O potencial de Silvio Costa Filho 

Uma das candidaturas a prefeito do Recife com maior potencial de crescimento é a do deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB). Aos 33 anos o petebista exerce o seu terceiro mandato na Casa Joaquim Nabuco, ocupando o posto de líder da oposição. Silvio já foi vereador do Recife e secretário de Turismo no primeiro governo Eduardo Campos.

Por ter uma boa oratória, o deputado consegue se comunicar muito bem tanto na tribuna quanto na televisão, o que facilita a construção de uma candidatura, que de pronto já contaria com o apoio de quatro partidos: PTB, PSC, PRB e PTdoB. Caso consiga convencer o PT de desistir de uma candidatura própria, poderá angariar para si o segundo maior tempo de televisão da disputa de outubro, perdendo naturalmente para o prefeito Geraldo Julio.

Com uma coligação robusta e um bom marqueteiro, Silvinho, como é conhecido no meio político, deverá crescer durante a eleição, haja vista que ele seria o grande fato novo da disputa, já que Daniel Coelho, Geraldo Julio e Edilson Silva, candidatos já colocados, disputaram a prefeitura em ocasiões anteriores.

Pesa contra o petebista o escândalo da Empetur, que certamente será utilizado pelos seus adversários durante a campanha, mas caso ele consiga construir uma boa estratégia de defesa, esse calo não deverá apertar a ponto de inviabilizá-lo na disputa. Outro partido que Silvio Costa Filho poderia tentar angariar seria o PDT da vereadora Isabella de Roldão, que faz oposição ao prefeito Geraldo Julio e traria uma leveza ainda maior à candidatura petebista sendo sua candidata a vice-prefeita.

Caso tenha essa aliança robusta, que dependeria de muita articulação do ministro Armando Monteiro e do deputado Silvio Costa, que possuem excelente trânsito com a presidente Dilma Rousseff, o petebista brigaria com chances significativas contra Daniel Coelho pela vaga num eventual segundo turno contra Geraldo Julio.

Kaio Maniçoba – Eleito com menos de trinta mil votos para a Câmara dos Deputados, Kaio Maniçoba (PHS) tem surpreendido com a sua excelente atuação em defesa de Pernambuco e sobretudo do sertão. Kaio considera a hipótese de trocar de partido na “janela da infidelidade” que será aberta nos próximos meses porque não detém o controle do PHS no estado. Um dos caminhos é o PSB do governador Paulo Câmara, mas pra isso ele precisará ampliar bastante suas bases se quiser ser reeleito em 2018.

Hipótese – Uma das hipóteses avaliadas por Marilia Arraes é desistir da vida pública, isso porque sua reeleição para a Casa José Mariano é difícil já que as duas vezes que se elegeu vereadora contou com o chamado voto de estrutura, o que em 2016 não seria possível pelo fato de ter virado persona non grata no PSB. Nos outros partidos analisados por Marilia, em nenhum ela teria condições de “já sentar na janela”, por isso a desistência de tentar a reeleição é algo cada vez mais plausível.

Estrela – O senador Alvaro Dias se filiou ao PV e estrelou ontem o programa partidario da sigla veiculado ontem em cadeia nacional. Com críticas ao PT e uma contundente defesa do impeachment, o senador paranaense deu o start para a sua pré-candidatura à presidência da República em 2018. Alvaro deixou o PSDB por conta de divergências locais com o governador do Paraná Beto Richa.

Lula Cabral – Sem espaço dentro do governo Paulo Câmara, o meio político cogita que o deputado Lula Cabral pode sair do PSB. A relação que Lula possuía com Eduardo Campos era muito diferente do tratamento dispensado atualmente pelo Palácio do Campo das Princesas. Lula sonhou com o secretariado e com a primeira-secretaria da Alepe e terminou como um simples deputado, por isso ele estaria desapontado com o governador e seus auxiliares.

RÁPIDAS

Aluisio Lessa – O deputado Aluisio Lessa (PSB) está muito animado com a disputa pela prefeitura de Goiana, isso porque o atual prefeito Fred Gadelha (PTB) possui uma das maiores rejeições do estado. Após o carnaval, Lessa deverá intensificar as articulações para construir o seu projeto majoritário na cidade do Pólo Automotivo.

Caruaru – O Palácio do Campo das Princesas está cada vez mais propenso a fortalecer a candidatura de Tony Gel (PMDB) a prefeito de Caruaru, isso porque a briga entre João Lyra Neto e José Queiroz não vai ter fim e optando por Raquel Lyra ou Jorge Gomes, o Palácio vai acabar melindrando o ex-governador ou o atual prefeito.

Inocente quer saber – Quantos deputados estaduais da Frente Popular se elegerão prefeitos em outubro?

Exatta aponta situação confortável de Geraldo Julio 

A Folha de Pernambuco divulgou ontem uma pesquisa sobre a avaliação do prefeito do Recife Geraldo Julio (PSB). Nela 63% dos entrevistados consideram a gestão socialista, que entra no seu quarto ano, como positiva, enquanto 31% avaliam a gestão de Geraldo Julio negativa e 6% resolveram não opiniar. Na sondagem, que não analisou o quadro de candidaturas, fica evidenciado um certo favoritismo do socialista para a reeleição em outubro.

Apenas para efeito de comparação, em 2012, quando João da Costa era o prefeito do Recife e almejava ser candidato à reeleição, o IPMN fez uma sondagem em janeiro e apontou o petista com apenas 17% de ótimo e bom, enquanto 52% consideravam a gestão ruim ou péssima. Naquela sondagem, que analisou o quadro eleitoral e considerava a candidatura de João da Costa, o petista tinha em janeiro entre 18% e 22% de intenções de voto a depender do cenário.

Naquele mesmo período em que Eduardo Campos era governador, enquanto João da Costa patinava na avaliação, Eduardo ostentava nada menos que 74% de ótimo e bom, enquanto apenas 5% consideravam seu governo ruim ou péssimo. Aquele momento apontava uma distorção entre os rumos do Recife e os rumos de Pernambuco, e foi apostando nisso que Eduardo decidiu, após a briga do PT, lançar a candidatura de Geraldo Julio, que até maio sequer era pré-candidato, e em junho foi oficializado até ser eleito no primeiro turno.

Diferentemente de 2012 quando havia uma clara vontade de mudança por parte do eleitorado recifense, a Exatta mostra em números que há um interesse do eleitor em continuar com a gestão do PSB. A leitura que pode ser feita pelos números divulgados pela Exatta é que apesar da crise Geraldo Julio tem conseguido realizar uma gestão aceitável aos olhos eleitor. Mantido este cenário até as convenções em junho, é possível que o eleitorado que aprova o prefeito possa também decidir por reelegê-lo.

Se em 2012 Geraldo precisou correr contra o tempo para se tornar um candidato conhecido e competitivo a ponto de vencer por uma margem pequena a disputa no primeiro turno, agora em 2016 o relógio conta a favor do prefeito, que está com uma avaliação suficiente para angariar apoios partidários e pavimentar sua reeleição com melhores chances que a sua eleição em 2012.

Equívoco – Esta coluna afirmou ontem que o empresário Romero Cavalcanti, filiado ao PEN, era pré-candidato a prefeito de Orobó, mas na verdade Romero será candidato a prefeito de Orocó. A diferença, além de uma letra, é que Orobó fica no Agreste a 118 km do Recife, enquanto Orocó, a cidade em que Romero pretende ser prefeito, fica no sertão do São Francisco a 569 km da capital pernambucana.

Jaboatão dos Guararapes – Há uma forte expectativa para que a secretária Mirtes Cordeiro (PPS) possa ser a vice-prefeita na chapa encabeçada por Conceição Nascimento (PSDB) na disputa pela prefeitura de Jaboatão dos Guararapes. Se confirmada a dobradinha PSDB/PPS será uma reedição da chapa que elegeu Elias Gomes em 2008, quando o tucano teve na sua vice o pós-comunista Edir Peres.

Fernando Monteiro – O deputado federal Fernando Monteiro (PP) está bastante animado com o lançamento de alguns candidatos a prefeito do seu grupo político em outubro. Dentre eles está a candidatura do advogado Felipe Rodrigues (PP) a prefeito de Palmares. O atual prefeito João Bezerra (PSB) ostenta elevados índices de rejeição e pode não emplacar a reeleição.

São José da Coroa Grande – O ex-prefeito José Barbosa (PSD) já definiu que será novamente candidato a prefeito de São José da Coroa Grande em outubro. Barbosa deverá enfrentar Elianai Baleia (PDT), atual prefeita e esposa do ex-prefeito João Baleia, que tentará a reeleição. José Barbosa é ligado ao secretário das Cidades André de Paula e fez parte no ano passado da diretoria do Náutico.

RÁPIDAS

Defesa – O vereador em exercício Wanderson Florêncio (PSDB) defendeu o apoio do partido à reeleição do prefeito Geraldo Julio, inclusive indicando o vice na chapa, que na ótica de Wanderson seria a secretária Aline Mariano. Wanderson apoiou Daniel Coelho em 2012 mas depois se desentenderam. Com Aline na vice de Geraldo ele herdará os votos da secretária e pavimentará sua reeleição.

Paudalho – O ex-deputado Leonardo Dias aguarda o destino do seu pai, o deputado Romário Dias (PTB), que poderá se filiar ao PSB, para definir se será mesmo candidato a prefeito de Paudalho em outubro. Leonardo é um empresário bem-sucedido e deixou de ser deputado para dar lugar ao pai na Casa Joaquim Nabuco, mas tem grande apreço pela atividade política.

Inocente quer saber – Quando Armando Monteiro voltará a fazer política em Pernambuco?

Candidatura de João Paulo não é competitiva 

Nos últimos dias a candidatura de João Paulo a prefeito do Recife nas eleições de outubro voltou a ganhar força para ocorrer. Um dos motivos é a absoluta falta de quadros do PT para a disputa e como as chances são poucas, o senador Humberto Costa já tirou o time de campo. Aliados têm fustigado João Paulo a se aventurar em mais uma majoritária por considerar os vinte pontos de intenção de voto do ex-prefeito nas pesquisas.

João Paulo hoje ocupa a superintendência da Sudene, um prêmio de consolação por ter disputado e perdido o Senado em 2014. Apesar de ser um órgão politicamente pouco relevante e financeiramente pouco atrativo, não deixa de ser um espaço de poder que o ex-prefeito pode contar. Uma vez ocupando o cargo até 2018 terá condições suficientes para construir sua candidatura a deputado federal em 2018, já desistindo da autarquia federal, se sair derrotado na disputa, pode não conseguir voltar para o cargo, e dificultar ainda mais a sua volta à Câmara dos Deputados.

Quando se olha uma pesquisa, não deve se ater apenas as intenções de voto do candidato, e sim variáveis como rejeição, índice de conhecimento do eleitor, conjuntura partidária, etc. Hoje João Paulo é conhecido por praticamente 100% do eleitorado recifense, tendo disputado uma eleição majoritária em 2014, mesmo assim ele só alcança 20% de intenções de voto, que cheiram a recall, e o pior: a teto.

Como se não bastasse a relação conhecimento/intenção de voto que é negativa para o petista, há duas variáveis que certamente contribuirão para uma desidratação de João Paulo na disputa caso ele seja mesmo candidato. A primeira é a questão do fracasso da gestão de João da Costa, que foi apoiado por João Paulo e saiu amplamente rejeitado pelos recifenses. Inexoravelmente haverá uma associação do eleitor entre João da Costa e João Paulo, e se não acontecer de imediato, haverá forte exposição dos adversários do petista sobre o tema a fim de prejudicá-lo.

A outra variável configura a elevada rejeição do eleitorado aos candidatos do PT por conta do desgaste dos treze anos do governo federal e pior, do desarranjo da economia patrocinado por Dilma Rousseff, que certamente implodirão qualquer perspectiva de candidatos petistas em eleições majoritárias nas principais cidades do país. Caso seja mesmo candidato desconsiderando esses fatores, João Paulo corre o risco de repetir o desempenho de Cadoca em 2008 e de Mendonça Filho em 2012, que insistiram no recall das pesquisas e acabaram com apenas um dígito nas urnas.

PEN – Controlando o diretório estadual do PEN indicando o presidente e pré-candidato a prefeito de Orobó, o empresário Romero Cavalcanti tem recebido elogios pela montagem do partido no estado. Com uma visão empresarial aguçada, Romero tem feito o partido crescer em todo o estado, tendo montado 65 comissões provisórias e apresentando candidatos competitivos a prefeito nas cidades do interior em outubro.

Força – O prefeito Geraldo Julio deverá montar a maior frente partidária já vista numa disputa pela prefeitura na história. Em 2012 Geraldo conseguiu o apoio de quatorze partidos, para 2016 esse número pode chegar perto de vinte legendas. Em 2014 o governador Paulo Câmara foi eleito com o apoio de 21 partidos, configurando assim a maior frente partidária da história de Pernambuco.

Vice – Caso o PDT não integre a coligação do prefeito Geraldo Julio, há uma forte possibilidade do partido indicar a vereadora Isabella de Roldão para a vaga de vice-prefeita na chapa encabeçada pelo deputado Sílvio Costa Filho (PTB). Isabella tem se destacado por fazer marcação cerrada à gestão do PSB no Recife, assim como o petebista faz na liderança da oposição ao governador Paulo Câmara na Alepe.

Comando – O vice-presidente da República Michel Temer está correndo sérios riscos de perder o comando do PMDB na convenção marcada para março. É que o presidente do Senado Renan Calheiros tem trabalhado para defenestrá-lo do cargo e indicar o também senador Romero Jucá. O PMDB de Pernambuco, presidido pelo vice-governador Raul Henry, deverá apoiar a recondução de Temer ao cargo.

RÁPIDAS

Prévias – A peculiar indefinição tucana levou o partido a realizar prévias para escolher o candidato do partido a prefeito de São Paulo em outubro. Os pré-candidatos a prefeito Andrea Matarazzo, João Dória e Ricardo Trípoli disputarão a indicação tucana no dia 28 de fevereiro.

Indecisão – Após romper com o PSB por ter sua candidatura a deputada federal vetada por Eduardo Campos, a vereadora Marília Arraes virou oposição ferrenha ao prefeito Geraldo Julio, de quem foi secretária de Juventude e Qualificação. Prestes a encerrar o prazo de filiação, Marília nem se desfiliou do PSB e muito menos definiu para qual partido irá.

Inocente quer saber – Lucas Ramos aceitará a secretaria de Agricultura para desistir de disputar a prefeitura de Petrolina?