Blog Edmar Lyra

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Postado por Edmar Lyra às 15:36 pm do dia 19 de abril de 2016

Alidos de Temer querem destituir Picciani da liderança do PMDB

Aliados do vice-presidente Michel Temer cobram a destituição do líder da bancada do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), que afrontou a decisão da bancada para votar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os parlamentares sustentam que o Picciani “não é confiável”. Ele foi reconduzido à liderança do partido em fevereiro, com apoio do Planalto, derrotando Hugo Motta (PB).

Logo após a aprovação do impeachment, Leonardo Quintão (PMDB-MG), rival de Picciani, fez questão de visitar Michel Temer no Jaburu. Leonardo Picciani virou líder do PMDB pelas mãos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com quem rompeu para se aliar a Dilma. Temer pediu cautela aos deputados do PMDB: o momento é de “ciscar para dentro” e evitar disputas internas desnecessárias no PMDB. As informações são da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

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Postado por Edmar Lyra às 15:14 pm do dia 19 de abril de 2016

Collor diz que situação de Dilma é pior que a dele

Estadão Conteúdo – Presidente afastado por impeachment do Congresso em 1992, o senador Fernando Collor (PTC-AL) apresentou nesta segunda, 18, em plenário uma espécie de plano de governo e afirmou que a gestão da presidente Dilma Rousseff passa por uma situação pior a que ele atravessou às vésperas de perder o cargo. Em pronunciamento, o ex-presidente disse que o momento do País é gravíssimo e que é preciso um desenlace da crise.

“Tenho plena convicção (…) de que, em meu governo, o Brasil não retrocedeu em nenhum setor, em nenhuma avaliação relevante. Apesar da abrupta interrupção de meu mandato, creio: o legado foi positivo”, disse Collor, da tribuna do Senado.

Embora tenha tecido uma série de críticas ao governo Dilma, o ex-presidente ressalvou ser “imprudente” adiantar seu voto quanto à eventual punição da petista. O senador afirmou que qualquer palavra que dê no momento poderão se criar “celeumas”, o que não seria sua intenção. Ele disse que desde 2012 vinha chamando a atenção para o “esfacelamento institucional” do País”.

“O tempo e o presente quadro de degradação do País me deram razão. Porém, o que perdurou foi a postura de sempre: me ouviram, mas não me escutaram”, criticou.

Em nome do novo bloco partidário formado por 10 senadores, intitulado Moderador, o ex-presidente um conjunto de propostas para a gestão governamental intitulado “Brasil: Diretrizes para um Plano de Reconstrução”. Entre as medidas, ele defendeu um enxugamento da máquina do Estado, a modernização da economia tendo a iniciativa privada como principal motor, ações na área de direitos humanos e até uma sugestão de se fazer uma reforma política para alterar o regime de governo para parlamentarista.

Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), ex-ministro da Educação do governo Lula, elogiou a atuação de Collor na área, a quem disse ter “autoridade especial” para falar do assunto. Ele destacou que no mandato do então presidente foi se feito o “único verdadeiro esforço” de federalizar a educação no Brasil, com a construção de cerca de 550 centros integrados de atendimento à criança.

Arquivado em: Brasil, destaque

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 19 de abril de 2016

Coluna do blog desta terça-feira

O maior derrotado do impeachment

Lula tentou, sem sucesso chegar à presidência da República em três ocasiões, em 1989 perdeu para Fernando Collor no segundo turno e em 1994 e 1998 para Fernando Henrique Cardoso, ambas no primeiro turno. Até que em 2002 conseguiu se lançar a presidente. Foi beneficiário de um processo que fulminou a candidatura de Roseana Sarney, então líder nas pesquisas pelo PFL, que foi um escândalo de corrupção envolvendo o marido de Roseana.

Naquele momento Lula acabou beneficiado, chegando a um segundo turno e derrotando José Serra. A vitória de Lula ocorreu num contexto de crises internacionais que estavam prejudicando a popularidade de Fernando Henrique, que respingou em José Serra, candidato tucano à sucessão de FHC. Uma vez no governo, Lula foi obrigado a manter a política econômica de FHC, dando continuidade ao tripé macroeconômico do câmbio flutuante, das metas de inflação e do superávit primário. Com a sinalização ao mercado, Lula foi ao governo, que pouco a pouco foi ganhando a confiança do empresariado e da sociedade.

Lula recebeu um governo estabilizado, que dependia apenas de uma conjuntura econômica internacional favorável. E ela existiu de 2003 até 2008, mas o próprio Lula foi capaz de liderar o país para fugir da crise de 2008, de um limão ele fez uma limonada. Isso possibilitou a Lula fazer o sucessor, ou melhor, a sucessora. Dilma Rousseff foi apresentada como sua sucessora após vários nomes do PT se envolverem em escândalos de corrupção. Dilma venceu a disputa graças ao forte desejo de continuidade do governo Lula por parte da população.

Uma vez no governo, Dilma já se mostrava muito diferente do seu antecessor e padrinho político. Pouco afeita às palavras e às articulações políticas, Dilma que foi vendida como a gerentona, conseguiu se manter bem até junho de 2013, quando vieram as manifestações durante a Copa das Confederações, que implodiram a elevada popularidade de Dilma. O caos se instaurou a partir dali, pois os brasileiros se deram conta de que o bom governo de Dilma nada mais era do que uma peça de ficção criada pelo marqueteiro João Santana.

Vieram as eleições de 2014 e mais uma vez a disputa foi vencida por João Santana, que quando o cerco apertou, soube utilizar como ninguém a fragilidade dos adversários de Dilma no programa eleitoral. Um país dividido saiu das urnas em outubro, quando pouco mais de 51% dos votos válidos permitiram a Dilma mais quatro anos. Já no segundo governo, depois de aplicar um tarifaço que dava indícios do estelionato eleitoral, Dilma continuou a enfrentar problemas de ordem política. Primeiro na eleição da mesa diretora da Câmara dos Deputados, quando no início do seu segundo governo viu Eduardo Cunha, então líder do PMDB, ascender politicamente ao mandato de presidente da Câmara com 267 votos contra o indicado do Planalto Arlindo Chinaglia, que obteve 136. Ali foi o primeiro sinal de que as coisas iam mal no Congresso.

O tempo passou e a situação da economia foi se agravando, com aumento da inflação e do desemprego, desvalorização da moeda, queda da bolsa de valores, aumento da taxa de juros, dentre outras coisas. A sociedade começou a perceber que a economia ia muito mal. Aliado a isso a operação Lava-Jato desnudou o maior esquema de corrupção da história do país, envolvendo próceres petistas e governistas, trazendo luz a um dos maiores problemas da nossa política, que é o financiamento de campanhas eleitorais.

Como se não bastasse, além de mentir aos eleitores na campanha, o governo mentiu aos brasileiros quando não divulgou a verdadeira situação das contas públicas, infringindo a Lei e desrespeitando a relação Executivo/Legislativo através dos créditos suplementares sem autorização do Congresso. As pedaladas fiscais, quando o governo utilizou recursos dos bancos públicos para pagar programas sociais e custear empréstimos a empresários através do BNDES, também colocaram Dilma na berlinda.

No último domingo ficou evidente no plenário da Câmara dos Deputados o que já se esperava há muito tempo. O impeachment de Dilma Rousseff foi aprovado por 367 votos, 25 a mais que os necessários. O governo, que através de Lula, tentou barrar o impeachment com oferta de cargos, ministérios, emendas e até dinheiro vivo, não conseguiu lograr êxito. Dos 137 votos obtidos por Dilma Rousseff, menos de 100 foram dados por PT, PCdoB, PSOL e PDT, os demais votos foram conquistados junto a deputados de siglas menores e que tinham algum tipo de alinhamento com o governo.

Um governo que tem apenas 137 votos num contigente de 513 mostra que perdeu toda e qualquer condição de continuar a existir. A derrota de Dilma é reflexo da sua total falta de capacidade de exercer o cargo que ocupou por pouco mais de cinco anos. Porém, o maior derrotado neste processo é o seu criador Lula, que viu seu prestígio ruir graças a uma escolha péssima para lhe suceder que acabou induzindo os brasileiros a um erro colossal. O legado de Lula depois deste processo virou pó, a prova foi tanta que não conseguiu sensibilizar nem 150 deputados, mesmo montando um QG num hotel de luxo na capital federal para oferecer mundos e fundos aos parlamentares. Ele foi o grande perdedor, o maior derrotado.

Comando – Ninguém entendeu muito bem a decisão de Sebastião Oliveira em se abster do voto pelo impeachment após sair da secretaria dos Transportes para participar da votação. Na verdade estava em jogo ali o comando do PR, que estava nas mãos de Anderson Ferreira em Pernambuco. Waldemar Costa Neto, o dono do PR nacional, havia prometido ao Planalto 15 votos contra o impeachment, entre ausências, abstenções e votos contrários. Como Anderson Ferreira decidiu votar pelo impeachment, Sebastião Oliveira acabou herdando o comando estadual da sigla.

Consequência – A principal consequência da mudança de comando no PR estadual será a disputa pela prefeitura de Jaboatão dos Guararapes. Anderson, que era pré-candidato a prefeito, não terá a legenda para a disputa. O PR deverá marchar com a candidatura de Evandro Avelar, secretário do governador Paulo Câmara. Como findou o prazo de filiação partidária, Anderson está fora da disputa pela prefeitura de Jaboatão.

Destino – O gesto do secretário de Turismo Felipe Carreras de não votar no processo de impeachment dando vez ao suplente Augusto Coutinho, acabou beneficiando o prefeito Geraldo Julio. É que pela ordem alfabética, caso Felipe votasse o 342º voto seria de Daniel Coelho e não de Bruno Araújo. Como Daniel é pré-candidato a prefeito do Recife iria capitalizar politicamente com o voto que guilhotinou Dilma Rousseff.

Retribuição – Os deputados Luciana Santos (PCDoB) e Silvio Costa  (PTdoB) foram muito leais ao Planalto e a Dilma Rousseff com posicionamentos bastante contundentes contra o impeachment de Dilma, que eles sempre se referiram como um “golpe”. Como contrapartida o PT deverá retirar a pré-candidatura de Teresa Leitão em prol de Luciana em Olinda e de João Paulo em prol de Silvio Costa Filho no Recife.

RÁPIDAS

Presidência – Estão cotados para a presidência da Câmara dos Deputados em substituição a Eduardo Cunha, que a partir de agora é a bola da vez para perder o cargo, os deputados Rogério Rosso (PSD/DF), que conduziu com maestria a comissão do impeachment e ganhou um novo patamar na Câmara dos Deputados e Jarbas Vasconcelos (PMDB).

Confiança – Por falar em Jarbas, o deputado pernambucano que já foi prefeito e governador, virou o “homem de Michel Temer” na Câmara dos Deputados. Jarbas foi correto com o vice-presidente no processo que antecedeu o impeachment e caso seja confirmada a ida de Temer para a presidência, Jarbas terá papel importante no governo, seja presidindo a Câmara, liderando o governo ou até mesmo ocupando algum ministério.

Inocente quer saber – Com quantos votos o impeachment de Dilma Rousseff passa no Senado?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 21:15 pm do dia 18 de abril de 2016

Augusto Coutinho beneficiou Geraldo Julio

Dos quatro secretários que são deputados federais apenas Felipe Carreras decidiu não assumir o seu mandato na Câmara, permitindo assim que o deputado Augusto Coutinho pudesse votar pelo impeachment de Dilma Rousseff. Tal decisão, apesar de depender de um contexto da votação, acabou se tornando estratégica para o prefeito Geraldo Julio, pois Augusto Coutinho foi o 340º voto, seguido de Betinho Gomes (341º) e Bruno Araújo (342º), que foi o tiro de misericórdia no governo Dilma Rousseff.

Como a votação seria por ordem alfabética, o 342º voto pelo impeachment seria do deputado Daniel Coelho, enquanto Felipe Carreras votaria depois. Daniel teria condições de capitalizar politicamente esse voto, pois sairia das suas mãos a guilhotina de Dilma, e consequentemente isso seria explorado na sua campanha a prefeito do Recife, onde ele é o principal adversário de Geraldo Julio, que buscará a reeleição.

Arquivado em: destaque, Política, Recife

Postado por Edmar Lyra às 15:40 pm do dia 18 de abril de 2016

Michel Temer se preparou para o poder

Estadão Conteúdo

Com paciência – e sobretudo – senso de oportunidade, o paulista Michel Miguel Elias Temer Lulia está próximo de se tornar o homem mais poderoso do País. Presidente do PMDB há 15 anos, ele usou todo o peso do partido para ascender politicamente. Contudo, ainda terá de se entender com o correligionário Renan Calheiros (AL), presidente do Senado. Cabe à Câmara Alta a decisão sobre o afastamento de Dilma Rousseff do Palácio do Planalto. É a última etapa a separar esse filho de comerciantes libaneses, atualmente com 75 anos, de se sentar na cadeira de presidente do Brasil como titular – por ora, ainda é o vice.

Pode-se dizer que Temer sabe esperar sua vez. É o oitavo e último filho de Miguel e March Lulia, casal que imigrou do Líbano, em 1925, e fixou residência em Tietê, município localizado a 102 km da capital paulista. Foi na pequena cidade, hoje com cerca de 40 mil habitantes, que Temer morou até a adolescência. Mudou-se para capital no fim dos anos 50 para concluir o ensino médio. Depois, seguiu o exemplo de quatro dos seus irmãos e ingressou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco.

Durante o curso, Temer participou do movimento estudantil e fez amizade com professores e dirigentes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que tinham forte atuação política na época. Formado em1963, conseguiu um emprego como oficial de gabinete na Secretaria de Educação do governo Ademar de Barros, o paulista que deu origem ao “rouba, mas faz” depois associado a outros políticos. O secretário era o jurista Ataliba Nogueira.

Após o golpe militar em 1964, Temer concentrou-se nos estudos. Doutorou-se em direito pela PUC de São Paulo, onde passou a dar aulas ao lado do também professor André Franco Montoro, que já era um político experiente com dois mandatos de deputado federal pelo Partido Democrata Cristão (PDC) e havia sido um dos fundadores da universidade católica.

Com a adoção do bipartidarismo, Montoro ingressou no Movimento Democrático

Brasileiro (MDB), única agremiação autorizada pela ditadura a atuar como oposição. Temer foi junto e nunca mais deixou a sigla, que ganhou o “P” de partido em 1981.

Quase tucano

A ligação com Montoro foi decisiva para a carreira de Temer. Em 1982, o colega de PUC elegeu-se governador de São Paulo e nomeou o professor de Direito como procurador-geral do Estado, primeiro, e depois secretário de Segurança Pública. Foi durante o governo Montoro (1983- 1987) que o peemedebista ficou mais próximo de José Serra, então secretário de Planejamento, e dos senadores Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso. Covas havia recuperado os direitos políticos cassados pela ditadura e, ao lado do futuro presidente da República, faziam parte da cúpula do PMDB dos anos 1980.

Na sucessão de Montoro, porém, nenhum deles teve chance de evitar o lançamento do vice-governador Orestes Quércia, ex-prefeito de Campinas e ex-senador que também fazia parte do PMDB e mantinha forte liderança no interior do Estado. Era o prenúncio de uma racha que se consumaria em 1988, com a criação do PSDB.

Temer concorreu a deputado federal em 1986, mas conseguiu apenas uma vaga de suplente. Porém, contou com a sorte. Em março de 1987, assumiu uma vaga de deputado da Assembleia Constituinte que promulgaria, no ano seguinte, a Carta conhecida como “Constituição Cidadã”.

Pouco antes da promulgação, em outubro de 1988, Covas, Serra, FHC e Montoro saíram do PMDB para fundar o PSDB. Nessa oportunidade, Temer viveu outro momento-chave. Em vez de seguir os colegas, ficou no PMDB, aceitando um conselho do próprio ex-governador e colega de PUC: “No PSDB, a fila vai ser grande para você”. Em1990, Temer concorreu à reeleição para a Câmara, mas novamente só teve votos para uma vaga de suplente.

Em 1992, ele voltou ao comando da Secretaria de Segurança seis dias após o “massacre do Carandiru”, quando ao menos 111 presos foram assassinados por ordem do comando da Polícia Militar durante uma rebelião dentro da antiga Casa de Detenção, na zona norte da capital paulista, às vésperas de uma eleição municipal. Temer ajudou a conter a crise e voltou para a Câmara um ano depois, ainda como suplente.

Em 1994, concorreu de novo e, finalmente, ganhou uma cadeira de titular.

O articulador

Naquele ano, o PMDB elegeu a maior bancada da Câmara (107 deputados), o que daria ao partido o direito à Presidência da Casa. A antiga ligação com a cúpula tucana fez de Temer o principal interlocutor da sigla com o recém-eleito presidente Fernando Henrique. Contudo, em vez de exigir a cadeira de presidente da Câmara, Temer propôs um acordo com o PFL (atual DEM), partido que ajudou o PSDB a conquistar a Presidência: o deputado baiano Luís Eduardo Magalhães (PFL) – filho do então senador Antônio Carlos Magalhães, que apelidou o peemedebista de “mordomo de filme de terror” – seria o presidente no biênio 1995-1997 e Temer lhe sucederia no cargo pelos dois anos seguintes. O acordo foi aceito e cumprido.

Reeleito em 1998, Temer ganhou mais uma vez o comando da Casa e ficou no posto até 2001. Naquele ano, aproveitou-se do escândalo político envolvendo o então senador Jader Barbalho (PMDB-PA) – acusado de desviar recursos do Banco do Estado do Pará – para ficar com o lugar dele na presidência do PMDB.

Em 2002, Temer articulou o apoio do partido à candidatura de Serra ao Planalto, obtendo a vaga de vice na chapa no lugar do PFL. Apesar da derrota do tucano, o peemedebista se manteve como presidente da sigla e deu início ao seu relacionamento com o PT.

Em 2005, tentou voltar à presidência da Câmara após a renúncia de Severino Cavalcanti (PP-PE), envolvido num esquema de cobrança de propina no restaurante da Câmara. Temer, que na oportunidade integrava a ala oposicionista do PMDB, pediu para o governista Renan Calheiros convencer a Lula a apoiá-lo na empreitada. Quando o alagoano enfrentou a acusação de ter a pensão de uma filha fora do casamento paga pela empreiteira Mendes Júnior e teve de deixar o comando do Senado, o deputado paulista o ajudou a pelo menos conservar o mandato parlamentar. A aliados, Temer diz que Renan prometeu ajudá-lo, mas, ao reunir-se com Lula, defendeu o nome de Aldo Rebelo (PC do B-SP), que acabou assumindo a cadeira.

Discórdia

Até hoje o episódio é motivo de discórdia entre os dois. Em 2007, foi a vez de Temer se vingar. De novo com apoio de Renan, Aldo tentou a reeleição, mas acabou surpreendido pela reedição do acordo que o deputado paulista havia feito uma década antes, desta vez com o PT. Temer acertou que o petista Arlindo Chinaglia (SP) seria presidente entre 2007 e 2009 e o peemedebista nos dois anos seguintes, a exemplo do que ocorreu no governo tucano.

A volta ao comando da Câmara foi decisiva para Temer reafirmar seu poder no partido e ser indicado candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff, em 2010. Os dois pouco se conheciam, mas conseguiram formar uma chapa vitoriosa naquela eleição. Mesmo com desentendimentos ao longo do primeiro mandato e menor apoio de peemedebistas, a dupla Dilma-Temer foi mantida em 2014.

O primeiro ano do segundo mandato da dupla não poderia ser mais estremecido. Ao longo de pouco mais de 15 meses, as rusgas ficaram evidentes. O registro das diferenças foi primeiro escrito em carta na qual o vice se queixa de ter sido “decorativo”, divulgada dias após Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na cadeira três vezes ocupada por Temer, aceitar a acusação por crimes de responsabilidade contra Dilma. Depois, gravado em áudio vazado há uma semana.

Já rompidos, Temer não omitiu sua vontade de tomar o lugar da companheira de duas chapas eleitorais: “Se o destino me levar para a função (de presidente), estarei preparado”, afirmou em entrevista à reportagem e à Globo News. Com a aprovação do impeachment na Câmara, resta o Senado referendar a decisão dos deputados e concretizar o plano de Temer. A mudança do Palácio do Jaburu, residência oficial do vice, para o da Alvorada, onde Dilma promete ficar até a conclusão do processo de impeachment, leva mais um tempo. Mas o poder já está em outras mãos.

Arquivado em: Brasil, destaque

Postado por Edmar Lyra às 15:19 pm do dia 18 de abril de 2016

‘Não creio que haja riscos implícitos à democracia’, diz FHC sobre impeachment

Estadão Conteúdo – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta segunda-feira, 18, que o possível risco à democracia durante o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor, no início da década de 1990, não tem paralelo com o momento atual vivido pela presidente Dilma Rousseff. Segundo FHC, a atual situação do País afasta preocupações em relação a tais riscos.

“No caso do Collor, eu temia as consequências, mas não houve consequência negativa para a democracia”, afirmou FHC. “Temíamos a quebra do regime, a quebra da democracia. Até que (o impeachment) ficou inevitável”.

“No debate que vivemos neste momento, não creio que haja risco implícitos à democracia”, ponderou FHC, após lembrar que o afastamento de Collor ocorreu anos depois do fim do regime militar no Brasil. “No passado isso era a receita para cogitarmos qual era o militar que viria. Hoje não sabemos o nome dos militares, mas sabemos todos os nomes dos ministros da Corte Suprema. A questão migrou dos quartéis para os tribunais”, ressaltou o ex-presidente.

Na visão de FHC, essa mudança “dá ânimo” para dizer que a “regra vai se impor”. “Quem viu o que aconteceu na última semana, a minúcia com que o STF discutiu os regimentos internos da Câmara, vê como o País começa a dar importância ao devido processo legal”, disse FHC.

O tucano salientou que a Constituição elaborada no século passado tinha como pretensão gerar mais qualidade de vida à população. “A Educação para todos, saúde, livre e gratuita e acesso à terra estão na Constituição”, afirmou. “Tudo que estamos passando é para criar condições políticas para termos uma sociedade mais igualitária”.

‘Presidencialismo de cooptação’

O ex-presidente da República voltou a criticar o presidencialismo de coalizão que, em sua opinião, se tornou de “cooptação”. “Isso é corrupção da democracia”, declarou. “Teve ex-presidente, que vocês sabem quem é, que resolveu fazer aliança com pequenos, distribuir posições e depois dinheiro”, fazendo uma referência ao mensalão e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem citá-lo nominalmente. “Temos 25 partidos no Congresso e mais 30 fora, o que é inviável, esse modelo está agoniado, viciado”.

Para FHC, o Brasil vive um momento no qual a democracia está corroída. “A aliança pode ser feita antes ou depois da eleição. No meu caso, preferi fazer antes. Sem aliança você pode ganhar eleição, mas não governa. Os partidos são diferentes, mas o que os junta são planos. Mas, hoje, se eu tenho um partido, tento obter do presidente um ministério e isso corrompe a democracia. Não sei como o sistema vai renascer, mas assim ele não tem como funcionar. Isso tem que ser refeito, modificado”, declarou.

Um pouco antes, Cardoso havia comentado que, no Brasil, a política é do “ou você é bom ou mau”, o que não caracteriza uma democracia. “Há maus e bons e precisamos debater. O jogo político é ouvir um e outro. A democracia implica flexibilização de juízo”, disse.

O político participou da conferência “Desafios ao Estado de Direito na América Latina – Independência Judicial e Corrupção”, promovido pela FGV Direito SP, o Bingham Centre for the Rule of Law (Londres) e o escritório global de advocacia Jones Day.

Arquivado em: Brasil, destaque

Postado por Edmar Lyra às 15:14 pm do dia 18 de abril de 2016

Quase 90% do PMDB apoiou prosseguimento do impeachment

Estadão Conteúdo – O PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, deu 86% de seus votos à proposta de abertura do impeachment contra Dilma.

Houve votação 100% a favor do impeachment em nove bancadas partidárias: PSDB, DEM, SD, PRB, PSC, PV, PSL, PMB e PPS. No outro lado, todos os integrantes do PT, do PC do B e do PSOL votaram contra o impeachment. O PDT, que havia decidido apoiar Dilma, se dividiu: deixaram de seguir essa orientação 32% dos deputados do partido.

No PSB, que havia fechado questão a favor do impeachment, também houve divisões: três deputados acabaram votando contra (9% da bancada).

O PSD, integrante da base governista e detentor de ministério até a semana passada, destinou 78% de seus votos à proposta de interrupção do mandato de Dilma. Gilberto Kassab, que ocupava o Ministério das Cidades, pediu demissão quando a bancada do partido decidiu votar pelo impeachment.

O PR, cuja cúpula havia optado por apoiar Dilma, não entregou os votos prometidos na sessão deste domingo: 65% da bancada votou a favor da abertura de processo contra a presidente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Postado por Edmar Lyra às 3:36 am do dia 18 de abril de 2016

Paulo Câmara divulga nota sobre impeachment de Dilma Rousseff

“Dentro das normas constitucionais e de acordo com o rito estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal, o plenário da Câmara dos Deputados decidiu dar sequência ao processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff. O julgamento final cabe agora ao Senado Federal. Qualquer que seja ele, evidencia-se, mais uma vez, a robustez e o equilíbrio das instituições democráticas nacionais, em um momento de grande crise no País.

Devemos, no entanto, ter ciência que não é algo singelo e confortável o fato de num período de apenas 24 anos tenha existido a necessidade de afastar dois presidentes da República.

Bem antes da decisão deste domingo, sempre defendi o entendimento, o diálogo e a transparência como vias capazes de reunir os que hoje são adversários. Em mais de uma oportunidade, me pronunciei em favor do desarmamento dos espíritos e da construção de pontes, sem as quais não conseguiremos sequer vislumbrar as urgentes saídas a curto prazo.

Caso o Senado Federal decida dar prosseguimento à deliberação da Câmara dos Deputados é essencial, desde já, não alimentarmos a ilusão de que a eventual substituição da Presidente da República significará o fim da crise econômica, social, política e ética.

Em decorrência dos desafios sem precedentes com os quais o Brasil se depara, não há soluções simples e rápidas à frente. Estamos enfrentando a maior recessão dos últimos 86 anos, com o desemprego em números alarmantes, milhões de famílias endividadas e o crescimento da miséria, que demoramos tanto tempo para começar a reverter. Não podemos deixar de ressaltar que as maiores vítimas de todo esse cenário recessivo são os que mais precisam do apoio dos serviços públicos de Saúde, Educação, Segurança e Assistência Social.

Os mais necessitados – que talvez tenham ficado de fora de todo esse enfrentamento exacerbado – são os mais prejudicados pela derrocada acelerada da economia brasileira: perderam empregos, se endividaram e enfrentam um custo de vida, com alta inflação, que há muito não se via no Brasil.

Precisamos reagir à polarização exacerbada e ao radicalismo irresponsável que levam apenas à consolidação dos impasses. É necessário um diálogo em favor do Brasil. Precisamos reunir todos aqueles de boa vontade, todos aqueles comprometidos com o futuro dos brasileiros, em um pacto econômico, social e político que viabilize a reconstrução do País e possibilite a renovação das esperanças nacionais.

Como afirmo e faço desde que assumi o Governo do Estado de Pernambuco, reitero a minha disposição de contribuir para que esse indispensável pacto se efetive, com o apoio do valoroso povo pernambucano.”

Paulo Câmara
Governador do Estado de Pernambuco

Arquivado em: destaque, Pernambuco, Política

Postado por Edmar Lyra às 0:00 am do dia 18 de abril de 2016

Câmara dos Deputados decide pelo impeachment de Dilma Rousseff

Já era esperado, inclusive falamos aqui no blog, bem como no Twitter que o governo não conseguiria barrar o impeachment. O voto aberto no plenário, transmitido em rede nacional, era um sinal claro que o governo sofreria uma fragorosa derrota, pois maioria significativa dos brasileiros é contra o governo Dilma Rousseff. A Câmara dos Deputados não iria agir diferente, por isso a presidente sofreu o impeachment.

O responsável pelo 342º voto a favor do impeachment foi o pernambucano Bruno Araújo (PSDB). Agora o processo segue para o Senado para ser avaliado e precisa apenas de maioria simples para afastar por 180 dias a presidente Dilma Rousseff até o julgamento final que será conduzido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal. Nesta votação serão necessários 54 votos para o afastamento definitivo de Dilma.

Arquivado em: Brasil, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 18:43 pm do dia 17 de abril de 2016

O vitorioso Rogério Rosso

Governador do Distrito Federal após a saída de José Roberto Arruda, Rogério Rosso ganhou notoriedade nacional recentemente ao ser escolhido presidente da Comissão do Impeachment. O líder do PSD na Câmara é um dos grandes vitoriosos deste processo, subindo de patamar na Casa. Ele é tido como um dos nomes mais cotados para substituir Eduardo Cunha na presidência da Câmara. Rosso é pró-impeachment.

Arquivado em: Brasil, destaque

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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