Blog Edmar Lyra

O blog da política de Pernambuco

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Postado por Edmar Lyra às 11:48 am do dia 24 de maio de 2020 1.179 Comentários

O inesquecível Cali

Nascido em 11 de março de 1950, Carlos Wilson Rocha de Queiroz Campos iniciou sua vida pública em 1972 como assessor da presidência do INCRA, posteriormente seria nomeado, no biênio seguinte para a chefia de gabinete daquele órgão. Já em 1974 tentaria, com sucesso, seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados pela Aliança Renovadora Nacional, e assumiria em 1975, o mandato de deputado federal.

No ano de 1978 votou a favor da emenda que extinguia a figura do senador biônico, e atuou dentro do seu partido num grupo que tentava apressar a redemocratização no país. Reeleito naquele mesmo ano, no segundo mandato defendeu a legalização do Partido Comunista Brasileiro e o fim do bipartidarismo no Brasil.

Com a instauração do pluripartidarismo, Carlos Wilson filiou-se ao PP, na época era Partido Popular, para apoiar a candidatura de Tancredo Neves. Mais tarde o partido se fundiria ao MDB, e então Cali passou a integrar o círculo restrito de Ulysses Guimarães. No biênio 1981/1982 foi eleito segundo-secretário da Câmara dos Deputados e em novembro de 1982 seria reeleito para o terceiro mandato de deputado federal.

Apesar de votar a favor da emenda Dante de Oliveira, que estabelecia a volta das eleições diretas no Brasil, viu a tese não ser aprovada por 22 votos na Câmara dos Deputados e consequentemente não avançar para o Senado Federal, e no colégio eleitoral, reunido em 15 de janeiro de 1985, Carlos Wilson votaria a favor de Tancredo Neves para a presidência da República, que viria a falecer em abril e antes o vice José Sarney assumiu interinamente o cargo, sendo efetivado com a morte de Tancredo.

Naquele mesmo ano seria eleito vice-presidente da Câmara dos Deputados e apoiaria a candidatura de Jarbas Vasconcelos, juntamente com Fernando Lyra, a prefeito do Recife pelo PSB contra Sérgio Murilo, candidato do seu partido, afastando-se do senador Marcos Freire. Em 1986, Carlos Wilson foi convidado para ser candidato a vice-governador de Miguel Arraes e foi eleito junto com ele para o posto.

Em 1987, já no mandato de vice-governador foi cotado para o ministério do Interior, contudo o escolhido foi o então deputado federal Joaquim Francisco. Depois de ser sondado para vários ministérios, Cali foi convidado para assumir a superintendência da Sudene pelo presidente Sarney, mas acabou declinando do convite.

Em abril de 1990, com a renúncia de Miguel Arraes para disputar um mandato na Câmara dos Deputados, Carlos Wilson assumiu o governo de Pernambuco, ficando no cargo até a chegada do governador eleito daquele ano Joaquim Francisco, que assumiria em março de 1991.

Após deixar o Palácio do Campo das Princesas, Carlos Wilson assumiu a secretaria Nacional de Irrigação em 1992 no governo Itamar Franco, ficando no posto até 1993. Já no PSDB, Cali chegou à condição de tesoureiro nacional do partido e em 1994 seria candidato a senador. A chapa de Miguel Arraes era composta por Roberto Freire e Armando Monteiro Filho, mas a ligação na mente do eleitor da relação política de Cali com Arraes fez com que ele fosse um dos senadores eleitos daquele pleito como o mais votado, junto com Roberto Freire.

Já no Senado, cujo mandato foi de oito anos, Carlos Wilson disputou o governo de Pernambuco em 1998 pelo PSDB ficando em terceiro lugar, e em 2000 a prefeitura do Recife, já pelo PPS, numa aliança com o PSB. Na eleição de 2000, apesar de ter ficado novamente em terceiro lugar, a campanha de Cali foi fundamental para a derrota de Roberto Magalhães, foi no seu guia eleitoral que o ator Walmir Chagas protagonizou o Mané Chinês, que fazia duras críticas, mas bastante inteligentes, ao então prefeito. E na véspera do primeiro turno, o então prefeito, caindo na provocação de partidários de Carlos Wilson decidiu dar uma banana durante uma carreata na Avenida Boa Viagem.

Aquele episódio, associado ao crescimento de João Paulo, foi fundamental para que houvesse um segundo turno, e a oposição derrotasse, num pleito histórico, o então prefeito, considerado por muitos imbatível, Roberto Magalhães. Em 2002, já no PTB, Carlos Wilson tentou a reeleição para o Senado Federal, porém a força de Jarbas Vasconcelos e Marco Maciel puxou Sergio Guerra e com a abertura das urnas, Cali não conquistaria a reeleição para o Senado Federal.

Sem mandato, mas com uma relação muito próxima com Lula, Cali foi escolhido presidente da Infraero em 2003, sendo responsável pela modernização do aeroporto internacional do Recife, cujo legado persiste até hoje. O trabalho na Infraero o credenciou para ser, já pelo PT, candidato a deputado federal, e com a abertura das urnas foi o sexto mais votado com 141.203 votos.

Aquele seria o seu último mandato, pois em 11 de abril de 2009, vítima de complicações de câncer, viria a óbito com apenas 59 anos de idade, encerrando uma trajetória intensa de um importante homem público de Pernambuco, que foi deputado federal, vice-governador, senador e governador, cultivando muitos amigos e sendo respeitado  e admirado por quem lhe conheceu. Sua rápida partida não permitiu que ele realizasse um grande sonho, que era o de ser prefeito do Recife, porém esse detalhe não apaga a sua brilhante trajetória na política pernambucana e brasileira em pouco mais de 30 anos de vida pública.

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Postado por Edmar Lyra às 8:54 am do dia 21 de maio de 2020 816 Comentários

O cometa Antônio Farias

Nascido em 1932, na cidade de Surubim, Antônio Arruda de Farias começou sua trajetória na unidade de beneficiamento de algodão do seu pai, Severino Farias, um pecuarista que tinha muito prestígio na região. Ainda no ramo empresarial atuou no setor sucroalcooleiro, mais especificamente na Usina Pedroza, em Cortês, na Mata Sul. O grande destaque é que a sua esposa Geralda Farias sempre se fez presente nas empreitadas econômicas, mas nunca abandonou o lado social, fazendo do Grupo Farias um dos mais respeitados em Pernambuco e no Nordeste, haja vista seus empreendimentos suplantaram as fronteiras do nosso estado. No Rio Grande do Norte, o grupo criou a Destilaria Baía Formosa.

Apesar do tino empresarial e sua formação acadêmica em economia, foi na política que Antonio Farias se tornou conhecido e fez história em Pernambuco. Foi como vereador de Surubim que ele iniciou sua trajetória em 1955, sendo também deputado estadual, prefeito do Recife, deputado federal e senador da República.

Quando prefeito do Recife, entre 1975 e 1979, realizou uma gestão moderna e austera, ampliando a estrutura de arrecadação do município sem aumentar impostos, com isso o município melhorou seu fluxo de caixa, também foi responsável pela modernização do prédio da prefeitura, que leva seu nome, climatizou o Teatro Santa Isabel, construiu as Avenidas Recife e Mário Melo, fazendo também o elevado da Avenida Agamenon Magalhães, na Zona Sul urbanizou a praia do Pina e trocou a iluminação da Avenida Boa Viagem.

Durante sua gestão enfrentou a fatídica cheia de 1975, que obrigou a prefeitura a realizar investimentos em infraestrutura de alagados e morros e realizar ações sociais para minimizar o impacto dela na vida dos recifenses. Como gestor público ou privado, Antônio Farias se mostrou bastante arrojado e deixou importante legado para a cidade do Recife.

Com trajetória política na direita, tendo exercido seus cargos pela ARENA e PDS, Antônio Farias foi convidado por Miguel Arraes para, ao lado de Mansueto de Lavor, compor a chapa majoritária de 1986. Antonio Farias trocou o PDS pelo PMB para a disputa. Não era tarefa fácil, pois ele enfrentaria o então favorito Roberto Magalhães, porém com a abertura das urnas, Farias obteve 1.204.869 votos, suplantando Roberto Magalhães e sendo eleito juntamente com o mais votado Mansueto de Lavor.

Ao assumir o mandato de senador da República em 1987 aos 55 anos, esperava-se que Antônio Farias construísse uma bela trajetória que lhe levasse a cargos ainda maiores, como o de governador de Pernambuco, porém em 1988, mais precisamente em 13 de abril, ele sofreria um infarto e viria a óbito, encerrando uma carreira vitoriosa de trinta anos de vida pública, sendo não só um gestor renomado como um grande empresário.

Apesar da sua curta trajetória, Antônio Farias ficou na história de Pernambuco como um grande homem público, que nunca se envolveu em qualquer escândalo de corrupção e provou que é possível, quando se quer, fazer a coisa certa. Rápido como um cometa, Antônio Farias em sua breve existência entrou para o rol dos grandes políticos pernambucanos.

 

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Postado por Edmar Lyra às 9:00 am do dia 26 de janeiro de 2020 3.163 Comentários

Blog na História: A derrota que projetou José Múcio em 1986

José Múcio em caminhada no centro do Recife

A eleição de 1986 para o governo de Pernambuco foi marcada pela previsibilidade, com a vitória de Miguel Arraes sobre José Múcio Monteiro. O contexto daquela eleição remete ao ano anterior quando Miguel Arraes e Jarbas Vasconcelos conquistaram uma vitória representativa para a prefeitura do Recife derrotando uma aliança entre o PFL e o PMDB com Jarbas filiado ao PSB. A eleição de 1985 serviu para mostrar a força de Arraes, que abdicou de disputar o governo em 1982, pouco depois de voltar do exílio em 1979.

O PFL, sucedâneo da Arena e do PDS, tinha três nomes para a disputa, o primeiro era Gustavo Krause, que sabendo da dificuldade da eleição, não quis entrar na disputa. E avançou a possibilidade de ser Joaquim Francisco, que havia sido prefeito do Recife e voltaria a ser dois anos depois, em 1988. Porém, o partido preferiu lançar o jovem José Múcio Monteiro,  de apenas 38 anos, que tinha sido vice-prefeito de Rio Formoso e depois fora eleito prefeito da cidade, porém optou por presidir a Celpe. Múcio também tinha sido secretário de Transporte entre 1982 e 1985.

Então governador de Pernambuco, Roberto Magalhães renunciou o mandato para disputar o Senado e tinha amplo favoritismo naquela disputa, pois deixava o governo bem-avaliado. Magalhães sonhava em ser senador constituinte, fato que não se confirmou com a abertura das urnas. Franco favorito, Arraes, então com 70 anos de idade, era tido como o novo, foi o candidato dos jovens e da esquerda na época, enquanto Múcio, de apenas 38 anos, era tido como o candidato dos velhos. Essa inversão de valores mostrava o quanto Miguel Arraes era uma figura icônica e por quê ele cravou seu nome na história de Pernambuco.

A campanha, de alto nível, vale salientar, não teve muitas surpresas para o governo, uma vez que Arraes confirmou seu favoritismo, enquanto Múcio entrou para a história como o derrotado mais vitorioso da história de Pernambuco, pois foi a partir dali que ele viria a ser cinco vezes deputado federal, ministro das Relações Institucionais de Lula e presidente do Tribunal de Contas da União. A bela campanha de Múcio deixou muitos saudosos acreditando que ele poderia em algum momento ser governador de Pernambuco. O próprio Eduardo Campos, neto de Arraes, sondou Múcio para disputar a sua sucessão em 2014, e quatro anos antes quis tê-lo em sua chapa para o Senado na vaga que posteriormente foi destinada a Armando Monteiro, primo de Múcio.

Miguel Arraes e Carlos Wilson em evento de campanha com a presença de Ulysses Guimarães

O resultado final daquela disputa de 1986 deu a Miguel Arraes 1.587.726 votos, o equivalente a 60,91%, que teve como vice Carlos Wilson, contra 1.018.800 votos (39,09%) de José Múcio Monteiro, que teve como vice José Ramos. Já para o Senado, como falamos anteriormente, o favoritismo de Roberto Magalhães não se confirmou com a abertura das urnas, pois Miguel Arraes lançou na sua chapa o então deputado federal Mansueto de Lavor, pelo PMDB e trouxe o deputado federal Antônio Farias, que era do PDS mas trocou pelo PMB para poder aliar-se a Arraes e ser candidato em sua chapa.

José Ramos, Roberto Magalhães, Margarida Cantarelli, Gustavo Krause e José Múcio Monteiro

A chapa do PFL teve, além de José Múcio, que disputou o governo, Roberto Magalhães e Margarida Cantarelli que tentaram o Senado. Roberto Magalhães dormiu senador e acordou sem mandato, pois Arraes deu a Mansueto de Lavor 1.280.388 votos, enquanto Antônio Farias alcançou 1.204.869. Magalhães por sua vez amargou o terceiro lugar com 1.015.328 votos. Ainda foram candidatos ao Senado, Cid Sampaio (PL), Ivan Maurício (PSB) e Jacob Nouri (PDT).

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 20 de janeiro de 2020 714 Comentários

Coluna do blog desta segunda-feira

Fernando Dueire seria um vice acima da média para João Campos 

Em meio às discussões sobre uma eventual candidatura própria do MDB tendo o deputado federal Raul Henry como o nome ou a indicação do vice do PSB na disputa pela prefeitura do Recife na chapa encabeçada pelo deputado federal João Campos, o nome do suplente de senador Fernando Dueire foi bem recebido para uma eventual composição.

Economista de formação e servidor público federal, Fernando Dueire passou oito anos à frente da secretaria de Infraestrutura durante o governo Jarbas Vasconcelos e consolidou-se como um importante quadro público. Nas eleições de 2018 aceitou disputar pela primeira vez um mandato eletivo como suplente de Jarbas Vasconcelos e ao longo de 2019 ganhou força nas articulações políticas inerentes ao MDB de Pernambuco.

De linhagem macielista, Dueire chegou a ser cotado para assumir uma importante secretaria no segundo governo Paulo Câmara mas preferiu dedicar-se às suas atividades pessoais e ao mandato de Jarbas, e agora tem novamente seu nome ventilado para ocupar um importante posto que é a vice de João Campos.

A entrada de Dueire na chapa ajudaria a conquistar setores da classe média que hoje estariam arredios em relação a João Campos por conta da sua pouca idade e seria um importante parceiro do deputado federal em uma eventual gestão à frente da prefeitura do Recife. Ter Fernando Dueire na chapa seria um gol de placa para o PSB que não só garantiria o MDB na coligação como também teria um nome incontestável, com credibilidade comprovada e excelente trânsito na política e no meio empresarial.

Perda – Foi muito lamentada a morte do empresário Antônio de Queiroz Galvão aos 96 anos de idade na madrugada do domingo. Pernambucano de Timbaúba, Antônio construiu uma das maiores empresas do segmento imobiliário do país: a Queiroz Galvão.

Vereador – Pré-candidato a vereador do Recife, Marco Aurélio Filho está se dividindo entre conquistar votos e montar a chapa proporcional do PRTB, que pretende eleger de três a quatro vereadores na capital pernambucana.

Patrícia Domingos – A respeito da informação de que Patrícia Domingos estava incomodando outros pré-candidatos da oposição, o deputado Marco Aurélio e o vereador Renato Antunes se apressaram em negar a informação e defender a importância da entrada da delegada no páreo.

Blog na História – Depois de lembrar a vitória de Jarbas em 1985 para prefeito do Recife, trouxemos os acontecimentos da eleição de 2000, quando Roberto Magalhães acabou derrotado por João Paulo. A seção “Blog na História” tem sido um sucesso de audiência.

RÁPIDAS

Regina Duarte – Com a conturbada saída de Roberto Alvim da secretaria nacional de Cultura, o presidente Jair Bolsonaro convidou a atriz Regina Duarte para a pasta que ganharia status de ministério. Regina Duarte ficou de dar uma resposta hoje durante encontro com o presidente.

Paulo Farias – Integrante da tropa de choque do prefeito Lula Cabral, o ex-secretário de governo Paulo Farias oficializou sua pré-candidatura a vereador do município. Paulo já anda com desenvoltura na cidade e tem grandes chances de ser um dos mais votados do pleito.

Inocente quer saber – André de Paula manterá o PSD na Frente Popular como estão afirmando nos bastidores?

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Postado por Edmar Lyra às 9:00 am do dia 19 de janeiro de 2020 Deixe um comentário

Blog na História: A derrota de Roberto Magalhães em 2000

Jarbas Vasconcelos, Marco Maciel e Roberto Magalhães naquela fatídica eleição 

Este ano está completando vinte anos de uma das eleições mais marcantes da história de Pernambuco, que foi a vitória de João Paulo contra Roberto Magalhães, então prefeito e candidato à reeleição, vários foram os fatores que contribuíram para a vitória de João Paulo, que de azarão acabou chegando ao Palácio do Capibaribe.

O então vice-presidente da República Marco Maciel acompanhou Roberto Magalhães na votação

No ano de 2000, o Recife vivia um momento positivo com uma gestão bem-avaliada liderada pelo prefeito Roberto Magalhães. Dois anos antes, Jarbas Vasconcelos havia derrotado Miguel Arraes e Fernando Henrique Cardoso foi reeleito presidente da República. Havia uma frente política muito forte em torno de Roberto, que contava com a força do então governador Jarbas Vasconcelos e chegou na disputa como franco favorito para vencer a eleição. Naquela ocasião, a União por Pernambuco liderada pelo então governador Jarbas Vasconcelos era um grupo político considerado imbatível para a disputa.

Além de Roberto Magalhães (PFL) e João Paulo (PT), que protagonizaram o segundo turno, a disputa teve Carlos Wilson (PPS), Fred Brandt (PHS), Vicente André Gomes (PDT) e Pantaleão (PSTU).

O monumento de Francisco Brennand não ficou de fora da eleição de 2000

A disputa foi marcada por muitas polêmicas envolvendo o então prefeito, que chegou a entrar armado na redação do Jornal do Commercio por conta de uma matéria do jornalista Orismar Rodrigues, um ano antes, em agosto de 1999. Roberto Magalhães entendeu que ele tinha ferido sua honra e foi tirar satisfações com o jornalista.

Carlos Wilson e Walmir Chagas, o “Mané Chinês”

O episódio foi bastante utilizado pelos seus adversários, em especial Carlos Wilson que utilizou o personagem “Mané Chinês” protagonizado pelo ator Walmir Chagas que fazia duras críticas ao prefeito, mas com muito humor e dizia que Recife iria eleger Carlos Wilson e mandar Roberto Magalhães pra China.

A polêmica banana de Roberto Magalhães/Acervo JC Imagem

Mas este não foi o único episódio que prejudicou Magalhães. Durante uma carreata na Avenida Boa Viagem no último domingo que antecedia a eleição do primeiro turno, ao ser provocado por adversários, o prefeito deu uma banana, que prontamente foi colocada no guia eleitoral, o que atrapalhou ainda mais os planos do prefeito de se reeleger.

A greve da PM que atrapalhou Roberto Magalhães

Outra situação que prejudicou muito a reeleição de Roberto Magalhães foi uma greve da PM deflagrada nas vésperas da eleição. Apesar de o prefeito não ter relação direta, uma vez que segurança pública era dever do então governador Jarbas Vasconcelos, a greve teve papel determinante para desgastar ainda mais a figura de Roberto Magalhães.

Roberto Magalhães em debate na Globo

A eleição ocorreu no dia 1 de outubro de 2000, e as urnas trouxeram Roberto Magalhães com 345.915 votos (49,42% dos votos válidos) e João Paulo com 249.282 (35,62% dos votos válidos). Pela primeira vez na história o Recife iria a um segundo turno em disputa de prefeito.

Carlos Wilson, João Braga e João Paulo em evento de campanha no segundo turno

 

O debate entre os candidatos na Globo no segundo turno

Na segunda etapa, João Paulo contou com o apoio de Fred Brandt, Pantaleão, Vicente André Gomes e Carlos Wilson e cresceu mais de 130 mil votos em relação ao primeiro turno e configurou-se numa das maiores zebras das eleições em Pernambuco. No final João Paulo obteve 382.988 votos (50,38% dos votos válidos) contra 377.153 votos (49,62% dos votos válidos) de Roberto Magalhães no dia 29 de outubro daquele ano.

João Paulo no meio do povo após ser eleito prefeito do Recife

 

Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem

Assista a trechos do guia eleitoral daquela fatídica eleição:

https://m.youtube.com/watch?v=XQT3K044BzA

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Postado por Edmar Lyra às 13:03 pm do dia 11 de janeiro de 2020 9 Comentários

O efeito Roberto Magalhães

Ainda está na memória o já longínquo ano de 2000, que completa este ano duas décadas de sua passagem, quando o então prefeito Roberto Magalhães tinha todas as condições de conquistar a reeleição, uma vez que era bem avaliado e contava com o apoio do então governador Jarbas Vasconcelos, eleito dois anos antes derrotando Miguel Arraes.

Naquela ocasião muitos foram os candidatos a prefeito, que contribuíram efetivamente para a existência de um segundo turno e mais tarde possibilitariam a vitória de João Paulo. Confusões culminaram na derrota de Roberto, que trincou a União por Pernambuco, que havia sido vitoriosa em 1996 e 1998.

Um importante observador político lembra estes episódios e faz um paralelo com 2020. Apesar da vitória de Paulo Câmara, que foi significativa do ponto de vista político e eleitoral, há uma forte possibilidade de fuga de partidos da Frente Popular, como por exemplo MDB, PT e PSD, a fadiga de material vem pesando, mas existem outras situações que deixaram sequelas na relação da aliança que poderão ter desdobramentos em outubro.

As recentes declarações de Ana Arraes e Jarbas Vasconcelos, a primeira mais contundente, enquanto o segundo mais ameno porém igualmente devastador, admitindo a candidatura de Raul Henry, montam um enredo preocupante para o PSB, que assim como Roberto Magalhães em 2000, é favorito a eleger João Campos em outubro, mas uma sucessão de fatores pode culminar numa supresa negativa e comprometer a hegemonia construída por Eduardo Campos em 2006 que dura até hoje.

Para manter a hegemonia em Pernambuco, o PSB precisa vencer 2020, e para chegar a uma vitória não pode ver o filme de Roberto Magalhães se repetir este ano.

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 14 de novembro de 2019 Deixe um comentário

Coluna do blog desta quinta-feira

Geraldo Julio será o principal eleitor de 2020 no Recife 

Técnico qualificado, Geraldo Julio nunca pensou em enveredar pelo caminho de disputar mandatos eletivos. Ele tinha sido secretário em Petrolina na gestão do então prefeito Fernando Bezerra Coelho, e foi indicado por ele para assumir a secretaria de Planejamento e Gestão do primeiro governo Eduardo Campos. Com a ida de Fernando para o ministério da Integração Nacional, Geraldo herdou no segundo governo Eduardo a secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Foi a partir de então que em 2012 se desincompatibilizou do cargo, junto com outros secretários de Eduardo Campos, para ficar no banco de reservas para disputar a prefeitura do Recife. Acabou sendo o nome naquela eleição e sagrou-se vitorioso no primeiro turno, derrotando nomes tradicionais da política. Ao assumir a PCR em 2013, Geraldo começou uma série de obras e ações que o credenciariam como prefeito, mas foi o seu traquejo político, aguçado com a morte precoce de Eduardo Campos, que fez dele um político respeitado em Pernambuco. Na reeleição ele derrotou João Paulo com a maior votação da história de um prefeito do Recife e consolidou-se ainda mais no cargo.

Prestes a completar sete anos à frente do executivo municipal, Geraldo Julio goza de uma significativa aprovação do eleitorado recifense e mostra que na disputa do ano que vem terá um papel mais relevante que o governador Paulo Câmara e o presidente Jair Bolsonaro. Com o volume de ações que executou no Recife e o exército de vereadores e candidatos a vereador que possui, Geraldo Julio tem tudo para potencializar a sua posição de importante cabo eleitoral na capital pernambucana.

Caso logre êxito na tentativa de fazer o sucessor em 2020, Geraldo Julio chegará muito fortalecido para disputar o Palácio do Campo das Princesas em 2022. Portanto, além de ser o principal eleitor do ano que vem, Geraldo Julio poderá pavimentar uma candidatura ao governo de Pernambuco com chances elevadíssimas de vitória.

Previdência – A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) ingressou, nesta quarta-feira (13), com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a constitucionalidade de pontos da reforma da previdência, promulgada na terça-feira (12) pelo Congresso Nacional. Segundo o presidente da associação, juiz Fernando Mendes, o principal ponto questionado nessa ação é o aumento da contribuição previdenciária por meio das alíquotas progressivas, que podem chegar a 22% no caso de servidores federais.

Roberto Magalhães – O ex-governador Roberto Magalhães ontem fez uma visita à Assembleia Legislativa de Pernambuco. A sua presença na Casa juntou cerca de vinte deputados estaduais, que ouviram atentamente suas impressões sobre a política. Na saída, o presidente da Alepe, Eriberto Medeiros, fez questão de acompanhá-lo até o estacionamento, numa reverência a um dos maiores homens públicos da história de Pernambuco.

Itamaraty – A Orquestra Criança Cidadã, projeto social de Pernambuco, se apresentou, nesta quarta-feira (13), no Palácio do Itamaraty, em Brasília, na recepção oferecida pelo presidente Bolsonaro aos chefes de estado e autoridades na cúpula dos BRICS. “A apresentação no Itamaraty foi impecável, altíssimo nível”, disse o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente. Os meninos tocaram “My way”, música que ficou famosa na voz de Frank Sinatra. O projeto social é patrocinado pela Caixa, banco federal.

Projeto – A articulação política do governo na Assembleia Legislativa falhou grosseiramente ontem. Em reunião na Comissão de Finanças, um projeto de lei do Executivo foi distribuído para o deputado Antonio Coelho (DEM), que integra a bancada de oposição. O relatório ficou para ser votado na segunda-feira (18), contrariando a expectativa dos governistas, que queriam aprovação imediata. A situação pegou muito mal para o líder Isaltino Nascimento (PSB) e para o presidente da comissão, Lucas Ramos (PSB).

RÁPIDAS

Prestígio – O aniversário do deputado estadual Clodoaldo Magalhães foi bastante prestigiado pelos colegas parlamentares. O evento ocorreu no buraco frio, que ficou lotado para festejar mais um aniversário do primeiro-secretário da  Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Camaragibe – Principal aposta do MDB na Região Metropolitana do Recife, Gustavo Matos vem ganhando a confiança de importantes quadros do partido, como Jarbas Vasconcelos, Raul Henry, Fernando Bezerra e Fernando Dueire. Sua pré-candidatura poderá reunir outros partidos importantes em 2020.

Inocente quer saber – O deputado estadual Alberto Feitosa poderá ser candidato a prefeito do Recife pelo Solidariedade?

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Postado por Edmar Lyra às 12:01 pm do dia 2 de outubro de 2019 Deixe um comentário

Em defesa da Lava-Jato

Por Roberto Magalhães

Em artigo publicado no jornal O GLOBO, sob o título “Reação Prevista”, Merval Pereira escreve palavras sensatas e próprias de um jornalista digno, integrante da Academia Brasileira de Letras, a respeito da decisão do Supremo Tribunal Federal, em 26.09.2019.

Ele chega a afirmar que aquela decisão utilizou “velho formalismo jurídico para anular a condenação de um corrupto por suposta falha técnica que não está prevista em nenhuma legislação existente”.

Igualmente, e com todas as vênias, considerei que aquela decisão do STF, em 26/09/2019, não foi feliz porque colocou em risco dezenas de processos criminais iniciados pela Lava Jato, abrindo caminho para a soltura de aproximadamente uma centena de corruptos que se acham cumprindo pena.

Ele, Merval, cita ainda a economista Maria Cristina Pinotti, coordenadora do livro “Corrupção: Lava Jato e Mãos Limpas”, no qual se faz um paralelo entre a operação italiana na década dos anos 90 do século passado, quando dois magistrados procuradores foram mortos pela máfia, e o Parlamento, mediante leis sucessivas que buscou destruir a obra da operação Mãos Limpas e perseguiu os que haviam enfrentado a corrupção generalizada.

Na verdade, o próprio paciente do habeas corpus afirmou, segundo seu advogado, que houve recurso de apelação onde foi levantada a nulidade, logo não se pode legar falta do amplo direito de defesa, pois, teria ainda a apelação e as demais instâncias para decidir sobre a alegada nulidade.

Assisti a decisão do Supremo pela TV e confesso que tendo sido advogado por vários anos foi grande minha decepção, pois a certa altura, depois do voto extenso e brilhante do Ministro Luis Roberto Barroso, que examinou a matéria com profundidadee negou o habeas corpus, nenhum dos ministros que se seguiram fizeram as considerações esperadas.

Finalmente, cumpre lembrar que a diferença entre réu delator e réu delatado, não encontra na respectiva Lei da Delação qualquer dispositivo que autorize tal argumento. E mais, se nulidade ocorresse não seria absoluta, mas relativa e o réu paciente no habeas corpus não logrou comprovar real prejuízo.

Vivemos dias muito difíceis.

(Roberto Magalhães, foi governador de Pernambuco, e Deputado Federal por quatro mandatos, tendo sido presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e relator da CPMI dos Anões do Orçamento).

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Postado por Edmar Lyra às 14:55 pm do dia 24 de setembro de 2019 Deixe um comentário

Roberto Magalhães recebe José Chaves e Zé Humberto para tratar de sucessão no Recife

O ex-governador Roberto Magalhaes recebeu, nesta terça-feira (24), em seu escritório, os ex-deputados José Chaves (federal) e José Humberto Cavalcanti (estadual), ambos do PTB.

Referência da política pernambucana e nacional, Doutor Roberto é sempre muito procurado pelas lideranças para avaliar o cenário. A conversa com José Chaves e José Humberto girou em torno do contexto nacional e da eleição do Recife, cujas as articulações já estão em curso.

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Postado por Edmar Lyra às 17:07 pm do dia 10 de junho de 2019 Deixe um comentário

Fernando Bezerra Coelho se reúne com o ex-governador Roberto Magalhães

Foto: Ivaldo Reges

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) se reuniu, nesta segunda-feira (10), no Recife, com o ex-governador Roberto Magalhães. Na ocasião, ambos fizeram uma avaliação da atual conjuntura política e econômica do País, e os desafios para o futuro.

“É sempre gratificante poder ouvir a experiência do doutor Roberto Magalhães, suas avaliações dos cenários que se apresentam no Brasil e em Pernambuco. Temos muitas convergências em nossas visões e é importante termos esses diálogos para nos prepararmos para os próximos passos”, destacou o senador.

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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