Ao tomar conhecimento da avaliação de um deputado estadual de que Raquel tinha apenas 12 pontos de desvantagem em pesquisas internas, um aliado do prefeito João Campos refutou a recuperação da governadora no Datafolha.

Na sua avaliação essa pesquisa foi “encomendada”, no sentido de não retratar a realidade, ele prossegue afirmando que o Datafolha não fez nenhuma outra pesquisa estadual no mesmo período, e que os números não batem com a realidade.

Independente dos números do Datafolha, e se são verdade ou não, ele prossegue que a divulgação da pesquisa foi apenas a melhora da morte, porque João Campos não perde essa eleição de jeito nenhum.

Um deputado estadual da base da governadora Raquel Lyra, ao comentar sua aprovação de 57% ironizou uma tese amplamente utilizada pela oposição, que dizia que Raquel não conseguia sair do canto, e que o ponteiro não mexia, quando falava das pesquisas internas.

Este mesmo deputado afirma que o governo possui levantamentos internos que apontam para uma aprovação que ultrapassa 60% e que a diferença entre João Campos e Raquel Lyra seria de apenas 12 pontos na estimulada e na espontânea os números são idênticos ao Datafolha.  “O ponteiro mexeu, agora está tirando o sono de muita gente e serrando o salto alto de quem já dava a eleição como decidida”, afirmou.

A elevada aprovação da governadora Raquel Lyra tem algumas razões. Os 57% de aprovação no Datafolha não são fruto do acaso. Além do reconhecimento da população que em pesquisas qualitativas que atestam que a governadora é uma mulher honesta, séria e determinada, há outras nuances que têm alavancado sua gestão. Raquel é uma governadora que tem tirado as obras do papel, a exemplo do Hospital da Mulher de Caruaru, estradas que têm mudado a realidade de várias regiões do estado, e agora em novembro vai tirar um sonho antigo do papel: o arco metropolitano.

Além da boa avaliação no Datafolha, Raquel Lyra também cresceu nas redes sociais, recentemente aumentou em 100 mil seus seguidores no Instagram e tem visto um maior engajamento de suas postagens. Isso aconteceu após uma melhora substancial na sua comunicação pessoal.

Dentre os símbolos explorados pela governadora, está a bandeira de Pernambuco, que desde a sua eleição foi utilizada. Raquel tem devolvido aos pernambucanos o orgulho de morar no estado, de enaltecer sua bandeira, e de cuidar das pessoas. Vide o Juntos Pela Segurança com redução em 18 meses consecutivos no número de homicídios, fazendo de Pernambuco um lugar melhor para viver.

Alerta vermelho após o caso do Rio 

No início do ano, o presidente Lula patinava nas pesquisas com uma desaprovação maior do que a aprovação. O episódio das sanções deram uma sobrevida ao governo, que inteligentemente soube explorar a seu favor a pauta da soberania. Porém, a bem da verdade é que o país permanece dividido e há um contingente de eleitores que dificilmente fará a migração para Lula porque tem uma visão da pauta de costumes que inibe uma mudança de posicionamento político.

Nas três ocasiões que venceu a presidência, Lula nunca venceu no primeiro turno, acabou vencendo a eleição passada porque contou com ajudas que num processo eleitoral justo não teriam ocorrido, como o “missão dada é missão cumprida”, de quem estava conduzindo as eleições.

Quando tudo caminhava para um ambiente perfeito que era a inelegibilidade de Jair Bolsonaro associada a uma não candidatura de Tarcísio de Freitas e uma fragmentação da direita, eis que surge o episódio do Rio de Janeiro com a morte de 117 bandidos e 4 policiais. A operação conduzida pelo governador Cláudio Castro, até então mal-avaliado, acabou sendo um sucesso absoluto e reacendeu a discussão sobre a pauta de costumes.

Castro, que era vice-governador de Wilson Witzel e acabou venceu a disputa em 2022 após assumir o governo, passou a ter um protagonismo nunca visto nos últimos dias, com uma ampla aprovação da população à operação.

O Instagram do governador Cláudio Castro saltou de 462 mil seguidores para 1,5 milhão, com o governador engajando substancialmente nas redes sociais. Além de um reflexo local no Rio de Janeiro onde pode ter mudado o panorama de favoritismo absoluto de Eduardo Paes na disputa pelo governo fluminense, indiscutivelmente trouxe preocupação para o governo Lula, que gastou a gordura de retomada de popularidade obtida após o tarifaço.

Um dos maiores problemas do Brasil hoje é o crime organizado e a violência. Cerca de 30% da população, ou seja, 60 milhões de brasileiros, vivem sob as rédeas do crime organizado, e isso é algo que causa insatisfação naqueles que vivenciam isso de perto e também na população como um todo que acaba sofrendo indiretamente os reflexos da violência e da criminalidade.

Além da possibilidade de Cláudio Castro ter se tornado um presidenciável, ajudando a unificar a direita em torno dele, poderá fazer com que os governadores de grandes colégios eleitorais como os de Minas Gerais, Goiás e Paraná, e igualmente presidenciáveis, convirjam numa chapa composta pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas tendo o governador do Rio, agora fortalecido, como vice.

Evidentemente que é preciso esperar as ações dos atores políticos com vistas a 2026, mas é óbvio que acendeu o alerta vermelho no Palácio do Planalto, que terá que encontrar uma nova pauta para poder estancar o estrago feito pelo episódio no Rio de Janeiro na imagem de Lula e da esquerda, que vez por outra fazem falas defendendo traficantes e criminosos, e isso ajuda a reacender a pauta de costumes que estava um pouco adormecida.

Votações – O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) realizará, nesta segunda-feira (3), às 16h, na Sala de Sessões do Palácio da Justiça, a eleição para definir os novos integrantes da Mesa Diretora do Poder Judiciário Estadual para o biênio 2026/2028. Na ocasião, serão escolhidos o presidente, o 1º e o 2º vice-presidentes e o corregedor-geral de Justiça. A sessão também formará a lista tríplice da OAB-PE para o preenchimento de uma vaga de desembargador pelo Quinto Constitucional. Cada um dos 57 desembargadores votará em três nomes, que comporão a lista tríplice a ser encaminhada à governadora Raquel Lyra, responsável pela nomeação.

Transnordestina – O prefeito de Salgueiro, Fabinho Lisandro, participou nesta sexta-feira (31) de uma reunião virtual com o ministro dos Transportes, Renan Filho, e a governadora Raquel Lyra para discutir a retomada das obras da Transnordestina em Pernambuco, no trecho que liga o município ao Porto de Suape. Representando os prefeitos das cidades beneficiadas, Fabinho comemorou a publicação do edital que reintegra o ramal ao projeto da ferrovia e destacou o impacto da obra para o desenvolvimento regional, além do avanço dos estudos para a instalação de um porto seco em Salgueiro. O primeiro lote da nova etapa, entre Salgueiro e Custódia, terá 73 quilômetros de trilhos e investimento de R$ 415 milhões, com início previsto para 2026.

Eduardo Bolsonaro – A Defensoria Pública da União apresentou ao STF resposta preliminar em defesa do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pedindo a rejeição da denúncia por coação no curso do processo e apontando vícios processuais. A DPU argumenta que as declarações do parlamentar não configuram violência ou grave ameaça e que o processo é nulo por falhas na citação e por possível impedimento do relator, ministro Alexandre de Moraes.

Premiação – O presidente da Câmara de Camaragibe, vereador Paulo André, recebeu o Troféu Eficiência e Transparência na Gestão Pública da União dos Vereadores do Brasil (UVB), em reconhecimento à atuação da Casa Legislativa, que conquistou o Selo de Qualidade Ouro por destaque em responsabilidade fiscal, eficiência administrativa e transparência, conforme avaliação do TCE-PE e da Atriton.

Inocente quer saber – Lula conseguirá virar o jogo da percepção do eleitor em relação ao crime organizado?

A ideia de um experiente político é montar uma chapa que tenha Marília Arraes, Luciano Bivar, Fernando Rodolfo, Maria Arraes, Dilson Oliveira e Socorrinho da Apami para tentar eleger dois deputados federais. Para eleger um deputado federal são necessários 200 mil votos, a segunda vaga é extremamente plausível com 360 mil votos.

Considerando Marília como puxadora atingindo 160 mil votos, os demais nomes teriam que fazer 200 mil votos, e ainda colocariam outros candidatos para garantir uma folga da segunda vaga. Na conta de quem está articulando, o segundo poderia se eleger com menos de 50 mil votos.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, caminhava a passos largos para disputar o governo fluminense. Estava bem posicionado em pesquisas e praticamente não tinha adversários. Ele era impulsionado pela baixa aprovação do governador Cláudio Castro. Pesquisas apontam que 87% da população aprovou a operação policial nas comunidades, e dentre todos os moradores, a aprovação chega a quase 70%.

Não tenham dúvidas que Cláudio Castro deverá saltar significativamente sua avaliação, sendo um competitivo candidato ao Senado e potencial cabo eleitoral. Nada está perdido ainda para o prefeito do Rio, mas sem sombra de dúvidas, o que parecia pule de dez, agora terá alguma emoção.

Não precisa ser expert para constatar que a lua de mel de Lula nas últimas pesquisas deverá refluir, após a declaração dele sobre traficantes e o episódio do Rio de Janeiro. A direita, que estava com o enterro na porta do cemitério, pode ter encontrado a chapa ideal para fazer o contraponto a Lula. Tarcísio Gomes de Freitas presidente com Cláudio Castro de vice.

Juntos, eles uniriam dois dos três maiores colégios eleitorais do Brasil, com um forte discurso sobre segurança pública e desenvolvimento econômico, convenceriam Zema, Ratinho Júnior e Ronaldo Caiado a disputarem o Senado e poderiam ser impulsionados com a benção de Jair Bolsonaro, que não tem muito o que fazer e poderá mofar na prisão de Lula for reeleito.

Mais do que qualquer narrativa plantada, os fatos se sobrepõem. O governador Cláudio Castro subiu de patamar após a morte dos bandidos no Rio de Janeiro. Desde que assumiu o governo com a saída de Wilson Witzel, Castro era desacreditado por muita gente. Acabou vencendo a eleição.

Antes ele tinha apenas 400 mil seguidores, agora já tem 1,3 milhão e crescendo. Ele já era competitivo para o Senado, com os últimos acontecimentos, deverá ser o mais votado em 2026, isso se o sistema não torná-lo inelegível.

Se há uma extensa lista de deputados federais desesperados, por outro lado, existem outros que já podem encomendar a beca da posse. Pelo menos quatro nomes, se forem candidatos à Câmara dos Deputados, estão com a eleição encaminhada. São eles: Marcelo Gouveia, Juliana de Chaparral, Gilson Machado e Eduardo Moura.

Os dois primeiros já estão com a campanha na rua. Marcelo Gouveia, do Podemos, é visto como alguém que pode chegar em Brasília com pelo menos 150 mil votos, mas não será surpresa se atingir 200 mil. Juliana de Chaparral também já é vista como alguém que terá pelo menos 120 mil votos, mas como Chaparral gosta de urna e de voto, não será surpresa ela passar dos 150 mil votos.

Os outros dois ainda não confirmaram a candidatura a federal. Gilson Machado é pré-candidato ao Senado pelo PL, mas dificilmente terá a legenda de Anderson Ferreira para tentar a Câmara Alta. Se for candidato a federal pelo PL pode chegar a 300 mil votos, se for pelo Podemos ou PSD, pode ter entre 150 e 200 mil votos.

Performando com 4% para governador, Eduardo Moura teria hoje 5% dos votos válidos se fosse até o fim, isso daria algo em torno de 250 mil votos. Como o perfil do eleitor do Novo é diferente, não seria surpresa ele ter entre 100 e 150 mil votos para deputado federal.

Faltando um ano para a eleição, a avaliação de muita gente é que alguns deputados federais estão na corda bamba por terem perdido votos em relação a 2022. A lista é extensa.

Um dos maiores articuladores da Câmara dos Deputados, Renildo Calheiros foi eleito com apenas 59.686 votos. Ele está numa federação interessante, mas sabe que precisa ampliar os votos para não passar o perrengue de 2022. Ele foi o último eleito e é o primeiro da lista da corda dos desesperados.

O segundo nome é Fernando Rodolfo, deputado do PL que teve uma votação pífia em Caruaru para prefeito em 2024 e perdeu as poucas bases que tinha. Para muitos, é um ex-deputado em atividade.

O terceiro da lista, também do PL, é o Coronel Meira. Ele foi eleito na onda de Bolsonaro e passados três anos não disse a que veio. Há quem aposte que ele não consegue metade dos votos obtidos em 2022.

Também do PL, o Pastor Eurico não terá vida fácil em 2026. Ele tem no cangote dele Edilson Tavares, que poderá ser eleito com os votos da Assembleia de Deus. Apesar de ter atingido 100 mil votos em 2022, as projeções apontam para uma redução de metade dos seus votos.

Destronado do comando do União Brasil, Luciano Bivar também enfrentará dificuldades para 2026. Ele também não conseguirá repetir os 74 mil votos de 2022, há quem aposte que nem candidato será.

A abertura das urnas de 2022 já foi decepcionante. Havia uma expectativa para que ela tivesse 200 mil votos, quando o veredito final chegou, Maria Arraes teve apenas 104 mil votos. Independente da decisão da irmã de ser senadora ou federal, Maria dificilmente chegará a 40 mil votos, e hoje é considerada ex-deputada em atividade.

Por fim, Lucas Ramos, eleito com 85 mil votos, não se ambientou em Brasília. Faz um mandato distante e deverá chegar em 2026 com sérias dificuldades de renovar seu mandato.