função de vice-líder do partido na Câmara em 1979, tendo papel destacado integrando diversas comissões em Brasília. Em 1982 é reeleita na Câmara Federal e segue seu mandato bastante atuante, defendendo a redemocratização no país. Em 1984 votou a favor da emenda Dante de Oliveira que permitiria o voto direto para presidente da República, com a PEC derrotada, atuou para a eleição de Tancredo Neves no colégio eleitoral.

Nas eleições de 1986, conquista seu terceiro mandato em Brasília, tornando-se deputada constituinte e novamente teve papel destacado em Brasília, desta vez na formatação da nossa atual Constituição Federal. Defensora da área tecnológica por acreditar ser este o caminho, ao lado da educação, para o desenvolvimento do país, atuou na subcomissão e na comissão de Ciência e Tecnologia.

Cristina foi uma das fundadoras do PSDB, deixando o PMDB em 1988 para ingressar no novo partido, que era formado por líderes mais à esquerda do PMDB, porém em 1989 com o ingresso de Roberto Magalhães, egresso da Frente Liberal, no partido para ser o vice de Mário Covas, Cristina rompeu com o seu partido para filiar-se ao PDT. A escolha de Magalhães acabou não se concretizando, ele foi substituído pelo senador Almir Gabriel.

No decorrer da campanha, Cristina atuou na campanha de Leonel Brizola, do PDT, apoiando-o nas eleições presidenciais daquele ano, cujo candidato ficou em terceiro lugar. Cristina também ficou marcada pela célebre frase sobre Sérgio Guerra, quando afirmou que o parlamentar era uma inteligência à procura de um caráter.

Nas eleições seguintes, em 1990, tentou seu quarto mandato na Câmara dos Deputados, porém os seus 14.907 votos foram insuficientes para garantir a reeleição. Já com um câncer de mama, Cristina encerrou seu mandato em janeiro de 1991 e foi aos Estados Unidos para tratar da doença porém em 23 de fevereiro de 1992 veio a falecer na cidade de Houston.

Cristina Tavares marcou história no jornalismo e na política pernambucana, fazendo da sua precoce vida um divisor de águas em nosso estado. A partida de Cristina Tavares aos 57 anos de idade, de forma precoce, encerrou o ciclo de uma das mulheres mais importantes da política pernambucana, pois foi a partir de seu mandato em Brasília que tivemos a chegada de outros nomes na Câmara Federal como Ana Arraes, Luciana Santos, Creusa Pereira e Marília Arraes, e a representação feminina tem crescido em nosso estado com o aumento do número de prefeitas espalhadas pelos 184 municípios e com a ascensão de Luciana Santos ao cargo de vice-governadora, sendo a primeira mulher a ocupar o posto em nossa história.

Foto: Fernando Silva/Arquivo JC.
Cristina Tavares ao lado de Mário Covas

Arquivado em: Personalidades de Pernambuco, Sem categoria Marcados com as tags: Ana Arraes, Cristina Tavares, Diário de Pernambuco, garanhuns, Jornal do Commercio, Leonel Brizola, luciana santos, marília arraes, Mário Covas, roberto magalhães, sérgio guerra, Tancredo Neves

 

Edmar Lyra

Jornalista político, colunista da Folha de Pernambuco, palestrante, comentarista da Rádio Folha e de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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