As coincidências de Eduardo Campos e Mendonça Filho
Os ex-governadores Eduardo Campos e Mendonça Filho, além de terem sido adversários na histórica eleição de 2006, vencida por Eduardo, possuem muito mais coisas em comum do que se imagina, que podem credenciar Mendonça para uma eventual candidatura a governador nas eleições de 2018.
Historicamente, desde a redemocratização, Pernambuco se alternou entre PSB, PMDB e PFL, em 1986 Arraes venceu pelo MDB, em 1990 Joaquim Francisco venceu pelo PFL, em 1994 Arraes acabou vitorioso pelo PSB, em 1998 Jarbas venceu pelo PMDB com o apoio do PFL, sendo reeleito em 2002, já em 2006 Eduardo venceu pelo PSB contra o PFL, sendo reeleito em 2010, enquanto em 2014 Paulo Câmara saiu vitorioso pelo PSB, tendo na sua coligação o DEM (ex-PFL) e o PMDB. Nenhuma outra legenda conseguiu quebrar esta polarização, inclusive o PT e o PTB de Armando Monteiro, o que em tese credenciaria novamente o MDB caso Fernando Bezerra Coelho tivesse o comando e o próprio DEM de Mendonça para enfrentar Paulo Câmara.
Nas eleições de 2002, após a derrota de Miguel Arraes para Jarbas, Eduardo Campos que tinha sido o mais votado do pleito anterior, acabou sendo o vigésimo eleito com apenas 69.975 votos. Naquele pleito, Eduardo foi eleito com Arraes para a Câmara Federal, repetindo o feito de Mendonça Filho e José Mendonça que foram eleitos em 1994. Isso ocorreu na eleição que antecedeu a vitória de Eduardo para governador, numa das mais importantes voltas por cima da história política do estado.
Nas eleições de 2014, diferentemente de 2010 quando foi o oitavo mais votado, Mendonça Filho foi apenas o vigésimo primeiro eleito para deputado federal com 88.250 votos, repetindo Eduardo em 2002, e tendo sérias dificuldades na sua reeleição em Brasília. E a partir daí as coincidências se tornam mais latentes e permitem fazer um parâmetro de 2006 com 2018.
Em 2004 Eduardo foi alçado ao cargo de ministro da Ciência e Tecnlogia porque era tido como parlamentar bastante atuante, ficando por um ano e meio na pasta. Durante sua gestão, Eduardo conseguiu iniciar as pesquisas com as células-tronco que foram um marco para o Brasil tornando-o um dos melhores ministros de Lula e o credenciando para uma disputa majoritária.
Em 2016, após o impeachment de Dilma Rousseff, Mendonça Filho que assim como Eduardo, teve atuação destacada na Câmara Federal, sendo um dos principais articuladores do afastamento de Dilma, foi alçado ao posto de ministro da Educação, e a partir de então Mendonça fez um extraordinário trabalho no MEC, ficando pouco menos de dois anos na pasta. Assim como Eduardo se credenciou para a disputa de 2006, Mendonça se credenciou para disputar o governo de Pernambuco em 2018.
Os últimos acontecimentos envolvendo a oposição, como a indefinição do destino do MDB, inviabilizaram Fernando Bezerra Coelho para a disputa acabaram beneficiando Mendonça. Além do mais, na história de Pernambuco, nenhum senador virou governador, o que daria um retrospecto negativo para qualquer senador que entrasse no jogo. O senador Armando Monteiro por exemplo, se coloca como alternativa, mas ainda tem dúvidas se terá disposição para entrar no jogo.
Mendonça por sua vez, deixou claro para a oposição no seu discurso e nas conversas de bastidor, que está pronto para representar o grupo oposicionista como candidato a governador. Desta vez, Mendonça entraria mais experiente, mais maduro, mais preparado e com um trabalho que lhe credencia politicamente para o posto de candidato a governador. Ele, que foi derrotado por Eduardo em 2006, teria a chance, doze anos depois de fazer o contraponto ao PSB nas eleições deste ano.
Uma vez candidato a governador, Mendonça entraria na disputa, assim como Eduardo em 2006, como um franco-atirador e pode ter a chance de ser beneficiado nas eleições deste ano pela mesma fadiga de material que o derrotou naquele pleito, desta vez com chances de vitória. Não é fácil derrotar o PSB, mas é inegável que se o destino conspirou a favor de Eduardo naquela época, o mesmo destino está conspirando a favor de Mendonça para ser candidato, uma vez que tem partido, a credencial do ministério e a vontade de ser candidato, esta que foi fundamental para Eduardo naquela época entrar no pleito e acabar vitorioso. A política tem dessas coisas. Se porventura disputar e vencer o governo, Mendonça repetirá Eduardo em mais um fator, que será de dar uma das maiores voltas por cima na política de todos os tempos.
Estadual – A candidatura de Alessandra Vieira a deputada estadual é uma das mais cotadas para chegar a um mandato na coligação da oposição. Edson Vieira, prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, exerce forte influência na região, o que tende a alavancar a candidatura de Alessandra e recuperar a cadeira ocupada por ele até 2012.
Tese – Com a inviabilização de Fernando Bezerra Coelho, seu candidato preferido, o vereador Marco Aurélio vem defendendo uma tese na oposição de lançar um nome novo para o pleito. Ele aponta dois nomes que podem representar renovação: Silvio Costa Filho e Fernando Filho. Marco quer um nome que envelheça Paulo Câmara e somente eles dois atenderiam essa prerrogativa.
Campeão – Um dia após ser preso, o ex-presidente Lula teve pelo menos dois motivos para comemorar no domingo. Torcedor do Náutico e do Corinthians, Lula viu o Náutico sair da fila depois de 14 anos contra o Central conquistando o campeonato pernambucano, e o Corinthians que venceu o seu maior rival, o Palmeiras, nos pênaltis e tornou-se bicampeão paulista.
DEM – Além de Fernando Filho que se filiou no sábado e pode ser novamente candidato a federal, o DEM terá alguns candidatos competitivos a deputado estadual. São eles: Priscila Krause, Andrea Mendonça, Antonio Coelho e Gustavo Gouveia. O partido poderá quadruplicar sua bancada na Alepe em relação a 2014.
RÁPIDAS
Sem sorte – Pela segunda vez, o senador Fernando Bezerra Coelho acabou sendo preterido da disputa para governador, cargo que é o maior sonho da sua vida. Em 2014 esperava ser o nome de Eduardo Campos e acabou tendo que se contentar com o Senado. Em 2018 por conta da confusão do MDB ficou inviabilizado para a disputa.
Força – Com a ida de João Paulo para o PCdoB e a prisão de Lula, ganhou força a tese de candidatura própria do PT. Marília Arraes poderá entrar para a disputa para reestruturar o partido em Pernambuco e pra poder falar para o futuro do PT como uma liderança jovem em ascensão.
Inocente quer saber – Com Marília, Mendonça e Paulo Câmara disputando o governo, teremos um remake de 2006?



Apesar de não haver nenhum anúncio formal no evento da oposição em Ipojuca. Nos bastidores e na própria ordem de falas, ficou entendido que com a inviabilização de Fernando Bezerra Coelho por conta do imbróglio do MDB, a questão se afunilou para Mendonça Filho e Armando Monteiro. Ambos estarão na majoritária, ficando a dúvida sobre as posições em que cada um irá jogar. Mendonça já avisou que está preparado pra guerra e que não tem medo de ficar sem mandato, o que naturalmente facilita muito a composição da chapa.
Pela primeira vez teremos uma reedição de disputa para governador 
Após flertar com o MDB, a deputada estadual Socorro Pimentel decidiu que se filiará ao PTB para disputar a reeleição ao mandato na Alepe. O ato de filiação da deputada ocorrerá no Hotel Marulhos de Porto de Galinhas as 8:30 da manhã. Socorro está sendo cotada pelos políticos da coligação oposicionista como a deputada estadual mais votada da frente que terá Armando Monteiro como candidato a governador. No fim do prazo de filiação, o PTB conquistou Alvaro Porto e Socorro, que se juntam a Julio Cavalcanti, José Humberto e Augusto Cesar, e passa a ter cinco parlamentares na Casa Joaquim Nabuco.
Costurado há quase um ano, o apoio do prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB) à reeleição do deputado estadual Álvaro Porto foi anunciado na noite desta quinta-feira (05.04) durante a filiação que oficializou o retorno do parlamentar ao PTB, no Hotel Tavares Correia, na “cidade das flores”. A confirmação contou com a “bênção” do senador e pré-candidato ao governo estadual Armando Monteiro, que marcou presença no evento. O ato, que reuniu prefeitos, vereadores, lideranças e cidadãos do Agreste Meridional e Mata Sul, somando cerca de 2 mil pessoas, tornou-se um chamamento à região para derrotar o governador Paulo Câmara (PSB), pré-candidato à reeleição, em outubro.
Silvio Costa demonstra grande fidelidade a Lula
O senador Armando Monteiro (PTB-PE) participa, nesta quinta-feira (5), do 5º Congresso da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), no Centro de Convenções, em Olinda. O petebista fará abertura da mesa redonda que tem como tema os “Desafios e oportunidades dos municípios na implementação dos ODS”. O encontro começará às 14h e terá as presenças do secretário-executivo da Comissão Nacional de ODS (CNODS), Henrique Villa; do prefeito de Barcarena (PA), Antônio Carlos Vilaça; e do presidente da Amupe, José Patriota, entre outras autoridades.
Sem Jarbas e Armando, disputa pelo Senado pode ter nomes novos 
Maurício Rands é o nome que o Palácio queria para fechar a majoritária 
Em encontro com o senador Armando Monteiro (PTB-PE), o ex-prefeito de Rio Formoso, Edivaldo Cassimiro Lins, mais conhecido por Dr. Edivaldo, reafirmou o seu compromisso em apoiar a oposição representada pelo grupo “Pernambuco Quer Mudar”, que envolve diversos partidos. A decisão foi anunciada em reunião no gabinete do petebista, no Recife.