Blog Edmar Lyra

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Postado por Edmar Lyra às 12:18 pm do dia 20 de junho de 2020 1.184 Comentários

O governador Carlos de Lima Cavalcanti

Nascido em Amaraji em 1892, Carlos de Lima Cavalcanti iniciou sua trajetória na Faculdade de Direito do Recife, onde cursou até o segundo ano, posteriormente concluiu seu curso em São Paulo. Em 1911 atuou, ao lado de Estácio Coimbra, na campanha de Rosa e Silva contra Dantas Barreto, vencida pelo segundo.

Em São Paulo, ao concluir seu curso de Direito, Carlos de Lima Cavalcanti foi nomeado delegado de política no interior daquele estado, depois mudou-se para o Rio de Janeiro, ficando na capital federal por um tempo até voltar a Pernambuco em para tomar conta da Usina Pedrosa em Cortês, com a morte do seu pai em 1918, assumiu em definitivo o comando da usina ficando até 1937.

Carlos de Lima vinculou-se ao Partido Republicano Democrático (PRD) de Dantas Barreto, que havia derrotado Rosa e Silva, apoiando depois Manuel Borba e José Rufino Cavalcanti, ambos eleitos governadores de Pernambuco. Nas eleições de 1922, Carlos de Lima apoiou as candidaturas de Nilo Peçanha e J.J. Seabra a presidente e vice, respectivamente, que foram derrotados por Arthur Bernardes e Urbano Santos, mas foram vitoriosos em Pernambuco. Nesta eleição Carlos de Lima alcançou seu primeiro mandato como deputado estadual.

Com a morte de José Rufino, antes do fim do seu mandato em 1922, desencadeou uma disputa acirrada pelo comando estadual entre os partidários de Carlos de Lima Castro, então prefeito do Recife, apoiado por Estácio Coimbra, Dantas Barreto e pelos Pessoa de Queiroz, sobrinhos do presidente Epitácio Pessoa e José Henrique Carneiro da Cunha, então senador e apoiado por Manuel Borba e por Carlos de Lima Cavalcanti. Carneiro da Cunha acabou vitorioso e ficou com incumbência de pacificar o estado, em ebulição por conta da acirrada eleição. No fim das contas acabou que Sérgio Loreto, então juiz, foi escolhido para governar Pernambuco devido a briga entre os dois grupos.

Reeleito em 1925 para a Assembleia Legislativa de Pernambuco, Carlos de Lima Cavalcanti permaneceu na oposição com a chegada de Estácio Coimbra ao governo de Pernambuco, fazendo-lhe um contraponto feroz. Em 1927 decidiu abandonar as atividades parlamentares para, ao lado do seu irmão, Caio de Lima Cavalcanti, fundar o Diário da Manhã, que passou a defender os ideais revolucionários da Coluna Prestes. Mais tarde, Carlos de Lima fundou o Diário da Tarde, e os dois jornais passaram a fazer forte oposição aos governos federal e estadual constituídos.

Com a fundação do Partido Democrático Nacional (PDN), Carlos de Lima Cavalcanti passou a integrar a seccional estadual ao lado do seu irmão Caio e de Dantas Barreto. Já o Partido Republicano Democrático (PRD) foi fundado por Manuel Borba. Em 1929 os dois partidos se fundiram e formaram a Frente Liberal que apoiou a Aliança Liberal composta pelo então governador do Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas, e de João Pessoa, que governava a Paraíba, na disputa presidencial como candidato a presidente e vice, respectivamente.

Em março de 1930, Julio Prestes e Vital Soares acabaram vitoriosos contra Getúlio e João Pessoa. A vitória de ambos deixou o país em muita confusão, até que em julho do mesmo ano, João Pessoa que havia sido vice de Vargas foi assassinado no Recife o que deflagrou a revolução de 1930, que culminou no afastamento do então governador Estácio Coimbra e nomeação de Carlos de Lima Cavalcanti como interventor de Pernambuco, enquanto no plano federal Getúlio Vargas tomou o poder.

Como interventor de Pernambuco, Carlos de Lima Cavalcanti afastou e mandou prender aliados do então governador Estácio Coimbra, e consolidou algumas políticas públicas no estado como a criação do Instituto de Pesquisas Agronômicas, o Serviço de Higiene Mental e a Escola Rural Modelo, também criou a Diretoria de Produção Animal, vinculada à secretaria de Agricultura e Viação Pública.

Carlos de Lima Cavalcanti atuou para que os interventores pudessem disputar as eleições em 1934 e apoiou a eleição constitucional de Vargas à presidência da República. Com o governo constitucional, Carlos de Lima Cavalcanti indicou Agamenon Magalhães para ser ministro do Trabalho de Getúlio Vargas, que passou a ser o grande interlocutor entre Carlos de Lima Cavalcanti e Getúlio Vargas.

Em março de 1935, Carlos de Lima Cavalcanti enfrentou João Alberto na Assembleia estadual e venceu por esmagadora maioria. Com a implantação do Estado Novo em 1937, Carlos de Lima Cavalcanti acabou afastado do governo de Pernambuco, sendo substituído por Agamenon Magalhães como interventor federal.

Vargas concedeu-lhe a condição de embaixador do Brasil na Colômbia, e depois exerceu a função no México e em Cuba. Com a redemocratização em 1945, Carlos de Lima Cavalcanti volta a disputar eleições, desta vez para a Assembleia Nacional Constituinte, como deputado federal e acaba eleito, tendo atuado na formação da União Democrática Nacional (UDN) e no apoio a Eduardo Gomes para presidente naquela eleição, que foi derrotado por Gaspar Dutra.

Carlos de Lima Cavalcanti teve seu mandato estendido até 1951, sendo reeleito em 1950 ficando na Câmara até 1954 quando foi nomeado pelo presidente Café Filho para o cargo de presidente do Instituto do Açúcar e do Álcool, função que ficaria até 1955.

Nas eleições de 1954 tentou a reeleição para a Câmara dos Deputados mas ficou apenas na primeira suplência, chegando a assumir o mandato em 1956, ficando na Câmara Federal até 1959 quando encerrou seu mandato. Com o regime militar em 1964, Carlos de Lima Cavalcanti voltou a exercer funções públicas na condição de membro do conselho superior das caixas econômicas.

Estava no exercício da função quando veio a óbito, aos 75 anos, no Rio de Janeiro, em 19 de setembro de 1967, encerrando uma conturbada trajetória mas importante na história política de Pernambuco e do Brasil.

Carlos de Lima Cavalcanti quando governador

 

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Postado por Edmar Lyra às 9:20 am do dia 3 de junho de 2020 711 Comentários

O promotor Sérgio Loreto

Nascido na cidade de Águas Belas em 1870, Sérgio Teixeira Lins de Barros Loreto começou sua carreira como funcionário dos Correios através de concurso público. Em 1892 bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Recife, ao concluir o curso, transferiu-se para o Espírito Santo a convite de um irmão.

Naquele estado foi promotor, chefe de polícia e procurador-geral, até que foi demitido e mudou-se para o Rio de Janeiro onde decidiu advogar. Novamente presta concurso público e assume o cargo de juiz federal no Espírito Santo, de volta à capital capixaba em 1904.

No ano seguinte, desejoso de voltar a sua terra natal, Sérgio Loreto decide prestar concurso para o mesmo cargo de juiz federal, sendo que em nosso estado, e acaba aprovado em 1905. De volta a Pernambuco como juiz federal, Sérgio Loreto se viu diante de uma crise em 1922.

O gatilho da crise foi a morte do então presidente de Pernambuco, cargo que equivalia ao de governador na época, José Rufino Bezerra Cavalcanti. Tão logo faleceu José Rufino em março daquele ano, se deflagrou a eleição para o cargo. A disputa aconteceu entre o senador José Henrique Carneiro da Cunha, apoiado pelo também senador Manuel Borba, contra o candidato oposicionista Eduardo de Lima Castro.

A eleição ocorreu sem maiores problemas e teve como vitorioso o senador Carneiro da Cunha, porém a oposição contestou o resultado do pleito, acusando de fraude no processo eleitoral, com desordens de todos os lados. Com a temperatura elevada, Pernambuco sofreu um risco real de intervenção, o que acabou acalmando os ânimos e a busca por um tercius.

Promovendo a paz entre os dois lados, Sérgio Loreto acabou escolhido para evitar a intervenção no estado e foi empossado em 18 de outubro de 1922. No início do governo, muitos apostavam na sua inexperiência política, e queriam dar pitacos no governo, porém Loreto tomou as rédeas da situação e começou a imprimir sua marca como presidente de Pernambuco.

Sua plataforma, além de conter zelo com a coisa pública, tinha também diretrizes bem fundamentadas, e para prefeito do Recife nomeou o engenheiro Antônio de Góis Cavalcanti, dando-lhe carta branca para desempenhar as funções necessárias.

Houve a conclusão do Quartel do Derby, com a construção da Praça do Derby, construíram e iluminaram ruas da cidade, concluíram a Ponte do Pina e iniciaram a construção da Avenida Boa Viagem. Ainda no Recife, o governo construiu ou reparou armazéns do cais, de modo a possibilitar a entrada de grandes navios.

As ações do governo Sérgio Loreto não se restringiram à capital, no tocante ao abastecimento d’água, criou a segunda linha do Grujaú, e iniciou a construção do Palácio da Justiça. Na Saúde, confiou o cargo ao genro Amauri de Medeiros, que fez diversas ações de higiene e melhoramento da saúde dos pernambucanos. Na infraestrutura construiu estradas em diversas cidades como Floresta, Salgueiro, Cabrobó e Ouricuri.

Ao término do seu mandato em outubro de 1926, Loreto passou o cargo para o presidente da Câmara à época, Julio Belo, que faria uma transição para Estácio Coimbra, que assumiria o cargo. Em 1927, Sérgio Loreto, eleito deputado federal, assumiu seu mandato, até a revolução de 1930, quando decidiu abandonar a política.

Em 6 de março de 1937, Sérgio Loreto encerrava uma trajetória de alguém que promoveu o desenvolvimento do Recife e de Pernambuco, sendo um importante canal para evitar intervenções em nosso estado. Seus feitos perduram até hoje e seu legado está marcado na história do nosso estado como um dos importantes homens públicos que desempenharam bem suas funções.

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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