Blog Edmar Lyra

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Postado por Edmar Lyra às 10:44 am do dia 14 de julho de 2020 Deixe um comentário

José Humberto diz que Marco Aurélio possui todas as credenciais para ser candidato

A declaração feita pelo presidente do PRTB, Ednásio Silva, ao blog do Edmar Lyra, desconsidera a trajetória de vida pública do Ex-Ministro e Ex-Senador da República, Armando Monteiro Neto, marcada pela retidão de seus posicionamentos, pelo respeito e atenção a todas as pessoas. O Deputado Marco Aurélio possui todas as credenciais para se colocar como pré-candidato a Prefeito do Recife, o que jamais fora contestado pelo Diretório Estadual do PTB e tampouco pelo Ex-Senador que, numa rápida conversa com o jornalista Edmar Lyra, não citou nominalmente sua pré-candidatura, por um simples ato falho.

Reiteramos o que foi dito por Monteiro Neto: “que apesar de estar próximo da definição, a decisão ainda não foi tomada, e levará em conta o projeto que reunir as melhores condições de derrotar o PSB, a quem considera um projeto familiar que será derrotado em novembro”.

José Humberto de Moura Cavalcanti Filho
Presidente Estadual do PTB

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Postado por Edmar Lyra às 14:12 pm do dia 13 de julho de 2020 1.353 Comentários

Presidente do PRTB dispara: “Armando não aprendeu com Agamenon”

Agamenon Magalhães avô do ex-senador Armando Monteiro perpetuou a famosa frase: “gratidão é dívida que não prescreve”. O ex-senador Armando Monteiro goza, lamentavelmente, do sentimento da ingratidão.

O deputado Marco Aurélio foi um defensor ardoroso da candidatura de Armando Monteiro para governador em 2018, sendo inclusive o responsável pela minha decisão em subir naquele palanque. Hoje sequer cita seu nome para a disputa de Recife.

Mas é assim que funcionam os barões e príncipes da política. Ainda bem que pouco a pouco os pernambucanos estão mandando para casa, um a um, esses que pensam que são donos do voto do povo.

EDNÁSIO SILVA
Presidente do PRTB

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Postado por Edmar Lyra às 12:47 pm do dia 13 de julho de 2020 Deixe um comentário

Armando diz que oposição ainda não definiu candidato

O ex-senador Armando Monteiro Neto, em contato com o blog, afirmou que não será candidato nas eleições deste ano, e por isso está absolutamente tranquilo para tomar a decisão quanto ao destino do PTB na disputa pela prefeitura do Recife.

Armando enalteceu as quatro pré-candidaturas oposicionistas postas, Alberto Feitosa, Daniel Coelho, Mendonça Filho e Patrícia Domingos, e disse que apesar de estar próximo da definição, a decisão ainda não foi tomada, e levará em conta o projeto que reunir as melhores condições de derrotar o PSB, a quem considera um projeto familiar que será derrotado em novembro.

O petebista alfinetou o PSB ao dizer que a decisão da oposição não é vertical, onde todos estão sendo ouvidos para que a definição ocorra dentro do prazo, enquanto nas hostes socialistas a decisão vem de cima pra baixo e os aliados somente seguem a orientação familiar.

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Postado por Edmar Lyra às 8:39 am do dia 13 de julho de 2020 1 comentário

PSDB e PTB dispostos a apoiar a delegada Patrícia Domingos

A pesquisa Ipespe, que foi contratada pelo PSDB do ex-ministro Bruno Araújo, trouxe novidades no tocante ao entendimento da oposição na capital pernambucana. Inicialmente inclinados a Mendonça Filho, pré-candidato do DEM, Armando Monteiro, do PTB, e Bruno Araújo, do PSDB, já avaliam apoiar formalmente a pré-candidatura de Patrícia Domingos.

Sem um projeto de candidatura própria no Recife, Armando e Bruno estão dispostos a apoiar o projeto mais competitivo, que tenha chances de chegar a um segundo turno, e não possuem a ressalva externada pelos demais postulantes, à pré-candidatura da delegada Patrícia Domingos.

Com o apoio de Podemos, PTB e PSDB, Patrícia surge com relativo tempo de televisão e poderia ganhar apelo junto ao Democratas, ao Cidadania e ao PL e PSC, partidos integrantes da oposição, para ser o nome do grupo para a disputa de novembro.

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Postado por Edmar Lyra às 11:42 am do dia 7 de julho de 2020 1 comentário

A preocupação oposicionista

Além da divulgação da pesquisa de ontem que causou frisson entre atores oposicionistas, há um claro movimento em curso que objetiva inviabilizar de uma vez por todas a pré-candidatura da delegada Patrícia Domingos, do Podemos, a prefeita do Recife.

Os nomes tradicionais da oposição não querem apenas isolar Patrícia Domingos como principalmente evitar que ela seja candidata. Por isso o objetivo de mostrar que isolada ela não vai a lugar nenhum. Querem que ela seja candidata a vereadora porque ela não arriscaria esvaziar os nomes tradicionais durante a campanha.

Os números obtidos pela delegada Patrícia Domingos são mais preocupantes para os opositores do que por parte do próprio governo, pois avaliam que com um discurso outsider, Patrícia rouba a pauta da oposição e tem todas as condições de ser a candidata que aproximará da polarização de João e Marília no Recife.

“Você já imaginou Patrícia Domingos sozinha ter mais votos que o candidato oficial da oposição com o apoio de Mendonça, Daniel, Armando, Bruno, etc?, seria desastroso, portanto querem cortar o mal pela raiz”, avalia um observador da cena política da oposição.

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 3 de junho de 2020 3 Comentários

Coluna da Folha desta quarta-feira

Falta um condutor do processo eleitoral na oposição recifense 

As gestões do PSB representam um projeto vitorioso da Frente Popular iniciado por Eduardo Campos em 2006, de lá pra cá todos os candidatos no governo e na prefeitura do Recife foram eleitos apoiados pelo PSB ou eram integrantes da sigla socialista. Foram quatro eleições para governador e três para prefeito do Recife com vitórias da Frente Popular.

A soberania socialista em Pernambuco, algo jamais visto na história democrática do nosso estado, atrofiou a oposição, que além de não se reinventar sente a carência de um líder que aponte o caminho. O ex-senador Armando Monteiro e o senador Fernando Bezerra Coelho poderiam ser tais condutores, porém o primeiro pelas duas derrotas para o governo de Pernambuco perdeu as condições de manter a tropa unida, sua dificuldade se viu até mesmo no PTB com a saída de importantes quadros do partido. Já o segundo, talvez pela sua atuação mais restrita ao sertão e também pela função de líder do governo Bolsonaro, tem dificuldades de conduzir o processo no Recife.

Sem esse condutor que aponte para um caminho, a oposição, ainda que tenha argumentos sólidos e extremamente plausíveis, enfrenta dificuldades de apresentar um projeto competitivo que faça jus à  alternância de poder na capital pernambucana. É evidente que da forma pulverizada que a oposição está, sentirá dificuldades reais de se viabilizar, é preciso não só um natural afunilamento como também considerar a hipótese de compor com nomes que hoje estão no governo sem descartá-los da possibilidade de serem apoiados por quem está na oposição em prol de algo maior.

Cabe à oposição avaliar que separada não irá a lugar nenhum, mas tem outra vertente, é a de que 2020 pode ser um divisor de águas na engenharia política estabelecida em Pernambuco ou consolidar ainda mais a hegemonia do PSB no estado, e a segunda opção se concretizando pode comprometer até mesmo os parcos espaços que a oposição ainda tem em Pernambuco.  O tempo está passando e as definições precisam acontecer o quanto antes, pois quem é coxo obrigatoriamente tem que partir mais cedo.

Intervenção – O procurador geral da República, Augusto Aras, não gostou da interpretação sobre uma fala sua em entrevista com Pedro Bial. “A Constituição não admite intervenção militar. Ademais, as instituições funcionam normalmente. As Forças Armadas existem para a defesa da pátria, para a garantia dos Poderes constitucionais e para preservar o regime da democracia participativa brasileira”, esclareceu em nota oficial.

Incra – O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) emplacou mais um cargo importante no governo federal. O publicitário Thiago Angelus, que já tinha atuado na AD Diper, foi nomeado na superintendência regional do Incra, no lugar no ex-deputado Kaio Maniçoba.

Ipojuca – O deputado federal Eduardo da Fonte, presidente estadual do PP, está animado com a postulação do presidente da Câmara, Albérico da Cobal, a prefeito de Ipojuca. Dos doze vereadores, Albérico conta com o apoio de cinco e vem crescendo nesta fase pré-eleitoral.

Inocente quer saber – André de Paula poderia ser uma opção que ganharia apelo na oposição para disputar a PCR?

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Postado por Edmar Lyra às 10:36 am do dia 27 de maio de 2020 2.166 Comentários

O Marco de Pernambuco

Nascido em 21 de julho de 1940, Marco Antônio de Oliveira Maciel herdou o gosto pela política do pai, José do Rego Maciel, que foi deputado federal por Pernambuco entre 1955 e 1959. Marco Maciel ingressou na Faculdade de Direito do Recife, concluindo seu curso em 1963, mas foi lá que iniciou sua trajetória política sendo presidente do DCE e posteriormente da União dos Estudantes de Pernambuco. A atuação de Maciel se notabilizou por contrapor a narrativa de esquerda da União Nacional dos Estudantes, chegando a desligar-se dela com um manifesto público.

Naquela mesma época se alinhou com as forças que faziam oposição a Miguel Arraes, que governou Pernambuco pela primeira vez entre 1962 e 1964. Com a instauração do regime militar de 1964, que depôs Miguel Arraes do cargo, Marco Maciel foi convidado para integrar o secretariado do governador Paulo Guerra, como era muito jovem terminou sendo assessor do então governador.

Nas eleições de 1966 tenta seu primeiro mandato eletivo, logrando êxito como deputado estadual, e na condição de parlamentar, torna-se líder do governo Nilo Coelho na Assembleia Legislativa de Pernambuco. A boa atuação o credenciou para ser candidato a deputado federal nas eleições de 1970, e igualmente Maciel sai vitorioso das urnas, sendo reeleito em 1974.

Seu nome foi cogitado para o governo de Pernambuco pelo ex-governador Nilo Coelho, enquanto seu pai, José do Rego Maciel, foi indicado pelo ex-governador Paulo Guerra para suceder Eraldo Gueiros, porém o vitorioso acabou sendo Moura Cavalcanti, eleito de forma indireta pela Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Em 1976, no segundo mandato como deputado federal, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados para o biênio 1977 e 1978, mas em abril de 77 foi surpreendido com a decisão do presidente Ernesto Geisel de fechar o Congresso Nacional com o objetivo de implementar a reforma do Poder Judiciário, e vinha enfrentando dificuldade por conta da obstrução da oposição. O fechamento do Congresso durou 14 dias e culminou na decretação do chamado pacote de abril, que consistia em ampliar a hegemonia da ARENA na política nacional, que se sentiu ameaçada pelos resultados das eleições de 1974 e 1976, com um claro crescimento do Movimento Democrático Brasileiro, o MDB.

Indicado pelo presidente Geisel e pelo futuro presidente João Figueiredo, Marco Maciel foi eleito de forma indireta, através de votação pela Assembleia Legislativa de Pernambuco, para o cargo de governador, em setembro de 1978, vindo a assumir o cargo em março de 1979. Com a extinção do bipartidarismo, Marco Maciel foi um dos líderes da criação do Partido Democrático Social, o PDS, que substituiu a Aliança Renovadora Nacional na sustentação do regime militar.

Investido no cargo de governador de Pernambuco, Marco Maciel ficou notabilizado pelo projeto Asa Branca, que tinha como objetivo desenvolver a região semiárida de Pernambuco através da perenização de rios, abertura de estradas vicinais e ampliação da eletrificação rural. Maciel também executou o projeto Viver, que apoiava a zona canavieira, financiado pela Sudene e pelo BNH, no intuito de evitar as tensões sociais consequentes da construção de casas e estradas naquela região.

Em abril de 1982, Marco Maciel deixou o governo para disputar a única vaga em jogo para o Senado Federal, quem assumiu em seu lugar foi José Muniz Ramos, então presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Com a abertura das urnas, tivemos a vitória de Roberto Magalhães sobre Marcos Freire e a de Marco Maciel sobre Cid Sampaio. Aquele pleito foi apertadíssimo e bastante questionado por conta das regras que obrigavam o eleitor a escolher candidatos do mesmo partido na cédula de votação. Foram disputados os cargos de vereador, prefeito, deputado estadual, federal, governador e senador no mesmo pleito.

Já na condição de senador da República, Marco Maciel se preparou para substituir João Figueiredo na disputa pela presidência da República, eleição que seria indireta em janeiro de 1985, dentro do partido ele tinha como adversários o então vice-presidente Aureliano Chaves, o ministro Mário Andreazza e o deputado Paulo Maluf. Em 1984, Maciel comunicou sua intenção de disputar a presidência ao presidente nacional do PDS, o senador José Sarney.

Como o PDS tinha maioria absoluta no Congresso Nacional, aquele que viesse a ser escolhido pelo partido teria grandes chances de vencer o pleito. Porém, se iniciou em 1984 um movimento chamado Diretas Já, que ensejava no restabelecimento das eleições diretas para presidente da República através da emenda do deputado Dante de Oliveira. A proposta ganhou adesão até entre os parlamentares do PDS, e então Maciel começou uma articulação para chegar-se a um meio termo, nem as eleições diretas em 1985, nem a manutenção do sistema que estava vigente, mantendo o calendário de eleições indiretas em 1985 e uma eleição direta prevista para 1988. A votação na Câmara dos Deputados derrubou a tese das eleições diretas, e evitou que a emenda Dante de Oliveira avançasse para o Senado. Com o resultado, voltaram-se as articulações para as eleições indiretas.

A disputa interna do PDS para a sucessão de Figueiredo polarizou entre Paulo Maluf e Mário Andreazza, então Maciel se integrou ao grupo de José Sarney, o qual fazia parte também Aureliano Chaves, que articulava apoio a um nome do PMDB para a disputa de 1985. Em maio daquele ano, Maciel retirou sua candidatura à presidência em busca de uma unidade entre governo e oposição que não deixasse traumas para a redemocratização. Em julho daquele mesmo ano, ao lado de Sarney, Maciel rompeu com o PDS para criar a Frente Liberal, concomitantemente a uma articulação que visava a unidade em torno de um candidato de consenso junto com o PMDB para disputar a eleição.

Esse entendimento resultou na Aliança Democrática que lançaria o então governador de Minas Gerais, Tancredo Neves, ao cargo de presidente da República e o senador José Sarney ao posto de vice-presidente. A chapa da Aliança Democrática derrotou o candidato do PDS, Paulo Maluf na eleição indireta que ocorreu em 15 de janeiro de 1985.

Com a vitória do projeto liderado por Tancredo, a Frente Liberal passou a ser o Partido da Frente Liberal, PFL, que seria presidido pelo próprio Marco Maciel em sua comissão provisória. A importante atuação de Maciel fez com que o presidente Tancredo o convidasse para o cargo de ministro da Educação, mesmo com a morte do presidente eleito, Maciel foi mantido no posto pelo presidente José Sarney.

Como ministro da Educação, a plataforma de Marco Maciel tinha como objetivo melhorar o ensino básico no país, tirando o ensino profissionalizante da obrigatoriedade nas escolas de segundo grau e deixando a cargo das escolas técnicas. Maciel também legalizou a União Nacional dos Estudantes, entidade que tinha sido colocada na ilegalidade durante o regime militar. Durante sua gestão, Marco Maciel ampliou o diálogo com professores e estudantes de todo o país e extinguiu o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), que durou 15 anos. Em substituição ao Mobral, Maciel criou a Fundação Educar, que ofertava alfabetização a jovens e adultos excluídos do acesso a alfabetização.

Com a ampliação do PFL no governo Sarney, Marco Maciel deixou o ministério da Educação para ser substituído por Jorge Bornhausen e assumiu o Ministério da Casa Civil, responsável por toda articulação do governo em 1986. Em fevereiro, o governo lançou o Plano Cruzado, que visava conter o crescimento inflacionário por meio do congelamento de preços e salários. O resultado momentâneo do Plano Cruzado fez com que a popularidade do presidente Sarney crescesse de forma significativa, o que possibilitou ao PMDB, partido do presidente vitória em 26 estados da federação, exceto em Sergipe, cujo eleito foi João Alves Filho, do PFL. Em Pernambuco, Miguel Arraes derrotou José Múcio e ainda levou consigo seus dois senadores, Mansueto de Lavor e Antonio Farias, derrotando a chapa apoiada por Maciel que tinha Roberto Magalhães e Margarida Cantarelli para o Senado.

Com a força obtida pelo PMDB nas urnas e posterior esgarçamento do Plano Cruzado, Maciel começou a perder força na condição de chefe da Casa Civil, e em 1987 já de volta ao Senado, participou ativamente da criação da constituinte e afastado de Sarney, se opôs à prorrogação do mandato do presidente.

Em abril de 1989 colocou novamente seu nome para disputar pelo PFL a presidência da República, porém no mês seguinte o partido escolheu o então ministro de Minas e Energia e ex-vice-presidente Aureliano Chaves para a disputa. Com o fraco desempenho de Aureliano, Maciel participou pouquíssimas vezes da campanha, e no segundo turno declarou apoio a Fernando Collor de Mello contra Luiz Inácio Lula da Silva, sendo o primeiro vitorioso.

Em 1990 numa dura disputa com José Queiroz para o Senado, sagrou-se vitorioso por uma diferença pequena de votos, e continuou em 1991 na Câmara Alta. E imediatamente assumiu a liderança do governo Collor no Senado, sendo responsável pelas articulações do Palácio do Planalto no Congresso Nacional.

Diante das inúmeras denúncias de corrupção do governo Collor, em setembro de 1992, Marco Maciel entregou o posto de líder alegando não ter recebido do Planalto nenhuma prova que inocentasse o presidente na CPI que havia sido instaurada. Com a abertura do processo de impeachment, Collor seria afastado do cargo e assumiria o vice Itamar Franco, que recebeu o apoio de Marco Maciel para formar um governo de reestruturação do país.

Em fevereiro de 1994, Marco Maciel propôs que o PFL não tivesse candidato a presidente e estabeleceu diálogo com outros partidos, para lançar um nome apoiado por uma frente de vários segmentos políticos, porém seu partido chegou a um entendimento com o PSDB e o PTB, amparado pelo êxito do Plano Real liderado pelo então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso. O nome de Maciel foi apresentado pelo PFL para integrar a chapa, porém por conta de receio quanto a sua ligação com os governos anteriores, a escolha recaiu sobre Guilherme Palmeira, senador de Alagoas.

O senador alagoano acabou alvejado por denúncias de corrupção, e teria que ser substituído na chapa de Fernando Henrique, que impulsionado pelo Plano Real, já liderava as pesquisas. Em agosto, Palmeira foi substituído por Marco Maciel, que desta vez não recebeu nenhuma objeção da cúpula tucana, que temia os efeitos da crise envolvendo Guilherme Palmeira na campanha presidencial.

Apesar das críticas que os adversários de Fernando Henrique fizeram, em especial Lula, sobre a escolha de Maciel, que apareceu poucas vezes no guia, a chapa acabou vitoriosa ainda no primeiro turno de 1994. Eleito vice-presidente da República, Marco Maciel foi substituído por Joel de Holanda no Senado Federal.

Pelo seu excelente trânsito no Congresso Nacional, Maciel foi escolhido pelo presidente FHC como articulador político do governo. Inicialmente contrário à reeleição, Maciel acabou aderindo ao posicionamento do seu partido e com a aprovação da emenda da reeleição, foi para a disputa em 1998 novamente como candidato a vice-presidente, sendo reeleito com Fernando Henrique Cardoso.

Durante os oito anos no cargo, Maciel ganhou a marca de vice ideal, devido a sua lealdade ao presidente da República, atuando sempre como um conciliador. Nas eleições de 2002, apoiou José Serra, então ministro da Saúde do governo FHC, e candidatou-se pela terceira vez ao Senado por Pernambuco apoiando a candidatura de Jarbas Vasconcelos. Naquele pleito, a União por Pernambuco elegeu Jarbas para o governo e Marco Maciel e Sérgio Guerra para o Senado. Aquela seria a última de suas grandes vitórias políticas. Passados oito anos do seu mandato, em 2010 foi candidato novamente ao Senado, na chapa de Jarbas, que enfrentaria Eduardo Campos, candidato a reeleição, Armando Monteiro e Humberto Costa, na disputa pelo Senado.

Com a abertura das urnas, que deu a Eduardo Campos a maior votação de um governador da história de Pernambuco, Maciel acabou derrotado para o Senado, encerrando uma brilhante trajetória política em Pernambuco e no Brasil de mandatos eletivos. Ao concluir seu mandato em janeiro de 2011, Maciel deixou a vida pública sem nenhuma mácula de corrupção envolvendo seu nome. Acometido pelo Alzheimer, o ex-vice-presidente da República mostrou ser um artífice do entendimento, sempre buscando o diálogo acima das divergências.

Marco Maciel foi um grande homem público de Pernambuco e sua brilhante passagem pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal, pelos ministérios e pelo governo de Pernambuco, lhe possibilitaram ascender ao maior cargo obtido por um pernambucano com carreira política em nosso estado. Um verdadeiro marco em nossa história, portanto, nada mais justo do que ele ser considerado para sempre o Marco de Pernambuco.

Marco Maciel, Tancredo Neves e Roberto Magalhães
Marco Maciel, José Sarney, Tancredo Neves e Ulysses Guimarães
Antônio Carlos Magalhães, Fernando Henrique Cardoso, Marco Maciel e Michel Temer
Fernando Henrique Cardoso e Marco Maciel
Marco Maciel na tribuna do Senado Federal

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Postado por Edmar Lyra às 9:54 am do dia 17 de maio de 2020 1.444 Comentários

O segundo patrono da Alepe

A Assembleia Legislativa de Pernambuco possui 185 anos de história, fundada em 1º de abril de 1835, mas o atual prédio que conhecemos, na Rua da Aurora, passou a sediar o Poder Legislativo estadual somente em 1º de março de 1875, portanto há 145 anos.

A Alepe recebeu em 1948 o título de Palácio Joaquim Nabuco, em homenagem ao político abolicionista que fez história em Pernambuco. Nabuco tornou-se o patrono daquela Casa que foi palco de muitos momentos históricos em nosso estado.

Numa história quase bicentenária, muitos foram os nomes que passaram por aquela Casa e alguns conseguiram fazer história, como é o caso do nosso personagem, que poderá dividir a história da Casa de Joaquim Nabuco em antes e depois da sua passagem pela presidência daquele poder.

Nascido em Timbaúba em 22 de abril de 1947, Guilherme Aristóteles Uchoa Cavalcanti Pessoa de Melo, construiu uma trajetória no poder judiciário, sendo respeitado na área jurídica pela sua postura conciliadora e de trabalho. Já aposentado, decidiu tentar o mandato de deputado estadual em 1994 pelo PMDB. Após a abertura das urnas, a vitória com 16.137 votos e se iniciava uma história de sucesso na Casa Joaquim Nabuco.

No seu quarto mandato como deputado estadual, Guilherme Uchoa apoiou Eduardo Campos naquele pleito de 2006, inicialmente seus planos seriam apoiar Armando Monteiro, então pré-candidato a governador, mas que desistiu para apoiar Humberto Costa. Sem muita afinidade com Humberto, Guilherme e o PDT, partido que era filiado, formalizaram apoio a Eduardo.

Passada a eleição, e já na formalização da mesa, era preciso encontrar um substituto para Romário Dias, que já estava no seu terceiro mandato como presidente da Casa e iria para o Tribunal de Contas do Estado. Além de Guilherme, surgiu o nome do seu correligionário José Queiroz, que também era aliado de Eduardo. A escolha por Guilherme se deu por um pequeno detalhe, o fato de Miriam Lacerda, esposa do então prefeito de Caruaru Tony Gel, atualmente deputada estadual, ser adversária de Queiroz. O apoio de Miriam a Guilherme desempatou o jogo em prol daquele que viria a ser eleito.

Investido na condição de presidente da Assembleia a partir de fevereiro de 2007, Guilherme Uchoa construiu uma trajetória mais longeva do que a de seu antecessor Romário Dias. Além disso, nos sete anos e três meses em que Eduardo Campos foi governador de Pernambuco, a parceria entre os chefes do legislativo e do executivo foi de fundamental importância para o êxito do governo Eduardo, que marcou história em nosso estado.

Foram quase doze anos de mandato, com questionáveis alterações na legislação por parte da imprensa e de seus adversários para permitir seis mandatos como presidente da Casa. Em Pernambuco, hexa só tem dois, o Náutico e Guilherme Uchoa, que conseguiu diversas reconduções graças a sua forma de comandar o Poder Legislativo. Na condição de presidente da Alepe, Guilherme completou a trinca de fazer parte do poder legislativo, do judiciário e do executivo, porque por diversas vezes chegou a assumir o Palácio do Campo das Princesas por fazer parte da linha sucessória do estado, na ausência dos governadores Eduardo Campos, João Lyra Neto e Paulo Câmara.

Além de ser um presidente bastante conciliador e por diversas vezes atuou como um pai de parlamentares e ex-parlamentares, Guilherme deixou como legado a defesa intransigente da Casa Joaquim Nabuco e principalmente a reformulação da sede daquele poder. Graças ao seu presidente, que mostrou-se mais uma vez arrojado, a Alepe ganhou uma moderna estrutura que a colocou entre as mais bem estruturadas casas legislativas do país.

O plenário, os gabinetes, as salas de comissões, a parte administrativa, todos eles modernos e preparados para atender às demandas dos pernambucanos, só foram possíveis graças a Guilherme Uchoa. Claro que os pares também tiveram sua parcela de contribuição, mas sem um líder para conduzir uma complexa obra, dificilmente o projeto teria saído do papel.

Na busca pelo sétimo mandato como deputado estadual, Guilherme, que deixou o PDT por conta de o partido não aceitar a entrada do seu filho Júnior para ser deputado federal, para se filiar ao PSC, teve complicações de saúde e em 3 de julho de 2018 viria a óbito, deixando a cargo do filho a importância de manter vivo o seu legado. Júnior teve que ser candidato a estadual para não deixar as bases de Guilherme, sempre muito bem atendidas, desacobertadas.

Prestes a completar dois anos da sua partida, Guilherme Uchoa sempre será lembrado, não só pela sua família, mas por todos aqueles que tiveram a oportunidade de conviver e conhecer de perto um homem público firme e determinado que marcou história em nosso estado. A importância de Guilherme Uchoa para a Alepe é tão grande que ele pode ser considerado o segundo patrono da Casa, ou melhor, o patrono da era moderna da Assembleia Legislativa de Pernambuco.

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Postado por Edmar Lyra às 9:29 am do dia 24 de março de 2020 Deixe um comentário

Armando Monteiro Neto comenta eventual adiamento das eleições deste ano

Acompanhando do isolamento domiciliar o cenário da crise causada pelo Coronavírus, o ex-senador Armando Monteiro Neto (PTB) comentou nesta segunda-feira (23) a discussão que já acontece no Congresso Nacional sobre o possível adiamento das eleições municipais de outubro próximo. A discussão surgiu por sugestão do Ministro Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, em reunião por videoconferência com prefeitos das capitais. Mandetta acredita que as eleições em outubro seriam uma tragédia pois haveria uma politização do combate a doença.

Para Armando Monteiro Neto essa é questão que está colocada no debate e não há como evitá-la. “É muito provável que não consigamos manter o calendário eleitoral porque todas as atividades inerentes ao processo eleitoral ficam, por assim dizer, prejudicadas e devem ser até secundarizadas, diante da crise e da mobilização que a sociedade tem que fazer”.

Mas o ex-senador alerta que é preciso ter muito cuidado para não consagrar algumas teses que são rigorosamente antidemocráticas, como por exemplo a de adiar as eleições de prefeitos e vereadores para coincidir com a de Governador e presidente, em 2022. Para Monteiro Neto prorrogar o mandato dos atuais gestores em dois anos não é razoável de maneira nenhuma.

“Eu acho que essa discussão tem que ser de forma equilibrada para não ferir alguns princípios do processo democrático, como a questão da temporalidade dos mandatos e, portanto, é preciso que o congresso examine isso tudo de forma muito equilibrada. Pode haver eventualmente a necessidade de se fazer um ajuste no calendário, mas não imaginar que se possa adotar essa tese de estender os mandatos atuais até 2022”.

COVID-19 – Na última sexta-feira saiu o resultado da testagem do ex-senador para o coronavírus. O resultado foi positivo para o covid-19. Na segunda-feira (16), Armando Monteiro sentiu sintomas de um resfriado e como havia voltado de Brasília na semana anterior, achou por bem se isolar e procurar atendimento médico. O ex-senador está bem e já assintomático. Segue cumprindo o que preconiza a Organização Mundial de Saúde, sob cuidados médicos e em isolamento social.

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Postado por Edmar Lyra às 9:22 am do dia 19 de março de 2020 1 comentário

Ex-ministro da Industria e Comercio Exterior destaca que é preciso fazer todos entenderem os impactos econômicos do Coronavírus

O ex-senador Armando Monteiro Neto afirmou hoje que é preciso fazer com que as pessoas entendam o real impacto que o coronavírus está causando no mundo e no Brasil. Ele comentou o pacote para combater os impactos causados pela pandemia de covid-19 no nosso país.

“Veja o que é que o mundo está fazendo, Estados unidos, e os principais países da europa estão injetando o equivalente a quase 2 trilhões de dólares nas suas economias, então nesse momento, o Brasil não pode imaginar que vai sair dessa crise com medidas tradicionais de contenção na área fiscal, tem que gastar, nesta hora o estado tem que gastar, é claro que tem ter pontaria, tem que focalizar esses gastos”, comentou, Monteiro Neto que é  ex-ministro da Industria e Comercio Exterior.

Todos os analistas já apontam que será uma crise de enorme impacto na economia, pois do lado da oferta haverá a desarticulação da produção em algumas cadeias produtivas, e do lado da demanda, com as pessoas deixando de circular não vão consumir, o que deve levar a estagnação do setor de serviços.

“Em uma hora destas, contingenciar gastos seria ir na contramão, portanto é preciso que se decrete estado de calamidade pública, que se aprove créditos extraordinários para gastar mais na saúde e para fazer programas de renda mínima para população nessa hora sobretudo para sustentar a renda dos setores informais, e naqueles setores que estão realmente neste momento mais atingidos pela crise.”

MICROEMPREENDEDORES – Armando Monteiro Neto ainda ressaltou a preocupação com os micro e pequenos empresários, sobretudo os da área de serviço, que estão neste momento, praticamente, vendo o seu faturamento ir ao chão.  “Sem faturamento, portanto o governo tem que combinar várias medidas, suspensão de pagamentos de tributos, uma linha de crédito muito mais ampla do que essa que foi divulgada, porque 5 bilhões de reais não é nada, considerando a dimensão desse setor da micro e pequena empresa no brasil, portanto precisa ampliar essa linha de crédito de maneira significativa”.

O ex-senador também mostrou preocupação com os pais que estão com seus filhos sem aula e com dificuldades de sair pra trabalhar. “Garantir uma renda mínima para as pessoas, porque a economia nada mais é, nada mais deve ser do que olhar as pessoas, as pessoas é que consomem, as pessoas é que decidem os investimentos, portanto tem que se olhar a elas”, concluiu.

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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