Blog Edmar Lyra

O blog da política de Pernambuco

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Postado por Edmar Lyra às 14:07 pm do dia 10 de maio de 2020 6 Comentários

O João Cleofas do século 21

João Cleofas de Oliveira nasceu em Vitória de Santo Antão em 1899, tendo sido prefeito da sua cidade, ministro da Agricultura do governo Vargas, deputado estadual, federal e senador da República no período da ditadura militar.

O sonho de João Cleofas era ser governador de Pernambuco, e tentou por três vezes, 1950, 1954 e 1962, o Palácio do Campo das Princesas, porém acabou derrotado nas três ocasiões. Cleofas teve uma quarta derrota majoritária, quando tentou ser reconduzido em 1974 para o Senado Federal e não obteve êxito, sendo derrotado por Marcos Freire.

Na nossa história recente, temos um político que já equiparou o número de derrotas de João Cleofas, que é Mendonça Filho. Tentou o governo de Pernambuco em 2006, a prefeitura do Recife em 2008 e 2012, e o Senado Federal em 2018, sendo derrotado em todas as ocasiões.

Em 2020, Mendonça Filho pretende novamente tentar a prefeitura do Recife. E caso seja novamente derrotado, vai superar João Cleofas e se tornará o político mais derrotado da história de Pernambuco.

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Postado por Edmar Lyra às 13:35 pm do dia 16 de fevereiro de 2020 Deixe um comentário

Blog na História: A aliança que derrotou Miguel Arraes em 1998

Jarbas Vasconcelos derrotou Miguel Arraes por uma diferença de mais de 1 milhão de votos

Com o afastamento de Jarbas Vasconcelos de Miguel Arraes que ocorreu em 1992, a União por Pernambuco começaria a ser gestada em 1994, mas somente efetivada em 1996 na eleição de Roberto Magalhães para prefeito do Recife sucedendo o próprio Jarbas Vasconcelos.

Jarbas era aliado de Arraes e ficou chateado com a postura dele em 1990 quando não disputou o Senado em sua chapa, e acreditava que nunca chegaria ao Palácio do Campo das Princesas se continuasse subordinado ao ex-governador, já o PFL nunca havia conseguido derrotar Arraes de forma direta, perdendo em 1986 com José Múcio e com Gustavo Krause em 1994. Separados, eles não chegariam a lugar nenhum.

O deputado federal José Mendonça Bezerra, importante liderança do agreste e do PFL foi o idealizador de uma aliança que faria frente ao poderio de Arraes, fragilizado pelo escândalo dos Precatórios. A chapa então teve o jovem deputado federal Mendonça Filho no posto de vice, com Jarbas Vasconcelos candidato a governador e José Jorge, também deputado federal, como senador.

A chapa de Miguel Arraes teve Fernando Bezerra Coelho como vice e Humberto Costa na disputa pelo Senado. Naquele ano seria a primeira disputa com chances de reeleição, aprovada em Brasília em 1997 com emenda de autoria de Mendonça Filho, mas como não havia a cultura de reeleição em Pernambuco e o escândalo dos Precatórios agravou a situação de Arraes na busca pelo que seria o seu quarto mandato como governador de Pernambuco.

Mendonça Filho, que viria a ser vice-governador e José Mendonça, idealizador da aliança do PFL com Jarbas Vasconcelos

No decorrer da eleição, nenhuma supresa, uma vez que apesar de ser governador, Arraes chegou ao pleito muito desgastado politicamente e fragilizado eleitoralmente. Com a abertura das urnas em 4 de outubro daquele ano, Jarbas Vasconcelos impôs uma derrota de mais de um milhão de votos de diferença a Arraes, levando consigo o senador José Jorge (PFL).

José Jorge também se elegeu senador na chapa da União por Pernambuco

Também foram candidatos a governador Carlos Wilson (PSDB), Fred Brandt (PHS), Lúcia Albuquerque (PSC) e Joaquim Magalhães (PSTU), também disputaram o Senado Waldemar Borges (PPS), João Olímpio (PSC), Ana Rodrigues (PSN) e Temporal (PSTU).

Deputado federal mais votado daquele pleito, Eduardo Campos ao lado de Miguel Arraes, seu avô

Na disputa para deputado federal, mesmo sendo o pivô do escândalo dos Precatórios, Eduardo Campos foi o mais votado daquele pleito com 173.657 votos, seguido de Inocêncio Oliveira (PFL) e Cadoca (PMDB).

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Postado por Edmar Lyra às 9:00 am do dia 26 de janeiro de 2020 1 comentário

Blog na História: A derrota que projetou José Múcio em 1986

José Múcio em caminhada no centro do Recife

A eleição de 1986 para o governo de Pernambuco foi marcada pela previsibilidade, com a vitória de Miguel Arraes sobre José Múcio Monteiro. O contexto daquela eleição remete ao ano anterior quando Miguel Arraes e Jarbas Vasconcelos conquistaram uma vitória representativa para a prefeitura do Recife derrotando uma aliança entre o PFL e o PMDB com Jarbas filiado ao PSB. A eleição de 1985 serviu para mostrar a força de Arraes, que abdicou de disputar o governo em 1982, pouco depois de voltar do exílio em 1979.

O PFL, sucedâneo da Arena e do PDS, tinha três nomes para a disputa, o primeiro era Gustavo Krause, que sabendo da dificuldade da eleição, não quis entrar na disputa. E avançou a possibilidade de ser Joaquim Francisco, que havia sido prefeito do Recife e voltaria a ser dois anos depois, em 1988. Porém, o partido preferiu lançar o jovem José Múcio Monteiro,  de apenas 38 anos, que tinha sido vice-prefeito de Rio Formoso e depois fora eleito prefeito da cidade, porém optou por presidir a Celpe. Múcio também tinha sido secretário de Transporte entre 1982 e 1985.

Então governador de Pernambuco, Roberto Magalhães renunciou o mandato para disputar o Senado e tinha amplo favoritismo naquela disputa, pois deixava o governo bem-avaliado. Magalhães sonhava em ser senador constituinte, fato que não se confirmou com a abertura das urnas. Franco favorito, Arraes, então com 70 anos de idade, era tido como o novo, foi o candidato dos jovens e da esquerda na época, enquanto Múcio, de apenas 38 anos, era tido como o candidato dos velhos. Essa inversão de valores mostrava o quanto Miguel Arraes era uma figura icônica e por quê ele cravou seu nome na história de Pernambuco.

A campanha, de alto nível, vale salientar, não teve muitas surpresas para o governo, uma vez que Arraes confirmou seu favoritismo, enquanto Múcio entrou para a história como o derrotado mais vitorioso da história de Pernambuco, pois foi a partir dali que ele viria a ser cinco vezes deputado federal, ministro das Relações Institucionais de Lula e presidente do Tribunal de Contas da União. A bela campanha de Múcio deixou muitos saudosos acreditando que ele poderia em algum momento ser governador de Pernambuco. O próprio Eduardo Campos, neto de Arraes, sondou Múcio para disputar a sua sucessão em 2014, e quatro anos antes quis tê-lo em sua chapa para o Senado na vaga que posteriormente foi destinada a Armando Monteiro, primo de Múcio.

Miguel Arraes e Carlos Wilson em evento de campanha com a presença de Ulysses Guimarães

O resultado final daquela disputa de 1986 deu a Miguel Arraes 1.587.726 votos, o equivalente a 60,91%, que teve como vice Carlos Wilson, contra 1.018.800 votos (39,09%) de José Múcio Monteiro, que teve como vice José Ramos. Já para o Senado, como falamos anteriormente, o favoritismo de Roberto Magalhães não se confirmou com a abertura das urnas, pois Miguel Arraes lançou na sua chapa o então deputado federal Mansueto de Lavor, pelo PMDB e trouxe o deputado federal Antônio Farias, que era do PDS mas trocou pelo PMB para poder aliar-se a Arraes e ser candidato em sua chapa.

José Ramos, Roberto Magalhães, Margarida Cantarelli, Gustavo Krause e José Múcio Monteiro

A chapa do PFL teve, além de José Múcio, que disputou o governo, Roberto Magalhães e Margarida Cantarelli que tentaram o Senado. Roberto Magalhães dormiu senador e acordou sem mandato, pois Arraes deu a Mansueto de Lavor 1.280.388 votos, enquanto Antônio Farias alcançou 1.204.869. Magalhães por sua vez amargou o terceiro lugar com 1.015.328 votos. Ainda foram candidatos ao Senado, Cid Sampaio (PL), Ivan Maurício (PSB) e Jacob Nouri (PDT).

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Postado por Edmar Lyra às 9:00 am do dia 19 de janeiro de 2020 Deixe um comentário

Blog na História: A derrota de Roberto Magalhães em 2000

Jarbas Vasconcelos, Marco Maciel e Roberto Magalhães naquela fatídica eleição 

Este ano está completando vinte anos de uma das eleições mais marcantes da história de Pernambuco, que foi a vitória de João Paulo contra Roberto Magalhães, então prefeito e candidato à reeleição, vários foram os fatores que contribuíram para a vitória de João Paulo, que de azarão acabou chegando ao Palácio do Capibaribe.

O então vice-presidente da República Marco Maciel acompanhou Roberto Magalhães na votação

No ano de 2000, o Recife vivia um momento positivo com uma gestão bem-avaliada liderada pelo prefeito Roberto Magalhães. Dois anos antes, Jarbas Vasconcelos havia derrotado Miguel Arraes e Fernando Henrique Cardoso foi reeleito presidente da República. Havia uma frente política muito forte em torno de Roberto, que contava com a força do então governador Jarbas Vasconcelos e chegou na disputa como franco favorito para vencer a eleição. Naquela ocasião, a União por Pernambuco liderada pelo então governador Jarbas Vasconcelos era um grupo político considerado imbatível para a disputa.

Além de Roberto Magalhães (PFL) e João Paulo (PT), que protagonizaram o segundo turno, a disputa teve Carlos Wilson (PPS), Fred Brandt (PHS), Vicente André Gomes (PDT) e Pantaleão (PSTU).

O monumento de Francisco Brennand não ficou de fora da eleição de 2000

A disputa foi marcada por muitas polêmicas envolvendo o então prefeito, que chegou a entrar armado na redação do Jornal do Commercio por conta de uma matéria do jornalista Orismar Rodrigues, um ano antes, em agosto de 1999. Roberto Magalhães entendeu que ele tinha ferido sua honra e foi tirar satisfações com o jornalista.

Carlos Wilson e Walmir Chagas, o “Mané Chinês”

O episódio foi bastante utilizado pelos seus adversários, em especial Carlos Wilson que utilizou o personagem “Mané Chinês” protagonizado pelo ator Walmir Chagas que fazia duras críticas ao prefeito, mas com muito humor e dizia que Recife iria eleger Carlos Wilson e mandar Roberto Magalhães pra China.

A polêmica banana de Roberto Magalhães/Acervo JC Imagem

Mas este não foi o único episódio que prejudicou Magalhães. Durante uma carreata na Avenida Boa Viagem no último domingo que antecedia a eleição do primeiro turno, ao ser provocado por adversários, o prefeito deu uma banana, que prontamente foi colocada no guia eleitoral, o que atrapalhou ainda mais os planos do prefeito de se reeleger.

A greve da PM que atrapalhou Roberto Magalhães

Outra situação que prejudicou muito a reeleição de Roberto Magalhães foi uma greve da PM deflagrada nas vésperas da eleição. Apesar de o prefeito não ter relação direta, uma vez que segurança pública era dever do então governador Jarbas Vasconcelos, a greve teve papel determinante para desgastar ainda mais a figura de Roberto Magalhães.

Roberto Magalhães em debate na Globo

A eleição ocorreu no dia 1 de outubro de 2000, e as urnas trouxeram Roberto Magalhães com 345.915 votos (49,42% dos votos válidos) e João Paulo com 249.282 (35,62% dos votos válidos). Pela primeira vez na história o Recife iria a um segundo turno em disputa de prefeito.

Carlos Wilson, João Braga e João Paulo em evento de campanha no segundo turno

 

O debate entre os candidatos na Globo no segundo turno

Na segunda etapa, João Paulo contou com o apoio de Fred Brandt, Pantaleão, Vicente André Gomes e Carlos Wilson e cresceu mais de 130 mil votos em relação ao primeiro turno e configurou-se numa das maiores zebras das eleições em Pernambuco. No final João Paulo obteve 382.988 votos (50,38% dos votos válidos) contra 377.153 votos (49,62% dos votos válidos) de Roberto Magalhães no dia 29 de outubro daquele ano.

João Paulo no meio do povo após ser eleito prefeito do Recife

 

Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem

Assista a trechos do guia eleitoral daquela fatídica eleição:

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 13 de janeiro de 2020 Deixe um comentário

Coluna do blog desta segunda-feira

PSB considera declaração de Jarbas como barganha do MDB 

A semana que se passou trouxe muita expectativa e especulação sobre o futuro da Frente Popular nas eleições de outubro. Iniciou com a dura declaração da ministra Ana Arraes criticando frontalmente João Campos, o virtual nome do PSB para a disputa, e encerrou com a declaração do senador Jarbas Vasconcelos defendendo a candidatura própria do MDB a prefeito do Recife sob a liderança de Raul Henry.

A declaração não foi bem recebida pelo PSB, uma vez que o governo se considera credor da eleição de Jarbas Vasconcelos para o Senado e de Raul Henry para deputado federal em 2018. Os governistas entendem que sem o apoio de Paulo Câmara e do PSB, Jarbas e Raul poderiam ter perdido o MDB e até mesmo seus respectivos mandatos na eleição passada, e por isso cogitar candidatura própria a prefeito é ingratidão ou barganha com o PSB.

Setores governistas em reserva acreditam que Jarbas e Raul estariam de olho em valorizar o passe deles e ampliar o espaço nas gestões do PSB, mais do que isso, garantir a vice na chapa encabeçada pelo PSB na disputa em outubro e por isso as declarações de Jarbas. Eles também apostam que Raul Henry não teria coragem de disputar novamente a prefeitura do Recife porque nunca foi afeito a correr riscos na política, e a avaliação é que uma derrota de Henry este ano seria encurtar a sua carreira política, quando o deputado pode renovar a aliança com o PSB e garantir as condições de reeleição em 2022.

Socialistas relembram o resgate político que Eduardo Campos fez a Raul Henry e a Jarbas Vasconcelos, o primeiro não tinha votos para se reeleger federal em 2014 e foi ser vice-governador de Paulo Câmara, enquanto Jarbas havia sido derrotado em 2010 de forma acachapante por Eduardo e já estava prestes a receber a extrema-unção política quando foi ressuscitado pelo ex-governador, primeiro para ser deputado federal em 2014 e depois para ser senador na chapa de Paulo Câmara em 2018.

Procissão marítima – Na tarde deste domingo (12), o deputado estadual Guilherme Uchoa Júnior participou da 159° Buscada de São Gonçalo do Amarante, padroeiro da cidade de Itapissuma, no Grande Recife. Uma das principais procissões marítimas do Brasil, a buscada é uma manifestação de fé e religiosidade dos pescadores da região. Pelo menos 150 embarcações participaram do evento, transportando milhares de fiéis e visitantes. Uchoa fez o percurso no barco que carregou o andor com a imagem do padroeiro.

João Alfredo – A cúpula do PP esteve presente no ato de filiação de pré-candidatos a vereador em João Alfredo. O secretário Zé Maurício, pré-candidato do partido a prefeito, reuniu o presidente da Alepe, Eriberto Medeiros e o deputado federal Eduardo da Fonte, presidente estadual do PP.

Patrícia Domingos – Impressiona o volume de citações espontâneas que a delegada Patrícia Domingos vem recebendo nas redes sociais para disputar a prefeitura do Recife em outubro. Ainda indecisa quanto a entrar na disputa, Patrícia surge como a única novidade da oposição para a eleição deste ano.

Reedição – Em Ipojuca, deveremos ter uma reedição da disputa de 2017 na eleição suplementar quando Célia Sales derrotou Carlos Santana. Eles deverão novamente se enfrentar pela prefeitura em outubro.

RÁPIDAS

De volta – O deputado federal André de Paula, presidente estadual do PSD voltará de viagem no próximo dia 17 e a expectativa é que ele anuncie oficialmente a saída do seu partido da Frente Popular tão logo pise em solo pernambucano.

Sucesso – A seção Blog na História que estreou ontem sobre a eleição de 1985 para prefeito do Recife foi um sucesso absoluto de audiência. Em breve divulgaremos outras eleições históricas em Pernambuco.

Inocente quer saber – Sem Gleide Ângelo na disputa, tem adversário para Anderson Ferreira em Jaboatão?

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista da Folha de Pernambuco, palestrante, comentarista da Rádio Folha e de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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