Prezado (e)leitor, me perdoe pelo trocadilho infame! Mas eu não tinha outra forma de iniciar esse texto senão com a assertiva de que o candidato Jair Bolsonaro usa – e o faz muito bem – a comunicação como “arma” (assim mesmo, aspeado) de persuasão. Escrevi há quase um ano que o presidenciável estava aplicando estratégias da propaganda nazista para se promover. Agora, após o episódio onde Bolsonaro foi covardemente esfaqueado em um ato de campanha, vou mais além.
Quando digo que o candidato do PSL usa a comunicação como “arma”, digo que ele a utiliza como um recurso para lá de eficiente na consolidação de sua figura como a “melhor opção” para governar o Brasil nos próximos quatro anos. À turma do ódio, que só costuma ler os títulos, peço que leiam até o final esse texto. Também reforço que meu objetivo é unicamente avaliar a campanha do ponto de vista da comunicação. Torço pela Democracia. Que governe o País o mais votado nas urnas! Seja quem for…
Voltando a Bolsonaro, sempre foi muito clara a tática do candidato de falar para convertidos. Imaginem um pastor ou um padre pregando para fiéis. Pronto. Essa foi a sua principal estratégia de campanha até a facada desferida por Adélio Bispo de Oliveira oferecer o argumento que seus apoiadores precisavam para torná-lo, de fato, na cabeça deles, um “mito” – os que ainda não o tinham feito. E, com isso, converter gente que já simpatizava mas ainda não tinha se decidido. Está pronta a Jornada do Herói.
E a mídia – normalmente tão crítica ao Bolsonarismo – está tendo um papel fundamental justamente no reforço desse argumento; que fica ainda mais forte quando telejornais, sites, redes sociais e jornais Brasil adentro e mundo afora exibem como se fosse uma digna produção hollywoodiana o momento em que o “herói golpeado no front” quase “saiu da vida para entrar na história”. Essa sequência, associada ao abdômen costurado do candidato e às suas imagens convalescendo no hospital, se configura, guardadas as devidas proporções, à crucificação de Jesus Cristo, do ponto de vista da narrativa. É como se fosse a bala de prata na guerra do convencimento.
No âmbito da Teoria da Comunicação, essa estratégia se encaixa, em minha opinião, no espectro da Teoria Empírico-Experimental ou Teoria da Persuasão. Aquela que, em resumo, diz que a comunicação tem o poder de persuadir para além da simples transmissão de uma mensagem. É a comunicação como instrumento de convencimento! O reforço da mensagem aos convertidos e o encaminhamento dessa mesma mensagem aos não convertidos. Parte do grupo das Pesquisas Administrativas da Escola Americana de Comunicação, a Teoria da Persuasão, não por outro motivo, é muito usada em campanhas eleitorais e em campanhas publicitárias.
Talvez instintivamente – eu acredito que não! -, o nosso Jair “Messias” Bolsonaro e seu “exército” têm lançado mão desse discurso com bastante êxito desde quinta passada. A mira voltou-se para os não convertidos. Ampliaram-se as frentes de batalha. Seus filhos-candidatos e aliados fazem campanha com o incidente desde que souberam da notícia. O incremento da estratégia (vamos aguardar as próximas pesquisas) vai assegurando a participação de Bolsonaro no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto, ainda que ele tenha que fazer o resto da campanha em um quarto de hospital. E isso, meus amigos, não é pouco, haja vista o número de candidatos competitivos neste pleito, que concorrem com o “Messias” em melhores condições se falarmos de estrutura de campanha.
Arthur Cunha
Jornalista, assessor de Comunicação e consultor de Comunicação para políticos



Um episódio que pode consolidar vitória de Bolsonaro 
Jarbas lidera porque é a principal referência política de Pernambuco
Paulo Câmara acertou na política e inicia disputa em vantagem 
O candidato a deputado estadual, Antonio Campos, irmão do ex-governador Eduardo Campos, concedeu uma entrevista exclusiva ao blog abordando o quadro da disputa eleitoral tanto em Pernambuco quanto no plano nacional. Membro da oposição, ele aposta que Marília Arraes terá mais votos que João Campos na disputa pela Câmara Federal e faz outras avaliações com a experiência de quem participou ativamente das campanhas do PSB em Pernambuco.
FBC irá judicializar convenção do MDB 
Uma pesquisa do Instituto Datafolha foi divulgada neste domingo (10) pelo jornal “Folha de S.Paulo” com índices de intenção de voto para a eleição presidencial de 2018. Foram feitas 2.824 entrevistas entre 6 e 7 de junho, em 174 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Mesmo rifada, Marília Arraes já é a grande vencedora de 2018
SÃO PAULO – Pouco menos de quatro meses antes do primeiro turno das eleições, a XP Investimentos divulgou sua primeira pesquisa eleitoral feita em parceria com a IPESPE, revelando uma ampla vantagem de Jair Bolsonaro sobre os outros candidatos, mas nas simulações com o ex-presidente Lula o candidato do PSL aparece empatado com o petista. O grande destaque, porém, fica com a explosão de brancos e nulos, fator que deixa o cenário muito incerto e pode ser decisivo na reta final antes de outubro.
Silvio Costa pode ser o antídoto da oposição em outubro