O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes, disse, nesta terça-feira (23/02), que a crise econômica nacional foi colocada “debaixo do tapete” e que os municípios, por representarem o menor elo entre as gestões púbicas, estão tendo que pagar um “preço maior” no cenário de dificuldades que o País vem atravessando. Mesmo assim, ressaltou que os gestores municipais precisam ser “criativos”, fazer as escolhas certas na definição das prioridades e compreender os anseios da população.
“O quadro econômico, eu não diria que é grave, mas é preocupante. E por que? Porque o Governo Federal tem uma política de esconder, de colocar o lixo debaixo do tapete, escamoteando as dificuldades. Deixou para depois das eleições o pacote de maldades representado pelo tarifaço, o aumento dos combustíveis e da energia elétrica. Com isso, vêm os aumentos dos alimentos, da água… sem falar no Petrolão, que não atinge apenas a Petrobras, mas também as empresas terceirizadas, que começam a demitir, de Norte a Sul do País”, disse Elias, em entrevista nesta terça-feira (23/02) à Rádio Maranata.
Num tom que vem adotando desde o segundo semestre de 2014, o prefeito jaboatanense voltou a alertar que, dentro deste contexto, 2015 será um ano de muitas dificuldades, com mais desemprego e crescimento negativo do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Assim, disse, haverá queda de arrecadação e, consequentemente, das transferências federais para os municípios, que terminam pagando um preço alto, sem poder deixar de atender as demandas prioritárias da população.
“A população não vai dizer que, por o Pais estar em crise, não vai mais colocar crianças nas escolas, não vai querer mais ser receitado num posto médico público ou que aceita que a sua rua não seja mais pavimentada ou que fique suja. Ela continuará cobrando. E nós, que fazemos a administração púbica, temos que ser criativos”, afirmou, destacando que a população tem o direito e merece que os serviços sejam garantidos.
De sua parte, Elias Gomes ressaltou que vem fazendo o “dever de casa”, com inúmeras medidas de contenção dos gastos, a exemplo da redução do número de secretarias, dos cargos comissionados e da frota municipal, por exemplo, além da decisão de suspender os gastos públicos com o Carnaval, transferindo os recursos para a área da Educação. “É uma questão de prioridade. Uma dona de casa, em situação de crise, pode deixar de comprar um tênis novo ou uma camisa de marca para o seu filho, mas certamente não deixará de comprar o leite, o alimento para as crianças”, comparou.
Ainda na entrevista, o prefeito enumerou uma série de ações que vem realizando, especialmente nas áreas de Educação e Saúde, que destacou como prioritárias em seu governo, com aplicação de recursos em volume maior do que o determinado pela Constituição. “Nós aplicamos 31% na Educação, enquanto a Constituição fixa 25%, e 18% na Saúde, quando a exigência é 15%. Nós temos a Educação e a Saúde que queremos? Não, mas temos consciência que avançamos, inclusive nos índices oficiais, do Ideb, por exemplo, onde Jaboatão ficou (em 2014) em primeiro lugar na Região Metropolitana nos anos iniciais e em primeiro lugar, nas séries finais, ao lado do Recife. Nessas áreas não vamos fazer nenhum ajuste, não vamos penalizar crianças ou quem precisa de um posto de saúde”, disse.
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