A deputada estadual Raquel Lyra (PSB) participou nesta sexta-feira (06) do programa “Debate”, da Rádio Jornal Caruaru. Durante uma hora, ela conversou com o jornalista Igor Maciel sobre sua atuação na Alepe, a atual conjuntura política, a necessidade da Reforma Polícia, a situação financeira do Estado, e sobre a sucessão municipal. No final, a entrevista contou ainda com a participação do ex-governador João Lyra Neto.
Em carta a Aécio e a Humberto, Elias propõe pacto político nacional para enfrentar crise
Prefeito de Jaboatão alerta para o perigo de uma séria crise de governabilidade e sugere ao PT e PSDB a construção de um entendimento, que incluiria a antecipação das eleições presidenciais
O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PSDB), enviou aos senadores Aécio Neves (MG), presidente nacional do seu partido, e Humberto Costa (PE), líder do PT, nesta sexta-feira (06/03), carta na qual sugere a construção urgente de um acordo político nacional que afaste a “forte possibilidade de o País entrar numa grave crise de governabilidade, com prejuízo para todos os brasileiros”. Para Elias, cabe aos dois maiores partidos do bloco governista (PT) e da oposição (PSDB) alinhavar as linhas deste pacto.
No texto, enviado aos senadores por e-mail e sedex (veja em anexo), o prefeito tucano lembra que, desde o segundo semestre de 2014, vem alertando para o risco de que a combinação da crise econômica nacional – “agora com os juros e o dólar nas alturas e o investimento praticamente em colapso” – com a radicalização política – “que marcou profundamente as eleições de 2014 e só faz aumentar” -, pode paralisar o Congresso Nacional e jogar o País numa grave crise de governabilidade, com consequências “inimagináveis”.
“Certo é que a crise que já vivemos, há meses, seria agravada ainda mais, com prejuízo para todos os brasileiros”, afirma Elias, lembrando que já vem sendo colocada, inclusive, a possibilidade de um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o que mostra que a radicalização política só faz crescer.
ELEIÇÕES ANTECIPADAS
“Esta é uma situação que tem me preocupado muito. Venho refletindo e externando esta minha preocupação já há alguns meses, mas sinto, agora, que só isso não basta”, relata o prefeito aos senadores Aécio e Humberto, ao explicar sua decisão de escrever a carta apresentando sua proposta formalmente ao PT e ao PSDB. “Não poderia deixar de externar esta minha colaboração e, assim, acredito que ofereço uma ajuda no sentido de evitar que o mal pior termine sendo reflexo da crise nacional”, acrescenta.
Elias ainda enumera alguns pontos que, defende, sejam discutidos na entendimento, sendo os principais: a retirada dos escândalos políticos da pauta do Congresso, deixando as investigações que ainda sejam necessárias para o Judiciário, o Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas da União e a Polícia Federal; a construção urgente de uma reforma política consensual; a reforma do estado brasileiro, com redução dos cargos de confiança; construção de um plano nacional de infraestrutura com foco nas áreas de transportes, energia e mobilidade urbana e por mudanças na melhoria dos serviços públicos, como saúde e educação; o fortalecimento das agências reguladoras; e a antecipação das próximas eleições presidenciais, de 2018 para 2016.
“Dessa forma, acredito, seria possível impedir que o Brasil seja tragado profundamente pelo cenário de uma crise que a cada dia fica mais latente e ainda mais complicada com a radicalização política”, coloca o prefeito.
Comitiva de deputados vistoria obras da Jeep
Uma comitiva liderada pelos deputados estaduais Aloísio Lessa e Miguel Coelho, ambos do PSB, visitou na tarde desta sexta-feira (06) a planta industrial da fábrica Jeep, em Goiana. O grupo formado por 14 deputados vistoriou a área de montagem e outros setores da unidade industrial que será inaugurada no dia 28 de abril.
A vistoria foi definida pela Comissão de Desenvolvimento Econômico e teve por objetivo recolher informações sobre o andamento da obra. “Também viemos aqui para verificar a situação do entorno das obras como as estradas de acesso, a geração de energia e nos colocar à disposição para destravar algo que impossibilite que a fábrica de funcionar a pleno vapor”, detalhou o deputado Aloísio Lessa, presidente da Comissão.
A visita às obras da Jeep é a primeira de uma série de atividades que a Comissão de Desenvolvimento definiu para o primeiro semestre. “Ainda este mês faremos uma visita à Usina Pumaty e no próximo mês deveremos verificar a produção de fruticultura em Petrolina. Essa agenda é importante para que os segmentos econômicos do estado possam colocar as dificuldades que enfrentam e nós possamos ajudar a superar os desafios para o crescimento de nosso estado”, explicou o vice-presidente da Comissão, Miguel Coelho.
As obras da fábrica Jeep estão em fase final e devem ser inauguradas no dia 28 de abril. A expectativa é que a unidade industrial gere no pico de produção cerca de 8 mil empregos diretos. A fábrica terá capacidade de produzir 250 mil automóveis por ano.
Fernando Bezerra Coelho cobra ações para o Vale do São Francisco
O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) cobrou do Governo Federal medidas emergenciais para evitar que a região do Vale do São Francisco sofra com a estiagem. O Senador lembrou que o Vale sustenta uma cadeia econômica importante para todo o Nordeste, a partir da fruticultura irrigada, que gera mais de 240 mil empregos e gera uma movimentação financeira de
aproximadamente R$ 2 bilhões.
“Para se ter uma ideia do que o Vale representa, a indústria metal mecânica no ABC Paulista emprega atualmente 150 mil pessoas, segundo pesquisa de empregos da Fundação do Sistema Estadual de Análise de Dados, a Seade”, disse o senador, comparando o volume de postos de trabalho do sertão.
Fernando defendeu que o Governo Federal adotasse medidas como a suspensão do plantio de novas áreas nos perímetros irrigados e a retirada da tarifa bandeira vermelha dos consumidores, Cuja energia se destina a irrigação de áreas localizadas na região do semiárido nordestino. “No Vale do São Francisco, os empreendimentos de fruticultura estão distribuídos em três categorias: pequenos, com até 20 hectares, que somam 94%, os médios, entre 20 e 50 hectares, representam 4%, e os grandes, acima dos 50 hectares, que são 2%.
Cunha atropela Dilma e pauta o salário mínimo
Do Blog do Josias
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, informou aos líderes partidários que incluirá na pauta de votações da próxima semana um projeto de lei sobre salário mínimo. Promove ajustes na atual política de valorização do mínimo, eternizando-a. Por ordem de Dilma Rousseff, o Planalto pediu o adiamento do debate. Cunha deu de ombros para a solicitação.
Cunha alegou que o governo terá a oportunidade de expor seu ponto de vista em plenário. Para derrotar o projeto, pode acionar sua maioria —“se a tiver”, ironizou. Há três dias, o ministro petista Pepe Vargas, suposto articulador político de Dilma, reuniu os líderes do bloco governista em sua sala, no Planalto. Pediu-lhes que retirassem o salário mínimo da pauta. Aí mesmo foi que Cunha decidiu manter.
Chama-se Jorge Boeira (PP-SC) o autor do projeto que vai a voto. No geral, o texto mantém a sistemática atual de reajuste do mínimo: inflação mais a variação do PIB. Mas estica seu prazo de validade para os próximos dez anos. Depois disso, a fórmula de cálculo seria perene e passaria a incorporar o PIB per capita, mais vantajoso para o trabalhador. O governo receia que os deputados estendam a regra para os aposentados.
José Guimarães (PT-CE), líder do governo, rogou a Cunha que reconsiderasse a decisão de votar a proposta de Boeira. Argumentou que as regras atuais, incluídas numa lei de 2011, vigoram até janeiro. Não haveria, portanto, pressa em votar o projeto. O presidente da Câmara fez ouvidos moucos. Seu plano é enviar a proposta rapidamente ao Senado, em tempo para que o correligionário Renan Calheiros, também às turras com o governo, providencie a aprovação até 1º de Maio, o Dia do Trabalhador. Se quiser, Dilma poderá vetar, arrostando os prejuízos políticos.
Suprema ironia: ao tomar posse, em janeiro, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, dissera em entrevista que o governo enviaria uma proposta ao Congresso, fixando a fórmula de reajuste do salário mínimo que passaria a vigorar a partir de 2016. Ele antecipara que seriam feitos ajustes. Foi desautorizado por Dilma e teve de se desdizer por escrito.
Sub-relatores da CPI com poucas doações
Lauro Jardim, da Veja
Hugo Motta (PMDB-PB), o presidente da CPI da Petrobras, na foto ao lado, teve 60% de sua campanha financiada por empreiteiras envolvidas na Lava Jato, mas tomou o devido cuidado ao nomear deputados pouco ajudados pelos empreiteiros para as quatro sub-relatorias da CPI anunciadas ontem.
Altineu Côrtes (PR-RJ), que investigará as refinarias, e Andre Moura (PSC-SE), sob quem ficarão as investigações sobre a Sete Brasil e as vendas de ativos da Petrobras na África, não receberam sequer um real das empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobras.
Bruno Covas (PSDB-SP), que está encarregado de investigar as subsidiárias, recebeu, por meio de repasses de outros candidatos tucanos, 216 reais da Andrade Gutierrez e 2 711 reais da OAS. Fazendo as contas, os valores correspondem a irrisórios 0,08% do total de 3 547 342 reais arrecadado.
Sub-relator da investigação sobre compras e afretamento de navios de transporte da Petrobras, Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) recebeu 2 343 reais da Engevix repassados pelo PTB paulista. A ajuda equivale a 0,12% dos 1 925 128 reais arrecadados. Entre os três vice-presidentes da CPI, dois receberam dinheiro das empreiteiras encrencadas.
O primeiro vice-presidente, Antônio Imbassahy (PSDB-BA), recebeu 76 800 reais da UTC e 250 000 da OAS, valores correspondentes a 11% da arrecadação de campanha. Já o segundo vice, Felix Mendonça Junior (PDT-BA), recebeu, em repasses da campanha do governador petista Rui Costa, 9 545 reais da OAS, 9 600 reais da Odebrecht e 2 854 reais da UTC, o equivalente a 1,8% de suas receitas de campanha. O terceiro vice-presidente, Kaio Maniçoba (PHS-PE), não recebeu doações de empreiteiras.
PSB conta com Marta Suplicy para de 2016

Em reunião, ontem, em Brasília, líderes do PSB paulista informaram à cúpula nacional do partido que a senadora Marta Suplicy (PT-SP) fechou acordo para concorrer à Prefeitura de São Paulo pela legenda no ano que vem. Segundo os dirigentes regionais da legenda, Marta vai anunciar sua desfiliação do PT em abril e se juntar ao PSB no mês seguinte.
De acordo com fontes que participaram da reunião, Marta não fez exigências e prometeu levar consigo outros quadros petistas descontentes com o partido. Antes de fechar o acordo, a senadora foi avisada de que pode ser a candidata à Prefeitura de São Paulo em 2016, mas, em caso de derrota, não há garantias de que terá espaço para concorrer ao governo do Estado dois anos depois, em 2018. O PSB pretende ter candidato próprio nas duas eleições.
A negociação contou com o aval do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que, conforme um participante da reunião, “se mostrou muito satisfeito por ter a senadora Marta do nosso lado”. O PSB não confirma oficialmente o reforço. “Existe a negociação, Marta seria muito bem-vinda mas o PSB tem outros nomes para a prefeitura como o vice-governador, Márcio França, e o próprio Paulo Skaf (PMDB) que já disputou a prefeitura pelo PSB”, diz o prefeito de Campinas, Jonas Donizete (PSB).
Defesa Civil divulga balanço parcial das chuvas no Recife
A Prefeitura do Recife informa que, no intervalo de apenas duas horas, choveu 86 milímetros na capital pernambucana, o esperado para 11 dias, de acordo com a média pluviométrica do mês de março (242 mm). A Secretaria Executiva de Defesa Civil (Sedec) do Recife registrou quatro deslizamento de barreiras na cidade e um caso de alagamento em uma comunidade.
A ocorrência de destaque foi a queda de encosta ocorrida em Lagoa Encantada, no Ibura. Nesse caso, que aconteceu por volta das 3h, quatro casas foram atingidas e três pessoas ficaram feridas.
José Luna Félix, 62 anos, foi atendido na UPA da Imbiribeira e, ainda pela manhã, transferido pelo Samu para o Hospital Otávio de Freitas, onde permanece em observação. Maria Dolores da Silva, 74 anos, atendida na UPA de Lagoa Encantada, já recebeu alta. Francisco de Assis da Silva, 35, recebeu atendimento em um hospital particular e assinou um termo para liberação da unidade, o que ocorreu logo em seguida.
O ferido ainda em observação está sendo acompanhado por equipes da Secretaria de Saúde do Recife e da área social da Sedec. Na manhã desta sexta-feira, está sendo realizado o serviço de remoção de entulhos e cortes de árvores na área para que novas vistorias sejam feitas.
Os outros três deslizamentos, que não tiveram vítimas, ocorreram em Beberibe, na UR-2 (Ibura) e UR-7 (Várzea). A Sedec também registrou alagamento que atingiu uma comunidade na Linha do Tiro.
A Secretaria Executiva de Defesa Civil do Recife (Sedec) tem trabalhado na Operação Inverno desde dezembro de 2014, já tendo implantado geomanta em 107 áreas de risco, realizado cerca de 7 mil vistorias de monitoramento, colocando mais de 300 mil metros quadrados de lonas plásticas, visitando cerca de 4,6 mil residências para dar orientações de práticas seguras e 25 palestras educativas em escolas municipais.
Trânsito
A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) atua, desde o início da manhã desta sexta-feira (06), para minimizar os danos causados pela chuva e auxiliar a mobilidade da população. Cerca de 100 agentes e 200 orientadores de trânsito operaram nas principais vias da cidade.
Desde o início desta manhã, 11 semáforos apresentaram falhas devido às chuvas. Desses, seis já operam normalmente e outros 5 estão em atendimento pelas equipes técnicas. No total, Recife conta com 649 semáforos, sendo que 451 deles são equipados com nobreaks.
Seis guinchos estão posicionados em locais estratégicos e podem ser acionados em casos de acidentes e na retirada de veículos que possam apresentar defeitos. Até as 11h05, a Companhia registrou dois acidentes de trânsito, sem vítimas.
Obras
A URB informa que possui aproximadamente 15 obras em áreas de encosta com serviços sendo executados. No último mês de fevereiro, a empresa concluiu os serviços de muro de arrimo, escadaria e canaletas na Rua Edmar Moury Fernandes (Três Carneiros/Ibura), Avenida Campo Verde (Três Carneiros/Ibura), Avenida Rio Grande e Rua Paulo de Biase (UR-1/Ibura) e na Rua Ministro Dilson Funaro (Jordão Baixo). O investimento foi de R$ 5,2 milhões. Localidades como Vasco da Gama, Linha do Tiro e Várzea também já tiveram obras concluídas de 2013 até agora.
A URB está em fase de contratação de 104 obras em áreas de encosta de todo o Recife no valor de R$ 150 milhões já garantidos pela Prefeitura. Destas, 12 já foram licitadas e estão sendo iniciadas. Estão sendo realizados serviços de construção de muro de arrimo, canaletas, escadarias e outros serviços.
José Humberto participa de inauguração de USF na zona rural de Jataúba.
No início da tarde de ontem, o deputado estadual José Humberto acompanhou o prefeito de Jataúba, Antônio de Roque, na inauguração de mais uma unidade de saúde da família (USF), desta vez no distrito de Brejinho, zona rural do município e distante cerca de 56 km da Sede.
O evento contou com a presença dos vereadores Antônio Biloza,
Josilene Cordeiro, Jackson Bruno, Zito Lopes, Luana, Paulo Floriano e Didi do
Riacho do Meio, além de secretários municipais e moradores da localidade.
O prefeito Antônio de Roque agradeceu ao deputado José Humberto e falou que o sucesso da gestão é resultado de muito trabalho, além de agradecer aos funcionários pela dedicação, “Agradeço ao deputado José Humberto pela presença e pelo empenho em prol de atender as demandas de Jataúba. O sucesso da gestão é fruto de muito trabalho e dedicação e isso também se deve aos funcionários que têm desempenhado as funções com competência e dedicação”, ressaltou Antônio de Roque.
Já o deputado José Humberto (PTB), reiterou o seu compromisso
com o município e informou que tem retribuído os votos que recebeu em Jataúba com muito trabalho e dedicação. “Tenho compromisso com a população Jataubense e
carrego a responsabilidade de trabalhar pelo município sem medir esforços”, disse o parlamentar.
Com 125 metros quadrados de área construída, a nova Unidade de
Saúde contará com médico, enfermeira, técnica de enfermagem, dentista e agentes de saúde, que juntos atenderão a uma população de mais de 1.500 pessoas que vivem próximas a comunidade de Brejinho, no município de Jataúba.
‘Eles têm nojo da gente’
Eliane Cantanhêde – O Estado de S.Paulo
Meses antes de estourar o mensalão, o então deputado Roberto Jefferson chegou atrasado para um almoço de parlamentares do PTB com jornalistas, justificou que estava numa reunião com petistas no Planalto e desabafou: “Eles não querem aliados, querem sabujos. Eles têm nojo da gente”.
Deu no que deu. Jefferson detonou o esquema do mensalão, que quebrou o encanto do governo Lula e levou para a cadeia os principais líderes petistas e o próprio petebista. Nunca mais o PT foi o mesmo.
O PMDB de hoje no governo Dilma está mais ou menos como o PTB de ontem no governo Lula, às vésperas do mensalão. Com a diferença de que o PMDB é o PMDB: ocupa a Vice-Presidência da República, é o maior partido do Congresso e tem as presidências da Câmara e do Senado, o maior número de governos estaduais e milhares de prefeituras.
E há agravantes: Luiz Inácio Lula da Silva foi um deputado inexpressivo e dizia que o Congresso tinha “uns 300 picaretas”, mas ele conhecia o jogo. Dilma Rousseff nunca foi parlamentar, não conhece o Congresso, não gosta de política, despreza os próprios aliados.
É aí que mora o perigo, porque cidadãos e cidadãs, à distância, têm até o direito de imaginar que os 513 deputados e os 81 senadores são uns desqualificados, aproveitadores, que você compra com um cargo daqui, uma emenda dali. Mas o, ou a, presidente da República e sua equipe direta têm obrigação e necessidade de saber que não é tão simplório assim.
Usar a caneta faz parte, sim, dos regimes democráticos e dos governos de coalizão, mas a relação com o Congresso exige muito mais do que isso. Câmara e Senado têm uma dinâmica particular, movida pelos ventos da economia e pelo humor da opinião pública. Na hora “H”, pesa principalmente a responsabilidade dos líderes (os de fato, não os de direito).
Deputados e senadores querem ser ouvidos, precisam se sentir importantes e prestigiados, em especial se têm por trás uma potência partidária. Se não dava para brincar com o PTB e com Jefferson, o que dizer do PMDB de Michel Temer, Eduardo Cunha e Renan Calheiros?
O PMDB tem verbas e cargos, mas quer mais: a sensação de poder, um poder compartilhado em que tenha voz nas reuniões de cúpula, nas medidas econômicas, nas negociações, nos programas sociais. Dilma cometeu inúmeros erros no primeiro mandato e agora é o PMDB quem tem de dar um jeito e pagar o pato na opinião pública? Pois o partido não quer se sentir “usado”, não quer que o PT tenha “nojo”.
Essa irritação, mais o governo frágil, a economia fazendo água e a inclusão de Cunha e Renan na “lista do Janot” empurram os últimos movimentos do PMDB. Cunha praticamente humilha o Planalto, impondo a Dilma uma derrota atrás da outra. Renan foi decisivo para aprovar aquele jeitinho de driblar a Lei da Responsabilidade Fiscal, mas deu uma guinada brusca nesta semana na direção de Cunha e do próprio PSDB – tanto para espezinhar Dilma quanto para conquistar as simpatias tucanas nesses tempos difíceis de “lista do Janot”.
Os tucanos estão dando gargalhadas, porque o PMDB é o fiel da balança e a regra é essa: quanto mais fraco os governos ficam, mais fortes e afoitos se tornam os aliados. Imagine-se um aliado como o PMDB, com Cunha e Renan esperneando na Lava Jato e as condições políticas e econômicas trabalhando contra o Planalto.
Hoje, Dilma tem a maior base aliada do planeta, mas se o PMDB se bandear de vez para o outro lado, o equilíbrio no Congresso muda totalmente. E num momento em que a “lista do Janot”, a Standard & Poor’s e o ajuste fiscal rondam Brasília.
Tudo que o governo não precisava, aliás, era do ministro Cid Gomes plagiando Lula e dizendo que 300 a 400 deputados são “achacadores”. E justamente a minutos da reunião de Dilma com líderes…
Com aliados assim, quem precisa de adversários?







