Blog Edmar Lyra

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 14 de junho de 2021 Deixe um comentário

Coluna da Folha desta segunda-feira

A triste partida do Marco de Pernambuco 

O Brasil perdeu no último sábado um de seus maiores expoentes da vida pública. O vice-presidente Marco Maciel nos deixou aos 80 anos de idade. Ao longo de quase seis décadas de vida pública, quando iniciou como líder do movimento estudantil, Marco Maciel construiu uma trajetória imaculada, não tendo qualquer tipo de escândalo que viesse a desabonar sua conduta.

Foi deputado estadual, federal, secretário, ministro, presidente da Câmara dos Deputados, senador, vice-presidente e eventualmente presidente da República durante as ausências de Fernando Henrique Cardoso, e sempre se destacou pela sua capacidade de diálogo em defesa dos interesses do país.

Quando deixou a vice-presidência da República em 2002, assumiu seu último mandato como senador, o terceiro em sua trajetória, antes havia sido eleito em 1982 após deixar o governo de Pernambuco e em 1990 quando foi reeleito, conseguindo um feito até então inédito na história democrática de Pernambuco de ocupar o Senado por três ocasiões.

Seu desaparecimento, após ser acometido pelo Alzheimer, encerrou em definitivo uma carreira que tanto atuou em defesa de Pernambuco e do Brasil. Por estarmos em plena pandemia, a despedida de Maciel não foi a altura do que ele merecia, porém fica o seu legado, que representa uma forma ímpar de fazer política, cada vez mais escassa nos dias de hoje, mas que em muito contribuiu com o nosso país.

Projeto Asa Branca – Uma das obras de Marco Maciel foi o Projeto Asa Branca que levou água para o sertão pernambucano. O projeto ficou imortalizado na canção de Luiz Gonzaga, que enalteceu a atuação do então governador de Pernambuco, Marco Maciel.

Herdeiro – Entre os políticos que estiveram mais próximos de Marco Maciel, aquele que é considerado o herdeiro natural do macielismo é o deputado federal André de Paula, que trabalha na hipótese de ser candidato a senador em 2022. André de Paula está no sexto mandato na Câmara dos Deputados.

Contemporâneos – Daqueles que tiveram atuação similar a trajetória de Marco Maciel em Pernambuco, restam vivos apenas Gustavo Krause, Jarbas Vasconcelos e Roberto Magalhães. Porém, somente Jarbas detém mandato eletivo. Os demais já haviam deixado a política de mandatos há muito tempo.

Motociata – O presidente Jair Bolsonaro participou de uma moticiata em São Paulo no último sábado. O evento reuniu diversos aliados do presidente, dentre eles o ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas.

Antecipando – O governador João Doria antecipou em um mês o cronograma de vacinação em São Paulo. Agora, a expectativa é que os paulistas acima de 18 anos sejam vacinados até o mês de setembro.

Inocente quer saber – A motociata de Jair Bolsonaro em São Paulo deu quantas pessoas?

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 22 de dezembro de 2020 10 Comentários

Coluna da Folha desta terça-feira

Geraldo Julio deixará a prefeitura mirando 2022

Secretário de Planejamento e Gestão de Eduardo Campos em 2007, indicado pelo então secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, Geraldo Julio teve carreira meteórica na política pernambucana, substituindo FBC no Desenvolvimento Econômico em 2011 e sendo o candidato de Eduardo Campos a prefeito do Recife em 2012. De lá pra cá, Geraldo venceu duas eleições para prefeito e foi fundamental para a vitória do prefeito eleito João Campos em 2020.

Geraldo deixará a prefeitura no próximo dia 31, passando o bastão para o próximo prefeito no dia 1 de janeiro, e terá como desafio percorrer o estado para consolidar-se como opção para disputar o Palácio do Campo das Princesas, com o objetivo de entrar para o seleto grupo de políticos que governaram a capital e o estado, composto por Joaquim Francisco, Jarbas Vasconcelos, Miguel Arraes, Roberto Magalhães e Gustavo Krause.

Geraldo conclui seu ciclo na prefeitura com um arsenal de obras, como os dois hospitais, os Compaz, as Upinhas, as ciclofaixas e tantas outras obras que possibilitaram ao prefeito um importante legado de realizações para a cidade que o credenciam para pensar em ser governador de Pernambuco daqui a dois anos.

Perplexidade – Marco Aurélio, atual decano do Supremo Tribunal Federal (STF), disse ver “com perplexidade” a decisão do colega Kassio Nunes, que suspendeu trecho da Lei da Ficha Limpa sobre o prazo de inelegibilidade após condenação. “Eu vejo com uma certa perplexidade, porque Supremo já tinha enfrentado essa lei, né?”, disse o decano. Kassio foi indicado ao STF em 2020 por Jair Bolsonaro. A decisão pode livrar muitos políticos da “ficha-suja”.

Missão – Com o fim do segundo turno em Macapá (AP) neste domingo (20), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, gravou um vídeo de agradecimento a servidores, colaboradores, magistrados e agentes das forças de segurança que atuaram no processo eleitoral de 2020. “Volto mais uma vez a me dirigir a todos da Justiça Eleitoral para agradecer a colaboração: missão cumprida!”, disse o presidente da Justiça Eleitoral.

Hemobrás – A procuradora Silvia Regina Pontes Lopes, do Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco, expediu recomendação ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, com objetivo de garantir o atendimento da demanda do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2021 junto à Hemobrás, estatal federal sediada em Goiana (PE). O objetivo é garantir que a Hemobrás tenha estoque de insumos para seguir produzindo medicamentos para hemofilia.

Avaliação – Na avaliação do ex-ministro Mendonça Filho, o saldo do Democratas nas eleições municipais deste ano foi positivo, quando elegeu nove prefeitos e obteve uma expressiva votação na capital pernambucana. Mendonça aposta que o partido irá eleger três deputados federais e cinco estaduais em 2022.

Reviravolta – O jogo promete mudar na eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal do Recife. O vereador Hélio Guabiraba lançou o seu nome para o posto de primeiro-secretário da Casa, após uma conversa com os caciques do partido. Sendo o terceiro mais votado do PSB na eleição deste ano, nos bastidores Hélio Guabiraba é considerado um dos nomes mais fortes para conquistar o posto.

Inocente quer saber – Qual será a função de Geraldo Julio até 2022?

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 14 de dezembro de 2020 1.837 Comentários

Coluna da Folha desta segunda-feira

Cadoca deixa legado na política pernambucana 

Carlos Eduardo Cintra da Costa Pereira, mais conhecido como Cadoca, nasceu em 23 de abril de 1940, na década de oitenta elegeu-se vereador do Recife, ficando no cargo por três mandatos, até que em 1994 foi eleito deputado estadual, e chegou pela primeira vez à Câmara dos Deputados em 1998, ficando no cargo por cinco mandatos.

No executivo, Cadoca foi secretário de Desenvolvimento Econômico,  Turismo e Esportes da gestão de Jarbas Vasconcelos, permanecendo no posto durante a gestão de Roberto Magalhães. Com a ascensão de Jarbas ao governo de Pernambuco, Cadoca teve novo destaque, novamente como comandante da pasta de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Esportes, sendo responsável pelo crescimento de Suape e também de ações voltadas para o turismo no estado. Seu trabalho o credenciou para disputar a prefeitura do Recife em 2004, porém não obteve êxito, sendo derrotado por João Paulo, que tentava a reeleição.

Na segunda tentativa em 2008, Cadoca novamente não obteve êxito, porém sua paixão pelo Recife era latente em sua vida pública. Apesar de não ter conseguido realizar seu grande sonho, sua trajetória ficou marcada não só pelas realizações que executou ao longo da sua vida pública, bem como pela seriedade e pelo respeito como tratava a política e a gestão pública.

Cadoca do Recifolia, do Circuito do Frio, de Suape, Cadoca de Recife, de Pernambuco, da política. Uma perda irreparável neste domingo para quem acompanhou a bela trajetória desempenhada por ele nos seus oitenta anos de vida e metade dedicada à política.

Jarbas Vasconcelos – O senador Jarbas Vasconcelos lamentou a partida do amigo Cadoca, com quem teve idas e vindas, mas que recentemente reataram a relação pessoal. Com a partida de Cadoca, Jarbas fica no seleto grupo mais experiente da política pernambucana, que também compreende Roberto Magalhães, José Queiroz, Inocêncio Oliveira, Joaquim Francisco e Gustavo Krause.

Silvio Costa – Visivelmente emocionado, o ex-deputado Silvio Costa também lamentou a partida de Cadoca. Na eleição de 2004 eles tiveram duros embates, porém Silvio disse que se pudesse voltar no tempo, teria ajudado Cadoca a realizar o sonho de ser prefeito do Recife.

Sucessor – O vereador Samuel Salazar (MDB) configurou-se no herdeiro político do legado de Cadoca. Nas eleições deste ano, Salazar obteve uma expressiva votação com 9.188 votos, sendo reeleito para a Casa José Mariano. Cadoca participou ativamente na construção do seu projeto político.

Recuperado – Em meio a tantas notícias ruins envolvendo diversos amigos por conta da COVID-19, eis que surgiu a bela notícia da recuperação do ex-senador Armando Monteiro que foi duas vezes infectado pelo vírus, mas está recuperado e em casa. Algo a se comemorar muito por todos nós!

Encontro – A Amupe realiza nesta segunda-feira um encontro com os prefeitos eleitos na cidade de Gravatá. Além da presença do governador Paulo Câmara, o evento contará com uma importante palestra sobre a vacina do Butantã para a COVID-19.

Inocente quer saber – Essa semana teremos novas confirmações na equipe de João Campos?

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Postado por Edmar Lyra às 9:28 am do dia 16 de junho de 2020 Deixe um comentário

O tricolor Aristófanes de Andrade

Nascido no Recife em 1918, Aristófanes de Andrade formou-se em Direito e tornou-se procurador da Caixa Econômica Federal, seu primeiro mandato foi conquistado em 1951 como vereador do Recife. Nesta época, vereador não recebia salário e as sessões da Câmara Municipal ocorriam no turno da noite.

A atuação de Aristófanes era mais voltada para os bairros de Água Fria, Beberibe, Dois Unidos e adjacências, chegando a manter centros sociais com serviços médicos e lazer nestes bairros e em outros como Areias, Brasília Teimosa, entre outros.

Aristófanes presidiu a Câmara Municipal do Recife durante quatro oportunidades, e assumiu a prefeitura do Recife em 34 ocasiões. Ele conviveu com diversas personalidades da Câmara como Moacyr André Gomes, Rubem Gambôa, André de Paula, Romildo Gomes, Augusto Lucena, Gustavo Krause, Edmar Lyra Cavalcanti, e muitos outros. Seu tom conciliador fez dele uma figura muito querida entre os pares.

Além da atuação parlamentar e o gosto pela política, Aristófanes tinha outra grande paixão, o Santa Cruz Futebol Clube. A história do tricolor pernambucano se confunde com a de Aristófanes, que começou no “Mais Querido” ainda na década de 30.

Seu prestígio e sua paixão pelo clube foram fundamentais na construção do Estádio José do Rego Maciel, que até hoje é um dos maiores monumentos do futebol brasileiro. Ele chegou a presidir o Santa Cruz pela primeira vez em 1953 e comprou uma casa na Avenida Beberibe, número 1285, o que seria o maior estádio de Pernambuco.

Foi durante sua gestão que o Santa Cruz deu a arrancada para o pentacampeonato em 1969, encerrando a sequência de títulos do Clube Náutico Capibaribe que no ano anterior tinha se tornado hexacampeão pernambucano. A história do Santa Cruz Futebol Clube pode ser dividida entre antes e depois de Aristófanes, que assim como os meninos que fundaram o clube em 1914, teve uma grande dedicação ao tricolor pernambucano, atuando na decisão de levar o Santa Cruz em 1943 para o bairro do Arruda, depois da construção do estádio, inclusive atuando para que o Canal do Arruda fosse deslocado, o que possibilitou a construção do José do Rego Maciel, etc.

Durante seus mais de quarenta anos como vereador do Recife, Aristófanes ficou marcado na história da capital pernambucana como um homem público da mais elevada categoria, sendo intenso como representante do povo e presidente do Santa Cruz, que juntamente com a vereança, foi o grande sentido da sua vida.

Em 12 de julho de 1997, aos 79 anos, depois de ter passado o bastão para o sobrinho Antônio Luiz Neto na Câmara Municipal do Recife, Aristófanes encerrou sua vida, vítima de um enfarte no miocárdio, o coração tricolor e recifense não aguentou mais, e ele se foi.

Mas seus mais de 40 anos de vida pública e mais de 60 de dedicação ao Santa Cruz Futebol Clube fizeram dele um dos homens públicos mais importantes do Recife, que ficou marcado em nossa história. Aristófanes se foi, mas assim como o seu (o nosso) amado Santa Cruz, nasceu e viverá eternamente no coração do povo do Recife e de Pernambuco.

Aristófanes de Andrade no meio da massa tricolor
Estádio José do Rego Maciel, do Santa Cruz, uma das obras da vida de Aristófanes de Andrade

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Postado por Edmar Lyra às 9:35 am do dia 22 de maio de 2020 615 Comentários

O professor Moura Cavalcanti

Nascido em 30 de outubro de 1925 no engenho Cipó em Timbaúba, José Francisco de Moura Cavalcanti ficou órfão de pai e mãe muito cedo, sendo criado por um avô. Seus familiares eram proprietários de terras na região, que seriam herdadas por ele quando completasse a maioridade. Em 1945, aos 20 anos de idade, Moura Cavalcanti elegeu-se prefeito de Macaparana, iniciando assim a sua vida pública.

Ele ingressou na Faculdade de Direito, porém como tinha muitas responsabilidades para cuidar, teve que interromper seus estudos, formando-se apenas em 1954. Neste mesmo ano tiveram as eleições para o governo de Pernambuco, e como líder político da sua região, a Mata Norte, atuou na campanha do marechal Osvaldo Cordeiro de Farias, que viria a ser eleito.

Moura foi procurador do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Pernambuco (IPSEP).  Nas eleições de 1960 acompanhou Cordeiro de Farias no apoio a Jânio Quadros, atuando intensamente na sua campanha em Pernambuco. Com a vitória de Jânio, Moura foi nomeado governador do território do Amapá, levando diversos pernambucanos para compor o seu secretariado.

Durante sua gestão, que durou apenas um ano, por conta da renúncia do presidente, Moura construiu uma estrada que ligava Macapá à Guiana Francesa, deu continuidade à construção de uma usina hidrelétrica e racionalizou a exploração dos minérios de ferro naquela região, a partir do aprofundamento das pesquisas de campo e do levantamento aéreofotogramétrico da região.

Voltando a Pernambuco, foi secretário de Administração do governo Paulo Guerra, representando Pernambuco no conselho deliberativo da SUDENE. Também foi secretário extraordinário de Pernambuco no governo Nilo Coelho.

Em 1970, o então presidente general Emílio Garrastazu Médici extinguiu dois institutos e um grupo executivo e unificou as ações no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), nomeando Moura Cavalcanti como seu primeiro presidente, com isso iniciou o processo de colonização da Amazônia, parte de uma política de integração nacional que daria início a construção da rodovia Transamazônica e a ocupação de suas margens como um de seus pilares. O governo federal tinha como estratégia diminuir o excedente demográfico do Nordeste, transferindo-o para o Norte, no sentido de reduzir as tensões sociais no tocante ao uso e posse da terra na região.

O INCRA também ficou responsável pelo Proterra que visava distribuir terras no Norte e Nordeste e estimular a agroindústria nas duas regiões. Em 1973, Moura Cavalcanti foi nomeado ministro da Agricultura, estimulando empreendimentos agropecuários na Amazônia, o que segundo ele, era o único caminho para o desenvolvimento da região. Ainda na pasta, Moura criou a Embrapa, elaborou o Plano de Desenvolvimento de Pesca e encaminhou a criação do Código Nacional de Bebidas, regulamentação que viria a ser conhecida como Lei dos Sucos.

Em 15 de março de 1974 com o fim do governo Médici, Moura Cavalcanti passou a postular o governo de Pernambuco, e numa consulta realizada com membros da Aliança Renovadora Nacional do estado, Moura Cavalcanti obteve 46 votos, derrotando Paulo Maciel e Marco Antônio de Oliveira Maciel. Contando com o apoio do então governador Eraldo Gueiros e do ex-governador Cordeiro de Farias, Moura foi escolhido pelo presidente Geisel para postular o cargo, apesar da oposição do ex-governador e então deputado federal Etelvino Lins.

Moura Cavalcanti foi escolhido pela Assembleia Legislativa de Pernambuco para o cargo de governador, assumindo o posto em 15 de março de 1975. Durante o seu governo, ficou marcado pela construção das barragens de Carpina e de Goitá, a drenagem do Rio Capibaribe para conter os efeitos das enchentes daquela época, iniciou a construção do Terminal Integrado de Passageiros (TIP), construiu o Centro de Convenções e lançou a pedra fundamental do Complexo Industrial de Suape em 1978, projeto já iniciado pelo seu antecessor Eraldo Gueiros.

Além das diversas ações como prefeito de Macaparana, presidente do INCRA, ministro da Agricultura, governador do Amapá e de Pernambuco, um dos principais legados de Moura Cavalcanti foi forjar quadros na política, como por exemplo Gustavo Krause, José Jorge, Joaquim Francisco e Maviael Cavalcanti, que iniciaram sua trajetória na política ao lado do governador.

Após deixar o governo de Pernambuco em 1979, sendo sucedido por Marco Maciel, Moura Cavalcanti se dedicou aos negócios privados, também teve que se tratar de um câncer e vítima de complicações da doença, veio a óbito em 28 de novembro de 1994.

A vida pública de Moura Cavalcanti deixou importante legado para o Brasil e especialmente para Pernambuco, sendo um dos políticos mais emblemáticos da nossa história.

Deputado Edgar Lins Cavalcanti, do Café Petinho, e o governador Moura Cavalcanti
Visita do presidente Ernesto Geisel a Pernambuco
Inauguração da Barragem do Carpina
Reunião do governador Moura Cavalcanti com o presidente Ernesto Geisel
Visita a Taquaritinga do Norte com a primeira-dama Dona Suçu

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Postado por Edmar Lyra às 9:00 am do dia 26 de janeiro de 2020 3.137 Comentários

Blog na História: A derrota que projetou José Múcio em 1986

José Múcio em caminhada no centro do Recife

A eleição de 1986 para o governo de Pernambuco foi marcada pela previsibilidade, com a vitória de Miguel Arraes sobre José Múcio Monteiro. O contexto daquela eleição remete ao ano anterior quando Miguel Arraes e Jarbas Vasconcelos conquistaram uma vitória representativa para a prefeitura do Recife derrotando uma aliança entre o PFL e o PMDB com Jarbas filiado ao PSB. A eleição de 1985 serviu para mostrar a força de Arraes, que abdicou de disputar o governo em 1982, pouco depois de voltar do exílio em 1979.

O PFL, sucedâneo da Arena e do PDS, tinha três nomes para a disputa, o primeiro era Gustavo Krause, que sabendo da dificuldade da eleição, não quis entrar na disputa. E avançou a possibilidade de ser Joaquim Francisco, que havia sido prefeito do Recife e voltaria a ser dois anos depois, em 1988. Porém, o partido preferiu lançar o jovem José Múcio Monteiro,  de apenas 38 anos, que tinha sido vice-prefeito de Rio Formoso e depois fora eleito prefeito da cidade, porém optou por presidir a Celpe. Múcio também tinha sido secretário de Transporte entre 1982 e 1985.

Então governador de Pernambuco, Roberto Magalhães renunciou o mandato para disputar o Senado e tinha amplo favoritismo naquela disputa, pois deixava o governo bem-avaliado. Magalhães sonhava em ser senador constituinte, fato que não se confirmou com a abertura das urnas. Franco favorito, Arraes, então com 70 anos de idade, era tido como o novo, foi o candidato dos jovens e da esquerda na época, enquanto Múcio, de apenas 38 anos, era tido como o candidato dos velhos. Essa inversão de valores mostrava o quanto Miguel Arraes era uma figura icônica e por quê ele cravou seu nome na história de Pernambuco.

A campanha, de alto nível, vale salientar, não teve muitas surpresas para o governo, uma vez que Arraes confirmou seu favoritismo, enquanto Múcio entrou para a história como o derrotado mais vitorioso da história de Pernambuco, pois foi a partir dali que ele viria a ser cinco vezes deputado federal, ministro das Relações Institucionais de Lula e presidente do Tribunal de Contas da União. A bela campanha de Múcio deixou muitos saudosos acreditando que ele poderia em algum momento ser governador de Pernambuco. O próprio Eduardo Campos, neto de Arraes, sondou Múcio para disputar a sua sucessão em 2014, e quatro anos antes quis tê-lo em sua chapa para o Senado na vaga que posteriormente foi destinada a Armando Monteiro, primo de Múcio.

Miguel Arraes e Carlos Wilson em evento de campanha com a presença de Ulysses Guimarães

O resultado final daquela disputa de 1986 deu a Miguel Arraes 1.587.726 votos, o equivalente a 60,91%, que teve como vice Carlos Wilson, contra 1.018.800 votos (39,09%) de José Múcio Monteiro, que teve como vice José Ramos. Já para o Senado, como falamos anteriormente, o favoritismo de Roberto Magalhães não se confirmou com a abertura das urnas, pois Miguel Arraes lançou na sua chapa o então deputado federal Mansueto de Lavor, pelo PMDB e trouxe o deputado federal Antônio Farias, que era do PDS mas trocou pelo PMB para poder aliar-se a Arraes e ser candidato em sua chapa.

José Ramos, Roberto Magalhães, Margarida Cantarelli, Gustavo Krause e José Múcio Monteiro

A chapa do PFL teve, além de José Múcio, que disputou o governo, Roberto Magalhães e Margarida Cantarelli que tentaram o Senado. Roberto Magalhães dormiu senador e acordou sem mandato, pois Arraes deu a Mansueto de Lavor 1.280.388 votos, enquanto Antônio Farias alcançou 1.204.869. Magalhães por sua vez amargou o terceiro lugar com 1.015.328 votos. Ainda foram candidatos ao Senado, Cid Sampaio (PL), Ivan Maurício (PSB) e Jacob Nouri (PDT).

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 23 de janeiro de 2020 Deixe um comentário

Coluna do blog desta quinta-feira

Partidos precisarão de puxadores de voto em outubro no Recife 

As eleições de 2020 trazem uma peculiaridade que não havia em eleições anteriores, que é o fim das coligações proporcionais. Portanto, no Recife, cada partido terá que apresentar até 58 candidatos, sendo 40 homens e 18 mulheres. O diferencial é que em abril as chapas montadas não terão muitas modificações como antigamente, uma vez que os partidos não terão mais a flexibilidade de se juntar na convenção caso não tivessem montado boas chapas.

Com esta modificação, os partidos têm dois caminhos, o primeiro é filiar uma quantidade significativa de vereadores de mandato, como fizeram o PSB e o PP, ou apostar na figura do puxador de votos, se quiserem eleger bancadas representativas em outubro. A história mostra algumas apostas bem-sucedidas na capital pernambucana.

Em 1988, o PFL lançou Joaquim Francisco para a prefeitura do Recife, que saiu vitorioso naquele pleito. Joaquim já tinha sido prefeito nomeado pelo regime militar e disputou novamente o cargo durante o período democrático. Já na disputa proporcional, o partido apostou em Gustavo Krause, que havia sido prefeito nomeado e vice-governador de Roberto Magalhães tendo assumido o governo, gozando de muito prestígio perante o eleitorado da época.

As urnas deram a Gustavo Krause a condição de vereador mais votado da história do Recife com 21.142 votos, e o PFL elegeu naquela ocasião nove vereadores. Foram 430.156 votos válidos. Se transformássemos aquela votação para números atuais do eleitorado do Recife, Gustavo Krause teria cerca de 50 mil votos. Outro vereador muito bem votado foi Humberto Costa em 2000, que obteve 27.815 votos, sendo o segundo mais votado da história do Recife proporcionalmente, uma vez que em votos atuais, Humberto teria cerca de 40 mil votos.

Os exemplos de Humberto e Krause não se repetiram mais em pleitos posteriores no Recife, quem chegou mais perto desse número foi André Ferreira que em 2008 e 2012 passou dos 15 mil votos. Mas havia a coligação proporcional, o que facilitava a vida dos partidos. Em 2018 ainda na legislação anterior, tivemos o fenômeno Gleide Ângelo que com 412 mil votos teve o suficiente para puxar consigo mais três deputados estaduais e para 2020 não há nenhum nome, por ora, que tenha potencial para surpreender com uma votação que suplante o quociente eleitoral estimado em 22 mil votos, porém os partidos podem fazer o caminho de PFL, PT e PSB em eleições anteriores e apostar em nomes que já foram bem-sucedidos em outrora e que hoje estão sem mandato ou nomes amplamente conhecidos pela mídia para tentar ser puxadores de votos.

Garantias – O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu por tempo indeterminado, nesta quarta-feira (22), a implementação do “juiz de garantias”, previsto no pacote anticrime aprovado pelo Congresso em dezembro. A medida estava sendo mal avaliada por juristas, membros do Judiciário e do Ministério Público. A questão vai ser definida pelo plenário do STF, sem previsão de data. O juiz de garantias foi sancionado pelo presidente Bolsonaro, apesar do parecer contrário do ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Ibura – O Canal do Rio da Prata, no Ibura, e ruas do entorno estão de cara nova depois de um grande intervenção de revitalização do local, realizado pela Prefeitura do Recife. Nesta quinta-feira o prefeito Geraldo Julio entrega a obra concluída para a população. Com um investimento de mais de R$ 31 milhões, a comunidade foi beneficiada com o revestimento completo dos cerca de 1 km de canal, instalação da iluminação pública e drenagem e pavimentação de mais de 12 mil m² de ruas no entorno. O local ainda ganhou quatro pontes e seis praças.

Noronha – O governador Paulo Câmara entrega, nesta quinta-feira, as novas estruturas do Porto de Santo Antônio, em Fernando de Noronha. O local foi totalmente requalificado, desde o terminal de cargas ao terminal marítimo. Agora, os passageiros, sendo turistas ou ilhéus, terão mais comodidade com um novo terminal marítimo, para realizar os passeios de barco e mergulho na ilha. A requalificação do Porto de Santo Antônio foi uma demanda da população noronhense. Ali é por onde circula grande parte da economia de toda a ilha.

Amazon – O prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral, comemorou o início das operações do Centro de Distribuição da Amazon na cidade. O empreendimento soma-se a outros investimentos e deverá gerar cerca de 1.200 empregos diretos no município.

RÁPIDAS

Escola – Depois do sucesso eleitoral das Juntas em 2018, mais uma candidatura coletiva foi anunciada. Áureo Cisneiros e Noelia Brito, que tentaram, sem sucesso, mandatos eletivos em eleições anteriores, decidiram se juntar num mandato coletivo em outubro.

Consórcio – A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste é o mais novo centro de discussão sobre ações de segurança pública para a região. A autarquia será a anfitriã de evento promovido em parceria com o Consórcio Intermunicipal de Segurança Pública e Defesa Social de Pernambuco (Conseg/PE) para debater o tema. O encontro acontece nesta quinta-feira (23) na sede da autarquia em Recife a partir das 8h.

Inocente quer saber – Silvio Costa seria um bom puxador de votos para o Republicanos em outubro?

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Postado por Edmar Lyra às 17:55 pm do dia 3 de junho de 2019 Deixe um comentário

Eriberto Medeiros visita ex-governador Gustavo Krause

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado estadual Eriberto Medeiros (PP), fez uma visita ao ex-governador Gustavo Krause. A deputada estadual Priscila Krause (DEM), filha do ex-prefeito do Recife, também participou do encontro, que serviu para estreitar laços, discutir sugestões para o Legislativo estadual e avaliar o cenário político atual.

Eriberto foi recebido na residência do ex-governador, no Recife, em um café da manhã. “Compartilho com dr. Gustavo Krause esse olhar da política pernambucana e nacional a partir do Recife. Concordamos que é preciso criatividade para promover o desenvolvimento de um estado tão importante para o Nordeste. O diálogo e a troca de ideias é fundamental para formular uma agenda positiva em favor da população”, afirmou o presidente.

A deputada Priscila Krause sublinhou a necessidade de estreitar os laços para construir consensos na política. “Avalio muito positivamente esse gesto do presidente Eriberto, que sinaliza o novo momento da Casa de Joaquim Nabuco. Nosso grupo político busca sempre contribuir com o debate público e quando encontra reciprocidade naqueles que conduzem as instituições, a sintonia acontece”, pontua a parlamentar.

Gustavo Krause foi prefeito do Recife de 1979 a 1982; governador de Pernambuco de 1986 a 1987; ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, em 1992; ministro de Meio Ambiente do governo FHC, de 1995 a 1999. Krause também tem atuado como conselheiro político do Democratas (DEM) e suas análises têm repercutido no debate público. O deputado Eriberto Medeiros já esteve com os ex-governadores Roberto Magalhães e Joaquim Francisco.

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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