Em tom de preocupação, o vereador Paulo Muniz questionou autoridades de segurança do Governo do Estado e da Prefeitura do Recife para que estes pudessem esclarecer dúvidas da população. A princípio, o Tenente Coronel Luiz Ignácio, Comandante do 19º Batalhão da Polícia Militar, esclareceu que o setor atende todos os 7 bairros da 6ª Região Político-Administrativa (RPA) do Recife, que compreendem Boa Viagem, Brasília Teimosa, Imbiribeira, Ipsep, Jordão, Ibura e Cohab.
Porém, quando questionado por Muniz sobre a estrutura e o efetivo do seu Batalhão, o Comandante surpreendeu os presentes ao falar que não tem do que reclamar em relação aos seus números. “O quantitativo é substituído pelo qualitativo, e temos à disposição a tecnologia, coisa que não tínhamos antes. Nós trabalhamos com uma gestão por resultado, desde que começamos com o Pacto pela Vida. Mensalmente prestamos contas do que a gente faz. E sempre trabalhamos com redução, reduzindo sempre os números em relação ao mês anterior”, falou o militar.
A Delegada Seccional de Boa Viagem, Beatriz Leite, reforçou a fala do Comandante: “a área de Boa Viagem tem em torno de 75 policiais, e esse é um número que atende as ocorrências. Claro, que todo mundo queria um número maior, mas esse número atende a demanda”. Contudo, ambos reforçam a necessidade da população preencher o boletim de ocorrência para evitar a questão da subnotificação, para que os dados correspondam a realidade.
A importância do armamento da Guarda Municipal para reforço da segurança da cidade também foi pautada na audiência. Ao perguntar a opinião da corporação sobre o assunto, o representante, o inspetor Cláudio Luiz Gomes foi taxativo: “claro que eu não posso ser contra, mas isso não parte da Guarda. Existe uma discussão interna para o Legislativo e não temos nenhum processo nem estudo em andamento sobre o assunto. Hoje temos 1860 agentes e efetivo nunca é demais. Pois, gostaria de um operacional muito mais forte, para podermos dar mais apoio a Polícia Militar.
Outro ponto levantado pelo vereador Paulo Muniz foi o aumento da presença da população em situação de rua na RPA 6. Presente na reunião, a gerente geral da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Recife (SUAS), Marcella Glasner, comentou que a região é a segunda área de maior concentração do público na cidade e por isso, há a urgência da instalação de equipamentos no local. “Temos prevista a expansão de serviços: abrigo noturno, restaurante popular e Centro Pop”. Contudo, diante da polêmica com moradores da região de Setúbal que são contra a instalação do centro em área residencial, a representante da entidade afirmou que o local ainda não foi fechado, que o processo ainda se encontra em discussão.
Muniz questionou os policiais se existe de fato uma relação entre o aumento dos números de criminalidade associados à presença de pessoas em vulnerabilidade nos locais. Para delegada Beatriz Leite “isso é um fato. Com o aumento da população de rua, ocorre o aumento do número de furtos e eu consigo entender a preocupação, mas, onde quer que seja instalado o Centro Pop vão ter pessoas que vão se incomodar”. O comandante Luiz Ignácio corroborou a colega: “onde houver pessoas em situação de vulnerabilidade, vai ter o registro de uma atitude antissocial, seja um furto, seja uma abordagem mais dura. A saída é cuidar dessas pessoas”.
Sem respostas concretas sobre o efetivo, viaturas, motos e patrulhas, a audiência deixou em aberto se a quantidade de policiais e guardas são suficientes para sanar o sentimento de insegurança da população. “É algo que me deixa preocupado. Mesmo sendo mais incisivo nos questionamentos, não recebemos as respostas que todos queríamos”, relata Paulo Muniz. Ao encerrar sua fala, o vereador se comprometeu a solicitar a mesma audiência para tratar da violência na zona norte do Recife.
Deixe um comentário