Blog Edmar Lyra

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Postado por Edmar Lyra às 9:23 am do dia 11 de junho de 2020 241 Comentários

O Barão de Lucena

Nascido em Limoeiro em 1835, Henrique Pereira de Lucena concluiu seus estudos no Imperial Colégio de Pedro II, no Rio de Janeiro, então capital do Brasil. De volta a Pernambuco em 1853 ingressa na Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em 1858.

Henrique Lucena iniciou sua vida profissional como delegado de polícia na capital pernambucana e se notabilizou após participar de movimentos que pacificaram Ouricuri, onde facções lutavam pelo poder local, então tornou-se juiz municipal de Goiana, na região da Mata Norte ficando no posto até 1869.

Lucena ainda foi nomeado para as comarcas de Teixeira (PB), Palmares e Jaboatão dos Guararapes até 1872, quando foi nomeado presidente da província do Rio Grande do Norte, e em 5 de novembro do mesmo ano foi nomeado presidente da província de Pernambuco, ficando no posto até 1875.

Algumas de suas realizações no comando de Pernambuco foram a construção do Campo das Princesas, atual Praça da República, o Mercado São José, a conclusão das obras do Teatro Santa Isabel, atingido por um incêndio, diversas estradas foram melhoradas ou construídas durante seu governo, e ainda lançou a pedra fundamental para o Hospital da Tamarineira. Ele ainda criou a Escola Normal, no sentido de expandir o ensino para mulheres no estado, e  elaborou uma política de expansão e modernização do parque açucareiro de Pernambuco.

Após deixar o cargo, Lucena ainda foi presidente das províncias da Bahia e do Rio Grande do Sul, até 1878, quando elegeu-se deputado geral em 1886. Já no posto foi eleito presidente da Câmara dos Deputados e comandou a discussão e votação da Lei Áurea, assinada pela regente Princesa Isabel em 13 de maio de 1888. No mesmo ano, Henrique ganhou da princesa o título de Barão de Lucena.

Já no posto de Barão de Lucena, ele seguiu como deputado geral até 1889, quando o Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a república. Ele retornou à magistratura no Rio de Janeiro como juiz da vara dos Feitos da Fazenda Nacional, mas ficou por pouco tempo, quando o Marechal Deodoro o nomeou para o governo de Pernambuco, ficando no posto entre agosto e outubro de 1890.

Em dezembro do mesmo ano é nomeado para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, órgão criado nos moldes da Suprema Corte Americana. Ele ainda assumiu os ministérios da Justiça e da Agricultura, Comércio, Obras e Públicas. Em 28 de fevereiro de 1891, com a instalação do STF assumiu o posto de ministro daquela Corte.

O Barão de Lucena chegou a assumir também o ministério da Fazenda até a renúncia de Deodoro da Fonseca. Com a chegada de Floriano Peixoto à presidência da República, Henrique deixou o ministério da Fazenda e acabou aposentado em 1892 do Supremo Tribunal Federal.

Com sua aposentadoria do STF, recolheu-se à vida privada, mas ainda participou, já idoso, das eleições de 1910 apoiando Dantas Barreto contra Rosa e Silva no pleito que elegeu o primeiro para a presidência de Pernambuco. Em 10 de dezembro de 1913, aos 78 anos, veio a óbito no Rio de Janeiro.

O Barão de Lucena era tio de Epitácio Pessoa, que chegou a ser presidente da República entre 1919 e 1922, e parente de João Pessoa, que foi candidato a vice-presidente em 1929 e sua morte foi o estopim da revolução de 1930.

A vida do Barão de Lucena, que passou pelos três poderes, judiciário, executivo e legislativo, além de altos cargos no nosso país como presidente da Câmara dos Deputados e ministro do Supremo Tribunal Federal, teve grande contribuição para Pernambuco, seu estado natal, e outros estados onde teve a oportunidade de governar, sua existência foi intensa e contribuiu diretamente para os dias que vivemos hoje.

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Postado por Edmar Lyra às 11:54 am do dia 30 de maio de 2020 Deixe um comentário

O transformador Augusto Lucena

Nascido na cidade de Guarabira, na vizinha Paraíba, em 1916, Augusto da Silva Lucena era parente de Henrique Pereira de Lucena, o Barão de Lucena, que no período imperial presidiu algumas províncias e foi deputado-geral, e já no período republicano foi ministro da Agricultura e da Fazenda no governo do Marechal Deodoro da Fonseca e posteriormente ministro do Supremo Tribunal Federal.

Augusto Lucena mudou-se de Guaraibira para a cidade do Recife em 1937 para concluir seus estudos no Ginásio Pernambucano e posteriormente formou-se em Direito em 1944 pela Faculdade de Direito do Recife. Como bacharel em Direito, tornou-se em 1948 delegado de acidentes de trânsito na capital pernambucana ficando no posto até 1951 quando passou a ser delegado de investigações e captura e delegado de trânsito de Pernambuco até 1954.

Em outubro de 1954, Augusto Lucena tenta seu primeiro mandato eletivo pela Aliança Social Democrática, composta pelo Partido Social Progressista (PSP) e pelo Partido Libertador (PL). Ele fica na primeira suplência, mas em 1955 consegue assumir o mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco, sendo reeleito em 1958 e 1962.

Nas eleições de 1963, é eleito vice-prefeito do Recife e com a adoção do regime militar que cassou o mandato de Miguel Arraes e Pelópidas Silveira, Augusto Lucena assume a prefeitura do Recife em 10 de abril de 1964. Com a extinção dos partidos políticos e adoção do bipartidarismo, Lucena filia-se à Aliança Renovadora Nacional (ARENA), tornando-se vice-presidente estadual do partido em Pernambuco.

Com o fim da sua gestão na prefeitura do Recife, é eleito vereador na capital pernambucana, ficando no cargo até 1970 quando elege-se deputado federal, em janeiro de 1971 assume seu mandato em Brasília, mas fica pouco tempo, pois em maio do mesmo ano é nomeado prefeito do Recife pelo então governador Eraldo Gueiros, exercendo seu segundo mandato no comando da capital pernambucana.

Nas duas gestões como prefeito do Recife, Augusto Lucena ficou marcado pela construção do edifício-sede da prefeitura do Recife e do Colégio Municipal, também executou reformas nas pontes do Limoeiro, do Jiquiá, da Capunga e da Caxangá, bem como o alargamento e pavimentação da Avenida Caxangá e abertura das Avenidas Agamenon Magalhães, Domingos Ferreira, Abdias de Carvalho, Nossa Senhora do Carmo e Dantas Barreto e requalificou o Cais do Apolo, Praça da Convenção e Praça da Independência.

Augusto Lucena também foi responsável pela criação da Companhia de Habitação do Recife (COHAB), Companhia de Abastecimento do Recife (COMPARE), e a Fundação Guararapes e implantou um sistema de iluminação na cidade, transformando-a na cidade mais iluminada do Brasil.

Ao término do seu mandato em 1975, elege-se novamente vereador do Recife em 1976, e em 1978 é novamente eleito deputado federal, ficando no cargo até 1983 quando não consegue a reeleição na Câmara Federal. Desde então deixou a política, vindo a falecer em 22 de outubro de 1995.

Apesar de ter sido três vezes deputado estadual, duas vezes vereador do Recife e duas vezes deputado federal, Augusto Lucena ficou marcado na política pernambucana pelas duas passagens pela prefeitura do Recife, fazendo de suas gestões instrumento de transformação da nossa cidade, como um visionário que marcou época na política pernambucana.

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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