Blog Edmar Lyra

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Postado por Edmar Lyra às 12:22 pm do dia 7 de junho de 2020 616 Comentários

O marechal Dantas Barreto

Nascido em 1850 na cidade de Bom Conselho, Emygdio Dantas Barreto iniciou sua trajetória aos 15 anos como voluntário na Guerra do Paraguai, sendo promovido a alferes, um ano antes do final da guerra em 1869. Durante sua carreira militar fez cursos de artilharia, cavalaria e infantaria, sendo promovido a tentente em 1879 e a capitão em 1882.

Dantas Barreto, já com novas patentes, teve atuação destacada na Revolta Armada de 1894 e na Guerra de Canudos em 1897. Durante o governo do Marechal Hermes da Fonseca, no período republicano, foi nomeado ministro da Guerra em 1910, ficando no cargo até 1911, quando decidiu ser candidato a “presidente” de Pernambuco, cargo que equivalia a governador na época, na sucessão de Herculano Bandeira de Melo.

Apoiado pelos militares, Dantas Barreto enfrentou um importante político da época, Francisco de Assis Rosa e Silva, que chegara a ser vice-presidente, presidente do Senado, e conhecido por todos nós como Conselheiro Rosa e Silva, que dá nome a uma das principais vias do bairro dos Aflitos.

A disputa foi bastante contestada, com brigas entre os dantistas e rosistas, mas acabou que Dantas Barreto foi oficializado vencedor, após uma intervenção de Estácio Coimbra, e tomou posse em 21 de novembro de 1911. Seu governo ficou marcado pelo forte combate ao cangaço, enviando forças militares ao interior do estado.

Em 1915 passa o governo para Manuel Antônio Pereira Borba, e elegeu-se senador da República. Em março de 1921 torna-se deputado federal, ficando no cargo até 1923. Por ser o Rio de Janeiro a capital federal na época, mudou-se para a cidade maravilhosa, quando tornou-se marechal.

Dantas Barreto faleceu em 8 de março de 1931, formando uma carreira como militar, político e escritor, chegando a integrar a Academia Brasileira de Letras na cadeira de número 27, substituindo Joaquim Nabuco, falecido em 1910.

 

 

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Postado por Edmar Lyra às 11:09 am do dia 5 de junho de 2020 Deixe um comentário

O estadista e abolicionista Joaquim Nabuco

Nascido no Recife em 1849, Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo vem de uma família tradicional, cujo pai era juiz vindo da Bahia para morar em Pernambuco e a mãe era sobrinha do Marquês do Recife. Seu pai, José Tomás Nabuco de Araújo, foi responsável pelo julgamento da Revolução Liberal de 1848, condenando seus líderes à prisão perpétua.

Três integrantes da linha paterna de Joaquim Nabuco foram senadores vitalícios do Império, seu pai também foi deputado. O que inspirou Joaquim Nabuco e seguir carreira política. Com poucos meses de nascido, Joaquim Nabuco ficou com sua madrinha no engenho Massangana até a morte dela, quando mudou-se para o Rio de Janeiro para morar com sua família.

Em 1859, seu pai decide colocá-lo num colégio interno em Friburgo, onde teve sólida formação. Posteriormente foi para o colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, onde estudou por cinco anos, concluindo seu curso ao lado de Rodrigues Alves, que viria a ser presidente da República.

Em 1866, Nabuco ingressa na Faculdade de Direito de São Paulo, cuja turma era composta por alguns expoentes da nossa história, como Castro Alves, Rui Barbosa, Afonso Pena e o próprio Rodrigues Alves. Nabuco teve forte influência das ideias de Rui Barbosa, que ajudaram na sua formação como político liberal.

Já no quarto ano do seu curso de Direito, transferiu-se para Recife, onde se prepararia para a vida parlamentar. Nesta época, Nabuco começaria a aprofundar no que seria a maior causa da sua existência, que era a luta contra a escravidão. Em 1870, aos 21 anos, Joaquim Nabuco conclui seu curso de Direito e começa a se preparar para tornar-se parlamentar.

Entre a conclusão do curso em 1870 e sua primeira eleição para deputado, houve um interregno de oito anos, suficientes para que Joaquim Nabuco realizasse viagens ao exterior e se aperfeiçoasse também como jornalista, através de um aprendizado crítico sobre as causas da época. As viagens a Londres e a Washington tiveram papel determinante para Nabuco, que se relacionou com diversos pensadores e intelectuais da época e lhe fez tomar gosto pela diplomacia.

Em 1878, com a morte do seu pai, senador Nabuco de Araújo, Joaquim Nabuco foi indicado para a lista de deputados no último lugar do Partido Liberal. Já como deputado, Joaquim Nabuco ganhou notoriedade após a ida de José Bonifácio para o Senado, uma vez que Nabuco se tornou um eloquente defensor da eleição direta, do direito de candidatura dos não-católicos e da emancipação dos escravos, virando um líder da composição da Câmara na época.

A abolição da escravatura passou a ganhar força, tendo Joaquim Nabuco como um de seus expoentes, defendendo a Lei do Ventre Livre de 1871, até chegar a Abolição em 13 de maio de 1888. Com a dissolução da Câmara em 1880, e perda de apoio em Pernambuco por conta das suas teses abolicionistas, Joaquim Nabuco candidata-se pela Corte mas não consegue se eleger, o que já era esperado por ele. Então, Nabuco, já sem mandato refugia-se em Londres, ficando lá entre 1882 e 1884, sendo correspondente do Jornal do Commercio e consultor jurídico, enquanto escrevia O Abolicionismo, de 1883.

Já de volta ao Brasil e a Pernambuco, com as teses abolicionistas ganhando força, Nabuco candidata-se em 1887 por conta da nomeação do conselheiro Portela para o cargo de ministro e acaba eleito com consagradora votação. Nabuco vivenciou não só a abolição da escravatura em 1888 após a ascensão da Princesa Isabel, como também a Proclamação da República em 1889, da qual ele não tinha grandes esperanças de mudanças no país, devido ao feudalismo e a vassalagem que eram muito fortes ainda no nosso território.

Nabuco elegeu-se pela última vez como deputado mas antes recusara, assim como seu pai, o título de visconde. A legislatura se iniciaria em 20 de novembro 1889, mas jamais se reuniu, por conta da proclamação. Joaquim Nabuco já fora da política de mandatos eletivos, acompanhou a transição de monarquia para a república, sendo colaborador de diversos jornais e revistas da época, e fundou, ao lado de Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras, sendo o secretário-geral.

Em 1899, Joaquim Nabuco decide morar no exterior, seguindo carreira diplomática em Londres inicialmente e posteriormente em Washington, sendo responsável pela diplomacia brasileira na Inglaterra e nos Estados Unidos, vindo a falecer no dia 17 de janeiro de 1910 aos 60 anos de idade em Washington.

A vida de Joaquim Nabuco teve três vertentes importantes para o nosso país, a de político abolicionista, a de historiador dos momentos emblemáticos do nosso país e a de diplomata. Nas três frentes, Nabuco teve grande contribuição não só a Pernambuco, seu estado natal, como ao Brasil como um todo.

É de longe um dos maiores pernambucanos de nossa história, sendo patrono da Assembleia Legislativa de Pernambuco e um dos maiores estadistas de nosso Brasil, cuja história merece ser lembrada e reconhecida, como afirmou Gilberto Freire em discurso na Câmara dos Deputados em 1947.  Num momento em que se discute racismo, luta de classes e problemas sociais, evocar a memória de quem escreveu e defendeu importantes ideias, como Joaquim Nabuco, é salutar para o nosso país.

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Postado por Edmar Lyra às 9:54 am do dia 17 de maio de 2020 1.420 Comentários

O segundo patrono da Alepe

A Assembleia Legislativa de Pernambuco possui 185 anos de história, fundada em 1º de abril de 1835, mas o atual prédio que conhecemos, na Rua da Aurora, passou a sediar o Poder Legislativo estadual somente em 1º de março de 1875, portanto há 145 anos.

A Alepe recebeu em 1948 o título de Palácio Joaquim Nabuco, em homenagem ao político abolicionista que fez história em Pernambuco. Nabuco tornou-se o patrono daquela Casa que foi palco de muitos momentos históricos em nosso estado.

Numa história quase bicentenária, muitos foram os nomes que passaram por aquela Casa e alguns conseguiram fazer história, como é o caso do nosso personagem, que poderá dividir a história da Casa de Joaquim Nabuco em antes e depois da sua passagem pela presidência daquele poder.

Nascido em Timbaúba em 22 de abril de 1947, Guilherme Aristóteles Uchoa Cavalcanti Pessoa de Melo, construiu uma trajetória no poder judiciário, sendo respeitado na área jurídica pela sua postura conciliadora e de trabalho. Já aposentado, decidiu tentar o mandato de deputado estadual em 1994 pelo PMDB. Após a abertura das urnas, a vitória com 16.137 votos e se iniciava uma história de sucesso na Casa Joaquim Nabuco.

No seu quarto mandato como deputado estadual, Guilherme Uchoa apoiou Eduardo Campos naquele pleito de 2006, inicialmente seus planos seriam apoiar Armando Monteiro, então pré-candidato a governador, mas que desistiu para apoiar Humberto Costa. Sem muita afinidade com Humberto, Guilherme e o PDT, partido que era filiado, formalizaram apoio a Eduardo.

Passada a eleição, e já na formalização da mesa, era preciso encontrar um substituto para Romário Dias, que já estava no seu terceiro mandato como presidente da Casa e iria para o Tribunal de Contas do Estado. Além de Guilherme, surgiu o nome do seu correligionário José Queiroz, que também era aliado de Eduardo. A escolha por Guilherme se deu por um pequeno detalhe, o fato de Miriam Lacerda, esposa do então prefeito de Caruaru Tony Gel, atualmente deputada estadual, ser adversária de Queiroz. O apoio de Miriam a Guilherme desempatou o jogo em prol daquele que viria a ser eleito.

Investido na condição de presidente da Assembleia a partir de fevereiro de 2007, Guilherme Uchoa construiu uma trajetória mais longeva do que a de seu antecessor Romário Dias. Além disso, nos sete anos e três meses em que Eduardo Campos foi governador de Pernambuco, a parceria entre os chefes do legislativo e do executivo foi de fundamental importância para o êxito do governo Eduardo, que marcou história em nosso estado.

Foram quase doze anos de mandato, com questionáveis alterações na legislação por parte da imprensa e de seus adversários para permitir seis mandatos como presidente da Casa. Em Pernambuco, hexa só tem dois, o Náutico e Guilherme Uchoa, que conseguiu diversas reconduções graças a sua forma de comandar o Poder Legislativo. Na condição de presidente da Alepe, Guilherme completou a trinca de fazer parte do poder legislativo, do judiciário e do executivo, porque por diversas vezes chegou a assumir o Palácio do Campo das Princesas por fazer parte da linha sucessória do estado, na ausência dos governadores Eduardo Campos, João Lyra Neto e Paulo Câmara.

Além de ser um presidente bastante conciliador e por diversas vezes atuou como um pai de parlamentares e ex-parlamentares, Guilherme deixou como legado a defesa intransigente da Casa Joaquim Nabuco e principalmente a reformulação da sede daquele poder. Graças ao seu presidente, que mostrou-se mais uma vez arrojado, a Alepe ganhou uma moderna estrutura que a colocou entre as mais bem estruturadas casas legislativas do país.

O plenário, os gabinetes, as salas de comissões, a parte administrativa, todos eles modernos e preparados para atender às demandas dos pernambucanos, só foram possíveis graças a Guilherme Uchoa. Claro que os pares também tiveram sua parcela de contribuição, mas sem um líder para conduzir uma complexa obra, dificilmente o projeto teria saído do papel.

Na busca pelo sétimo mandato como deputado estadual, Guilherme, que deixou o PDT por conta de o partido não aceitar a entrada do seu filho Júnior para ser deputado federal, para se filiar ao PSC, teve complicações de saúde e em 3 de julho de 2018 viria a óbito, deixando a cargo do filho a importância de manter vivo o seu legado. Júnior teve que ser candidato a estadual para não deixar as bases de Guilherme, sempre muito bem atendidas, desacobertadas.

Prestes a completar dois anos da sua partida, Guilherme Uchoa sempre será lembrado, não só pela sua família, mas por todos aqueles que tiveram a oportunidade de conviver e conhecer de perto um homem público firme e determinado que marcou história em nosso estado. A importância de Guilherme Uchoa para a Alepe é tão grande que ele pode ser considerado o segundo patrono da Casa, ou melhor, o patrono da era moderna da Assembleia Legislativa de Pernambuco.

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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