Derrota para Marília Arraes seria mais devastadora para o PSB 

Apesar de haver um clima beligerante entre o PSB e o senador Fernando Bezerra Coelho, enfrentá-lo e perder seria menos danoso ao partido de Paulo Câmara do que se porventura a derrota viesse a ocorrer para Marília Arraes. A verdade é que Marília não foi candidata a deputada federal em 2014 exclusivamente porque Eduardo Campos não quis, e foi exatamente por esta negativa que houve o rompimento entre os dois primos.

Desde maio de 2014, quando Marília oficialmente rompeu com Eduardo, que há um desejo do PSB de destruí-la. Nas eleições de 2016, 9 em cada 10 socialistas desejavam ver Marília derrotada devido a audácia de ter rompido com Eduardo no auge dele. Infelizmente para o partido, Marília não só foi reeleita vereadora com uma expressiva votação como foi colocada como pré-candidata a governadora e tem sido a grande revelação nesta fase de pré-campanha.

Com dois dígitos em todos os levantamentos e possuindo uma rejeição baixíssima, Marília está cada vez mais taluda no processo eleitoral, caminhando a passos largos para ter sua candidatura a governadora como algo irreversível pois não teria qualquer tipo de argumento que lastreasse a tese de negar legenda a uma mulher que tem sido responsável pela ressurreição do PT estadual.

De todos os principais postulantes ela é quem tem a menor estrutura de todos, então uma eventual vitória dela contra Paulo Câmara teria um simbolismo muito maior do que a derrota do governador para Armando Monteiro ou Fernando Bezerra Coelho, que são políticos tradicionais com história e tamanho para substituir Paulo Câmara.

Mais do que isso, Marília Arraes sepultaria de uma vez por todas o legado de Eduardo, que ainda é o que sustenta o PSB no poder em Pernambuco, e conquistaria uma vitória muito mais representativa do que efetivamente foi a de Eduardo em 2006. Perder a eleição para Marília não estava no script para o partido do governador, que pretende vencer novamente com folga, mas o fato é que ela tem sido a maior ameaça ao projeto do PSB em Pernambuco.

Mobilização – A oposição com PTB, MDB, DEM, PSDB, Podemos, PRTB e PRB, contando com a prefeitura de Petrolina juntou 3.500 pessoas no último sábado, Marília Arraes, praticamente sozinha, contando apenas com a retaguarda de Serra Talhada, reuniu 3 mil pessoas. O projeto de Marília já é uma realidade.

Supersecretário – Numa eventual vitória de Marília Arraes, o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque, que é o único prefeito relevante a apoiar e acreditar na candidatura dela, terá todas as condições de escolher a pasta que quiser e ser uma espécie de primeiro-ministro do governo Marília. Se esse projeto der certo, depois da própria Marília, Duque será o maior beneficiário.

Avaliação – Um importante pré-candidato a governador da oposição faz a avaliação de que se porventura Marília Arraes for candidata, não há chances de a oposição lançar dois nomes, pois disputando separada, corre o risco de permitir um impensável segundo turno entre Paulo Câmara e Marília Arraes.

Tristeza – Um deputado da base do governador Paulo Câmara repercutiu uma foto realizada por algum aliado do Palácio no almoço da oposição após o evento em Petrolina, dizendo que a cara dos integrantes da oposição era de tristeza. Este deputado crê que a oposição com Armando e Fernando não empolga ninguém e não chegará a lugar nenhum.

RÁPIDAS

Presente – O secretário de Desenvolvimento Econômico de Jaboatão dos Guararapes, Sidnei Aires, esteve presente em Petrolina para participar do evento da oposição. O secretário consultou o prefeito Anderson Ferreira se poderia participar do evento e o gestor não apresentou nenhum obstáculo para a sua ida.

Candidatura – O prefeito de Igarassu, Mario Ricardo, está confiante na candidatura do seu filho, Miguel Ricardo, para deputado estadual. O prefeito quer filiar o seu herdeiro político numa sigla que precise de menos votos para se eleger, e por isso não o lançará pelo seu partido, o PTB.

Inocente quer saber – O PSDB de Pernambuco depois de ser enxotado por Paulo Câmara do governo, aceitará passivamente uma imposição do diretório nacional para se juntar ao PSB no estado?