Por Terezinha Nunes
Agindo com desenvoltura mas também com pulso forte, a ex-primeira ministra da Inglaterra, Margaret Thatcher, cuja história de vida inspirou o enredo do filme “A Dama de Ferro”, um dos concorrentes ao Oscar deste ano, foi protagonista de um novo estereótipo feminino: o da mulher que, num mundo de homens, age como se um deles fosse, deixando de lado a vida sentimental e a capacidade de agir com doçura, como fazem, em geral, as mulheres.
Até Margaret Thatcher se firmar diante do mundo, costumava-se explorar um outro estereótipo feminino que ganhou as manchetes nos anos 60 através de outra figura pública, a atriz Marilyn Monroe. Dizia-se que Marilyn era a chamada “loura burra”, ou seja, a mulher que usa a beleza para subir na vida, tentando suprir com atributos físicos uma notória pobreza intelectual.
Entre a “loura burra” e a “dama de ferro” escondem-se maneiras diferentes de discriminação ao papel das mulheres no mundo contemporâneo onde elas ganham, cada vez mais, espaço e visibilidade.
No caso da primeira ministra, porém, como ela sempre foi uma conservadora política britânica se associou sua imagem de intransigência ao seu partido e à direita, tanto que Margaret até hoje não tem o relevante papel que exerceu na história do seu país reconhecido pelas feministas. Razão: o movimento feminista surgiu no meio de grupos intelectuais de esquerda e um esquerdista morre mas não reconhece algo bom do outro lado da cerca.
Agora, porém, pelo que se diz e escreve, a esquerda passou a ter sua Margaret Thatcher: a presidente Dilma Rousseff. Não há um só dia – e isso vem crescendo cada vez mais – que uma história atribuída a um deputado, senador, governador ou mesmo ministro e outros auxiliares não seja contada ou escrita, mostrando o pavio curto da presidente. Algumas, se verdadeiras, passariam do simples puxão de orelhas para o perigoso terreno da ignorância ou da má educação, ambas condenáveis, quer praticadas por homens ou por mulheres.
Se Dilma tem ou não tem, como Margaret Thatcher, a capacidade de se revelar uma grande administradora é coisa que só tempo poderá mostrar, mas a pura exploração de suas descomposturas pode se mostrar prejudicial à sua imagem e à das mulheres em geral, sobretudo no campo da política.
Há muito mais a se dizer contra ou a favor da presidente que simplesmente relatar seu lado “dama de ferro”.
O mais importante seria cobrar uma preocupação maior com a educação – em pandarecos – a saúde – que claudica – a segurança – que amedronta – e o combate ao tráfico de drogas, que tira a perspectiva de futuro para os nossos jovens. Não há uma mulher, sobretudo mãe, que não se preocupe com as crianças e a juventude e a presidente está deixando a desejar neste campo.
Também se poderia cobrar da presidente que usasse a mão firme para, de uma vez por todas, acabar com o uso da máquina pública para benefício próprio de políticos e de partidos.
Seria difícil imaginar uma Margaret Thatcher convivendo com isso. Tudo bem que Inglaterra e Brasil são países muito diferentes, inclusive em nível de vida e história, mas Thatcher ganhou fama por ter ido muito mais além do que uma característica masculina que parecesse ter.
CURTAS
Fogo amigo
O senador Armando Monteiro trabalha dia e noite para rifar a candidatura à reeleição do prefeito João da Costa. É estranho, porém, que seu trabalho tenha ganho reforço exatamente depois que outro político governista abandonou o mesmo papel: o ministro Fernando Bezerra. A troca foi bem feita. Armando pode agir com muito mais desenvoltura que FBC pois não é nem tem ministro no governo Dilma. Também não depende do PT.
Segurança
Embora os atuais policiais não sejam suficientes para garantir tranqüilidade nas ruas, o Governo do Estado fez concurso em 2009 para a PM, 3812 candidatos foram aprovados e treinados e somente 2.200 foram até agora convocados para exercer a função de soldado. O pior é que os 1.612 que faltam pediram demissão de empregos anteriores ou gastaram tudo que tinham para cumprir o treinamento. Estão a ver navios.
Vereadores
Embora as Câmaras Municipais possam ampliar o número de vereadores para fazer jus à legislação que estabelece um número “x” de vereadores para cada grupo de habitantes de um município, algumas câmaras estão se recusando a fazer isso para não ter que dividir o butim. É que a ampliação não significa a elevação das verbas para o legislativo. O orçamento continua o mesmo. Candidatos a vereador ensaiam reação em algumas cidades pois consideram que os atuais vereadores estão legislando em causa própria.
bank Foreigners in China squeezed by pensions taxes and MNCs Volasterax diz
Um revisionista não
Alexa Andrews diz
y más que los cronistas de la