Blog Edmar Lyra

O blog da política de Pernambuco

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 9 de junho de 2020 1.331 Comentários

Coluna da Folha desta terça-feira

A força do PT no Recife 

Prestes a decidir sobre a candidatura ou não de Marília Arraes a prefeita do Recife, o Partido dos Trabalhadores poderá manter ou quebrar um tabu nas eleições de 2020, caso oferte legenda a Marília,  manterá uma escrita de ter lançado candidato próprio a prefeito do Recife em todas as eleições desde 1985.

Os candidatos do partido foram Bruno Maranhão (1985), Humberto Costa (1988, 1992 e 2012), João Paulo (1996, 2000, 2004 e 2016) e João da Costa (2008). Em todas as ocasiões, exceto em 1985 e 1992, o candidato do PT ficou entre os três primeiros lugares, saindo vitorioso em três oportunidades.

Em dois momentos difíceis de sua história, nas eleições de 2012 com a confusão envolvendo João Paulo, João da Costa, Maurício Rands e Humberto Costa, ainda assim o partido garantiu quase 20% dos votos válidos com a candidatura de Humberto, enquanto em 2016, no ápice do impeachment de Dilma Rousseff, João Paulo chegou ao segundo turno contra Geraldo Julio e ficou com quase 40% dos votos válidos.

Os números são firmes e evidenciam que o PT com candidato próprio no Recife poderá não só antagonizar com o PSB na sucessão de Geraldo Julio como até mesmo chegar a um segundo turno, o que mostra a importância da decisão que será tomada este mês sobre a postulação de Marília Arraes.

Autoria – A Lei proposta pela deputada estadual Gleide Ângelo que afixa placas nos elevadores proibindo crianças menores de dez anos sozinhas já existe no âmbito municipal do Recife desde 2014, apresentada pelo vereador Antonio Luiz Neto (PSB) e sancionada pelo prefeito Geraldo Julio.

Prorrogado – O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a prorrogação, por 30 dias, do inquérito que investiga declarações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, acerca de suposta tentativa do presidente Jair Bolsonaro interferir politicamente na Polícia Federal.

Defesa – Após sofrer críticas de que estaria supostamente protegendo o presidente Bolsonaro nas investigações, o procurador geral da República, Augusto Aras, recebeu o apoio do presidente do STF, Dias Toffoli. “Fica aqui o meu testemunho da firmeza, da coragem de atuação e, mais do que nunca, de não cair na vaidade que outros no passado caíam, de achar que o holofote é a solução, quando não é. É o trabalho, é a dedicação, é o conteúdo, é a defesa da instituição”, ponderou Toffoli, sobre o chefe do MPF, numa palestra.

Data – Já ocorreu a primeira reunião sobre a mudança da data das eleições. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, e seu vice, Edson Fachin, se reuniram, nesta segunda (8), com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), para discutir a realização das eleições em meio à pandemia. Barroso afirmou que há um consenso médico sobre a necessidade do “adiamento por algumas semanas”.

Live – Pré-candidata a prefeita do Recife pelo PT, a deputada federal Marília Arraes é a nossa convidada da live desta terça-feira. Será no Instagram a partir das 19:30 horas no @edmarlyra. Conto com sua audiência!

Inocente quer saber – Patrícia Domingos é a candidata mais competitiva da oposição no Recife?

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 1 de junho de 2020 1.285 Comentários

Coluna da Folha desta segunda-feira

Junho será decisivo para Marília Arraes 

Nas eleições de 2018, a pré-candidatura de Marília Arraes a governadora ganhava as ruas de Pernambuco fazendo dela um nome extremamente competitivo para a disputa pelo Palácio do Campo das Princesas até que no dia 1 de agosto daquele ano, a postulação de Marília foi oficialmente retirada em prol de uma aliança com o PSB.

Este ano a história se repete, e Marília está novamente colocada numa disputa majoritária e bem posicionada, desta vez pela prefeitura do Recife. O PT terá uma reunião no próximo dia 15   que poderá selar o destino do partido nas eleições deste ano. 

Marília desta vez conta com o aval da executiva nacional para ser candidata, mas não se pode menosprezar a força do senador Humberto Costa dentro do PT, que já sinalizou seu desejo de manter a aliança com o PSB e continuar na Frente Popular. 

Portanto, a sorte de Marília Arraes está lançada, se conseguir a indicação terá a sua primeira tentativa majoritária colocada em prática, se o PT novamente lhe negar o direito legítimo de ser candidata, não haverá mais motivos para continuar na sigla.

Investigação – Candidata a deputada estadual nas eleições de 2018, Graça Braz recebeu mais de R$ 300 mil de fundo eleitoral do seu partido, o PR. A questão é a forma como ela teria prestado contas dos gastos que foram rejeitadas pelo TRE e serão investigadas pelo MPF por se tratar de dinheiro público federal.

Vaga – Em nota oficial, o procurador-geral da República, Augusto Aras, manifestou seu “desconforto com a veiculação reiterada de seu nome para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF)”. A sugestão veio de Jair Bolsonaro em uma live. Houve insinuações que o presidente estaria oferecendo a vaga em troca de blindagem nas investigações.

Mulheres – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) incentiva a ampliação dos espaços ocupados por mulheres na política. Está divulgando o “Guia Acessível para Candidatura das Mulheres”, lançado pela ONG Visibilidade Feminina, em parceria com a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados. O número de deputadas federais eleitas em 2018 cresceu 50% em relação a 2014, depois de ser obrigatória a destinação, por parte dos partidos, de pelo menos 30% do fundo eleitoral para candidaturas femininas.

Alta – O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, recebeu alta hospitalar na noite de sábado (30), seguindo em licença médica até o próximo domingo (7). Não foi confirmado coronavírus.

Anúncio – O governador Paulo Câmara anunciará os detalhes do Plano Estadual de Convivência com a Covid-19, mas de antemão continuarão fechados os clubes de futebol, os shoppings, restaurantes e salões de beleza.

Inocente quer saber – Em quanto tempo será a retomada da economia em Pernambuco?

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Postado por Edmar Lyra às 10:36 am do dia 27 de maio de 2020 2.152 Comentários

O Marco de Pernambuco

Nascido em 21 de julho de 1940, Marco Antônio de Oliveira Maciel herdou o gosto pela política do pai, José do Rego Maciel, que foi deputado federal por Pernambuco entre 1955 e 1959. Marco Maciel ingressou na Faculdade de Direito do Recife, concluindo seu curso em 1963, mas foi lá que iniciou sua trajetória política sendo presidente do DCE e posteriormente da União dos Estudantes de Pernambuco. A atuação de Maciel se notabilizou por contrapor a narrativa de esquerda da União Nacional dos Estudantes, chegando a desligar-se dela com um manifesto público.

Naquela mesma época se alinhou com as forças que faziam oposição a Miguel Arraes, que governou Pernambuco pela primeira vez entre 1962 e 1964. Com a instauração do regime militar de 1964, que depôs Miguel Arraes do cargo, Marco Maciel foi convidado para integrar o secretariado do governador Paulo Guerra, como era muito jovem terminou sendo assessor do então governador.

Nas eleições de 1966 tenta seu primeiro mandato eletivo, logrando êxito como deputado estadual, e na condição de parlamentar, torna-se líder do governo Nilo Coelho na Assembleia Legislativa de Pernambuco. A boa atuação o credenciou para ser candidato a deputado federal nas eleições de 1970, e igualmente Maciel sai vitorioso das urnas, sendo reeleito em 1974.

Seu nome foi cogitado para o governo de Pernambuco pelo ex-governador Nilo Coelho, enquanto seu pai, José do Rego Maciel, foi indicado pelo ex-governador Paulo Guerra para suceder Eraldo Gueiros, porém o vitorioso acabou sendo Moura Cavalcanti, eleito de forma indireta pela Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Em 1976, no segundo mandato como deputado federal, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados para o biênio 1977 e 1978, mas em abril de 77 foi surpreendido com a decisão do presidente Ernesto Geisel de fechar o Congresso Nacional com o objetivo de implementar a reforma do Poder Judiciário, e vinha enfrentando dificuldade por conta da obstrução da oposição. O fechamento do Congresso durou 14 dias e culminou na decretação do chamado pacote de abril, que consistia em ampliar a hegemonia da ARENA na política nacional, que se sentiu ameaçada pelos resultados das eleições de 1974 e 1976, com um claro crescimento do Movimento Democrático Brasileiro, o MDB.

Indicado pelo presidente Geisel e pelo futuro presidente João Figueiredo, Marco Maciel foi eleito de forma indireta, através de votação pela Assembleia Legislativa de Pernambuco, para o cargo de governador, em setembro de 1978, vindo a assumir o cargo em março de 1979. Com a extinção do bipartidarismo, Marco Maciel foi um dos líderes da criação do Partido Democrático Social, o PDS, que substituiu a Aliança Renovadora Nacional na sustentação do regime militar.

Investido no cargo de governador de Pernambuco, Marco Maciel ficou notabilizado pelo projeto Asa Branca, que tinha como objetivo desenvolver a região semiárida de Pernambuco através da perenização de rios, abertura de estradas vicinais e ampliação da eletrificação rural. Maciel também executou o projeto Viver, que apoiava a zona canavieira, financiado pela Sudene e pelo BNH, no intuito de evitar as tensões sociais consequentes da construção de casas e estradas naquela região.

Em abril de 1982, Marco Maciel deixou o governo para disputar a única vaga em jogo para o Senado Federal, quem assumiu em seu lugar foi José Muniz Ramos, então presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Com a abertura das urnas, tivemos a vitória de Roberto Magalhães sobre Marcos Freire e a de Marco Maciel sobre Cid Sampaio. Aquele pleito foi apertadíssimo e bastante questionado por conta das regras que obrigavam o eleitor a escolher candidatos do mesmo partido na cédula de votação. Foram disputados os cargos de vereador, prefeito, deputado estadual, federal, governador e senador no mesmo pleito.

Já na condição de senador da República, Marco Maciel se preparou para substituir João Figueiredo na disputa pela presidência da República, eleição que seria indireta em janeiro de 1985, dentro do partido ele tinha como adversários o então vice-presidente Aureliano Chaves, o ministro Mário Andreazza e o deputado Paulo Maluf. Em 1984, Maciel comunicou sua intenção de disputar a presidência ao presidente nacional do PDS, o senador José Sarney.

Como o PDS tinha maioria absoluta no Congresso Nacional, aquele que viesse a ser escolhido pelo partido teria grandes chances de vencer o pleito. Porém, se iniciou em 1984 um movimento chamado Diretas Já, que ensejava no restabelecimento das eleições diretas para presidente da República através da emenda do deputado Dante de Oliveira. A proposta ganhou adesão até entre os parlamentares do PDS, e então Maciel começou uma articulação para chegar-se a um meio termo, nem as eleições diretas em 1985, nem a manutenção do sistema que estava vigente, mantendo o calendário de eleições indiretas em 1985 e uma eleição direta prevista para 1988. A votação na Câmara dos Deputados derrubou a tese das eleições diretas, e evitou que a emenda Dante de Oliveira avançasse para o Senado. Com o resultado, voltaram-se as articulações para as eleições indiretas.

A disputa interna do PDS para a sucessão de Figueiredo polarizou entre Paulo Maluf e Mário Andreazza, então Maciel se integrou ao grupo de José Sarney, o qual fazia parte também Aureliano Chaves, que articulava apoio a um nome do PMDB para a disputa de 1985. Em maio daquele ano, Maciel retirou sua candidatura à presidência em busca de uma unidade entre governo e oposição que não deixasse traumas para a redemocratização. Em julho daquele mesmo ano, ao lado de Sarney, Maciel rompeu com o PDS para criar a Frente Liberal, concomitantemente a uma articulação que visava a unidade em torno de um candidato de consenso junto com o PMDB para disputar a eleição.

Esse entendimento resultou na Aliança Democrática que lançaria o então governador de Minas Gerais, Tancredo Neves, ao cargo de presidente da República e o senador José Sarney ao posto de vice-presidente. A chapa da Aliança Democrática derrotou o candidato do PDS, Paulo Maluf na eleição indireta que ocorreu em 15 de janeiro de 1985.

Com a vitória do projeto liderado por Tancredo, a Frente Liberal passou a ser o Partido da Frente Liberal, PFL, que seria presidido pelo próprio Marco Maciel em sua comissão provisória. A importante atuação de Maciel fez com que o presidente Tancredo o convidasse para o cargo de ministro da Educação, mesmo com a morte do presidente eleito, Maciel foi mantido no posto pelo presidente José Sarney.

Como ministro da Educação, a plataforma de Marco Maciel tinha como objetivo melhorar o ensino básico no país, tirando o ensino profissionalizante da obrigatoriedade nas escolas de segundo grau e deixando a cargo das escolas técnicas. Maciel também legalizou a União Nacional dos Estudantes, entidade que tinha sido colocada na ilegalidade durante o regime militar. Durante sua gestão, Marco Maciel ampliou o diálogo com professores e estudantes de todo o país e extinguiu o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), que durou 15 anos. Em substituição ao Mobral, Maciel criou a Fundação Educar, que ofertava alfabetização a jovens e adultos excluídos do acesso a alfabetização.

Com a ampliação do PFL no governo Sarney, Marco Maciel deixou o ministério da Educação para ser substituído por Jorge Bornhausen e assumiu o Ministério da Casa Civil, responsável por toda articulação do governo em 1986. Em fevereiro, o governo lançou o Plano Cruzado, que visava conter o crescimento inflacionário por meio do congelamento de preços e salários. O resultado momentâneo do Plano Cruzado fez com que a popularidade do presidente Sarney crescesse de forma significativa, o que possibilitou ao PMDB, partido do presidente vitória em 26 estados da federação, exceto em Sergipe, cujo eleito foi João Alves Filho, do PFL. Em Pernambuco, Miguel Arraes derrotou José Múcio e ainda levou consigo seus dois senadores, Mansueto de Lavor e Antonio Farias, derrotando a chapa apoiada por Maciel que tinha Roberto Magalhães e Margarida Cantarelli para o Senado.

Com a força obtida pelo PMDB nas urnas e posterior esgarçamento do Plano Cruzado, Maciel começou a perder força na condição de chefe da Casa Civil, e em 1987 já de volta ao Senado, participou ativamente da criação da constituinte e afastado de Sarney, se opôs à prorrogação do mandato do presidente.

Em abril de 1989 colocou novamente seu nome para disputar pelo PFL a presidência da República, porém no mês seguinte o partido escolheu o então ministro de Minas e Energia e ex-vice-presidente Aureliano Chaves para a disputa. Com o fraco desempenho de Aureliano, Maciel participou pouquíssimas vezes da campanha, e no segundo turno declarou apoio a Fernando Collor de Mello contra Luiz Inácio Lula da Silva, sendo o primeiro vitorioso.

Em 1990 numa dura disputa com José Queiroz para o Senado, sagrou-se vitorioso por uma diferença pequena de votos, e continuou em 1991 na Câmara Alta. E imediatamente assumiu a liderança do governo Collor no Senado, sendo responsável pelas articulações do Palácio do Planalto no Congresso Nacional.

Diante das inúmeras denúncias de corrupção do governo Collor, em setembro de 1992, Marco Maciel entregou o posto de líder alegando não ter recebido do Planalto nenhuma prova que inocentasse o presidente na CPI que havia sido instaurada. Com a abertura do processo de impeachment, Collor seria afastado do cargo e assumiria o vice Itamar Franco, que recebeu o apoio de Marco Maciel para formar um governo de reestruturação do país.

Em fevereiro de 1994, Marco Maciel propôs que o PFL não tivesse candidato a presidente e estabeleceu diálogo com outros partidos, para lançar um nome apoiado por uma frente de vários segmentos políticos, porém seu partido chegou a um entendimento com o PSDB e o PTB, amparado pelo êxito do Plano Real liderado pelo então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso. O nome de Maciel foi apresentado pelo PFL para integrar a chapa, porém por conta de receio quanto a sua ligação com os governos anteriores, a escolha recaiu sobre Guilherme Palmeira, senador de Alagoas.

O senador alagoano acabou alvejado por denúncias de corrupção, e teria que ser substituído na chapa de Fernando Henrique, que impulsionado pelo Plano Real, já liderava as pesquisas. Em agosto, Palmeira foi substituído por Marco Maciel, que desta vez não recebeu nenhuma objeção da cúpula tucana, que temia os efeitos da crise envolvendo Guilherme Palmeira na campanha presidencial.

Apesar das críticas que os adversários de Fernando Henrique fizeram, em especial Lula, sobre a escolha de Maciel, que apareceu poucas vezes no guia, a chapa acabou vitoriosa ainda no primeiro turno de 1994. Eleito vice-presidente da República, Marco Maciel foi substituído por Joel de Holanda no Senado Federal.

Pelo seu excelente trânsito no Congresso Nacional, Maciel foi escolhido pelo presidente FHC como articulador político do governo. Inicialmente contrário à reeleição, Maciel acabou aderindo ao posicionamento do seu partido e com a aprovação da emenda da reeleição, foi para a disputa em 1998 novamente como candidato a vice-presidente, sendo reeleito com Fernando Henrique Cardoso.

Durante os oito anos no cargo, Maciel ganhou a marca de vice ideal, devido a sua lealdade ao presidente da República, atuando sempre como um conciliador. Nas eleições de 2002, apoiou José Serra, então ministro da Saúde do governo FHC, e candidatou-se pela terceira vez ao Senado por Pernambuco apoiando a candidatura de Jarbas Vasconcelos. Naquele pleito, a União por Pernambuco elegeu Jarbas para o governo e Marco Maciel e Sérgio Guerra para o Senado. Aquela seria a última de suas grandes vitórias políticas. Passados oito anos do seu mandato, em 2010 foi candidato novamente ao Senado, na chapa de Jarbas, que enfrentaria Eduardo Campos, candidato a reeleição, Armando Monteiro e Humberto Costa, na disputa pelo Senado.

Com a abertura das urnas, que deu a Eduardo Campos a maior votação de um governador da história de Pernambuco, Maciel acabou derrotado para o Senado, encerrando uma brilhante trajetória política em Pernambuco e no Brasil de mandatos eletivos. Ao concluir seu mandato em janeiro de 2011, Maciel deixou a vida pública sem nenhuma mácula de corrupção envolvendo seu nome. Acometido pelo Alzheimer, o ex-vice-presidente da República mostrou ser um artífice do entendimento, sempre buscando o diálogo acima das divergências.

Marco Maciel foi um grande homem público de Pernambuco e sua brilhante passagem pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal, pelos ministérios e pelo governo de Pernambuco, lhe possibilitaram ascender ao maior cargo obtido por um pernambucano com carreira política em nosso estado. Um verdadeiro marco em nossa história, portanto, nada mais justo do que ele ser considerado para sempre o Marco de Pernambuco.

Marco Maciel, Tancredo Neves e Roberto Magalhães
Marco Maciel, José Sarney, Tancredo Neves e Ulysses Guimarães
Antônio Carlos Magalhães, Fernando Henrique Cardoso, Marco Maciel e Michel Temer
Fernando Henrique Cardoso e Marco Maciel
Marco Maciel na tribuna do Senado Federal

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Postado por Edmar Lyra às 9:54 am do dia 17 de maio de 2020 1.402 Comentários

O segundo patrono da Alepe

A Assembleia Legislativa de Pernambuco possui 185 anos de história, fundada em 1º de abril de 1835, mas o atual prédio que conhecemos, na Rua da Aurora, passou a sediar o Poder Legislativo estadual somente em 1º de março de 1875, portanto há 145 anos.

A Alepe recebeu em 1948 o título de Palácio Joaquim Nabuco, em homenagem ao político abolicionista que fez história em Pernambuco. Nabuco tornou-se o patrono daquela Casa que foi palco de muitos momentos históricos em nosso estado.

Numa história quase bicentenária, muitos foram os nomes que passaram por aquela Casa e alguns conseguiram fazer história, como é o caso do nosso personagem, que poderá dividir a história da Casa de Joaquim Nabuco em antes e depois da sua passagem pela presidência daquele poder.

Nascido em Timbaúba em 22 de abril de 1947, Guilherme Aristóteles Uchoa Cavalcanti Pessoa de Melo, construiu uma trajetória no poder judiciário, sendo respeitado na área jurídica pela sua postura conciliadora e de trabalho. Já aposentado, decidiu tentar o mandato de deputado estadual em 1994 pelo PMDB. Após a abertura das urnas, a vitória com 16.137 votos e se iniciava uma história de sucesso na Casa Joaquim Nabuco.

No seu quarto mandato como deputado estadual, Guilherme Uchoa apoiou Eduardo Campos naquele pleito de 2006, inicialmente seus planos seriam apoiar Armando Monteiro, então pré-candidato a governador, mas que desistiu para apoiar Humberto Costa. Sem muita afinidade com Humberto, Guilherme e o PDT, partido que era filiado, formalizaram apoio a Eduardo.

Passada a eleição, e já na formalização da mesa, era preciso encontrar um substituto para Romário Dias, que já estava no seu terceiro mandato como presidente da Casa e iria para o Tribunal de Contas do Estado. Além de Guilherme, surgiu o nome do seu correligionário José Queiroz, que também era aliado de Eduardo. A escolha por Guilherme se deu por um pequeno detalhe, o fato de Miriam Lacerda, esposa do então prefeito de Caruaru Tony Gel, atualmente deputada estadual, ser adversária de Queiroz. O apoio de Miriam a Guilherme desempatou o jogo em prol daquele que viria a ser eleito.

Investido na condição de presidente da Assembleia a partir de fevereiro de 2007, Guilherme Uchoa construiu uma trajetória mais longeva do que a de seu antecessor Romário Dias. Além disso, nos sete anos e três meses em que Eduardo Campos foi governador de Pernambuco, a parceria entre os chefes do legislativo e do executivo foi de fundamental importância para o êxito do governo Eduardo, que marcou história em nosso estado.

Foram quase doze anos de mandato, com questionáveis alterações na legislação por parte da imprensa e de seus adversários para permitir seis mandatos como presidente da Casa. Em Pernambuco, hexa só tem dois, o Náutico e Guilherme Uchoa, que conseguiu diversas reconduções graças a sua forma de comandar o Poder Legislativo. Na condição de presidente da Alepe, Guilherme completou a trinca de fazer parte do poder legislativo, do judiciário e do executivo, porque por diversas vezes chegou a assumir o Palácio do Campo das Princesas por fazer parte da linha sucessória do estado, na ausência dos governadores Eduardo Campos, João Lyra Neto e Paulo Câmara.

Além de ser um presidente bastante conciliador e por diversas vezes atuou como um pai de parlamentares e ex-parlamentares, Guilherme deixou como legado a defesa intransigente da Casa Joaquim Nabuco e principalmente a reformulação da sede daquele poder. Graças ao seu presidente, que mostrou-se mais uma vez arrojado, a Alepe ganhou uma moderna estrutura que a colocou entre as mais bem estruturadas casas legislativas do país.

O plenário, os gabinetes, as salas de comissões, a parte administrativa, todos eles modernos e preparados para atender às demandas dos pernambucanos, só foram possíveis graças a Guilherme Uchoa. Claro que os pares também tiveram sua parcela de contribuição, mas sem um líder para conduzir uma complexa obra, dificilmente o projeto teria saído do papel.

Na busca pelo sétimo mandato como deputado estadual, Guilherme, que deixou o PDT por conta de o partido não aceitar a entrada do seu filho Júnior para ser deputado federal, para se filiar ao PSC, teve complicações de saúde e em 3 de julho de 2018 viria a óbito, deixando a cargo do filho a importância de manter vivo o seu legado. Júnior teve que ser candidato a estadual para não deixar as bases de Guilherme, sempre muito bem atendidas, desacobertadas.

Prestes a completar dois anos da sua partida, Guilherme Uchoa sempre será lembrado, não só pela sua família, mas por todos aqueles que tiveram a oportunidade de conviver e conhecer de perto um homem público firme e determinado que marcou história em nosso estado. A importância de Guilherme Uchoa para a Alepe é tão grande que ele pode ser considerado o segundo patrono da Casa, ou melhor, o patrono da era moderna da Assembleia Legislativa de Pernambuco.

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Postado por Edmar Lyra às 11:00 am do dia 11 de maio de 2020 1 comentário

A petista rejeitada

Neta de Miguel Arraes, Marília elegeu-se vereadora do Recife amparada no sobrenome e na força do primo Eduardo Campos, então governador, em 2008. Foi reeleita sob a mesma condição, chegando a ser secretária de Juventude da gestão de Geraldo Julio. Sua passagem pelo executivo foi bastante questionável, pois além de apagada, não trouxe nada efetivo para a população recifense. Essa experiência colocou em xeque o futuro político de Marília, que depois viria a romper com o primo por causa de uma candidatura a deputada federal negada pelo então governador.

Ao deixar o PSB em 2016 por divergências com o primo e seus sucessores, Marília buscou abrigo no PT, que na época era oposição aos socialistas e apresentou a candidatura de João Paulo a prefeito contra Geraldo Julio, que acabou reeleito. Na eleição teve uma expressiva votação, figurando entre os mais votados. O resultado provou que a prima de Eduardo poderia andar com as próprias pernas e a colocou na condição de pré-candidata a governadora pelo PT.

O projeto inicialmente foi gestado por Humberto Costa, cujo objetivo sempre foi reaproximar-se do PSB. Fato consumado em agosto de 2018 quando a pré-candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco foi efetivamente retirada. Marília teve que se contentar com o mandato de deputada federal, aquele que foi o motivo do seu rompimento com Eduardo Campos quatro anos antes. Há quem diga que se fosse lhe dada a oportunidade de disputa, ela não teria rompido com o primo. Humberto, por sua vez, mostrou quem manda no PT e comprovou que estava certo ao se aliar ao governador Paulo Câmara.

Em 2020, a história se repete. Marília, que não conseguiu ser governadora, terá que se contentar com uma pré-candidatura a prefeita do Recife, enfrentando o primo João Campos, sucessor de Eduardo, porém enfrentará uma série de obstáculos para construir um projeto competitivo, uma vez que sua postulação é rejeitadíssima pela cúpula petista no estado. Ainda que ela venha a se consolidar como nome do PT a prefeita do Recife, fato cada vez mais provável, terá que enfrentar o “fogo amigo” que arde e queima na fogueira de vaidades que é o PT de Pernambuco.

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 14 de março de 2020 2 Comentários

Coluna da Folha deste sábado

PT do Recife quer tirar Marília Arraes e fechar aliança com o PSB 

Faltando pouco mais de vinte dias para o término do prazo de filiação e consequentemente da janela partidária, o presidente do PT Recife, Cirilo Mota, segue defendendo abertamente uma aliança formal com o PSB e a manutenção da Frente Popular que reelegeu Paulo Câmara para governador e Humberto Costa para o Senado.

O dirigente municipal mostra, ainda que veladamente, por não citar nominalmente a deputada federal Marília Arraes, que será um grande óbice para a candidatura própria do partido no Recife em outubro, pois vai trabalhar diretamente pela unidade da esquerda para derrotar o grupo de Jair Bolsonaro no Recife. Na próxima segunda-feira está marcada uma reunião do Grupo Tático Eleitoral para tratar da tese defendida por Cirilo e referendada por nomes como João da Costa, Jurandir Liberal, Humberto Costa e Dilson Peixoto.

A conta é muito simples, além de combater o bolsonarismo no Recife, o PT não admite em hipótese alguma que se cogite a entrega dos cargos nas gestões socialistas porque sabe da necessidade dos espaços depois que o partido perdeu o governo federal e a prefeitura do Recife. Por uma questão de sobrevivência política e eleitoral, muitos quadros petistas trabalharão para minar Marília Arraes.

Queixa – Sete governadores do Nordeste foram ao Supremo Tribunal Federal (STF) reclamar que a região recebeu “apenas 3% dos novos benefícios do Bolsa-Família”. Protocolada nesta quinta (12), a ação foi assinada por Pernambuco, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte. No processo, os Estados argumentam discriminação do Governo Federal, pois “o número de benefícios concedidos em Santa Catarina foi o dobro dos aprovados na região Nordeste”. A ação foi distribuída para Marco Aurélio, vice-decano do STF.

Caravana – O governador Paulo Câmara comanda, nesta segunda (16), o início da Caravana da Educação 2020, um dos momentos mais importantes do calendário anual da Secretaria de Educação e Esportes. A iniciativa busca fortalecer o protagonismo dos estudantes da rede estadual através de atividades culturais, esportivas e pedagógicas, que ocorrem paralelamente à reunião de pactuação de metas. O encontro reúne gestores de todas as 16 gerências regionais (GREs) para discutir e aprimorar objetivos que possam melhorar os índices e resultados da educação no Estado.

RÁPIDAS

Sexagenários – A mesa diretora da Câmara dos Deputados baixou uma resolução desobrigando os deputados com idade acima de 60 anos de irem às sessões da Casa. A decisão é mais uma medida para diminuir os impactos do Coronavírus.

Pânico – O pânico da população em relação ao Coronavírus tem feito os estabelecimentos ficarem sem estoques de produtos essenciais, como álcool em gel, para evitar sintomas da doença. É preciso que as pessoas mantenham calma porque atitudes apressadas não resolverão o problema e podem agravar o prejuízo que estamos sofrendo.

Inocente quer saber – É pertinente o pânico das pessoas com o Coronavírus?

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 29 de fevereiro de 2020 4 Comentários

Coluna da Folha deste sábado

Marília Arraes é a melhor adversária para o PSB em outubro 

Nas eleições de 2018, a então vereadora Marília Arraes era a grande sensação da disputa para o governo de Pernambuco. Até a sua saída do páreo, ela liderava as pesquisas e ameaçava a reeleição do governador Paulo Câmara. Como todos sabem, o PSB fez um esforço junto ao PT nacional para que Marília saísse do páreo, e Humberto Costa foi agraciado com a vaga de senador na chapa de Paulo Câmara. Nas urnas, a eleição foi resolvida no primeiro turno contra a candidatura previsível do então senador Armando Monteiro.

Se a eleição de 2018 foi fundamental a retirada de Marília para o PSB, o mesmo não se justifica para 2020. Pelo contrário, Marília que tinha ao seu lado o sobrenome Arraes e a figura de Lula, peças importantes numa eleição que o peso dos rincões do estado é significativo e impulsionaria seu projeto, o mesmo não se pode dizer da eleição do Recife, onde Lula e Arraes têm peso minorado devido às circunstâncias da disputa na capital.

Para ganhar a eleição em outubro, o PSB terá que dar uma guinada ao centro, pois é nele que está o caminho de uma eleição sem sustos. E nada melhor do que enfrentar uma candidata petista num eventual segundo turno, pois o eleitorado Bolsonarista tenderia a anular o voto ou fazer um voto crítico ao PSB. Além disso, a presença de Marília no jogo evitaria que as críticas ao arraesismo/eduardismo ficassem centradas somente no nome socialista.

A oficialização de Marília no jogo ainda abriria oportunidade para que o PSB destinasse espaços a aliados importantes que continuarão na Frente Popular e almejam ampliar seu quinhão nas gestões socialistas. Portanto, não justifica o PSB fazer qualquer esforço para retirar Marília do jogo e manter o PT na aliança.

CAOS – A Câmara Municipal de Ipojuca está sendo responsável pelo caos administrativo na cidade, uma vez que não aprovou o orçamento de 2020, prejudicando a população mais necessitada com o comprometimento de serviços essenciais.

Eleitoral – Em março, o Tribunal de Justiça de Pernambuco deve indicar duas listas tríplices, dentre advogados, para a composição do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, durante as eleições de 2020. Falta escolher um nome para completar uma lista para desembargador titular e de três nomes para formar uma lista de desembargador substituto. A escolha final e nomeação caberá ao presidente Jair Bolsonaro. Os dois novos desembargadores terão mandato de dois anos na Justiça Eleitoral.

RÁPIDAS

Direto a da Fonte – Romero Albuquerque quer que Bruno Pereira dispute a reeleição em São Lourenço da Mata pelo Progressistas. O deputado estadual não medirá esforços para que seu desejo seja atendido pela executiva do partido e fará solicitação direta a Eduardo da Fonte, presidente da sigla.

Plebiscito – O PDT ingressou com ação no STF contra recente Emenda na Constituição do Rio Grande do Sul, que acabou com a exigência de plebiscito para privatizar empresas estatais estaduais. O governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB), eleito em 2018, quer privatizar três estatais, a CEEE (energia elétrica), Sulgás (gás natural) e CRM (mineração).

Inocente quer saber – Quando os vereadores de Ipojuca aprovarão o orçamento do município?

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Postado por Edmar Lyra às 13:35 pm do dia 16 de fevereiro de 2020 1.075 Comentários

Blog na História: A aliança que derrotou Miguel Arraes em 1998

Jarbas Vasconcelos derrotou Miguel Arraes por uma diferença de mais de 1 milhão de votos

Com o afastamento de Jarbas Vasconcelos de Miguel Arraes que ocorreu em 1992, a União por Pernambuco começaria a ser gestada em 1994, mas somente efetivada em 1996 na eleição de Roberto Magalhães para prefeito do Recife sucedendo o próprio Jarbas Vasconcelos.

Jarbas era aliado de Arraes e ficou chateado com a postura dele em 1990 quando não disputou o Senado em sua chapa, e acreditava que nunca chegaria ao Palácio do Campo das Princesas se continuasse subordinado ao ex-governador, já o PFL nunca havia conseguido derrotar Arraes de forma direta, perdendo em 1986 com José Múcio e com Gustavo Krause em 1994. Separados, eles não chegariam a lugar nenhum.

O deputado federal José Mendonça Bezerra, importante liderança do agreste e do PFL foi o idealizador de uma aliança que faria frente ao poderio de Arraes, fragilizado pelo escândalo dos Precatórios. A chapa então teve o jovem deputado federal Mendonça Filho no posto de vice, com Jarbas Vasconcelos candidato a governador e José Jorge, também deputado federal, como senador.

A chapa de Miguel Arraes teve Fernando Bezerra Coelho como vice e Humberto Costa na disputa pelo Senado. Naquele ano seria a primeira disputa com chances de reeleição, aprovada em Brasília em 1997 com emenda de autoria de Mendonça Filho, mas como não havia a cultura de reeleição em Pernambuco e o escândalo dos Precatórios agravou a situação de Arraes na busca pelo que seria o seu quarto mandato como governador de Pernambuco.

Mendonça Filho, que viria a ser vice-governador e José Mendonça, idealizador da aliança do PFL com Jarbas Vasconcelos

No decorrer da eleição, nenhuma supresa, uma vez que apesar de ser governador, Arraes chegou ao pleito muito desgastado politicamente e fragilizado eleitoralmente. Com a abertura das urnas em 4 de outubro daquele ano, Jarbas Vasconcelos impôs uma derrota de mais de um milhão de votos de diferença a Arraes, levando consigo o senador José Jorge (PFL).

José Jorge também se elegeu senador na chapa da União por Pernambuco

Também foram candidatos a governador Carlos Wilson (PSDB), Fred Brandt (PHS), Lúcia Albuquerque (PSC) e Joaquim Magalhães (PSTU), também disputaram o Senado Waldemar Borges (PPS), João Olímpio (PSC), Ana Rodrigues (PSN) e Temporal (PSTU).

Deputado federal mais votado daquele pleito, Eduardo Campos ao lado de Miguel Arraes, seu avô

Na disputa para deputado federal, mesmo sendo o pivô do escândalo dos Precatórios, Eduardo Campos foi o mais votado daquele pleito com 173.657 votos, seguido de Inocêncio Oliveira (PFL) e Cadoca (PMDB).

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 30 de janeiro de 2020 3 Comentários

Coluna do blog desta quinta-feira

Humberto Costa mostra que tem controle absoluto do PT 

O PT de Pernambuco tem dono. E ele se chama o senador Humberto Costa. Desde a fundação do partido que ele veio de São Paulo para comandar o Partido dos Trabalhadores em Pernambuco ainda na década de oitenta, e já se passaram quase 40 anos onde Humberto mostra que é soberano no partido.

Ele disputou três vezes a prefeitura do Recife, 1988, 1992 e 2012, duas vezes o governo do estado, 2002 e 2006, e três vezes o Senado, 1998, 2010 e 2018, sendo vitorioso apenas nas duas últimas vezes, mas mesmo não sendo uma sumidade em termos eleitorais, ele é de longe a liderança que manda no PT de Pernambuco.

Ao longo dos anos, diversas lideranças do partido caíram no ostracismo, como João Paulo, Maurício Rands, Paulo Rubem Santiago, João da Costa, Fernando Ferro e tantos outros que foram sumindo da política ou deixando o partido, e Humberto seguiu soberano no comando do partido.

Em 2018 foi uma prova cabal que ele manda no partido em Pernambuco, quando foi o artífice da pré-candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco e depois entregou sua cabeça de bandeja ao PSB para garantir a reeleição para o Senado. Foi de longe um estrategista de fazer inveja a Nicolau Maquiavel, jogou como poucos e deu um xeque-mate com a garantia de mais oito anos no Senado.

No segundo mandato de senador, Humberto sonha acordado com a possibilidade de disputar novamente o Palácio do Campo das Princesas em 2022 pois não estará arriscando mandato e para isso considera que o melhor caminho é manter até onde der a aliança com o PSB, novamente retirando Marília Arraes de uma majoritária para valorizar seu capital político junto a socialistas e garantir espaços ainda maiores nas gestões do PSB. O reinado do senador no PT está longe de ter fim, ele vai atuar para novamente degolar Marília e entregar sua cabeça ao PSB, e depois vai fazer o mesmo com os socialistas quando a aliança não lhe for mais interessante.

Adesão – Em Barra de Guabiraba situação perde força! O vereador Eugênio Filho (PDT) passa a fazer parte da oposição, que vem se fortalecendo através de boas articulações. Eugênio vem compor como pré-candidato a vice-prefeito, ao lado da liderança Diogo (MDB), que concorreu as eleições em 2016 e perdeu por 133 votos. Com esta adesão, a oposição passa a ter o maior número de cadeiras na câmara municipal. Antes de Eugênio, a oposição liderada por Diogo já tinha feito a adesão de outras lideranças como Irmão Wilson (SD) e Irmão Mariano (PV).

Contra privatização – Diante da tentativa de privatização das empresas Dataprev e Serpro, o vereador João da Costa vai convocar uma audiência pública na Câmara do Recife para discutir os impactos dessa medida no Recife. Na capital pernambucana, são mais de 700 trabalhadores atuando somente na Serpro. A venda dessa empresa pode ameaçar os empregos desses funcionários, afetando a vida de milhares de recifenses. Essa semana, o petista articulou uma reunião do prefeito Geraldo Julio e sindicalistas cujo objetivo foi articular o apoio do PSB contra a medida do governo Jair Bolsonaro. “Além de ameaçar a proteção de dados públicos importantes, como passaportes, certidões de nascimento e óbito, entre outros, essa medida permite vender a empresas como Google informações importantes dos cidadãos brasileiros e põe em risco a soberania nacional na proteção de dados”, afirma João da Costa.

Faltou noção – Repercutiu muito mal o comentário de Mari Gonzalez, participante do Big Brother Brasil, da TV Globo. A influencer afirmou, em conversa dentro do programa, que a zoofilia “é normal para um monte de pessoas, e está tudo bem”. Quem não gostou nada e manifestou repúdio à fala da confinada foi o deputado estadual Romero Albuquerque – defensor dos animais. “Não precisa ser defensor de animal, basta ser humano para repudiar e se manifestar contra essas falas. Zoofilia é crime, e um crime não pode ser visto como algo comum, normal. Respeitem os animais!”, afirmou Romero.

Pelos direitos dos animais – O deputado estadual Romero Albuquerque foi à Brasília propor a implantação da Secretaria Nacional dos Direitos dos Animais. O encontro com representantes do Governo Federal aconteceu na última quarta-feira (29). O deputado espera sensibilizar as equipes de Jair Bolsonaro quanto a importância da causa animal e a necessidade de um órgão maior para fiscalização, defesa e proteção aos animais.

RÁPIDAS

Solidariedade – O deputado federal Augusto Coutinho vem atraindo importantes quadros para a chapa do Solidariedade. Com apenas um vereador, que é Rodrigo Coutinho, que tentará a reeleição, o partido buscará eleger de dois a três vereadores para a Casa José Mariano.

Força – O deputado estadual Eriberto Medeiros, presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, já tem um estoque de cerca de 100 mil votos com os prefeitos e lideranças políticas que passaram a lhe apoiar. Ele tende a figurar entre os mais votados em 2022.

Inocente quer saber – Se for novamente rifada de uma disputa majoritária, Marília Arraes ainda continuará no PT em 2022?

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Postado por Edmar Lyra às 11:58 am do dia 29 de janeiro de 2020 1 comentário

A chantagem do PT com o PSB

O episódio envolvendo a declaração de Lula no final de semana defendendo a pré-candidatura de Marília Arraes a prefeita do Recife e depois a reunião que não resolveu nada deixou a impressão que novamente o PT faz chantagem com o PSB para ampliar seus espaços nas gestões socialistas tal como fez em 2018.

Marília, que já mostrou ser boa de voto, está novamente sendo um instrumento de barganha de Humberto Costa e de Lula com o PSB. Nas eleições de 2018 a chantagem deu certo, em 2020 não se sabe se dará, porque o PSB só tem a vaga de vice pra oferecer, e entregando ao PT poderá melindrar aliados como MDB, PSD e PP, que serão importantíssimos na vitória de outubro.

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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