
Blindagem, Anistia ou Impunidade?
A aprovação da chamada PEC da Blindagem pela Câmara dos Deputados, na semana passada, abriu um debate delicado no país sobre o equilíbrio entre prerrogativas parlamentares e a necessidade de transparência no exercício do mandato. O texto aprovado prevê que parlamentares só possam ser processados criminalmente com autorização do Legislativo, além de instituir voto secreto nessas decisões. A medida remete a um modelo vigente antes da Emenda Constitucional de 2001, período marcado por forte crítica social diante de casos de impunidade e de dificuldades em responsabilizar autoridades envolvidas em denúncias.
A votação dividiu o plenário. De um lado, parlamentares defenderam a proposta sob o argumento de que o Legislativo precisa resguardar sua independência frente a possíveis excessos de outros Poderes, especialmente do Judiciário. Para esse grupo, a PEC seria um instrumento de equilíbrio institucional, evitando o que consideram risco de perseguição política contra deputados e senadores. Do outro, críticos apontaram retrocesso, sustentando que a medida restabelece um manto de privilégios incompatível com o princípio da igualdade perante a lei. Para eles, mandato não deveria ser interpretado como sinônimo de imunidade absoluta. [Ler mais …]

















