Blog Edmar Lyra

O blog da política de Pernambuco

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Postado por Edmar Lyra às 9:19 am do dia 10 de junho de 2020 1.212 Comentários

O juiz Herculano Bandeira de Melo

Nascido na cidade de Nazaré da Mata, mais precisamente no Engenho Tamataupe, em 1850, Herculano Bandeira de Melo ficou órfão de pai ainda na infância, quando foi educado pela sua mãe que o direcionou para um curso preparatório no Colégio do Recife. Em 1866 ingressou na Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em 1870.

Em 1872 iniciou sua vida pública como vereador de Nazaré da Mata, depois deputado provincial em 1876 e em 1888 tornou-se juiz substituto da comarca de sua cidade. Com a proclamação da república em 15 de novembro de 1889, participou da Assembleia Constituinte de Pernambuco em 1891. Herculano também chegou a ser senador estadual. Na proclamação da República alguns estados fizeram a opção de criar seu parlamento bicameral e por isso ele ocupou este posto em 1895.

No mesmo ano, Herculano foi eleito deputado federal, sendo reeleito para o posto em 1897 e 1900. Em 1901, renuncia ao mandato de deputado federal após ser eleito senador da República. Ele exerceu o mandato até 1908, quando foi eleito, com o apoio de Rosa e Silva, para o cargo de presidente de Pernambuco.

O governo Herculano Bandeira de Melo foi marcado por diversas ações voltadas para o desenvolvimento de Pernambuco, como por exemplo, a universalização da rede de esgoto do Recife e a construção de avenidas para escoar a produção ao Porto do Recife. Herculano também se preocupou com a poluição dos cursos de água, devido ao aumento do número de usinas em Pernambuco. No governo, também criou um imposto de mercadorias comercializadas entre estados, uma vez que era muito intenso o comércio entre Pernambuco e o Rio Grande do Sul, com a venda de açúcar e álcool e a compra de charque, importante alimento da época.

Proprietário de usinas, Herculano Bandeira detinha grande poder econômico, e por isso andava com jagunços. Durante seu governo, levou para o Palácio do Campo das Princesas sua equipe de jagunços, uma vez que a segurança do palácio na época não era tão numerosa. Como governador ele seguiu tocando suas usinas, chegando a despachar sobre elas em seu gabinete.

Liderado por Rosa e Silva, Herculano Bandeira enfrentou dificuldades no final do seu governo, devido o interesse do então presidente Hermes da Fonseca na eleição de Dantas Barreto. Herculano chegou a renunciar ao cargo, sendo substituído na reta final do seu governo pelo presidente da Alepe, Estácio Coimbra.

A saída de Herculano pôs fim à hegemonia de Rosa e Silva em Pernambuco, quando o próprio líder político enfrentou e foi derrotado por Dantas Barreto. Após este processo, Herculano retirou-se da vida pública, vindo a falecer em 19 de março de 1916.

Além das usinas e da política, Herculano Bandeira tinha hábitos refinados, gostava de ópera e teatro, toda vez que tinha peça nova, ele pedia uma sessão de pré-estreia no Teatro Santa Isabel para ele e sua esposa. Herculano também era tio de Assis Chateubriand Bandeira de Melo, que foi deputado federal, senador, embaixador do Brasil em Londres e dono de um império das comunicações no país, tendo Herculano grande importância na formação de Chatô.

Como empresário, juiz, vereador, deputado, senador e governador, Herculano Bandeira de Melo construiu páginas importantes na história de Pernambuco, sendo um de seus conceituados homens públicos, dando nome a uma das principais de acesso ao bairro do Pina e à Zona Sul do Recife.

 

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Postado por Edmar Lyra às 9:26 am do dia 8 de junho de 2020 1.198 Comentários

O conselheiro Rosa e Silva

Foto: Diário de Pernambuco

Nascido no Recife em 1857, Francisco de Assis Rosa e Silva bacharelou-se na Faculdade de Direito do Recife em 1878, e no ano seguinte conquistou o título de Doutor pela mesma instituição.

Ainda no período imperial, filiou-se ao Partido Conservador, e destacou-se como jornalista, sendo colaborador do jornal O Tempo. Tornou-se deputado provincial, ficando no cargo por três legislaturas consecutivas de 1882 a 1887. Em 1889 virou ministro da Justiça na gestão do conselheiro João Alfredo.

Em 1890, Rosa e Silva vira deputado constituinte e assinou a Constituição, que foi promulgada em 24 de fevereiro de 1891, em 15 de novembro daquele ano seria proclamada a República, e Rosa e Silva daria apoio ao novo regime. Em 1894 ajudou a fundar o Partido Republicano Federal (PRF), liderado pelo deputado paulista Francisco Glicério.

No ano de 1894, o PRF lança Prudente de Morais, que derrotou Afonso Pena, enquanto Rosa e Silva é eleito deputado federal e também presidente da Câmara dos Deputados. Em 1896 deixou a Câmara dos Deputados para substituir Joaquim Correia de Araújo, eleito para o governo de Pernambuco, no Senado Federal, seu mandato iria até 1902, mas foi convidado para ser candidato a vice-presidente na chapa de Campos Sales, que foi eleito.

Rosa e Silva, primeiro pernambucano eleito para a vice-presidência da República, renunciou seu mandato no Senado mas a Constituição da época permitia que o vice-presidente fosse o presidente da Casa. Em novembro de 1900, durante viagem do presidente Campos Sales à Argentina, Rosa e Silva assumiu a presidência da República por vinte dias.

Com o término do mandato do presidente Campos Sales, Rosa e Silva é novamente eleito para o Senado Federal, desta vez para um mandato de nove anos. Antes, adquire o Diário de Pernambuco em 1901. Ao longo deste período, como um dos principais líderes políticos de Pernambuco, Rosa e Silva teve governadores aliados, além de Correia de Araújo, Sigismundo Gonçalves por duas vezes, Antônio Gonçalves Ferreira e Herculano Bandeira de Melo, mantendo uma hegemonia política de quase duas décadas em Pernambuco, como o principal líder do estado.

Em 1911, na sucessão de Herculano Bandeira, Rosa e Silva decide então ser candidato ao governo de Pernambuco, e enfrenta Emygdio Dantas Barreto. Numa dura disputa, que teve seu resultado contestado e somente validado pelo presidente da Assembleia, Estácio Coimbra, Dantas Barreto acaba eleito. A eleição ficou marcada pelos rosistas e dantistas, configurando-se em uma das disputas mais acirradas da história de Pernambuco.

Pelo vínculo com Rosa e Silva, o Diário de Pernambuco teve sua sede apedrejada e invadida, ficando sem circular por 14 dias. Nas eleições de 1915, Rosa e Silva é novamente eleito senador da República, ficando até 1º de julho de 1929, quando faleceu no Rio de Janeiro, então capital federal.

Quando ministro da Justiça no período imperial, Rosa e Silva recebeu o título de conselheiro, e por isso um dos logradouros mais importantes dos Aflitos, a Avenida Conselheiro Rosa e Silva, leva seu nome.

Com 71 anos de idade, Rosa e Silva construiu uma brilhante trajetória na política pernambucana e nacional, sendo ministro, senador e até mesmo vice-presidente da República, faltou-lhe o cargo de governador de Pernambuco nas eleições de 1911, mas a sua trajetória tem imprescindível contribuição para Pernambuco e para o Brasil.

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Postado por Edmar Lyra às 12:22 pm do dia 7 de junho de 2020 614 Comentários

O marechal Dantas Barreto

Nascido em 1850 na cidade de Bom Conselho, Emygdio Dantas Barreto iniciou sua trajetória aos 15 anos como voluntário na Guerra do Paraguai, sendo promovido a alferes, um ano antes do final da guerra em 1869. Durante sua carreira militar fez cursos de artilharia, cavalaria e infantaria, sendo promovido a tentente em 1879 e a capitão em 1882.

Dantas Barreto, já com novas patentes, teve atuação destacada na Revolta Armada de 1894 e na Guerra de Canudos em 1897. Durante o governo do Marechal Hermes da Fonseca, no período republicano, foi nomeado ministro da Guerra em 1910, ficando no cargo até 1911, quando decidiu ser candidato a “presidente” de Pernambuco, cargo que equivalia a governador na época, na sucessão de Herculano Bandeira de Melo.

Apoiado pelos militares, Dantas Barreto enfrentou um importante político da época, Francisco de Assis Rosa e Silva, que chegara a ser vice-presidente, presidente do Senado, e conhecido por todos nós como Conselheiro Rosa e Silva, que dá nome a uma das principais vias do bairro dos Aflitos.

A disputa foi bastante contestada, com brigas entre os dantistas e rosistas, mas acabou que Dantas Barreto foi oficializado vencedor, após uma intervenção de Estácio Coimbra, e tomou posse em 21 de novembro de 1911. Seu governo ficou marcado pelo forte combate ao cangaço, enviando forças militares ao interior do estado.

Em 1915 passa o governo para Manuel Antônio Pereira Borba, e elegeu-se senador da República. Em março de 1921 torna-se deputado federal, ficando no cargo até 1923. Por ser o Rio de Janeiro a capital federal na época, mudou-se para a cidade maravilhosa, quando tornou-se marechal.

Dantas Barreto faleceu em 8 de março de 1931, formando uma carreira como militar, político e escritor, chegando a integrar a Academia Brasileira de Letras na cadeira de número 27, substituindo Joaquim Nabuco, falecido em 1910.

 

 

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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