Após a Justiça determinar a revogação da prisão, Adarico Negromonte deixou a carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba nesta sexta-feira (28). Acompanhado de advogados, ele saiu da Superintendência da PF por volta das 19h sem falar com a imprensa. Ele é investigado pela Operação Lava Jato, suspeito de transportar dinheiro de propina para agentes políticos e partidos.
A revogação da prisão foi determinada pelo juiz federal Sergio Moro nesta sexta, mesma data em que venceria a prisão temporária. Na decisão, Moro cita um parecer do Ministério Público Federal (MPF) recomendando a soltura, com restrições. Negromonte terá cinco dias para entregar seu passaporte e está proibido de deixar o Brasil. Também não poderá mudar de endereço sem autorização da Justiça e terá ainda de comparecer a todos os atos do processo.
Segundo Moro, a decisão de revogar a prisão foi baseada em informações colhidas pela investigação de que Negromonte seria apenas um emissário de Youssef, com papel de “caráter subordinado”. “Muito embora haja prova, em cognição sumária, de que Adarico Negromonte Filho teria participado do grupo criminoso dirigido por Alberto Youssef dedicado à lavagem de dinheiro e ao pagamento de propina a agentes públicos, forçoso reconhecer que o papel era de caratér subordinado, encarregando-se de transportar e distribuir dinheiro aos beneficiários dos pagamentos”, afirmou o juiz no despacho.
Negromonte se entregou à polícia no dia 24, onze dias após ter a prisão decretada. Durante esse período, foi considerado como foragido pela polícia.
Ele é irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA), que em setembro foi citado em reportagem da revista Veja como um dos políticos que teriam recebido dinheiro oriundo de propinas de contratos com fornecedores da Petrobras. A revista afirmava que o conteúdo da reportagem era de um depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. Procurado na época, o ex-ministro não comentou as afirmações.