Blog Edmar Lyra

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Postado por Edmar Lyra às 9:16 am do dia 18 de junho de 2020 1.367 Comentários

O sertanejo Osvaldo Coelho

Nascido em Juazeiro no ano de 1931, Osvaldo de Sousa Coelho veio de uma família tradicional no sertão do São Francisco. Seu pai Clementino de Sousa Coelho, mais conhecido como Coronel Quelê, tornou-se um importante líder políticos e empresarial daquela região. Osvaldo também era irmão de Nilo Coelho, que foi governador de Pernambuco e tio do atual senador Fernando Bezerra Coelho, filho do seu irmão Paulo Coelho.

Sua estreia na vida pública se deu em 1954, quando tentou seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco, sendo eleito com 3.449 votos pelo PSD. No ano seguinte, formou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, e passou a integrar importantes comissões da Alepe.

Nas eleições de 1958, nova vitória, desta vez com 5.630 votos e sua liderança foi se consolidando na Alepe, quando foi reeleito em 1962 com 5.660 votos e assumiu o cargo de líder do PSD na Casa Joaquim Nabuco. Em 1964 assumiu a liderança do governo Paulo Guerra e com a adoção do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional.

Nas eleições de 1966 tenta seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados e logra êxito na empreitada. No mesmo ano seu irmão Nilo Coelho assumiu o governo de Pernambuco, de quem foi secretário da Fazenda. Nas eleições de 1970 decide não tentar a reeleição e passa a se dedicar aos negócios da família, ficando num hiato de oito anos fora da política.

Nas eleições de 1978 volta a disputar um mandato na Câmara dos Deputados, sendo novamente eleito e passa a integrar importantes comissões naquela Casa, como a de Ciência e Tecnologia. Com o fim do bipartidarismo filia-se ao PDS, partido sucedâneo da Arena. Em 1982 é reeleito para o seu terceiro mandato e participa das discussões sobre a redemocratização, apesar disso, se posicionou contra a emenda Dante de Oliveira.

Com a candidatura de Tancredo Neves e José Sarney passou a apoiar a Aliança Democrática que viria a ser eleita no colégio eleitoral em 1985. Nas eleições de 1986, é reeleito para a Câmara dos Deputados para o seu quarto mandato. Nas eleições deste ano, houve um desentendimento entre a família Coelho, onde Osvaldo, pelo PFL apoiou José Múcio Monteiro e Fernando Bezerra Coelho, pelo PMDB apoiou a candidatura de Miguel Arraes.

Como deputado constituinte, Osvaldo Coelho teve atuação destacada sobretudo em ações voltadas para o sertão nordestino, em especial o sertão do São Francisco, motivo da sua atuação. Em 1990 é reeleito para o quinto mandato na Câmara Federal, conquistando mais três mandatos, em 1994, 1998 e 2002. Nas eleições de 2006 ficou apenas numa suplência, assim como em 2010.

Nas eleições de 2008 teve papel importantíssimo na vitória de Julio Lossio para prefeito de Petrolina. Ainda rompido com o sobrinho, que era secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, assistiu de camarote a briga entre o então prefeito Odacy Amorim e o deputado federal Gonzaga Patriota pela indicação do PSB para a disputa. Patriota acabou sendo o nome do partido, a contragosto de Fernando e Odacy, e enfrentou Julio Lossio, que filiado ao PMDB tornou-se a grande sensação da disputa em Petrolina, atingindo o mandato como prefeito, sendo reeleito em 2016.

Nas eleições de 2014 houve a reconciliação da família Coelho, e Osvaldo apoiou o sobrinho para o Senado Federal, que acabou eleito na chapa de Paulo Câmara. Em 1 de novembro de 2015, aos 84 anos, Osvaldo Coelho veio a óbito, encerrando uma trajetória de serviços prestados a Petrolina, ao sertão do São Francisco, a Pernambuco e ao Brasil.

Uma das grandes conquistas do deputado Osvaldo Coelho para o sertão do São Francisco foi a chegada da Universidade Federal do Vale do São Francisco, beneficiando Juazeiro (BA), Petrolina (PE), São Raimundo Nonato (PI), Senhor do Bonfim (BA), Paulo Afonso (BA) e Salgueiro (PE).

A existência de Osvaldo Coelho durante seus onze mandatos, três de estadual e oito de federal, foi de um homem público dedicado ao seu povo. Preocupado em desenvolver sua região que mudou consideravelmente com sua atuação parlamentar na Câmara dos Deputados. A sua partida não apagou tudo o que Osvaldo de Sousa Coelho representa para a política pernambucana, seu legado permanece vivo no sertão do São Francisco, seja na educação, na fruticultura irrigada, e em tantas ações que fizeram de Petrolina uma cidade próspera no nordeste brasileiro.

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Postado por Edmar Lyra às 9:00 am do dia 2 de fevereiro de 2020 Deixe um comentário

Blog na História: A eleição que iniciou o afastamento de Jarbas e Arraes em 1990

Posse de Joaquim Francisco como governador de Pernambuco

Nas eleições de 1986, Miguel Arraes venceu José Múcio Monteiro, levando consigo seus dois senadores Mansueto de Lavor e Antônio Farias. A vitória de Arraes foi importante depois de Jarbas Vasconcelos ter sido eleito prefeito do Recife em 1985.

Jarbas, que havia deixado a prefeitura em 1989, decidiu disputar o governo de Pernambuco em 1990 na sucessão de Arraes e acreditava que teria o irrestrito apoio do então governador. Arraes, por sua vez, deixou o governo e não quis disputar o Senado na chapa de Jarbas Vasconcelos, sendo candidato a deputado federal e sagrou-se o mais votado daquele pleito.

Joaquim Francisco, que havia sido eleito prefeito do Recife em 1988, decidiu renunciar ao cargo, entregando a prefeitura ao vice Gilberto Marques Paulo e foi para a disputa, mas antes de ser indicado pelo PFL, sofreu questionamentos internos por aliados que queriam lançar Osvaldo Coelho para o cargo de governador. Na sua chapa tinha Marco Maciel que tentava a reeleição para o Senado. Na chapa de Jarbas Vasconcelos, o candidato foi José Queiroz. O vice de Joaquim Francisco foi Roberto Fontes, enquanto o de Jarbas foi o empresário Paulo Coelho, pai do hoje senador Fernando Bezerra Coelho.

Jarbas Vasconcelos e Miguel Arraes durante caminhada

A relação de Jarbas e Arraes começou a se desmantelar nesta eleição, uma vez que Arraes na condição de favoritíssimo ao Senado preferiu disputar um mandato de federal, o que dificultou a vida de Jarbas, que sonhava com o Palácio do Campo das Princesas. No decorrer da eleição, Joaquim Francisco deixou a célebre frase: “Vou desmistificar você, Jarbas Vasconcelos”, mostrando o caráter bastante acirrado da disputa.

Debate entre os candidatos a governador

O resultado, favorável a Joaquim, foi bastante apertado, onde o governador eleito teve 1.288.326 votos contra 1.088.365 votos do seu principal adversário, equivalendo a 50,95% dos votos válidos. Já para o Senado, José Queiroz quase surpreendeu o favorito Marco Maciel, ficando com 840.866 votos contra 910.802 votos do vitorioso, uma diferença de menos de 70 mil votos.

Paulo Rubem Santiago e Lula em evento de campanha

Para o governo, também foram candidatos Paulo Rubem Santiago (PT), José Batista (PTB) e Alexandre Santos (PSL). Enquanto na disputa pelo Senado foram candidatos Homero Lacerda (PTB), Marcus Martinez (PSL) e José Ailton (PT).

Miguel Arraes saiu do MDB para ser candidato a deputado federal pelo PSB, e montou uma chapinha com o PCdoB, e seus 339.158 votos ajudaram a levar consigo mais cinco deputados federais, dentre eles Sérgio Guerra, Luiz Piauhylino, Renildo Calheiros, Roberto França e Alvaro Ribeiro, estes três últimos com menos de cinco mil votos cada um. Esta eleição também marcou a derrota de Fernando Lyra, Cristina Tavares e Egídio Ferreira Lima, que não migraram para a chapinha de Arraes e acabaram sem mandato.

Foi a partir desta eleição que a relação entre Arraes e Jarbas não seria a mesma, e dois anos depois, em 1992, ao negar a vice a Eduardo Campos, neto de Arraes, Jarbas se afastaria de vez do seu mentor e somente 20 anos depois voltaria a ter relação com Eduardo Campos.

Jarbas Vasconcelos ladeado por Carlos Wilson, José Queiroz, Miguel Arraes e Fernando Lyra
Encontro entre os candidatos Joaquim Francisco e Jarbas Vasconcelos ladeados por Roldão Joaquim, Sérgio Guerra e Fernando Bezerra Coelho

Arquivado em: Sem categoria Marcados com as tags: Eleições 1990, Homero Lacerda, jarbas vasconcelos, joaquim francisco, josé queiroz, lula, Marco Maciel, miguel arraes, Osvaldo Coelho, Paulo Rubem Santiago, sérgio guerra

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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