Blog Edmar Lyra

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 30 de março de 2022 Deixe um comentário

Coluna da Folha desta quarta-feira

Foto: Divulgação

Miguel Coelho inicia trajetória mirando o Palácio 

Sucessor de uma das famílias mais tradicionais  da política pernambucana que já ofertou ao estado e ao país nomes como Nilo Coelho, Osvaldo Coelho e Fernando Bezerra Coelho, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, deixa o cargo nesta quarta-feira em grande estilo para iniciar sua caminhada que tem por objetivo final chegar ao Palácio do Campo das Princesas.

Miguel tenta repetir seu tio-avô, Nilo Coelho, que chegou ao Palácio do Campo das Princesas nomeado pelo regime militar, e busca ter maior sorte que seu pai, o senador Fernando Bezerra, que tentou, mas nunca conseguiu ser candidato a governador. O mais próximo que chegou do cargo foi quando disputou o mandato de vice-governador na chapa de Miguel Arraes em 1998, enquanto seu avô Paulo Coelho foi candidato ao mesmo cargo na chapa de Jarbas Vasconcelos em 1990, em ambas as ocasiões, os titulares acabaram derrotados.

Além da sua juventude, apenas 31 anos, Miguel tem a seu favor uma gestão exitosa que tem quase 90% de aprovação, sendo reeleito com 76% dos votos válidos em 2020. A sua gestão transformou Petrolina e transportou a cidade para uma realidade nunca vista em nenhum município pernambucano. O volume de obras e ações foi tamanho que fez da capital do São Francisco a cidade do pleno emprego, da distribuição de renda, do desenvolvimento, da infraestrutura, da saúde e da educação, pilares imprescindíveis para uma sociedade mais justa.

O gestor disputará o cargo  de governador pelo União Brasil, super partido resultante da fusão entre PSL e Democratas, e aposta numa campanha moderna, arrojada e capaz de convencer os pernambucanos a trocarem o PSB pelo seu projeto, que também possui outros adversários.

O passo dado por Miguel nesta quarta-feira será um dos mais importantes na sua trajetória e se espera um grandioso evento com a presença de prefeitos, deputados, lideranças políticas estaduais e nacionais, que ajudarão a abrilhantar o encerramento de um belo ciclo na trajetória do jovem Miguel para o início de uma nova caminhada, dessa vez mais difícil, mais sinuosa, mas que tem a sua disposição, coragem e determinação para ter um desfecho positivo capaz de levá-lo ao cargo ocupado por diversas personalidades pernambucanas, como Miguel Arraes, Marco Maciel, Jarbas Vasconcelos e Eduardo Campos.

Socialistas – O governador Paulo Câmara oficializou a entrada dos deputados estaduais Marco Aurélio e Rogério Leão no PSB para tentarem a reeleição. Em 2018, eles foram eleitos pelo PRTB e PL, respectivamente, e agora tentarão mais um mandato na Casa Joaquim Nabuco pelas hostes socialistas.

De chegada – Além de Marco Aurélio e Rogério Leão, a bancada do PSB deve ser ampliada com os emedebistas Jarbas Vasconcelos Filho e Tony Gel, bem como Eriberto Medeiros (PP) e Rodrigo Novaes (PSD). Muitos apostam também na chegada de José Queiroz, que está filiado ao PDT. O PSB poderá chegar a dezoito deputados de mandato.

Autonomia – O presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, garantiu em nota oficial que o deputado federal Silvio Costa Filho terá autonomia para manter o partido na Frente Popular.

Inocente quer saber – Teremos alguma supresa nesta reta final de desincompatibilizações e filiações?

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Postado por Edmar Lyra às 8:31 am do dia 15 de julho de 2020 Deixe um comentário

Senado vai homenagear o centenário de Nilo Coelho

O Senado aprovou nesta terça-feira (14) requerimento do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) para realização de sessão solene em homenagem ao ex-governador Nilo Coelho, que completaria 100 anos em novembro de 2020. Formado pela Faculdade de Medicina da Bahia, Nilo de Souza Coelho foi deputado estadual e deputado federal por três mandatos, governador de Pernambuco entre 1967 e 1971 e presidente do Congresso Nacional em 1983.

Durante a votação, Fernando Bezerra lembrou que a gestão de Nilo Coelho como governador foi marcada por obras e investimentos no interior de Pernambuco, como a construção da estrada que liga Arcoverde a Petrolina e a ampliação da rede de eletrificação rural, que levou energia para mais de 200 distritos da Zona da Mata, do Agreste e do Sertão. “Nilo Coelho disse que ‘governaria de costas para o mar’”, destacou FBC. “Contudo, o maior legado é, sem dúvida, a implementação dos perímetros irrigados, que transformaram a região do Vale do São Francisco no maior polo de fruticultura do País.”

Para o senador, Nilo Coelho dedicou a vida ao desenvolvimento sustentável do Sertão. “Foi incansável no esforço de criar as condições para que o homem sertanejo pudesse trabalhar e crescer. Visionário, compreendeu que o acesso à água era o motor desse desenvolvimento. Hoje, a região do Vale do São Francisco produz riquezas, é responsável por 90% das exportações de uva e manga do Brasil, um negócio pujante, que gera mais de 360 mil empregos para os sertanejos. Um sonho que começou com Nilo Coelho.”

Como senador e presidente do Congresso Nacional, Nilo Coelho é lembrado pelo diálogo, espírito de conciliação e afirmação do Parlamento, destacou Fernando Bezerra Coelho. “Para ilustrar, lembro a histórica frase proferida em sessão de setembro de 83: ‘Não sou presidente do Congresso do PDS. Sou presidente do Congresso do Brasil’.”

O senador Fernando Bezerra Coelho também ressaltou o discurso de posse de Nilo Coelho como presidente do Congresso Nacional, quando afirmou que “o bem comum, que nos cabe promover, exige a fertilidade do diálogo, da negociação e do entendimento. Não há barreiras políticas insuperáveis, quando se trata de atender aos anseios do povo e aos interesses da Pátria”.

Para FBC, as palavras de Nilo Coelho “servem de inspiração para todos nós que colocamos o interesse público acima das paixões políticas e trabalhamos, aqui no Congresso Nacional, para que o Brasil supere essa grave crise em decorrência da pandemia do coronavírus”.

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Postado por Edmar Lyra às 9:16 am do dia 18 de junho de 2020 1.359 Comentários

O sertanejo Osvaldo Coelho

Nascido em Juazeiro no ano de 1931, Osvaldo de Sousa Coelho veio de uma família tradicional no sertão do São Francisco. Seu pai Clementino de Sousa Coelho, mais conhecido como Coronel Quelê, tornou-se um importante líder políticos e empresarial daquela região. Osvaldo também era irmão de Nilo Coelho, que foi governador de Pernambuco e tio do atual senador Fernando Bezerra Coelho, filho do seu irmão Paulo Coelho.

Sua estreia na vida pública se deu em 1954, quando tentou seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco, sendo eleito com 3.449 votos pelo PSD. No ano seguinte, formou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, e passou a integrar importantes comissões da Alepe.

Nas eleições de 1958, nova vitória, desta vez com 5.630 votos e sua liderança foi se consolidando na Alepe, quando foi reeleito em 1962 com 5.660 votos e assumiu o cargo de líder do PSD na Casa Joaquim Nabuco. Em 1964 assumiu a liderança do governo Paulo Guerra e com a adoção do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional.

Nas eleições de 1966 tenta seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados e logra êxito na empreitada. No mesmo ano seu irmão Nilo Coelho assumiu o governo de Pernambuco, de quem foi secretário da Fazenda. Nas eleições de 1970 decide não tentar a reeleição e passa a se dedicar aos negócios da família, ficando num hiato de oito anos fora da política.

Nas eleições de 1978 volta a disputar um mandato na Câmara dos Deputados, sendo novamente eleito e passa a integrar importantes comissões naquela Casa, como a de Ciência e Tecnologia. Com o fim do bipartidarismo filia-se ao PDS, partido sucedâneo da Arena. Em 1982 é reeleito para o seu terceiro mandato e participa das discussões sobre a redemocratização, apesar disso, se posicionou contra a emenda Dante de Oliveira.

Com a candidatura de Tancredo Neves e José Sarney passou a apoiar a Aliança Democrática que viria a ser eleita no colégio eleitoral em 1985. Nas eleições de 1986, é reeleito para a Câmara dos Deputados para o seu quarto mandato. Nas eleições deste ano, houve um desentendimento entre a família Coelho, onde Osvaldo, pelo PFL apoiou José Múcio Monteiro e Fernando Bezerra Coelho, pelo PMDB apoiou a candidatura de Miguel Arraes.

Como deputado constituinte, Osvaldo Coelho teve atuação destacada sobretudo em ações voltadas para o sertão nordestino, em especial o sertão do São Francisco, motivo da sua atuação. Em 1990 é reeleito para o quinto mandato na Câmara Federal, conquistando mais três mandatos, em 1994, 1998 e 2002. Nas eleições de 2006 ficou apenas numa suplência, assim como em 2010.

Nas eleições de 2008 teve papel importantíssimo na vitória de Julio Lossio para prefeito de Petrolina. Ainda rompido com o sobrinho, que era secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, assistiu de camarote a briga entre o então prefeito Odacy Amorim e o deputado federal Gonzaga Patriota pela indicação do PSB para a disputa. Patriota acabou sendo o nome do partido, a contragosto de Fernando e Odacy, e enfrentou Julio Lossio, que filiado ao PMDB tornou-se a grande sensação da disputa em Petrolina, atingindo o mandato como prefeito, sendo reeleito em 2016.

Nas eleições de 2014 houve a reconciliação da família Coelho, e Osvaldo apoiou o sobrinho para o Senado Federal, que acabou eleito na chapa de Paulo Câmara. Em 1 de novembro de 2015, aos 84 anos, Osvaldo Coelho veio a óbito, encerrando uma trajetória de serviços prestados a Petrolina, ao sertão do São Francisco, a Pernambuco e ao Brasil.

Uma das grandes conquistas do deputado Osvaldo Coelho para o sertão do São Francisco foi a chegada da Universidade Federal do Vale do São Francisco, beneficiando Juazeiro (BA), Petrolina (PE), São Raimundo Nonato (PI), Senhor do Bonfim (BA), Paulo Afonso (BA) e Salgueiro (PE).

A existência de Osvaldo Coelho durante seus onze mandatos, três de estadual e oito de federal, foi de um homem público dedicado ao seu povo. Preocupado em desenvolver sua região que mudou consideravelmente com sua atuação parlamentar na Câmara dos Deputados. A sua partida não apagou tudo o que Osvaldo de Sousa Coelho representa para a política pernambucana, seu legado permanece vivo no sertão do São Francisco, seja na educação, na fruticultura irrigada, e em tantas ações que fizeram de Petrolina uma cidade próspera no nordeste brasileiro.

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Postado por Edmar Lyra às 9:30 am do dia 14 de junho de 2020 248 Comentários

O industrial Edgar Lins Cavalcanti

Nascido em 1918 no município de Glória do Goitá, na Mata Norte, Edgar Lins Cavalcanti iniciou sua trajetória como comerciante na Rua Tobias Barreto, vendendo mercadorias alimentícias naquela localidade. Aos poucos, Edgar começou a tornar-se bem-sucedido em seus negócios decidiu em 1962 tentar seu primeiro mandato de deputado estadual pelo Partido Democrata Cristão e logrou êxito na empreitada com 3.753 votos.

Com o regime militar de 1964 que depôs Miguel Arraes, Edgar passa a fazer parte da base de sustentação do governador Paulo Guerra e em 1965, com a adoção do bipartidarismo, filia-se à Aliança Renovadora Nacional, sendo reeleito em 1966 com 4.776 votos, 1970 com 11.086 votos, 1974 com 16.761 votos e 1978 com 13.774 votos, ficando na Assembleia Legislativa de Pernambuco durante vinte anos.

No ramo empresarial, fundou o Café Petinho, indústria de moagem e fabricação de café, no bairro de Afogados na década de 60. Edgar também era proprietário de muitas terras em Pernambuco, em especial a região que compreende Rio Doce em Olinda e o Janga em Paulista, chegando a disputar a propriedade de terras com a família Lundgren, também expoente no ramo industrial de tecidos.

Os habitacionais de Rio Doce foram uma doação do deputado Edgar Lins Cavalcanti à Cohab na época, cujo bairro tem grande importância para a cidade de Olinda. Durante seus vinte anos como deputado pôde vivenciar os governos de Miguel Arraes, Paulo Guerra, Nilo Coelho, Eraldo Gueiros, Moura Cavalcanti, Marco Maciel e José Ramos.

Com muito tino para os negócios, além do Café Petinho, Edgar Lins Cavalcanti também foi proprietário de fonte de água mineral e do Engenho Mangue em São Benedito do Sul, posto de gasolina e outros empreendimentos, que fizeram dele um dos empresários mais bem-sucedidos da época em Pernambuco.

Nas eleições de 1982, já com a volta do pluripartidarismo em 1979, Edgar filiou-se ao PDS, sucedâneo da Aliança Renovadora Nacional, e tentou seu sexto mandato na Casa Joaquim Nabuco, porém não obteve êxito na empreitada, encerrando sua trajetória na vida pública.

A saída da política, que era uma de suas paixões, lhe fez muita falta, pois acostumou-se durante duas décadas a integrar o poder legislativo estadual, vivenciando momentos históricos em Pernambuco, um dos governadores que ele nutriu melhor relação foi com José Francisco de Moura Cavalcanti, com quem passava horas no Palácio do Campo das Princesas.

Em atos institucionais do governo de Pernambuco,  acompanhando o governador Moura Cavalcanti, durante um evento ele notabilizou no discurso quando chamou o então governador de Papai Moura, dizendo que Moura era o responsável pela chegada daquela obra na região, sendo bastante aplaudido pela simplicidade de suas palavras.

Nada afeito a questões de etiqueta, Sr. Edgar foi questionado por um garçom do Palácio qual marca de uísque gostaria de tomar, e ele respondeu ’buchanã’. O garçom o corrigiu dizendo ‘Bucanans’ que é a pronúncia do uísque, ele disse: “olhe o rótulo, está escrito buchanã, é esse que eu quero”, o governador Moura Cavalcanti caiu na gargalhada.

Inclusive o nome do Café de sua propriedade foi escolhido Petinho porque, segundo os seus contemporâneos, ele queria dizer pretinho, mas só falava Petinho, e a marca do café se tornou uma das mais importantes e longevas de Pernambuco. Sobre a empresa, Edgar popularizou a marca com a distribuição de brindes e com um moderno sistema logístico para a época, fazendo com que o Café Petinho se tornasse uma das marcas mais populares de todo o Nordeste brasileiro.

No auge da empresa, Luiz Gonzaga, expoente da música nordestina chegou a fazer a propaganda do Café Petinho, o que ajudou a popularizar ainda mais a marca. Como político e como empresário, mesmo sem ter uma formação, Edgar Lins Cavalcanti mostrou sua sagacidade de construir um verdadeiro império partindo praticamente do zero, situação cada vez mais difícil nos dias de hoje.

Em 21 de março de 1991, aos 73 anos de idade, afastado da vida pública e após ter vendido o Café Petinho no início da década de 80, vítima de câncer, Edgar Lins Cavalcanti encerrou sua vida, mas sua obra permanece na mente e no coração dos pernambucanos que conhecem o Café Petinho, que moram no bairro de Rio Doce e puderam desfrutar de um homem público extremamente generoso e comprometido com o desenvolvimento econômico e social do seu estado.

Edgar Lins Cavalcanti com o governador Moura Cavalcanti
Como deputado estadual na Alepe
Café Petinho, uma de suas principais obras

 

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Postado por Edmar Lyra às 9:28 am do dia 2 de junho de 2020 1.224 Comentários

O conservador Paulo Guerra

Nascido em Nazaré da Mata em 1916, Paulo Pessoa Guerra iniciou sua trajetória profissional em 1935 quando ingressou na Faculdade de Direito do Recife, vindo a bacharelar-se em 1939.  No ano de 1938, já sob a vigência do Estado Novo liderado por Getúlio Vargas, é nomeado prefeito de Orobó pelo interventor Agamenon Magalhães em 1939, já em 1940 é nomeado para o cargo de prefeito de Bezerros.

Em 29 de outubro de 1945 houve a deposição de Getúlio Vargas e em dezembro aconteceu o pleito para a Assembleia Nacional Constituinte, onde Paulo Guerra foi eleito deputado federal pelo PSD. Nesta época o partido era liderado por Agamenon Magalhães em Pernambuco. Como deputado constituinte, Paulo Guerra teve atuação destacada em comissões na constituição de 1946.

Nas eleições de 1950, é novamente eleito deputado federal e acompanhou como parlamentar a volta de Getúlio Vargas e seu posterior suicídio em 24 de agosto de 1954. Nas eleições daquele mesmo ano, Paulo Guerra decide ser candidato a deputado estadual e é eleito para a Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Na Alepe, é reeleito em 1958 para o seu segundo mandato e em 1961 assumiu a presidência da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Já no cargo, assistiu a crise envolvendo o governo Jânio Quadros que culminou na sua renúncia e na ascensão de João Goulart ao cargo de presidente da República.

Nas eleições de 1962 disputa o mandato de vice-governador pelo Partido Republicano com o apoio do PSB e do PSD e acaba sendo o mais votado do pleito. Miguel Arraes, por sua vez, é eleito pelo PST para o cargo de governador. Ambos são empossados em 31 de janeiro de 1963.

A relação entre governador e vice sempre foi de muita divergência e desconfiança, o que levou Paulo Guerra a montar uma espécie de governo paralelo. Já em 1964 insatisfeito com os rumos adotados por Miguel Arraes, Paulo Guerra aproximou-se do general Humberto de Alencar Castelo Branco, que na época era chefe do estado-maior do Exército e um dos principais articuladores da deposição do presidente João Goulart.

Com a queda de Jango, a Junta Militar assumiu a presidência da República em 31 de março de 1964, e no Ato Institucional Número 1, os direitos políticos de governos anteriores foram cassados, dentre eles o de Miguel Arraes. Pela relação com Castelo Branco, Paulo Guerra não só foi poupado da cassação de seus direitos políticos como assumiu o mandato de governador de Pernambuco sem maiores problemas.

Com a extinção dos partidos políticos através do Ato Institucional Número 2, em 1965, Paulo Guerra filia-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), e como governador fez uma série de ações como a construção de rodovias, estimulou a indústria, ampliou a rede de abastecimento, também ampliou a rede de ensino, construindo a FESP que viria a se tornar a UPE, construiu o Hospital de Pronto-Socorro que hoje é o Hospital da Restauração.

Em 1967 passa o governo para Nilo Coelho, eleito pela Assembleia Legislativa, e dedica-se às atividades agropecuárias, tornando-se um dos maiores proprietários de terras do Nordeste. Em 1970, Paulo Guerra tenta o mandato no Senado Federal e torna-se o mais votado daquele pleito, elegendo-se junto com Wilson Campos. Naquele pleito indireto, Eraldo Gueiros acaba eleito pela Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Ao assumir o mandato de senador da República, Paulo Guerra chegou a ser vice-líder da Arena e do governo no Senado e participou de diversas comissões importantes da Casa. Em 1977, o então ministro da Justiça, Armando Falcão, editou uma série de medidas conhecida como Pacote de Abril, nele estava a reformulação que criava a figura do senador biônico. Paulo Guerra, já doente, aceitou a proposta e caminhava para tentar novo mandato no ano seguinte, desta vez de forma indireta pela Assembleia Legislativa de Pernambuco, porém em 9 de julho de 1977, Paulo Guerra viria a óbito e seu mandato seria substituído por Murilo Paraíso, seu suplente. Na eleição seguinte, o mandato de senador biônico acabou ficando com Aderbal Jurema.

Ao falecer aos 61 anos de idade, Paulo Guerra pôs fim a uma importante história na política pernambucana de deputado federal por dois mandatos, deputado estadual por dois mandatos, presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, vice-governador, governador de Pernambuco e senador da República. Suas ações como governador deixaram importante legado para Pernambuco, em especial na Saúde com a Restauração, e na educação com a Universidade de Pernambuco e sua trajetória foi fundamental para o nosso estado.

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Postado por Edmar Lyra às 9:44 am do dia 20 de maio de 2020 2 Comentários

Nilo Coelho, o gigante do sertão!

Nascido em 2 de novembro de 1920 em Petrolina, Nilo de Souza Coelho foi um dos treze filhos do casal Clementino de Souza Coelho e Josefa Maria de Souza Coelho. Seu Quelê, como era conhecido, tornou-se um dos principais empresários do sertão do São Francisco.

Ainda jovem, Nilo foi estudar medicina em Salvador na Universidade Federal da Bahia, e aos 27 anos foi candidato a deputado estadual em Pernambuco com o apoio da família que já detinha grande influência no sertão do São Francisco.  No exercício do mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco, Nilo chegou a ser primeiro-secretário da Casa Joaquim Nabuco.

Em 1950, elegeu-se deputado federal pela primeira vez, exercendo o cargo até 1967, neste ínterim foi secretário da Fazenda de Pernambuco entre 1951 e 1952, depois foi nomeado governador de Pernambuco pelo presidente Castelo Branco. Como governador, foi responsável por eletrificar mais de 200 distritos na Zona da Mata, Agreste e Sertão, também criou o Lafepe, a Fundação de Desenvolvimento Municipal de Pernambuco, que foi responsável pela construção de estradas e a integração dos municípios pernambucanos. Pelo fato de construir muitas estradas, Nilo foi apelidado de governador estradeiro.

As ações de Nilo não param por aí, ele também foi responsável pela criação do DETRAN de Pernambuco, do Ipem, da Cepe, da UPE e do Projeto Massangano, considerado o maior projeto de irrigação do país, com mais de 20 mil hectares, beneficiando milhares de pessoas com a cultura de banana, acerola, uva, coco, dentre outros e ainda concluiu a barragem das Tabocas.

Ao deixar o governo de Pernambuco em 1971, Nilo decidiu dedicar-se aos negócios da família, porém a paixão pela política o fez voltar para disputar o Senado em 1978. O mecanismo da sublegenda, uma vez que ele disputou pela Arena I e Cid Sampaio pela Arena II, fez com que ele derrotasse Jarbas Vasconcelos, que tinha sido o mais votado do pleito, haja vista a soma dos dois candidatos arenistas ter suplantado a votação de Jarbas.

Nilo tomou posse no Senado em fevereiro de 1979 tornando-se vice-presidente da Casa, depois em 1981 virou líder do governo e em 1982 foi eleito presidente por unanimidade. Na época da disputar o Palácio do Planalto começava a pensar em nomes para o cargo, mas foi surpreendido com a força conquistada pela articulação de Nilo, que seria eleito para o cargo de presidente do Senado e também do Congresso Nacional.

Na turbulenta sessão de 21 de setembro de 1983, na condição de presidente do Senado Federal, Nilo proferiu um discurso que ficaria na história. Já na madrugada de 22 de setembro, suscitado por uma questão de ordem do líder do PDS, senador Aloísio Chaves, após suspender por trinta minutos a sessão, subiu à tribuna e disse a célebre frase: “Não sou presidente do congresso do PDS, sou presidente do Congresso do Brasil.”, demonstrando seu caráter altivo e defendendo o parlamento brasileiro.

Em 9 de novembro, poucos dias depois de completar 63 anos de idade, Nilo Coelho viria a óbito vítima de um infarto, mas antes proferiu mais uma forte declaração: “Não me arrependo do que fiz. Só me arrependo do que não fiz”. A partida de Nilo Coelho, ainda jovem, lhe colocou na história como um dos grandes homens públicos brasileiros, um indutor do desenvolvimento, defensor incansável da política e do entendimento, brilhante orador, grande articulador e extraordinário gestor público.

Nilo Coelho, assim como o seu xará, que é considerado o maior rio do mundo, foi gigante em toda a sua existência, deixando para sua amada Petrolina, para Pernambuco e para o Brasil, o legado de um dos mais brilhantes homens públicos que o nosso estado e o nosso país já conheceram.

Governador Nilo Coelho com o presidente Costa e Silva durante inauguração de estrada
Nilo Coelho com sua mãe Josefa e seus irmãos
Nilo Coelho em evento público

 

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 30 de dezembro de 2017 Deixe um comentário

Coluna do blog deste sábado

Uma eleição histórica se avizinha em Pernambuco 

Desde a redemocratização que tivemos eleições bastante animadas, com destaque para 1986 na volta de Arraes, 1990 para o duelo Jarbas x Joaquim, em 1998 na vitória de Jarbas sobre Arraes e principalmente em 2006 com a espetacular vitória de Eduardo Campos que iniciou o ciclo que até hoje estamos vivenciando em Pernambuco.

Nas eleições do ano que está começando a partir de segunda-feira, caminhamos para ter uma disputa extremamente apimentada, hoje quatro nomes estão efetivamente colocados, que são Marília Arraes, Armando Monteiro, Fernando Bezerra Coelho e o governador Paulo Câmara, que defenderá o legado do seu governo e a hegemonia do PSB em Pernambuco que desde a vitória de Eduardo em 2006 não sabe o que é perder eleição no estado e na capital.

Mais do que o pós-Eduardo, estarão em disputa políticos que até 2012 figuravam o mesmo palanque, que foi erguido de última hora por Eduardo e acabou vitorioso com a eleição de Geraldo Julio no Recife. Ou seja, Fernando, Marília, Armando e Paulo se conhecem como a palma de suas mãos, sabem as forças e as fragilidades de cada um, o que tende a caminhar para uma disputa sangrenta.

Paulo tentando manter a escrita, Fernando com sangue nos olhos para derrotar o PSB, Armando querendo vingar a derrota de 2014 e Marília correndo por fora para tentar repetir o feito de Eduardo em 2006. Todos eles possuem envergadura para o cargo, Marília apesar de ser a mais inexperiente carrega consigo a mística de ser neta de Arraes e prima de Eduardo, com quem rompeu no auge da sua hegemonia no estado, e essas credenciais fazem dela uma candidata interessante na disputa.

Aquele que sair vitorioso em 2018 terá a missão de governar Pernambuco construindo um ciclo próprio, inclusive o atual governador, que sendo reeleito sem a articulação de Eduardo e a comoção da sua morte, se torna um player Ainda maior do que já é. Os demais se vencerem estarão quebrando uma escrita para tentar ser o novo Eduardo, que marcou para sempre o seu nome na história de Pernambuco. Haja coração para a disputa, e tirem as crianças da sala porque essa disputa de 2018 do pescoço pra baixo é canela.

Educação – Durante a semana, a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, inaugurou três unidades estudantis que, juntas, beneficiarão cerca de 1200 estudantes, sendo 180 na Creche Severino Oliveira da Silva, no Residencial Alto do Moura, mais de 700 alunos na Escola Municipal Dom Dino, no Residencial Luiz Bezerra Torres, além de 285 vagas no Centro Municipal de Educação Infantil Guiomar Alves de Lima, situado no mesmo local.

Bodódromo – A Prefeitura de Petrolina e a Codevasf firmaram um convênio para a requalificação de um dos principais polos turísticos e gastronômicos do Sertão. Com investimento de R$ 1,3 milhão, o tradicional Bodódromo receberá obras no próximo semestre. O convênio foi assinado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico e Agrário, José Batista da Gama, o superintendente regional da Codevasf, Aurivalter Cordeiro, o vereador Ronaldo Silva e o deputado federal Guilherme Coelho, autor da emenda parlamentar que assegurou os recursos.

Augusto Coutinho – O deputado federal Augusto Coutinho vivenciará em 2018 a melhor situação política da sua vida desde que se elegeu em 2010 para a Câmara Federal. Presidente estadual do Solidariedade, aliado de Paulo Câmara e Michel Temer, possui o vereador Rodrigo Coutinho e o prefeito de Olinda como seus liderados políticos. Tem tudo pra passar dos 100 mil votos no ano que vem.

Escrita – Os senadores Armando Monteiro e Fernando Bezerra Coelho possuem um desafio ainda maior nas eleições de 2018. É que historicamente nenhum senador conseguiu se eleger governador. Tivemos alguns ex-governadores que chegaram ao Senado, como Jarbas Vasconcelos, Etelvino Lins, Nilo Coelho, Paulo Guerra, Marco Maciel e Carlos Wilson mas nunca o inverso.

RÁPIDAS

Júnior Uchoa – Uma das grandes novidades nas eleições de 2018 tende a ser o pré-candidato a deputado federal Guilherme Uchoa Júnior, mais conhecido como Júnior Uchoa. Jeitoso e atencioso com todos, conseguiu ganhar a simpatia de lideranças políticas que sempre acompanharam o deputado Guilherme Uchoa, sendo o sucessor ideal para o seu pai, que se tornou um ícone da política pernambucana.

Feliz 2018 – Gostaria de agradecer a todos os leitores do Blog durante o ano de 2017 quando dobramos o número de acessos em relação a 2016. Desejo a todos um Feliz 2018 de muita paz e harmonia para você e sua família. Voltaremos com a coluna na próxima terça-feira, dia 2 de janeiro.

Inocente quer saber – É importante para o Brasil que Lula seja candidato ou seja condenado pelos crimes que cometeu?

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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