
União por Pernambuco pode ressurgir em 2022
A paz selada entre os senadores Fernando Bezerra Coelho e Jarbas Vasconcelos, ambos do MDB, é um fato que, embora aparentemente esteja passando batido, faz remontar a um importante momento da história política de Pernambuco. Em 1993, Jarbas, então prefeito do Recife e rompido com Miguel Arraes, iniciara uma aliança com o PFL do governador Joaquim Francisco, para quem havia perdido a eleição de 1990. O encontro simbólico, ocorrido na fazenda do saudoso ex-deputado José Mendonça, em Belo Jardim, mudaria os rumos da política estadual na década de 1990, sob o comando da União por Pernambuco.
Jarbas não se candidatou ao Governo do Estado em 1994, cumprindo assim o mandato de quatro anos na prefeitura. Após fazer o sucessor, Roberto Magalhães, em 1996, passou dois anos com o bloco na rua e venceu Miguel Arraes, que disputava a reeleição, em 1998, por uma diferença de mais de um milhão de votos. Naquela disputa, o hoje senador Fernando Bezerra Coelho apoiou a chapa de Arraes, e Humberto Costa (PT), atual senador, também disputava o Senado pela Frente Popular.
Aquela União por Pernambuco, formada basicamente por PMDB, PFL (atual DEM), PPS e PSDB, que governou o Estado por oito anos até a ascensão de Eduardo Campos, guarda semelhanças com a atual conjuntura. Ex-secretário de Desenvolvimento Econômico de Eduardo Campos, o senador Fernando Bezerra rompeu com o governador Paulo Câmara e ensaiou uma candidatura, mas a disputa pelo comando do MDB inviabilizou o quadro, e a FBC restou o apoio à postulação de Armando Monteiro Neto (PTB), que tinha o DEM e o PSDB na chapa majoritária.
A derrota de Armando, juntamente com Bruno Araújo (PSDB) e Mendonça Filho (DEM), que ficaram sem mandato, deu a Fernando Bezerra uma condição favorável para disputar o governo, assim como ao prefeito de Jaboatão Anderson Ferreira (PR). O acerto com Jarbas, com quem teve recentes disputas, remete um pouco àquele encontro do próprio Jarbas com Joaquim. Logicamente que a disputa para o Governo do Estado é somente em 2022, e ainda teremos uma eleição municipal em 2020, mas não se pode ignorar os gestos, que contam e muito para a política.
Tricolores – Se nos gramados o Santa Cruz está com a bola murcha, pelo menos na política estadual a torcida tricolor é quem vem dando a bola. Além do governador Paulo Câmara, são torcedores do clube o presidente da Alepe, Eriberto Medeiros e a vice-governadora Luciana Santos, que são três integrantes da linha sucessória do estado.
Reajuste – A Câmara Municipal do Recife aprovou o reajuste dos salários do prefeito, do vice e dos secretários, porém a medida só terá validade a partir de janeiro de 2021. O prefeito passará a ganhar R$ 25 mil, o vice-prefeito R$ 22 mil e os secretários R$ 18 mil.
Justificativa – O aumento do salário do prefeito, vice e secretários se justifica porque eles comandam um orçamento de R$ 6 bilhões. Qualquer multinacional paga muito mais do que isso aos seus executivos. O reajuste facilita a atração de quadros qualificados para trabalhar na prefeitura.
Sintonizados – Durante a Caravana da Educação, ocorrida no Santos Dumont, os presentes puderam perceber a sintonia fina do governador Paulo Câmara e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eriberto Medeiros. O governador fez questão de convidar o presidente da Alepe para ir em seu carro, e ele prontamente aceitou.
RÁPIDAS
Máquina – O líder da oposição na Alepe, deputado Marco Aurélio (PRTB), acusou o PSB de utilizar a máquina para fazer campanha antecipada para o deputado federal João Campos visando as eleições municipais de 2020 quando João poderá ser candidato a prefeito.
Tulio Gadelha – O nome do deputado federal Tulio Gadelha vem ganhando muita força para disputar a prefeitura do Recife em 2020 pelo PDT. O jovem deputado construiu uma relação muito boa com Ciro Gomes e Carlos Lupi, que são os dois principais nomes do partido no âmbito nacional.
Inocente quer saber – Quando os senadores Jarbas Vasconcelos e Fernando Bezerra Coelho oficializarão publicamente que fumaram o cachimbo da paz?




O ex-presidente do Lafepe, Roberto Fontelles, assumirá a presidência do DETRAN. A indicação é do grupo do senador Jarbas Vasconcelos, que também emplacou a secretaria de Desenvolvimento Urbano com Marcelo Bruto, após Fernando Dueire declinar do cargo.


O advogado Bruno Brennand entrou com uma representação apresentada pelo filiado ao MDB, Orlando Tolentino no sentido de impedir a aliança entre o partido e o MDB por conta de o comando estadual do partido estar sub-Júdice. Tolentino apresentou uma posição que pode tirar Jarbas da chapa majoritária de Paulo Câmara. O senador Fernando Bezerra Coelho espera poder levar o MDB para Armando Monteiro.


O deputado federal pernambucano, Fernando Filho (DEM), fez um balanço de sua atuação em Brasília, sobretudo a frente do Ministério de Minas e Energia, além de analisar a conjuntura política no Estado, durante entrevista para o programa Cidade em Foco da Rede Agreste de Rádio comanda por Alberes Xavier.
Enquanto Michel Temer tenta se aproximar dos diretórios estaduais do MDB para costurar apoio à sua candidatura, Renan Calheiros recebeu comitês de dez estados em seu gabinete nesta semana, dentre eles Pernambuco. Todos dispostos a unir forças para lançar um plano alternativo contra Temer e partir para a disputa na convenção. As opções estudadas pelo grupo dissidente são: ou o lançamento de um nome para disputar com o presidente na convenção, ou o apoio a algum candidato de outro partido. O grupo é unânime na ideia de que a candidatura de Temer ou Meirelles rebaixa os candidatos do MDB nesses estados e limita as alianças.
O senador Fernando Bezerra Coelho imaginou que através da resolução do diretório nacional do MDB, ele teria acesso ao sistema filiaweb do TSE para iniciar as filiações de seus aliados ao partido. Acabou não conseguindo, uma vez que a decisão do partido não se sobrepõe ao que foi decidido pelo ministro Ricardo Lewandowski, que optou pela suspensão da dissolução do MDB de Pernambuco.
A senadora Rose de Freitas, que votou contra a dissolução e defendeu Jarbas Vasconcelos na reunião do MDB o encontrou e disse que estava de saída do partido. Jarbas disse a sua colega que um partido presidido por Jucá nunca vai dar certo, além da senadora, o deputado federal Hugo Mota (PB) decidiu que sairá do partido.