Blog Edmar Lyra

O blog da política de Pernambuco

  • Início
  • Perfil
  • Pernambuco
  • Brasil
  • Contato

Postado por Edmar Lyra às 11:48 am do dia 24 de maio de 2020 Leave a Comment

O inesquecível Cali

Nascido em 11 de março de 1950, Carlos Wilson Rocha de Queiroz Campos iniciou sua vida pública em 1972 como assessor da presidência do INCRA, posteriormente seria nomeado, no biênio seguinte para a chefia de gabinete daquele órgão. Já em 1974 tentaria, com sucesso, seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados pela Aliança Renovadora Nacional, e assumiria em 1975, o mandato de deputado federal.

No ano de 1978 votou a favor da emenda que extinguia a figura do senador biônico, e atuou dentro do seu partido num grupo que tentava apressar a redemocratização no país. Reeleito naquele mesmo ano, no segundo mandato defendeu a legalização do Partido Comunista Brasileiro e o fim do bipartidarismo no Brasil.

Com a instauração do pluripartidarismo, Carlos Wilson filiou-se ao PP, na época era Partido Popular, para apoiar a candidatura de Tancredo Neves. Mais tarde o partido se fundiria ao MDB, e então Cali passou a integrar o círculo restrito de Ulysses Guimarães. No biênio 1981/1982 foi eleito segundo-secretário da Câmara dos Deputados e em novembro de 1982 seria reeleito para o terceiro mandato de deputado federal.

Apesar de votar a favor da emenda Dante de Oliveira, que estabelecia a volta das eleições diretas no Brasil, viu a tese não ser aprovada por 22 votos na Câmara dos Deputados e consequentemente não avançar para o Senado Federal, e no colégio eleitoral, reunido em 15 de janeiro de 1985, Carlos Wilson votaria a favor de Tancredo Neves para a presidência da República, que viria a falecer em abril e antes o vice José Sarney assumiu interinamente o cargo, sendo efetivado com a morte de Tancredo.

Naquele mesmo ano seria eleito vice-presidente da Câmara dos Deputados e apoiaria a candidatura de Jarbas Vasconcelos, juntamente com Fernando Lyra, a prefeito do Recife pelo PSB contra Sérgio Murilo, candidato do seu partido, afastando-se do senador Marcos Freire. Em 1986, Carlos Wilson foi convidado para ser candidato a vice-governador de Miguel Arraes e foi eleito junto com ele para o posto.

Em 1987, já no mandato de vice-governador foi cotado para o ministério do Interior, contudo o escolhido foi o então deputado federal Joaquim Francisco. Depois de ser sondado para vários ministérios, Cali foi convidado para assumir a superintendência da Sudene pelo presidente Sarney, mas acabou declinando do convite.

Em abril de 1990, com a renúncia de Miguel Arraes para disputar um mandato na Câmara dos Deputados, Carlos Wilson assumiu o governo de Pernambuco, ficando no cargo até a chegada do governador eleito daquele ano Joaquim Francisco, que assumiria em março de 1991.

Após deixar o Palácio do Campo das Princesas, Carlos Wilson assumiu a secretaria Nacional de Irrigação em 1992 no governo Itamar Franco, ficando no posto até 1993. Já no PSDB, Cali chegou à condição de tesoureiro nacional do partido e em 1994 seria candidato a senador. A chapa de Miguel Arraes era composta por Roberto Freire e Armando Monteiro Filho, mas a ligação na mente do eleitor da relação política de Cali com Arraes fez com que ele fosse um dos senadores eleitos daquele pleito como o mais votado, junto com Roberto Freire.

Já no Senado, cujo mandato foi de oito anos, Carlos Wilson disputou o governo de Pernambuco em 1998 pelo PSDB ficando em terceiro lugar, e em 2000 a prefeitura do Recife, já pelo PPS, numa aliança com o PSB. Na eleição de 2000, apesar de ter ficado novamente em terceiro lugar, a campanha de Cali foi fundamental para a derrota de Roberto Magalhães, foi no seu guia eleitoral que o ator Walmir Chagas protagonizou o Mané Chinês, que fazia duras críticas, mas bastante inteligentes, ao então prefeito. E na véspera do primeiro turno, o então prefeito, caindo na provocação de partidários de Carlos Wilson decidiu dar uma banana durante uma carreata na Avenida Boa Viagem.

Aquele episódio, associado ao crescimento de João Paulo, foi fundamental para que houvesse um segundo turno, e a oposição derrotasse, num pleito histórico, o então prefeito, considerado por muitos imbatível, Roberto Magalhães. Em 2002, já no PTB, Carlos Wilson tentou a reeleição para o Senado Federal, porém a força de Jarbas Vasconcelos e Marco Maciel puxou Sergio Guerra e com a abertura das urnas, Cali não conquistaria a reeleição para o Senado Federal.

Sem mandato, mas com uma relação muito próxima com Lula, Cali foi escolhido presidente da Infraero em 2003, sendo responsável pela modernização do aeroporto internacional do Recife, cujo legado persiste até hoje. O trabalho na Infraero o credenciou para ser, já pelo PT, candidato a deputado federal, e com a abertura das urnas foi o sexto mais votado com 141.203 votos.

Aquele seria o seu último mandato, pois em 11 de abril de 2009, vítima de complicações de câncer, viria a óbito com apenas 59 anos de idade, encerrando uma trajetória intensa de um importante homem público de Pernambuco, que foi deputado federal, vice-governador, senador e governador, cultivando muitos amigos e sendo respeitado  e admirado por quem lhe conheceu. Sua rápida partida não permitiu que ele realizasse um grande sonho, que era o de ser prefeito do Recife, porém esse detalhe não apaga a sua brilhante trajetória na política pernambucana e brasileira em pouco mais de 30 anos de vida pública.

Filed Under: Personalidades de Pernambuco, Sem categoria Tagged With: Carlos Wilson, Fernando Lyra, Itamar Franco, jarbas vasconcelos, josé sarney, lula, Marco Maciel, miguel arraes, pernambuco, roberto magalhães, sérgio guerra, Tancredo Neves, Ulysses Guimarães

Postado por Edmar Lyra às 9:07 am do dia 18 de maio de 2020 Leave a Comment

O construtor de pontes na política

Nascido em 11 de setembro de 1925, Armando de Queiroz Monteiro Filho formou-se em engenharia pela então Universidade do Recife, que depois viria a se tornar Universidade Federal de Pernambuco, chegando a participar ativamente do movimento estudantil.

Em 1950, aos 25 anos de idade, foi eleito deputado estadual, mas por conta do seu parentesco com o então governador Agamenon Magalhães, era genro, ficou impossibilitado de assumir o mandato. Em 1951 ficou na primeira suplência de deputado estadual numa eleição suplementar que ocorreu à época, e foi nomeado secretário de Viação e Obras  Públicas no governo Agamenon Magalhães.

Em 1954 foi candidato a deputado federal, tornando-se o mais votado daquele pleito. Já no segundo mandato, em 1959, participou da elaboração da criação do Conselho de Desenvolvimento  Econômico do Nordeste, que serviria de base para a criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), no final daquele mesmo ano.

Com a renúncia do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961, votou a favor da emenda constitucional que criaria o regime parlamentarista e possibilitaria a ascensão do vice-presidente João Goulart ao cargo. Em 7 de setembro daquele ano, Goulart assumiu o cargo, e no dia seguinte nomeou Tancredo Neves para o posto de primeiro-ministro, e logo em seguida Armando Monteiro Filho seria escolhido ministro da Agricultura. Sua passagem pelo ministério foi até 26 de junho de 1962, com a renúncia de Tancredo Neves do cargo de primeiro-ministro.

Ao voltar para o seu mandato, Armando Monteiro Filho decidiu ser candidato a governador em 1962, enfrentando Miguel Arraes e João Cleofas de Oliveira. Naquela eleição, o vitorioso foi Miguel Arraes. Já em 1966, Armando Monteiro Filho enfrentou João Cleofas na disputa pelo Senado. Após uma dura disputa, que foi bastante acirrada, João Cleofas seria eleito para o posto.

Desde então, já com a adoção do regime militar, decidiu ficar distante dos mandatos eletivos, até a volta do pluripartidarismo em 1979, quando filiou-se ao PDT. Somente em 1994 voltaria a tentar mandatos eletivos, sendo candidato ao Senado na chapa de Miguel Arraes, que seria eleito governador junto com Roberto Freire e Carlos Wilson para a Câmara Alta.

Apesar de ter sido uma vez deputado estadual e duas vezes deputado federal, passando pelo importante ministério da Agricultura, Armando Monteiro Filho conseguiu, em seus quase setenta anos de vida pública, ser uma unanimidade em Pernambuco. Seu jeito generoso e atencioso com todos fizeram dele um quadro extremamente respeitado não só em Pernambuco como em todo o Brasil.

Apesar de ter deixado a política, foi sucedido pelo seu filho Armando Monteiro Neto, que não só foi deputado federal por três mandatos, como também ministro, desta vez do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo Dilma Rousseff e o sonho de ser senador foi realizado pelo seu herdeiro, eleito em 2010 como o mais votado daquele pleito.

Falecido em janeiro de 2018, aos 92 anos, Armando Monteiro Filho deixou como legado a seriedade, o respeito e o amor por Pernambuco e pelo Brasil, cuja responsabilidade de manter a chama acesa de um grande homem público é de todos os seus herdeiros, em especial Armando Neto, que seguiu o caminho da política, e Eduardo de Queiroz Monteiro, que apesar de ter enveredado pelo caminho empresarial e nunca disputado mandatos, é também um grande construtor de pontes em Pernambuco.

Filed Under: Personalidades de Pernambuco, Sem categoria Tagged With: Agamenon Magalhães, Armando Monteiro Filho, Armando Monteiro Neto, Eduardo de Queiroz Monteiro, João Goulart, Tancredo Neves

Postado por Edmar Lyra às 18:07 pm do dia 27 de junho de 2017 Leave a Comment

Descida do Tancredo Neves bloqueada

A Rua Ernesto de Paula Santos, na descida do viaduto Tancredo Neves, em Boa Viagem está bloqueada neste momento por manifestantes. Ninguém ainda sabe bem o motivo.

Filed Under: Sem categoria Tagged With: Protesto, Tancredo Neves

  • « Previous Page
  • 1
  • 2

 

Edmar Lyra

Jornalista político, colunista da Folha de Pernambuco, palestrante, comentarista da Rádio Folha e de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

Saiba mais

Siga-me nas redes sociais

  • Facebook
  • Instagram
  • LinkedIn
  • Twitter

Lista de Links

  • Celebridades
  • Minha Saúde
  • Nocaute
  • Radar dos Concursos
  • Torcida

Blog Edmar Lyra © 2008-2021 — Feito com em Recife — Pernambuco — Política de Privacidade