Blog Edmar Lyra

O blog da política de Pernambuco

  • Início
  • Sobre
  • Pernambuco
  • Brasil
  • Contato

Postado por Edmar Lyra às 10:33 am do dia 4 de junho de 2020 1.259 Comentários

O senador Wilson Campos

Nascido em Brejo da Madre de Deus em 1924, Wilson de Queiroz Campos formou-se em economia pela Universidade Católica de Pernambuco no ano de 1950, pouco antes filiou-se a União Democrática Nacional (UDN) e iniciou sua militância política. Comerciante, ele integrou entidades de classe como a Fecomercio e o Sesc. Também atuou na Confederação Nacional do Comércio como diretor.

Nas eleições de 1970, Wilson Campos tenta seu primeiro mandato, disputa o Senado Federal pela Aliança Renovadora Nacional, ao lado do ex-governador Paulo Guerra, eleito como o mais votado do pleito, Wilson conquista a segunda vaga derrotando José Ermírio de Moraes, do MDB.

Ao assumir o mandato como senador em 1971, se destacou em comissões importantes voltadas para o desenvolvimento regional, chegando a representar o Senado em missões oficiais no exterior. Em 1975, Wilson Campos se viu envolvido num escândalo que ficaria conhecido como o Caso Moreno, quando um empresário denunciou um diretor do Bandepe na liberação de um empréstimo para evitar a falência do Cotonifício de Moreno. De acordo com este denunciante, que era diretor da empresa de manufatura de tecidos, o então senador teria pedido 1% de propina e ajuda para a campanha eleitoral no sentido de apressar a liberação do empréstimo. O empresário gravou a conversa que foi divulgada em 4 de janeiro daquele ano.

O áudio não comprovou pedido de dinheiro para a campanha eleitoral de Carlos Wilson, mas ficou subentendido a existência de irregularidades no diálogo entre os dois. O próprio senador Wilson Campos, diante das denúncias, pediu que fosse aberta uma investigação pelo Senado para apurar o acontecido.

O processo de investigação seguiu no Senado até a absolvição da comissão presidida pelo senador Itamar Franco ao pernambucano por falta de provas contundentes. Em 29 de julho daquele ano, o plenário do Senado rejeitou a cassação de Wilson Campos por 29 votos a 21. O senador sofreu pressões para renunciar mas ele preferiu continuar no mandato para provar sua inocência.

Porém, menos de 48 horas depois da decisão do Senado, o presidente Ernesto Geisel decidiu em 1º de julho daquele ano cassar o mandato de Wilson Campos, tornando o pernambucano a ser o único senador da ARENA cassado pela ditadura. Já filiado ao PMDB, nas eleições de 1982, Wilson tenta um mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco e acaba eleito, tornando-se um importante opositor do então governador Roberto Magalhães.

Nas eleições de 1986, com a ida de Carlos Wilson para a vice de Miguel Arraes, Wilson Campos tenta seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados e torna-se deputado constituinte, sendo reeleito nos pleitos seguintes de 1990 e 1994 e tendo atuação destacada na Câmara Federal.

Nas eleições de 1998, tentando seu quarto mandato na Câmara dos Deputados, já pelo PSDB, Wilson Campos obtém 21.885 votos e não renova seu mandato em Brasília, deixando a política no ano seguinte. Com sua saída da vida pública, passou o bastão para os filhos Carlos Wilson, que também foi senador e governador, e André Campos, que foi vereador do Recife e de Jaboatão e deputado estadual.

Em 5 de junho de 2001, vítima de um ataque cardíaco, Wilson Campos encerrou uma trajetória controversa, mas importante na história política de Pernambuco. Além da paixão pela política, Wilson Campos também tinha outra grande paixão, o Clube Náutico Capibaribe, do qual foi presidente no período do hexacampeonato pernambucano.

Arquivado em: Personalidades de Pernambuco, Sem categoria Marcados com as tags: andré campos, Carlos Wilson, Ernesto Geisel, Náutico, senado, Wilson Campos

Postado por Edmar Lyra às 9:28 am do dia 2 de junho de 2020 1.229 Comentários

O conservador Paulo Guerra

Nascido em Nazaré da Mata em 1916, Paulo Pessoa Guerra iniciou sua trajetória profissional em 1935 quando ingressou na Faculdade de Direito do Recife, vindo a bacharelar-se em 1939.  No ano de 1938, já sob a vigência do Estado Novo liderado por Getúlio Vargas, é nomeado prefeito de Orobó pelo interventor Agamenon Magalhães em 1939, já em 1940 é nomeado para o cargo de prefeito de Bezerros.

Em 29 de outubro de 1945 houve a deposição de Getúlio Vargas e em dezembro aconteceu o pleito para a Assembleia Nacional Constituinte, onde Paulo Guerra foi eleito deputado federal pelo PSD. Nesta época o partido era liderado por Agamenon Magalhães em Pernambuco. Como deputado constituinte, Paulo Guerra teve atuação destacada em comissões na constituição de 1946.

Nas eleições de 1950, é novamente eleito deputado federal e acompanhou como parlamentar a volta de Getúlio Vargas e seu posterior suicídio em 24 de agosto de 1954. Nas eleições daquele mesmo ano, Paulo Guerra decide ser candidato a deputado estadual e é eleito para a Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Na Alepe, é reeleito em 1958 para o seu segundo mandato e em 1961 assumiu a presidência da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Já no cargo, assistiu a crise envolvendo o governo Jânio Quadros que culminou na sua renúncia e na ascensão de João Goulart ao cargo de presidente da República.

Nas eleições de 1962 disputa o mandato de vice-governador pelo Partido Republicano com o apoio do PSB e do PSD e acaba sendo o mais votado do pleito. Miguel Arraes, por sua vez, é eleito pelo PST para o cargo de governador. Ambos são empossados em 31 de janeiro de 1963.

A relação entre governador e vice sempre foi de muita divergência e desconfiança, o que levou Paulo Guerra a montar uma espécie de governo paralelo. Já em 1964 insatisfeito com os rumos adotados por Miguel Arraes, Paulo Guerra aproximou-se do general Humberto de Alencar Castelo Branco, que na época era chefe do estado-maior do Exército e um dos principais articuladores da deposição do presidente João Goulart.

Com a queda de Jango, a Junta Militar assumiu a presidência da República em 31 de março de 1964, e no Ato Institucional Número 1, os direitos políticos de governos anteriores foram cassados, dentre eles o de Miguel Arraes. Pela relação com Castelo Branco, Paulo Guerra não só foi poupado da cassação de seus direitos políticos como assumiu o mandato de governador de Pernambuco sem maiores problemas.

Com a extinção dos partidos políticos através do Ato Institucional Número 2, em 1965, Paulo Guerra filia-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena), e como governador fez uma série de ações como a construção de rodovias, estimulou a indústria, ampliou a rede de abastecimento, também ampliou a rede de ensino, construindo a FESP que viria a se tornar a UPE, construiu o Hospital de Pronto-Socorro que hoje é o Hospital da Restauração.

Em 1967 passa o governo para Nilo Coelho, eleito pela Assembleia Legislativa, e dedica-se às atividades agropecuárias, tornando-se um dos maiores proprietários de terras do Nordeste. Em 1970, Paulo Guerra tenta o mandato no Senado Federal e torna-se o mais votado daquele pleito, elegendo-se junto com Wilson Campos. Naquele pleito indireto, Eraldo Gueiros acaba eleito pela Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Ao assumir o mandato de senador da República, Paulo Guerra chegou a ser vice-líder da Arena e do governo no Senado e participou de diversas comissões importantes da Casa. Em 1977, o então ministro da Justiça, Armando Falcão, editou uma série de medidas conhecida como Pacote de Abril, nele estava a reformulação que criava a figura do senador biônico. Paulo Guerra, já doente, aceitou a proposta e caminhava para tentar novo mandato no ano seguinte, desta vez de forma indireta pela Assembleia Legislativa de Pernambuco, porém em 9 de julho de 1977, Paulo Guerra viria a óbito e seu mandato seria substituído por Murilo Paraíso, seu suplente. Na eleição seguinte, o mandato de senador biônico acabou ficando com Aderbal Jurema.

Ao falecer aos 61 anos de idade, Paulo Guerra pôs fim a uma importante história na política pernambucana de deputado federal por dois mandatos, deputado estadual por dois mandatos, presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, vice-governador, governador de Pernambuco e senador da República. Suas ações como governador deixaram importante legado para Pernambuco, em especial na Saúde com a Restauração, e na educação com a Universidade de Pernambuco e sua trajetória foi fundamental para o nosso estado.

Arquivado em: Personalidades de Pernambuco, Sem categoria Marcados com as tags: Aderbal Jurema, Agamenon Magalhães, bezerros, Castelo Branco, Eraldo Gueiros, Getúlio Vargas, Jânio Quadros, João Goulart, miguel arraes, Murilo Paraíso, Nilo Coelho, orobó, Paulo Guerra, Wilson Campos

Siga-me nas redes sociais

  • Facebook
  • Instagram
  • LinkedIn
  • Twitter

 

Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

Saiba mais

Posts Populares

Prefeitura do Recife realiza operação preventiva para proteger moradores das áreas de risco nos morros
Prefeitura de Caruaru empossa nova formação do Comitê das Crianças
Arcoverde sedia encontro com o Ministério da Saúde para assegurar a cobertura integral do SAMU 192 na III Macrorregião de Saúde de Pernambuco
Palmares, região da Mata Sul, recebe seminário alusivo aos 41 do Centro das Mulheres do Cabo e 27 anos de existência do Rádio Mulher
Em Brasília, Léo do Ar oficializa pré-candidatura a deputado estadual com apoio de lideranças nacionais
Álvaro Porto torna-se cidadão de Lajedo comemorando e reforçando compromisso com o município
Prefeitura de Arcoverde e CEHAB, avançam no planejamento da segunda etapa do canal Riacho do Mel e Avenida Júlio Pacheco
Jaboatão dos Guararapes avança para o estado de alerta e Mano Medeiros segue monitorando as chuvas
Diretor de Rede do Grupo Bandeirantes visita a TV Tribuna em Pernambuco
Modelo de tramitação de emendas parlamentares da Alepe deve ser adotado pela Assembleia de Roraima

Siga-me nas redes sociais

  • Facebook
  • Instagram
  • LinkedIn
  • Twitter

Lista de Links

  • Celebridades
  • Minha Saúde
  • Nocaute
  • Radar dos Concursos
  • Torcida

Copyright © 2025 · Atlas Escolar On Genesis Framework · WordPress · Login