Blog Edmar Lyra

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Postado por Edmar Lyra às 8:54 am do dia 21 de maio de 2020 804 Comentários

O cometa Antônio Farias

Nascido em 1932, na cidade de Surubim, Antônio Arruda de Farias começou sua trajetória na unidade de beneficiamento de algodão do seu pai, Severino Farias, um pecuarista que tinha muito prestígio na região. Ainda no ramo empresarial atuou no setor sucroalcooleiro, mais especificamente na Usina Pedroza, em Cortês, na Mata Sul. O grande destaque é que a sua esposa Geralda Farias sempre se fez presente nas empreitadas econômicas, mas nunca abandonou o lado social, fazendo do Grupo Farias um dos mais respeitados em Pernambuco e no Nordeste, haja vista seus empreendimentos suplantaram as fronteiras do nosso estado. No Rio Grande do Norte, o grupo criou a Destilaria Baía Formosa.

Apesar do tino empresarial e sua formação acadêmica em economia, foi na política que Antonio Farias se tornou conhecido e fez história em Pernambuco. Foi como vereador de Surubim que ele iniciou sua trajetória em 1955, sendo também deputado estadual, prefeito do Recife, deputado federal e senador da República.

Quando prefeito do Recife, entre 1975 e 1979, realizou uma gestão moderna e austera, ampliando a estrutura de arrecadação do município sem aumentar impostos, com isso o município melhorou seu fluxo de caixa, também foi responsável pela modernização do prédio da prefeitura, que leva seu nome, climatizou o Teatro Santa Isabel, construiu as Avenidas Recife e Mário Melo, fazendo também o elevado da Avenida Agamenon Magalhães, na Zona Sul urbanizou a praia do Pina e trocou a iluminação da Avenida Boa Viagem.

Durante sua gestão enfrentou a fatídica cheia de 1975, que obrigou a prefeitura a realizar investimentos em infraestrutura de alagados e morros e realizar ações sociais para minimizar o impacto dela na vida dos recifenses. Como gestor público ou privado, Antônio Farias se mostrou bastante arrojado e deixou importante legado para a cidade do Recife.

Com trajetória política na direita, tendo exercido seus cargos pela ARENA e PDS, Antônio Farias foi convidado por Miguel Arraes para, ao lado de Mansueto de Lavor, compor a chapa majoritária de 1986. Antonio Farias trocou o PDS pelo PMB para a disputa. Não era tarefa fácil, pois ele enfrentaria o então favorito Roberto Magalhães, porém com a abertura das urnas, Farias obteve 1.204.869 votos, suplantando Roberto Magalhães e sendo eleito juntamente com o mais votado Mansueto de Lavor.

Ao assumir o mandato de senador da República em 1987 aos 55 anos, esperava-se que Antônio Farias construísse uma bela trajetória que lhe levasse a cargos ainda maiores, como o de governador de Pernambuco, porém em 1988, mais precisamente em 13 de abril, ele sofreria um infarto e viria a óbito, encerrando uma carreira vitoriosa de trinta anos de vida pública, sendo não só um gestor renomado como um grande empresário.

Apesar da sua curta trajetória, Antônio Farias ficou na história de Pernambuco como um grande homem público, que nunca se envolveu em qualquer escândalo de corrupção e provou que é possível, quando se quer, fazer a coisa certa. Rápido como um cometa, Antônio Farias em sua breve existência entrou para o rol dos grandes políticos pernambucanos.

 

Arquivado em: Personalidades de Pernambuco, Sem categoria Marcados com as tags: Antônio Farias, Mansueto de Lavor, miguel arraes, Recife, roberto magalhães

Postado por Edmar Lyra às 9:00 am do dia 26 de janeiro de 2020 3.146 Comentários

Blog na História: A derrota que projetou José Múcio em 1986

José Múcio em caminhada no centro do Recife

A eleição de 1986 para o governo de Pernambuco foi marcada pela previsibilidade, com a vitória de Miguel Arraes sobre José Múcio Monteiro. O contexto daquela eleição remete ao ano anterior quando Miguel Arraes e Jarbas Vasconcelos conquistaram uma vitória representativa para a prefeitura do Recife derrotando uma aliança entre o PFL e o PMDB com Jarbas filiado ao PSB. A eleição de 1985 serviu para mostrar a força de Arraes, que abdicou de disputar o governo em 1982, pouco depois de voltar do exílio em 1979.

O PFL, sucedâneo da Arena e do PDS, tinha três nomes para a disputa, o primeiro era Gustavo Krause, que sabendo da dificuldade da eleição, não quis entrar na disputa. E avançou a possibilidade de ser Joaquim Francisco, que havia sido prefeito do Recife e voltaria a ser dois anos depois, em 1988. Porém, o partido preferiu lançar o jovem José Múcio Monteiro,  de apenas 38 anos, que tinha sido vice-prefeito de Rio Formoso e depois fora eleito prefeito da cidade, porém optou por presidir a Celpe. Múcio também tinha sido secretário de Transporte entre 1982 e 1985.

Então governador de Pernambuco, Roberto Magalhães renunciou o mandato para disputar o Senado e tinha amplo favoritismo naquela disputa, pois deixava o governo bem-avaliado. Magalhães sonhava em ser senador constituinte, fato que não se confirmou com a abertura das urnas. Franco favorito, Arraes, então com 70 anos de idade, era tido como o novo, foi o candidato dos jovens e da esquerda na época, enquanto Múcio, de apenas 38 anos, era tido como o candidato dos velhos. Essa inversão de valores mostrava o quanto Miguel Arraes era uma figura icônica e por quê ele cravou seu nome na história de Pernambuco.

A campanha, de alto nível, vale salientar, não teve muitas surpresas para o governo, uma vez que Arraes confirmou seu favoritismo, enquanto Múcio entrou para a história como o derrotado mais vitorioso da história de Pernambuco, pois foi a partir dali que ele viria a ser cinco vezes deputado federal, ministro das Relações Institucionais de Lula e presidente do Tribunal de Contas da União. A bela campanha de Múcio deixou muitos saudosos acreditando que ele poderia em algum momento ser governador de Pernambuco. O próprio Eduardo Campos, neto de Arraes, sondou Múcio para disputar a sua sucessão em 2014, e quatro anos antes quis tê-lo em sua chapa para o Senado na vaga que posteriormente foi destinada a Armando Monteiro, primo de Múcio.

Miguel Arraes e Carlos Wilson em evento de campanha com a presença de Ulysses Guimarães

O resultado final daquela disputa de 1986 deu a Miguel Arraes 1.587.726 votos, o equivalente a 60,91%, que teve como vice Carlos Wilson, contra 1.018.800 votos (39,09%) de José Múcio Monteiro, que teve como vice José Ramos. Já para o Senado, como falamos anteriormente, o favoritismo de Roberto Magalhães não se confirmou com a abertura das urnas, pois Miguel Arraes lançou na sua chapa o então deputado federal Mansueto de Lavor, pelo PMDB e trouxe o deputado federal Antônio Farias, que era do PDS mas trocou pelo PMB para poder aliar-se a Arraes e ser candidato em sua chapa.

José Ramos, Roberto Magalhães, Margarida Cantarelli, Gustavo Krause e José Múcio Monteiro

A chapa do PFL teve, além de José Múcio, que disputou o governo, Roberto Magalhães e Margarida Cantarelli que tentaram o Senado. Roberto Magalhães dormiu senador e acordou sem mandato, pois Arraes deu a Mansueto de Lavor 1.280.388 votos, enquanto Antônio Farias alcançou 1.204.869. Magalhães por sua vez amargou o terceiro lugar com 1.015.328 votos. Ainda foram candidatos ao Senado, Cid Sampaio (PL), Ivan Maurício (PSB) e Jacob Nouri (PDT).

Arquivado em: Sem categoria Marcados com as tags: Antônio Farias, Blog na história, Cid Sampaio, Eleições 1986, Gustavo Krause, ivan maurício, jarbas vasconcelos, joaquim francisco, josé Múcio, Mansueto de Lavor, Margarida Cantarelli, miguel arraes, roberto magalhães

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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