
A batalha narrativa em torno de Bolsonaro e o STF
A semana política em Brasília foi marcada por mais um capítulo da guerra entre Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal, tendo o ministro Alexandre de Moraes como principal antagonista do ex-presidente. A defesa do líder do PL apresentou resposta dura às acusações da Polícia Federal, classificando o relatório que embasou seu indiciamento como uma “peça política” e acusando o órgão de praticar lawfare – conceito que ganhou notoriedade nos processos da Lava-Jato, quando advogados de Lula apontavam o uso da Justiça para fins de perseguição.
O ponto central da controvérsia gira em torno de um documento encontrado no celular de Bolsonaro: um rascunho de solicitação de asilo político ao presidente argentino Javier Milei, datado de fevereiro de 2024. Para a PF, o texto de 33 páginas seria prova de um plano de fuga para escapar de sanções judiciais. Já a defesa alega que o documento não passa de uma sugestão, sem data ou assinatura, e que jamais foi levado adiante. A estratégia dos advogados é clara: reforçar a ideia de que se trata de uma interpretação exagerada e, sobretudo, politicamente direcionada.
Além do suposto pedido de asilo, a PF apontou descumprimentos de medidas cautelares, como a proibição de uso de redes sociais. Investigadores afirmam que Bolsonaro utilizou o WhatsApp para enviar conteúdos que, em seguida, seriam publicados por terceiros, configurando uma burla às restrições impostas por Moraes. A defesa rebate: sustenta que não havia proibição explícita quanto ao uso do aplicativo e que o envio de mensagens privadas não poderia ser criminalizado. [Ler mais …]
















