Blog Edmar Lyra

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 19 de maio de 2021 6 Comentários

Coluna da Folha desta quarta-feira

A antítese que deverá prevalecer em 2022 

Desde a redemocratização em 1985 e as eleições diretas em 1989, o Brasil experimentou oito eleições presidenciais. Em comum, a presença do PT nas duas primeiras colocações em todas as disputas, e três personagens que antagonizaram com o PT e acabaram vencendo a disputa, Fernando Collor (1989), Fernando Henrique (1994/1998), e Jair Bolsonaro (2018).

Como tivemos 50% de aproveitamento para cada lado, 2022 poderá representar um efetivo desempate. Lula, que ficou impossibilitado de disputar as eleições de 2018, poderá enfim tentar seu terceiro mandato no próximo ano, enquanto Jair Bolsonaro vai buscar o segundo mandato e tornar-se o quarto presidente a se reeleger na história.

Bolsonaro cresceu em 2018 no vácuo deixado pelo PSDB, que foi o adversário do PT em seis eleições seguidas, entre 1994 e 2014, mas não conseguiu capitalizar a insatisfação ocasionada pela fadiga de material do Partido dos Trabalhadores que ficou no poder por 14 anos até o impeachment de Dilma Rousseff em 2016.

Bolsonaro é hoje a antítese do lulismo e do petismo, quem rejeita Lula e o PT não irá apostar em outra candidatura porque ela vai carecer de competitividade e apelo popular. Lula, por sua vez, tornou-se a antítese do bolsonarismo, e quem rejeita Bolsonaro pode até fazer uma opção por uma terceira via, mas na maioria do eleitorado, a opção de voto útil contra o atual presidente será Lula.

Faltando pouco mais de um ano para as eleições de 2018, havia uma competitividade muito clara de Lula, que liderava todos os levantamentos antes de ser impossibilitado de disputar por conta da Lava-Jato, a sua saída do páreo conseguiu transferir parte do eleitorado para Fernando Haddad, que chegou ao segundo turno. Jair Bolsonaro, que despontava em segundo lugar empatado tecnicamente com Marina Silva, que detinha recall de 2014, em maio de 2017, acabou tomando a dianteira quando Lula saiu de cena como opção naquele pleito.

Os números provam que, apesar da disputa estar distante, a polarização já estabelecida no país deverá ser suficiente para inviabilizar qualquer possibilidade de avanço da terceira via. E os polos opostos consolidados no país, Lula e Bolsonaro, salvo alguma hecatombe, deverão polarizar a disputa até outubro do próximo ano, quando o Brasil escolherá seu presidente.

Palestra – A procuradora Sílvia Regina Pontes Lopes, do Ministério Público Federal em Pernambuco, será palestrante nesta quinta (20) do I Congresso Internacional On-Line de Direito do Cesmac, de Alagoas, com o tema “Desafios de Combate à Corrupção no Contexto Pós-Pandemia”. Em abril, Sílvia Regina foi vencedora do Prêmio República na área de combate à corrupção, o mais importante do Ministério Público Federal.

Circulando – O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), está novamente na capital pernambucana para tratar de 2022 com lideranças políticas. O pré-candidato a governador se reuniu ontem com o deputado federal Ricardo Teobaldo (Podemos) e hoje estará novamente com o presidente estadual do MDB, o deputado federal Raul Henry.

Senado – O nome do prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira (PL), tem ganhado força para disputar o Senado em 2022 tanto pela oposição quanto pela Frente Popular.

Inocente quer saber – Como não vai disputar a reeleição, o senador Fernando Bezerra Coelho pendurará as chuteiras em 2022?

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 23 de abril de 2021 3 Comentários

Coluna da Folha desta sexta-feira

O histórico desafio da terceira via no Brasil 

Em meio às especulações sobre quem poderia reunir as condições de quebrar a polarização instituída entre o atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula para as eleições do próximo ano, os números mostram que a tarefa será extremamente difícil, pra não dizer impossível, faltando tão pouco tempo para a disputa presidencial.

Entre 1989 e 2018 foram oito eleições presidenciais, duas sendo resolvidas no primeiro turno, enquanto as demais necessitaram de uma segunda etapa. Nas eleições de 1989, tivemos quatro candidatos com dois dígitos, com uma diferença ínfima entre o segundo colocado, Lula, para o terceiro, Leonel Brizola, enquanto o quarto colocado, Mario Covas, ficou com 11%. É importante frisar que aquele pleito foi atípico, com 22 candidatos, e o Brasil estava voltando a ter eleições diretas depois de longos anos de regime militar.

Se fizermos o recorte de 1994 até 2018, os dois primeiros colocados ficaram com pelo menos 70% dos votos válidos, com destaque para 2006 quando Lula e Geraldo Alckmin ficaram com 90,25% dos votos válidos no primeiro turno. E em apenas uma ocasião o terceiro colocado obteve mais de 20% dos votos válidos, que foi em 2014, quando Marina Silva foi candidata pelo PSB.

Nas eleições de 2018, Bolsonaro pode até ser considerado terceira via, porém ele tomou completamente o eleitorado histórico do PSDB, que deixou Geraldo Alckmin com apenas um dígito nas urnas, assim como os demais candidatos de centro, exceto Ciro Gomes, terceiro colocado, o que consolidou o histórico de polarizações entre o candidato do PT e o outro nome, que em seis ocasiões foi o candidato do PSDB, e em duas de outros partidos, especificamente Collor e Bolsonaro.

Portanto, será um desafio hercúleo para os candidatos de centro quebrarem a polarização instaurada entre dois presidentes que possuem um eleitorado cativo e fiel como Lula e Bolsonaro, e quanto maior for a pulverização de candidatos de centro, maiores as chances de consolidar os dois antagonistas da política brasileira atual.

Incompetente – A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve decisão monocrática do ministro Gilmar Mendes que declarou a incompetência da Lava Jato em Curitiba para julgar ação penal contra o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Gilmar reiterou que o caso não se refere às denúncias de fraude e desvios de recursos da Petrobras, alvo da Operação Lava Jato.

Homenagens – Diversos aliados do ex-presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Guilherme Uchoa, relembraram através das redes sociais a passagem do seu aniversário. Se estivesse vivo, Guilherme completaria 74 anos. Ele foi o presidente mais longevo da história da Alepe, por quase doze anos, seis mandatos consecutivos.

Opções – Os nomes lembrados para a sucessão de Paulo Câmara, entre eles os secretários Geraldo Júlio, José Neto e André Longo mostram que o governador possui uma equipe de alto nível, permitindo que o PSB possa se dar ao luxo de escolher aquele que seja mais competitivo.  Qualquer que seja o escolhido terá o apoio irrestrito da Frente Popular, que conta com uma ampla coligação partidária para dar sustentação a quem  for lançado para a disputa em 2022.

Inocente quer saber – Moro foi parcial e suspeito, como decidiu o STF?

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 27 de março de 2021 12 Comentários

Coluna da Folha deste sábado

O desafio do centro na eleição de 2022 

Durante a entrevista que concedeu ao Folha Política na última quinta-feira, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta defendeu que se busque um polo democrático para quebrar a polarização entre Jair Bolsonaro e Lula para 2022, afirmando que independente de quem ganhar a eleição, quem sairá perdendo é o Brasil tanto com Lula quanto com Bolsonaro.

Ao longo das últimas três décadas tivemos oito eleições presidenciais, das quais seis foram polarizadas por PT e PSDB e duas foram polarizadas entre o PT e o candidato vencedor, na primeira ocasião Fernando Collor, na segunda Jair Bolsonaro. É extremamente difícil pela lógica política brasileira que alguém consiga quebrar a polarização que está se estabelecendo entre Lula e Bolsonaro, uma vez que de um lado está o PT que apresentou candidatos competitivos em todas as ocasiões, do outro um presidente tentando reeleição, cuja história mostra 100% de aproveitamento dos presidentes desde que ela foi instituída em 1998.

Construir esta opção em 2022 será o grande desafio de nomes como João Doria, Ciro Gomes, Luciano Huck e o próprio Luiz Henrique Mandetta. Será fundamental apontar um projeto de país que tenha capilaridade eleitoral e política e que aponte um caminho seguro de mudança. Porém, discutir um projeto político que restaure o Brasil é uma tarefa hercúlea, dadas as eleições que foram marcadas por discussões sobre aborto, armas e corrupção durante os pleitos anteriores.

Ter um projeto com capilaridade, que encante os brasileiros e que represente uma efetiva mudança dos rumos do país, ao que parece, será extremamente difícil de executar em tão pouco tempo e com uma pandemia no meio do caminho, que divide o país e acirra os dois polos estabelecidos e totalmente interessados em manter esta polarização para o próximo ano.

Diferencial – O prefeito do Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), tem conseguido imprimir um ritmo marcante na condução de medidas econômicas para aliviar os impactos causados pela quarentena decretada pelo governo estadual. Isentou famílias de baixa renda da taxa de iluminação pública, prorrogou prazos para pagamento de débitos tributários e entregou cestas básicas a comerciantes da orla e guias turísticos. As ações da prefeitura têm trazido alento aos setores mais impactados pela pandemia.

Marcado – O presidente do Supremo, Luiz Fux, pautou para 14 de abril o julgamento dos recursos da Procuradoria-Geral da República e da defesa do ex-presidente Lula contra a decisão monocrática do ministro Edson Fachin, que anulou todas as decisões da Lava Jato de Curitiba, inclusive as condenações. Caso o plenário não mantenha a decisão de Fachin, o ex-presidente petista pode voltar a ficar inelegível na Lei de Ficha Limpa e ser impedido de concorrer em 2022.

Luzes – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apagará as luzes do edifício-sede por uma hora neste sábado (27), a partir das 20:30 horas. Será em apoio a Hora do Planeta, ação da ONG WWF que, uma vez por ano, convida pessoas a apagarem as luzes, com o único objetivo de conscientizar a população sobre as mudanças climáticas.

Inocente quer saber – Quem reúne as condições políticas para quebrar a polarização entre Lula e Bolsonaro?

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 1 de fevereiro de 2021 Deixe um comentário

Coluna da Folha desta segunda-feira

Milton Coelho assume buscando consolidação em Brasília 

Socialista histórico, Milton Coelho trilhou seu caminho ao lado de Miguel Arraes e Eduardo Campos, sendo uma espécie de tarefeiro de Eduardo nas missões mais difíceis que eram a ele desempenhadas. A relação próxima com o então governador possibilitou, dois anos após sua chegada ao Palácio do Campo das Princesas, que Milton fosse indicado pelo PSB para a vitoriosa chapa da Frente Popular no Recife em 2008 encabeçada pelo PT na condição de vice-prefeito.

Milton também ocupou pastas importantes no primeiro escalão de Eduardo Campos e depois de Paulo Câmara, até que em 2018 tentou pela primeira vez um mandato na Câmara dos Deputados, obtendo 43.649 votos, ficando na primeira suplência da Frente Popular. Ele é bacharel em Direito pela UFPE e auditor do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco.

Com toda essa trajetória no PSB, Milton Coelho assume o mandato em Brasília sob forte expectativa, pois ele substitui o prefeito João Campos e terá como desafio consolidar-se em dois anos de mandato para fincar posição na capital federal como representante de Pernambuco. Não muito afeito a holofotes, Milton construiu uma brilhante trajetória nos bastidores, sendo considerado um dos principais quadros do PSB de Pernambuco, agora como deputado federal terá a chance de desempenhar papel destacado como parlamentar e como liderança política do nosso estado.

Placar – A bancada pernambucana deverá garantir a Arthur Lira dezesseis votos contra nove de Baleia Rossi. O estreante Milton Coelho é um dos partidários de Baleia, já os mais antigos Augusto Coutinho, André de Paula e Daniel Coelho marcham com Arthur Lira.

Contradição – O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que decidiu fechar novamente o comércio da cidade pelo aumento dos casos de COVID-19, fez questão de participar da final da Libertadores da América no Maracanã entre Palmeiras e Santos. As imagens causaram muita repercussão negativa para o prefeito nas redes sociais.

Posse – O deputado estadual licenciado Claudiano Filho toma posse nesta segunda-feira na secretaria de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco. O evento acontece de forma virtual para evitar aglomerações. Além de Claudiano, outros deputados são especulados para integrar o primeiro escalão do governador Paulo Câmara.

Reeleição – O ex-presidente da República e atual senador Fernando Collor anunciou através de uma rede social que será novamente candidato a senador em 2022, descartando, portanto, as hipóteses de tentar a presidência da República e o governo de Alagoas.

Brasília – A partir de hoje estarei na capital federal para acompanhar de perto as eleições para a presidência da Câmara e do Senado bem como as movimentações do governo federal. Fiquem ligados nas nossas redes sociais.

Inocente quer saber – O Palácio do Planalto está jogando muito pesado para eleger Arthur Lira na Câmara e Rodrigo Pacheco no Senado?

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 22 de janeiro de 2021 Deixe um comentário

Coluna da Folha desta sexta-feira

Alcolumbre quer manter protagonismo em Brasília 

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP) encerra seu mandato no próximo dia 31, após uma vitória atípica em fevereiro de 2019, quando correndo por fora desbancou nomes como Esperidião Amin (PP/SC), Fernando Collor (PROS/AL) e Renan Calheiros (MDB/AL), que diante da adversidade desistiu de manter a candidatura até o final, renunciando antes da votação. Ao longo dos últimos dois anos, Alcolumbre ganhou importante destaque em Brasília pela força do cargo ao comandar o Senado Federal.

Com apenas 43 anos, Alcolumbre foi vereador de Macapá, deputado federal por três mandatos até eleger-se senador em 2014. E gostou da posição de destaque como presidente da Câmara Alta. Ao concluir seu mandato, Alcolumbre vem trabalhando com três cenários, o primeiro de ser vice-presidente do Senado, onde ele permaneceria na mesa diretora, a segunda opção seria assumir um ministério no governo Bolsonaro, com quem possui boa relação, e por fim a presidência da Comissão de Constituição e Justiça, opção que não lhe dá muito ânimo, porém é um posto acalentado por muitos senadores.

Em qualquer destas três posições, Davi Alcolumbre tentará manter seu prestígio na capital federal. Bonachão, o parlamentar aposta no bom trânsito para continuar em evidência e provar que sua chegada ao comando do Senado Federal não foi apenas uma chuva de verão.

600 reais – O PCdoB, presidido nacionalmente pela vice-governadora de Pernambuco Luciana Santos, foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir a extensão da vigência do “Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda”, ou seja, do auxílio-emergencial de R$ 600 mensais. Na ação, o PCdoB argumenta que o Programa foi uma “importante garantia contra a ruína dos mais variados setores da economia” e “deu maior proteção a trabalhadores mais vulneráveis, como grávidas, idosos e pessoas com comorbidades”. A ação, protocolada na quarta (20), terá como relator Ricardo Lewandowski. Jair Bolsonaro e Paulo Guedes têm dito que o Governo Federal não tem dinheiro para continuar pagando.

Sputnik – O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a ANVISA informe, em 72 horas, se já foi requerida a autorização para uso emergencial da vacina Sputnik V, da Rússia, e, caso positivo, esclareça em que estágio está a análise e as eventuais pendências a serem cumpridas. O despacho foi em ação protocolada pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT).

Fura-fila – Desvio de vacinas contra covid-19 é crime, informa o site oficial do Ministério Público Federal (MPF). “Nesse primeiro momento, em que as doses são insuficientes para atender a todos, as secretarias de saúde devem priorizar os trabalhadores da saúde, idosos, transplantados, trabalhadores com comorbidades ou doenças crônicas que estejam mais expostos ao risco de infecção pelo novo coronavírus”, diz o MPF. “Se você presenciou ou recebeu informações de fontes confiáveis sobre casos de desvio de vacinas contra covid-19, você está diante de uma possível prática de crime e pode denunciar ao Ministério Público por meio de diversos canais virtuais de atendimento”, alerta o MPF.

Inocente quer saber – Qual será o cargo ocupado por Davi Alcolumbre em fevereiro?

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Postado por Edmar Lyra às 9:25 am do dia 25 de maio de 2020 201 Comentários

O jurista Fernando Lyra

Nascido no Recife em 1938, Fernando Soares Lyra formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Caruaru. Filho de João Lyra Filho, que foi deputado federal e prefeito de Caruaru, Fernando começou sua vida pública como deputado estadual em 1966, quando tentou pelo MDB seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco aos 28 anos de idade.

Quatro anos mais tarde saltaria para a Câmara dos Deputados em 1970 e em Brasília iniciaria uma trajetória de sucesso. No mandato de deputado federal, Fernando Lyra tornou-se vice-líder do MDB, ficando no posto até 1973, o que lhe deu a condição de integrante dos chamados autênticos do MDB. Reeleito em 1974, Fernando voltou ao posto de vice-líder do partido, e continuou em 1979 após conquistar mais um mandato na Câmara dos Deputados no ano anterior.

Já no quarto mandato como deputado federal, passou a ocupar a primeira-secretaria da Câmara dos Deputados e ampliou a sua relevância em Brasília. Defensor da emenda Dante de Oliveira, que possibilitaria as eleições diretas no Brasil, ao ver a PEC derrotada, passou a articular a candidatura do então governador de Minas Gerais, Tancredo Neves, à presidência da República via colégio eleitoral.

Fernando Lyra costurou a Aliança Democrática que possibilitou a vitória de Tancredo Neves e seu vice José Sarney contra Paulo Maluf, candidato governista, no dia 15 de janeiro de 1985. Com a atuação durante a campanha de Tancredo, Fernando foi convidado pelo presidente eleito para assumir o ministério da Justiça, e apesar da morte do presidente em abril daquele ano, o presidente José Sarney manteve o convite e ele assumiu o cargo.

Em sua passagem pelo ministério, Fernando Lyra criou o Conselho Político do Governo, que ficaria responsável por promover mudanças na legislação política, como por exemplo a extinção da fidelidade partidária e da sublegenda e a permissão das coligações partidárias. Em abril daquele ano foi extinto o Conselho Nacional de Censura e ainda promoveu a reformulação na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, inicialmente responsável para investigar casos de tortura, para atuar contra todo tipo de violência.

Os atritos com o presidente Sarney começaram a aparecer por conta do controle da Comissão de Reforma Constitucional que ficaria responsável pela elaboração de um anteprojeto da Constituição do país. Lyra queria que ficasse subordinada ao ministério da Justiça, enquanto o presidente Sarney defendia, juntamente com o presidente da Comissão, Afonso Arinos, que ela ficasse subordinada à presidência da República.

O desgaste entre presidente e ministro culminou na saída de Fernando Lyra do ministério em fevereiro de 1986, mas apesar de ter ficado menos de um ano no cargo, foi suficiente para deixar importantes iniciativas, como a nova Lei de Segurança Nacional e a Lei de Acesso à Informação.

De volta à Câmara dos Deputados, Fernando Lyra seria novamente reeleito, desta vez na condição de deputado constituinte. Naquele pleito, Fernando foi um dos mais votados. Em 1º de fevereiro de 1987, ele enfrentou Ulysses Guimarães para ser presidente da Assembleia Nacional Constituinte, mas foi derrotado por 299 a 155 votos. Mesmo não sendo o presidente, teve importante papel como membro titular da Comissão de Sistematização. Ainda em 87 deixou o PMDB para filiar-se ao PDT, partido liderado pelo ex-governador fluminense Leonel Brizola.

Nas eleições de 1989, Fernando Lyra foi vice de Leonel Brizola, mas a chapa acabou ficando em terceiro lugar. No segundo turno, seguiu seu partido e apoiou Lula, que foi derrotado por Fernando Collor. Já em 1990, tentando seu sexto mandato como deputado federal, Fernando Lyra foi convidado por Miguel Arraes para entrar na chapinha que seria formada para deputado federal, mas preferiu continuar na coligação do PDT com o PMDB que apoiou Jarbas Vasconcelos.

Com a abertura das urnas, Fernando Lyra obteve apenas 17.234 votos e ficaria na primeira suplência da sua coligação. Deputado federal, seu xará Fernando Bezerra Coelho disputou a prefeitura de Petrolina em 1992, sagrando-se vitorioso, com isso Lyra voltaria à Câmara dos Deputados em 1993. Ao retornar a Brasília deixou o PDT para ingressar no PSB de Miguel Arraes, e em 1994 conquistaria seu sétimo mandato como deputado federal.

Defensor de uma candidatura própria do PSB à presidência da República, após ter apoiado a emenda de reeleição de Fernando Henrique Cardoso, Fernando Lyra não concordou com a aliança do seu partido com o PT nas eleições de 1998 e decidiu então não disputar mais a reeleição naquele ano.

Fora da política, com a ascensão de Lula à presidência da República em 2002, Fernando Lyra assumiu em 2003 a presidência da Fundação Joaquim Nabuco, ficando no posto até 2011. Neste ínterim, exerceu papel fundamental na construção da candidatura de Eduardo Campos a governador em 2006, chegando a gravar um vídeo explicando a operação dos Precatórios e ajudando o então deputado federal a eleger-se governador, a chapa tinha o seu irmão João Lyra Neto como vice.

Em 14 de fevereiro de 2013, após ser internado em janeiro daquele ano, acometido por uma insuficiência cardíaca, viria a falecer em São Paulo. A morte, aos 74 anos, encerrou um ciclo de um brilhante homem público, responsável por momentos históricos da nossa democracia, que ficou marcado pelo seu elevado espírito público.

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 19 de maio de 2020 7 Comentários

Coluna da Folha desta terça-feira

Foto: Chico Bezerra

Anderson Ferreira dá resposta firme à Covid-19 em Jaboatão 

Eleito sob o prisma da mudança nas eleições municipais de 2016, Anderson Ferreira não esperava enfrentar um problema da magnitude da Covid-19. Era o quarto ano da sua gestão, com uma série de obras e ações para apresentar para a população e se preparar para a busca pelo segundo mandato, porém a Covid-19 chegou como um grande desafio aos gestores públicos de todo o país.

Em Jaboatão não foi diferente, além da queda natural de arrecadação em função do isolamento social e quase nenhuma ajuda de outras esferas, o prefeito tinha que inverter prioridades e avançar na questão da Saúde para evitar o avanço do coronavírus e naturalmente o aumento do número de mortes na cidade.

Além de medidas educativas e mais recentemente ações de ajuda ao governo de Pernambuco para ampliar o isolamento social, o gestor teve como destaque a construção de um Hospital de Campanha em Prazeres, onde ofertará 131 leitos, entre UTI e retaguarda para ajudar o governo de Pernambuco na luta contra a Covid-19.

As respostas dadas pelo gestor de Jaboatão são destaque nas redes sociais e também na mídia em geral, pois virou uma das referências em Pernambuco de ações contra a Covid-19. O gestor, ao que parece, passou no teste da maior crise sanitária das últimas décadas e sai mais fortalecido perante a população.

Perdão – Em 16 de março de 1990, o presidente da República Fernando Collor usou uma medida provisória para bloquear todos os ativos e investimentos da população no sistema bancário, o popular “confisco da poupança”, conhecido como Plano Collor. O objetivo era acabar com a hiperinflação, que era de 80% ao mês. Mais de trinta anos depois, o atual senador Collor voltou ao tema, nesta segunda (18), para pedir perdão. “Acreditei que aquelas medidas radicais eram o caminho certo. Infelizmente errei. Gostaria de pedir perdão a todas aquelas pessoas que foram prejudicadas pelo bloqueio dos ativos”, disse o senador alagoano.

Cobras – Em palestra para estudantes, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, falou sobre as contantes brigas entre os magistrados da Corte, transmitidas pela TV Justiça. “Nós não somos um ninho de cobras eivados de inimizades. Pode acontecer um acidente na vida aqui ou ali, mas nós nos queremos bem, temos relações cordiais”, disse Barroso, que presidirá a Justiça Eleitoral, a partir de 25 de maio.

Mortes – O deputado federal Luiz Lauro Filho (PSDB-SP) morreu ontem (18), aos 41 anos, após duas paradas cardíacas. Ele era sobrinho do prefeito de Campinas. Espantou o meio político Luiz Lauro ser o suplente do deputado federal Luiz Flávio Gomes (PSB-SP), também precocemente falecido em 1º de abril deste ano, vítima de leucemia. Duas perdas seguidas na bancada paulista.

Live – Hoje é dia de mais uma live, desta vez o nosso convidado é o pré-candidato do Novo a prefeito do Recife, Charbel Maroun. Nosso encontro é a partir das 19:30 horas no Instagram. Acesse @edmarlyra e acompanhe!

Inocente quer saber – Quando reduziremos a curva de contágio da Covid-19?

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 22 de janeiro de 2018 Deixe um comentário

Coluna do blog desta segunda-feira

O feudo do PDT em Pernambuco 

Na reforma do secretariado do governador Paulo Câmara, o PDT que estava queixoso com o tratamento dispensado pelo Palácio do Campo das Princesas, emplacou de porteira fechada a secretaria de Agricultura que tem um peso direto no interior do estado por se tratar de ações que beneficiam a população do Agreste, Sertão e Zona da Mata.

Passados quatro meses da substituição de Nilton Mota pelo indicado de Wolney Queiroz, a insatisfação segue generalizada, com reclamações de deputados que estão sentindo Wellington Batista e o próprio Wolney tratorarem suas bases e muitas demandas da base aliada do governador não são atendidas.

A secretaria de Agricultura do governo Paulo Câmara virou secretaria de Wolney Queiroz, e isso tem desagradado não só os deputados estaduais que ficam instisfeitos porque nada funciona pra eles como também os deputados federais que estão enxergando em Wolney alguém que está cooptando seus prefeitos.

A prova recente de que a Agricultura estava funcionando para o PDT e não para o conjunto da Frente Popular foi a demissão de Tulio Gadelha do Iterpe, que estava se movimentando no sentido de ser candidato a deputado federal e estava visitando os municípios sem avisar aos parlamentares, o próprio Wolney que quer a secretaria só pra ele não gostou da atitude de Gadelha, que acabou sendo demitido.

Apesar da queda do namorado de Fátima Bernardes, não há nenhuma expectativa na base aliada de que a secretaria de Agricultura irá moer para o conjunto da Frente Popular, todos avaliam que as ações de Gadelha eram apenas da ponta do iceberg do que se tornou a secretaria de Agricultura de Pernambuco: só funciona pra Wolney Queiroz.

Homenagem – Os ciclistas Ronaldo Sales e Jadson Alexandre, do município de Paulista, decidiram homenagear os senadores Fernando Bezerra Coelho e Armando Monteiro Neto, pré-candidatos a governador, e foram de bicicleta até Petrolina, onde será realizado no próximo dia 27 o ato da oposição Pernambuco quer mudar. Eles já colocaram o pé na estrada.

Versão – Além da versão de que Túlio Gadelha estava criando problemas com a base do governador Paulo Câmara, o que se comenta nos bastidores é que o Palácio havia identificado que ele estava aparecendo mais do que João Campos, que é a prioridade do governo para deputado federal, e por isso houve a sua demissão.

Candidato – Quase trinta anos depois de disputar e vencer a eleição presidencial de 1989, o ex-presidente Fernando Collor de Mello anunciou que será novamente candidato ao Palácio do Planalto pelo PTC. Collor sofreu impeachment em 1992 e foi o primeiro presidente da história do Brasil a ser afastado do cargo.

Espetáculo – Além da atração de voos internacionais, o grande legado de Felipe Carreras na secretaria de Turismo, Esporte e Lazer quando deixar o posto em abril para disputar as eleições, será a requalificação do complexo esportivo Santos Dumont, que está ficando coisa de cinema. O equipamento há quarenta anos nunca tinha recebido qualquer tipo de melhoria. Felipe marcou um verdadeiro gol de placa.

RÁPIDAS

Dobradinha – Em Parnamirim o deputado federal Fernando Filho dobrará com Rodrigo Dias, filho e substituto do deputado estadual Romário Dias nas eleições. Inclusive, há informações que o ex-presidente da Alepe voltou a flertar com a candidatura de Fernando Bezerra Coelho a governador, pois o Palácio não estaria dando o carinho e a atenção devidos ao deputado.

De fora – O oficial de justiça Rogério Magalhães, que foi o candidato a vereador mais votado da coligação “O Recife Acredita”, esclarece que não pretende disputar as eleições esse ano. “Sou grato a todos que me estimulam mas inclusive não estou filiado a partido político. Mais importante do que discutir nomes, precisamos resgatar valores e mostrar que não toleramos mais esse mar de corrupção e imoralidade”, asseverou.

Inocente quer saber – A ânsia do Palácio em fazer João Campos o federal mais votado comprometerá a reeleição do governador Paulo Câmara?

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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