Blog Edmar Lyra

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Postado por Edmar Lyra às 10:11 am do dia 1 de junho de 2020 1.089 Comentários

O senador João Cleofas

Nascido em 10 de setembro de 1899 em Vitória de Santo Antão, João Cleofas de Oliveira iniciou sua vida acadêmica na Escola Livre de Engenharia de Pernambuco, única opção que existia na época ao curso de Direito na Faculdade de Direito do Recife, transferindo-se para a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, vindo a se graduar em 1920. Nesta época o Rio de Janeiro era o Distrito Federal e a capital do país.

De volta a Pernambuco, apoiado pelo então presidente de Pernambuco, José Bezerra Cavalcanti, foi candidato a prefeito da sua cidade natal, Vitória de Santo Antão. Elegendo-se, ficou no cargo de maio de 1922 a novembro de 1925. Como prefeito, viabilizou a eletrificação da cidade e o abastecimento de água.

Após deixar a prefeitura foi eleito para o seu primeiro mandato de deputado estadual, e no exercício do cargo foi responsável pela elaboração do projeto que regulamentou a profissão de engenheiro no estado, sendo a primeira regulamentação da profissão no país.

Aliado de Manuel Borba e José Cavalcanti, João Cleofas se afastou da política com a chegada do novo presidente de Pernambuco, Estácio Coimbra, por ter divergência com o chefe do estado de Pernambuco.  Apesar de não ter mais mandato eletivo, atuou diretamente na revolução de 1930 que levaria Carlos de Lima Cavalcanti ao cargo de interventor de Pernambuco em janeiro de 1931.

Com a ascensão de Carlos de Lima Cavalcanti ao comando do estado, João Cleofas é nomeado secretário de Agricultura, Indústria, Comércio, Viação e Obras Públicas de Pernambuco. Como secretário construiu o tronco rodoviário que liga o Recife ao interior do estado, atualmente é a BR-316, e transferiu o comando do Porto do Recife para o governo de Pernambuco.

Ainda como secretário, João Cleofas criou a Comissão de Melhoramentos Municipais, responsável pela coordenação de investimentos nos municípios e implantar a perfuração de poços e açudes. Em apoio à atividade agrícola criou a Diretoria da Agricultura, o Serviço de Fruticultura e contribuiu efetivamente com os produtores de cana-de-açúcar, algodão e mamona, instalando as três primeiras estações de cultivo do algodão de fibra longa no estado.

Em junho de 1934, Cleofas deixou o cargo de secretário por apoiar uma proposta que pleiteava a inelegibilidade dos interventores para os governos estaduais, que acabara sendo derrotada. Por conta disso, João Cleofas rompeu com Carlos de Lima Cavalcanti, que pretendia continuar no cargo. Rompido com o antigo aliado, Cleofas se articula com um grupo chamado Dissidência Pernambucana e se elege deputado federal. Nas eleições de 1935, de forma indireta, o grupo apoiou João Alberto Lins de Barros contra Carlos de Lima Cavalcanti, que acabou eleito pela Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Já como deputado federal, João Cleofas atua na Comissão de Investigação Econômica e Social e integrou a minoria na Câmara, liderada pelos deputados João Neves da Fontoura e Otávio Mangabeira. Apesar de ser oposição, acabou apoiando a candidatura de José Américo de Almeida, apoiada pelo então presidente Getúlio Vargas.

Com a implantação do Estado Novo, o Congresso foi fechado e João Cleofas decidiu dedicar-se ao seu engenho em Vitória de Santo Antão e em 1944 ampliou seus negócios adquirindo uma usina de açúcar. Já no fim do Estado Novo e o processo de abertura democrática participou da criação da União Democrática Nacional (UDN). O grupo apoiou a candidatura do brigadeiro Eduardo Gomes à presidência da República, mas o general Eurico Gaspar Dutra foi apoiado por Getúlio Vargas e acabou vitorioso naquele pleito de 1945.

No mesmo ano, Cleofas se elege novamente deputado federal, desta vez pela UDN, representando Pernambuco na Assembleia Nacional Constituinte em 1946, sendo signatário de duas moções, uma de repúdio ao Estado Novo e outra exaltando as Forças Armadas pela deposição de Getúlio Vargas. Dentre suas proposições como deputado, uma delas foi a que garantiu amparo aos produtores de álcool no país.

Nas eleições de 1950 decide tentar pela primeira vez o governo de Pernambuco e enfrenta Agamenon Magalhães, neste pleito Cleofas recebe o apoio de Vargas, mas ao final da disputa, acaba derrotado por Agamenon. Curiosamente neste pleito ele também disputa o mandato de deputado federal e acaba eleito, porém com a vitória de Getúlio Vargas, Cleofas é nomeado ministro da Agricultura.

Investido na condição de ministro da Agricultura, João Cleofas realiza uma série de ações, dentre elas a criação da Comissão Nacional de Política Agrária (CNPA) que estabeleceu diretrizes para a reforma agrária no país. A partir da CNPA criou-se a Lei de Acesso à Terra Própria, a Lei Geral de Imigração e a Lei de Parcelamento Rural. Porém com as denúncias de Carlos Lacerda de que a política agrária era um mecanismo de continuísmo de Vargas através da reivindicação de poderes excepcionais, os projetos não avançaram.

Ainda no ministério, Cleofas possibilitou a ampliação do crédito rural com a criação do Banco Nacional do Crédito Cooperativo, com isso o financiamento em investimentos rurais foram facilitados e consequentemente melhorando a situação no país. Ele tornou efetivo o decreto que criou a Confederação Rural Brasileira, entidade de classe que defendia os produtores rurais, em 1964, ela seria transformada em Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que existe até hoje.

Cleofas também criou o Instituto Brasileiro do Café (IBC) em 1952, em 1953 assinou a Lei que instituiu o monopólio estatal do petróleo, que no ano seguinte resultaria na criação da Petrobras, e criou o Instituto Nacional de Imigração e Colonização (INIC), responsável por revitalizar os núcleos de colonização no país. Ainda promoveu a produção de trigo através das cooperativas, criou instituições de ensino de práticas agrícolas e a instalação de uma rede nacional de silos e armazéns.

Ao deixar o ministério da Agricultura, João Cleofas volta ao cargo de deputado federal e começa a costurar sua candidatura a governador de Pernambuco pela UDN. Nesta eleição, enfrentaria o general Osvaldo Cordeiro de Farias, candidato do PSD. Apesar de ter vencido no Recife, a força do PSD no interior seria determinante para a vitória de Cordeiro de Farias e João Cleofas amargaria sua segunda derrota para o governo de Pernambuco em 1954.

Nas eleições presidenciais de 1955, o pernambucano Etelvino Lins teve seu nome homologado pela UDN para disputar a presidência da República, porém João Cleofas atuou no sentido de inviabilizar o projeto do conterrâneo com denúncias de que Etelvino permitia diversas modalidades de jogo no estado para fins eleitorais, o que culminou na desistência de sua candidatura e o partido apoiou Juarez Távora, candidato do PDC, contra Juscelino Kubitschek, do PSD, que seria vitorioso naquele pleito.

Como presidente da UDN em Pernambuco, João Cleofas articulou o apoio a Cid Sampaio através da Frente do Recife. Cid enfrentou o candidato do então governador Cordeiro de Farias, já combalido pela adoção de uma política fiscal e o aumento da violência policial no estado. Cordeiro apoiaria Jarbas Maranhão. Cid, que era presidente do Centro de Indústrias de Pernambuco, acabou vitorioso naquele pleito de 1958. João Cleofas, por sua vez, seria eleito deputado federal.

Nas eleições de 1962, João Cleofas articulou-se para ser novamente candidato a governador, seria sua terceira tentativa ao Palácio do Campo das Princesas. Desta vez seria candidato pelo Partido Republicano, contando com o apoio da UDN e do então governador Cid Sampaio. Neste mesmo pleito seriam candidatos Miguel Arraes, candidato do PST, apoiado pelo PTB e pela dissidência do PSD liderada pelo deputado Paulo Guerra e Armando Monteiro Filho, do PRT, que havia sido ministro da Agricultura no gabinete do primeiro-ministro Tancredo Neves.

A eleição foi bastante acirrada entre Miguel Arraes e João Cleofas, enquanto Armando Monteiro Filho constituiu uma terceira via que não se viabilizou, com a abertura das urnas, uma diferença pequena de votos em favor de Miguel Arraes. Nas eleições suplementares de 1965, João Cleofas elege-se novamente deputado federal, e passa dar sustentação ao regime instituído em 1964.

Nas eleições de 1966, com a adoção do bipartidarismo, é candidato pela Aliança Renovadora Nacional para o Senado Federal e derrota Armando Monteiro Filho, candidato do MDB. Eleito em 1966, Cleofas toma posse em 1967 mas é surpreendido com o AI-5 que institui o fechamento do Congresso Nacional pelo presidente Costa e Silva.

Em 1970 já com a reabertura do Congresso Nacional, em março daquele ano, Cleofas é eleito presidente do Senado Federal, ficando no cargo por um ano, mas sua atuação foi ofuscada pelas limitações impostas pelo regime militar. Nas eleições de 1974 é novamente candidato ao Senado Federal, mas acaba derrotado por Marcos Freire, candidato do MDB.

Já sem mandato, nas eleições indiretas de 1975, Cleofas defende a candidatura de Marco Maciel ao governo de Pernambuco, porém acabou José Francisco de Moura Cavalcanti sendo o escolhido para o posto. Cleofas então decide abandonar a política e passa a morar na cidade de Campos, no Rio de Janeiro, em uma fazenda de sua propriedade.

Em 17 de setembro de 1987, veio a óbito dias aos 88 anos de idade. Apesar de ter ficado marcado pelas três derrotas para o governo de Pernambuco, 1950, 1954 e 1962, e pela derrota para o Senado Federal em 1974, João Cleofas construiu páginas importantes na história de Pernambuco como prefeito de Vitória de Santo Antão, deputado estadual, federal, ministro da Agricultura, senador da República e presidente do Senado Federal, sendo um dos mais relevantes homens públicos de Pernambuco e do Brasil.

João Cleofas e Getúlio Vargas

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Postado por Edmar Lyra às 9:14 am do dia 26 de maio de 2020 1.305 Comentários

O nacionalista Agamenon Magalhães

Nascido em Vila Bela, hoje Serra Talhada, em 5 de novembro de 1893, Agamenon Sérgio de Godoy Magalhães foi herdeiro de importantes personalidades da política pernambucana. Tetraneto de Agostinho Nunes de Magalhães, colonizador português que fundou a cidade de Serra Talhada e filho do juiz e deputado estadual Sérgio Nunes Magalhães, o que aguçou seu desejo de ingressar na política.

Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife em 1916, iniciou sua carreira como deputado estadual em 1918 eleito pelo Partido Republicano Democrata (PRD), liderado pelo então governador Manuel Borba. Durante este período tornou-se redator dos jornais A Ordem e A Província na capital pernambucana.

Em 1922 foi reeleito para a Assembleia Legislativa de Pernambuco, apoiando o fluminense Nilo Peçanha à presidência da República e posteriormente seria eleito deputado federal, ficando no cargo por três mandatos seguidos.

Agamenon apoiou a candidatura de Getúlio Vargas à presidência da República pela Aliança Liberal, mas o projeto foi derrotado. Depois participou do movimento revolucionário que levou Vargas ao poder depondo o então presidente Washington Luís. Nos primeiros anos do governo Vargas, Agamenon teve atuação destacada como deputado federal na criação da nova constituinte, defendendo o sistema parlamentarista e a intervenção estatal na economia.

Em julho de 1934 foi nomeado ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, após a promulgação da nova Constituição Federal. À frente da pasta, atuou na implantação de novas leis, como a que exige uma indenização ao trabalhador demitido sem justa causa, e ainda criou o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI).  Em janeiro de 1937 passou a acumular o ministério da Justiça e Negócios Interiores até o mês de junho daquele ano. Agamenon era considerado um dos principais aliados do presidente Getúlio Vargas e por isso apoiou o Estado Novo, instituído em 10 de novembro daquele ano.

Neste momento deixou o ministério para assumir o cargo de interventor do estado de Pernambuco, substituindo o então governador Carlos de Lima Cavalcanti, que era seu aliado e tornou-se adversário. Investido na condição de governador de Pernambuco, Agamenon implementou políticas de estímulo à produção de alimentos e à formação de cooperativas de pequenos produtores. O então governador também criou a Liga Social contra o Mocambo que visava enfrentar o problema de moradias da população de baixa renda.

Em abril de 1945 deixou o governo de Pernambuco, voltando ao cargo de ministro da Justiça, sendo o coordenador de um projeto de redemocratização do país. Ele atuou também na criação de um novo código eleitoral que ficaria conhecido como Lei Agamenon, sendo decretado pelo governo em maio daquele ano. Foi entusiasta da candidatura de Eurico Gaspar Dutra pelo Partido Social Democrático (PSD), sendo um de seus principais articuladores. Também assinou a primeira lei antitruste do país, conhecida como Lei Malaia, que duraria apenas quatro meses. Com a deposição de Getúlio Vargas pelos chefes militares, decidiu ser novamente deputado federal constituinte. Na nova constituinte atuou como presidente da comissão constitucional e a subcomissão de ordem econômica e social, também foi escolhido líder do PSD na Câmara dos Deputados. Como líder partidário, ganhou notoriedade na defesa do monopólio estatal na produção do petróleo.

Ainda como líder do partido, tornou-se um ferrenho opositor do presidente Gaspar Dutra, mesmo sendo do mesmo partido, quando Agamenon decidiu apoiar Barbosa Lima Sobrinho para o governo de Pernambuco em 1947 contra Neto Campelo, que foi candidato da UDN apoiado pelo presidente Dutra.

Na eleição de 1950, Agamenon não seguiu a orientação de Getúlio Vargas, que novamente seria candidato a presidente, apoiando Cristiano Machado, e disputou o governo de Pernambuco. Vargas, por sua vez, apoiou João Cleofas, candidato da UDN que seria posteriormente ministro da Agricultura de Vargas. Com a abertura das urnas, Agamenon foi eleito com 196 mil votos, numa diferença ínfima de dez mil votos sobre João Cleofas. A máquina do PSD, com grande penetração no interior, foi fundamental para recolocar Agamenon no Palácio do Campo das Princesas.

Investido na condição de governador de Pernambuco, desta vez escolhido pelo voto popular, Agamenon não terminaria seu mandato, uma vez que em 24 de agosto de 1952, um mal súbito encerraria sua trajetória política e ele seria substituído por Etelvino Lins eleito em outubro daquele mesmo ano, durante o período de vacância do cargo, Pernambuco foi governado pelo deputado estadual Antônio Torres Galvão. Exatos dois anos após sua morte, em 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas, de quem foi importante aliado, viria a falecer vítima de suicídio, numa das coincidências da história.

A partida de Agamenon, aos 58 anos, deixou um grande vácuo na política pernambucana, devido a sua grande articulação nacional, sua firme liderança como deputado estadual, federal, ministro e governador. São herdeiros políticos de Agamenon, o genro Armando Monteiro Filho, já falecido, o sobrinho Roberto Magalhães e o neto Armando Monteiro Neto, que desempenharam papéis importantes na política pernambucana e brasileira.

Agamenon Magalhães e Getúlio Vargas
Agamenon Magalhães durante comício em Serra Talhada

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Postado por Edmar Lyra às 9:07 am do dia 18 de maio de 2020 2 Comentários

O construtor de pontes na política

Nascido em 11 de setembro de 1925, Armando de Queiroz Monteiro Filho formou-se em engenharia pela então Universidade do Recife, que depois viria a se tornar Universidade Federal de Pernambuco, chegando a participar ativamente do movimento estudantil.

Em 1950, aos 25 anos de idade, foi eleito deputado estadual, mas por conta do seu parentesco com o então governador Agamenon Magalhães, era genro, ficou impossibilitado de assumir o mandato. Em 1951 ficou na primeira suplência de deputado estadual numa eleição suplementar que ocorreu à época, e foi nomeado secretário de Viação e Obras  Públicas no governo Agamenon Magalhães.

Em 1954 foi candidato a deputado federal, tornando-se o mais votado daquele pleito. Já no segundo mandato, em 1959, participou da elaboração da criação do Conselho de Desenvolvimento  Econômico do Nordeste, que serviria de base para a criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), no final daquele mesmo ano.

Com a renúncia do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961, votou a favor da emenda constitucional que criaria o regime parlamentarista e possibilitaria a ascensão do vice-presidente João Goulart ao cargo. Em 7 de setembro daquele ano, Goulart assumiu o cargo, e no dia seguinte nomeou Tancredo Neves para o posto de primeiro-ministro, e logo em seguida Armando Monteiro Filho seria escolhido ministro da Agricultura. Sua passagem pelo ministério foi até 26 de junho de 1962, com a renúncia de Tancredo Neves do cargo de primeiro-ministro.

Ao voltar para o seu mandato, Armando Monteiro Filho decidiu ser candidato a governador em 1962, enfrentando Miguel Arraes e João Cleofas de Oliveira. Naquela eleição, o vitorioso foi Miguel Arraes. Já em 1966, Armando Monteiro Filho enfrentou João Cleofas na disputa pelo Senado. Após uma dura disputa, que foi bastante acirrada, João Cleofas seria eleito para o posto.

Desde então, já com a adoção do regime militar, decidiu ficar distante dos mandatos eletivos, até a volta do pluripartidarismo em 1979, quando filiou-se ao PDT. Somente em 1994 voltaria a tentar mandatos eletivos, sendo candidato ao Senado na chapa de Miguel Arraes, que seria eleito governador junto com Roberto Freire e Carlos Wilson para a Câmara Alta.

Apesar de ter sido uma vez deputado estadual e duas vezes deputado federal, passando pelo importante ministério da Agricultura, Armando Monteiro Filho conseguiu, em seus quase setenta anos de vida pública, ser uma unanimidade em Pernambuco. Seu jeito generoso e atencioso com todos fizeram dele um quadro extremamente respeitado não só em Pernambuco como em todo o Brasil.

Apesar de ter deixado a política, foi sucedido pelo seu filho Armando Monteiro Neto, que não só foi deputado federal por três mandatos, como também ministro, desta vez do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo Dilma Rousseff e o sonho de ser senador foi realizado pelo seu herdeiro, eleito em 2010 como o mais votado daquele pleito.

Falecido em janeiro de 2018, aos 92 anos, Armando Monteiro Filho deixou como legado a seriedade, o respeito e o amor por Pernambuco e pelo Brasil, cuja responsabilidade de manter a chama acesa de um grande homem público é de todos os seus herdeiros, em especial Armando Neto, que seguiu o caminho da política, e Eduardo de Queiroz Monteiro, que apesar de ter enveredado pelo caminho empresarial e nunca disputado mandatos, é também um grande construtor de pontes em Pernambuco.

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Postado por Edmar Lyra às 21:09 pm do dia 4 de janeiro de 2018 1.016 Comentários

Armando Monteiro Filho: Com açúcar e com afeto

Por Paulo Farias do Monte

A segunda manhã do ano de 2018 amanheceu mais triste em Pernambuco.

Mesmo tratando-se de um longevo homem de 92 anos, que já convalescia, todos receberam, consternados, a notícia do falecimento do Dr. Armando Monteiro Filho, que os mais próximos chamavam de Dr. Armandinho.

Pois é, o Dr. Armandinho era um ser humano diferenciado, surpreendente. Senão vejamos:

Filho de Proprietário de Usina de Açúcar, ele destoava do que pensava o povo acerca dos usineiros.

O Dr. Armandinho era doce no tratar as pessoas, assim como era o açúcar produzido nas suas usinas. Não fazia distinção entre um colega usineiro, um empresário ou um cortador de Cana, tratava a todos com a mesma fineza e educação, sem distinção, como merecem os seres humanos.

Ninguém nunca o viu falar alto ou destratar qualquer pessoa.

Desde cedo, demonstrava duas paixões: a política e o futebol, mas especificamente, o Sport Clube do Recife.

Na Faculdade de Engenharia, ingressou no Movimento Estudantil. Era político nato e, na sua escola, a matemática só tinha duas das quatro operações convencionais: somar e multiplicar.

E de tanto somar e multiplicar foi Deputado Estadual, Federal e Ministro da Agricultura, no Governo João Goulart.

Como imaginar um Usineiro, empresário e banqueiro defender as reformas de base que Goulart e Brizola queriam implantar no País?

Só personagens da grandiosidade do nosso Armandinho para assim agir.

Fazia a política por ideal e não com pragmatismo comum nas velhas raposas e coronéis. Era amigo de Brizola, de Arraes e de Tancredo Neves, que como Primeiro Ministro, o nomeou para o Ministério da Agricultura.

Por ter sido Engenheiro por formação, era especialista em construir pontes. Era conciliador por excelência. Na política com um “P” maiúsculo que praticava, tinha adversários, jamais inimigos. Era amigo de todos e transitava bem com políticos de todas as correntes políticas.

Em 1962, disputou o Governo do Estado com Miguel Arraes, porém em 1994 disputou o Senado na Chapa do Avô de Eduardo.

Acredito, que Pernambuco perdeu muito mais a não enviá-lo ao Senado naquele momento, pois sua serenidade e experiência, com certeza daria uma grande contribuição a Pernambuco e ao País.
Nosso Estado tem essa dívida eterna para com esse filho ilustre.

Mas como excelente pai que foi, o vi realizado na eleição de Armando Neto para o Senado, simbolizado com um emblemático beijo na Cabeça do filho, em plena solenidade de posse.
No seu velório Armando Neto disse que nem nos revezes que o pai sofreu na política e nos negócios viu nele qualquer amargor.

É verdade, o Doutor Armando era só doçura, aliás sua família inteira é de desmesurada fidalguia no trato com as pessoas. Armando Neto, Eduardo, Horácio e Letícia. E o que dizer de José Múcio, o sobrinho filho? Figura agradabilíssima.

Homem íntegro, de caráter retilíneo, Armando Filho fará grande falta ao mundo empresarial e político de Pernambuco e do Brasil. Porém, seu legado servirá de exemplo para os mais novos.

Por sua passagem para outra dimensão, só cabe o choro se for de alegria, pois Deus presenteou seus parentes e amigos, dando a ele a oportunidade de viver 92 anos, COM AÇÚCAR E COM AFETO!
Vai com Deus Armando Filho!

Paulo Farias do Monte
É advogado e Secretário de Governo do Cabo de Santo Agostinho.

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Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 3 de janeiro de 2018 1 comentário

Coluna do blog desta quarta-feira

Anderson Ferreira será ator estratégico em 2018

Aos 45 anos de idade, Anderson Ferreira ingressou na política somente em 2010 quando tentou um mandato de deputado federal e acabou se elegendo pela Frente Popular. Em apenas seis anos de vida pública ele conquistou dois mandatos de deputado federal, sendo o segundo com o triplo de votos do primeiro, e a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, que é o segundo município mais importante de Pernambuco.

Com um ano de gestão, Anderson vem fazendo um trabalho que já é reconhecido não só pela população de Jaboatão dos Guararapes que aprova sua gestão, como também pelo meio político que tem considerado a sua ascensão política e seu peso eleitoral que tem transcendido as fronteiras do município que governa.

Líder político que uma família que construiu relevância em Pernambuco, Anderson detém mais do que a força de Jaboatão dos Guararapes mas principalmente o segmento evangélico que vem se tornando cada vez mais representativo política e eleitoralmente em nosso estado. Ele é de longe o mais relevante representante do segmento evangélico no estado, pois foi capaz de saltar do legislativo para o executivo e ainda assim fazer a diferença no cargo que ocupa.

Diferentemente de Geraldo Julio, que também faz uma exitosa gestão, mas que tem compromisso com a reeleição de Paulo Câmara, Anderson Ferreira terá o direito de escolher se marchará com a reeleição do governador ou com o projeto da oposição, podendo ter um impacto como uma espécie de fiel da balança da disputa, pois poderá levar consigo parte significativa do eleitorado evangélico que cresce a cada ano no estado e acabar pendendo positivamente para quem receber seu apoio.

Faltando dez meses para a disputa, quem bem souber, não menospreza o prefeito, que conseguiu derrotar duas máquinas em 2016 e assumiu a segunda maior prefeitura de Pernambuco contrariando quase todos os prognósticos que diziam que ele não chegaria a lugar nenhum com aquela candidatura. O melhor é não subestimar os Ferreiras em 2018.

Perda – A política pernambucana perdeu ontem, aos 92 anos de idade, o ex-ministro Armando Monteiro Filho, que também foi deputado estadual e federal. Político e empresário de ficha limpa, Armando construiu uma trajetória de respeito e credibilidade na política. Ele deixa filhos, netos e bisnetos. Dos seus filhos, os mais ilustres são o senador Armando Monteiro Neto e o empresário Eduardo Queiroz Monteiro. Sua cremação ocorrerá no Morada da Paz a partir das 10 horas e reunirá o mundo político pernambucano.

Viaturas – O governador Paulo Câmara entregará, nesta quarta-feira, 17 novas viaturas e dez equipamentos de resgate ao Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE). Ao todo, foram investidos R$ 7 milhões na aquisição de dez viaturas de Auto Resgate (AR), que serão utilizadas para resgate e transporte de vítimas em via pública, e sete do tipo ABTS (Auto Bomba Tanque e Salvamento), destinadas à atuação em incêndios e salvamentos terrestres, além de dez equipamentos hidráulicos para corte de ferragens.

Cleiton Collins – O deputado estadual Cleiton Collins (PP), que por três eleições seguidas foi o deputado mais votado de Pernambuco, comemorou mais uma edição da Cruzada Recuperando Vidas em Jesus no Monte dos Guararapes, que contou com mais de 100 mil pessoas no ato. O deputado será candidato a reeleição e tem tudo para ser novamente o mais votado de Pernambuco.

Academia Recife – O prefeito Geraldo Julio entrega nesta quarta-feira mais uma Academia Recife. Esta é a 14ª unidade inaugurada pela gestão e o evento terá um simbolismo especial, porque o equipamento ganhou o nome do ex-secretário de Turismo e Lazer do Recife Camilo Simões, um dos idealizadores do projeto que leva qualidade vida e lazer para os recifenses gratuitamente e ao ar livre. O espaço ocupa uma área de 250 metros quadrados e conta com 26 equipamentos em aço inoxidável para musculação, alongamento e ginástica.

RÁPIDAS

Piso – O prefeito do Cabo de Santo Agostinho Lula Cabral anunciou ontem que pagará no final deste mês junto com o salário dos servidores municipais o piso nacional do magistério que aumentou de R$ 2.298,80 para R$ 2.455,35. Mais da metade dos municípios brasileiros não conseguiram cumprir o piso em 2017 e muitos não conseguirão em 2018, enquanto o Cabo vem destoando da maioria das cidades brasileiras.

Pagamento – Após pagar a folha de novembro e o décimo terceiro, o governo de Pernambuco pagará a folha salarial de dezembro entre os dias 5 e 8, configurando assim no pagamento de três folhas salariais em apenas um mês. Pagar o salário em dia tem sido uma das grandes bandeiras do governo Paulo Câmara.

Inocente quer saber – O governador Paulo Câmara já procurou aparar as arestas que o Palácio criou com Guilherme Uchoa?

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Postado por Edmar Lyra às 10:15 am do dia 2 de janeiro de 2018 Deixe um comentário

Governador decreta luto oficial e destaca trajetória de vida de Armando Monteiro Filho

O governador Paulo Câmara decretou hoje (02.01) pela manhã luto oficial de três dias pela morte do ex-ministro Armando Monteiro Filho. Paulo também divulgou nota de pesar se solidarizando com familiares e amigos de Armando Filho:

“Dr. Armando foi um honrado pernambucano, um legítimo cavalheiro que sempre lutou, ao longo de toda a sua vida, pelas maiores causas do nosso Estado e do Brasil, como empresário e politico.

Dr. Armando teve uma postura firme, democrática e corajosa no enfrentamento com a ditadura militar e foi uma referência para gerações.

Quero prestar a minha homenagem pessoal a esse grande pernambucano e me solidarizar com seus familiares e amigos.”

Governador Paulo Câmara

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Postado por Edmar Lyra às 8:44 am do dia 2 de janeiro de 2018 Deixe um comentário

Ex-ministro Armando Monteiro Filho morre aos 92 anos

Faleceu agora há pouco o ex-ministro Armando Monteiro Filho, pai do senador Armando Monteiro Neto. Ele tinha 92 anos de idade e foi deputado federal e ministro da Agricultura no governo João Goulart. Em 1994 foi candidato a senador na chapa de Miguel Arraes mas acabou derrotado por Carlos Wilson.

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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