Blog Edmar Lyra

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Postado por Edmar Lyra às 13:22 pm do dia 12 de abril de 2020 Deixe um comentário

Dom Helder tinha razão

Artigo de Daniella Brito

Em um dia 12 de abril, mas em 1964, Dom Helder Camarafoi empossado como Arcebispo de Olinda e Recife. Em seu conhecido discurso de posse, na Pracinha do Diario, suas primeiras palavras foram de acolhida, combate às injustiças, defesa dos mais vulneráveis e de promoção do diálogo. Foram, acima de tudo, sinais de esperança, sentimento que insisto em alimentar em dias tão difíceis e, particularmente, nesta Páscoa, tão diferente. Palavras como ressurreição, vida nova, sempre associadas ao sentido da Páscoa invadem minhas redes sociais e o meu WhatsApp desde a última sexta. Assim como textos sobre o aumento de casos e de mortos pela Covid-19.

No calvário coletivo que vivemos há semanas, leio algumas mensagens e revejo o discurso de Dom Helder. Nesse encontro, o que chama minha atenção é o que pode caracterizar a “vida nova”  após essa Páscoa do fim do mundo. Principalmente diante das consequências sociais e econômicas para milhares, sobretudo os que nunca sãovistos além das estatísticas – e não é de hoje. A pandemia escancarou nossas desigualdades, tão conhecidas, nem tão combatidas. Os Cristos que estão além das sacristias, sem rostos, sem esperança.

Dizia o Dom, em trecho de sua fala, num 12 de abril como hoje: “De nada adiantará venerarmos belas imagens de Cristo, digo mais, nem bastará que paremos diante do pobre e nele reconheçamos a face desfigurada do Salvador, se não identificarmos o Cristo na criatura humana a ser arrancada do subdesenvolvimento.  Por estranho que para alguns pareça, afirmo que no Nordeste, Cristo se chama Zé, Antônio, Severino… ‘Ecce Homo’: eis o Cristo, eis o Homem. Ele é o homem que precisa de justiça, que tem direito a justiça, que merece justiça. Para conseguirmos que os oprimidos não se entreguem a violências estéreis e destruidoras, é preciso superar a aparência de concórdia que consiste na impossibilidade de diálogo”

Como se fosse profeta, o Dom anunciou, questionou, consolou. Em uma de suas frases até hoje relembradas dizia que “Deus nos ensinou a não aceitar facilidades, mas a encontrar vida na dureza da Cruz”. Para os cristãos, em cada Semana Santa, a Cruz se esvazia. Na Páscoa, Cristo ressuscita.  

Porém, cinquenta e seis anos depois do 12 de abril de 1964, muitos Severinos, Antônios, os Cristos de Dom Helder, ainda permanecem crucificados, injustiçados, sem direitos, invisíveis.  Nesta Páscoa em que o medo e a morte nos rondam, será a pandemia o que vai finalmente eliminar a nossa indiferença? A nossa falta de ação? Ou vamos apenas continuar horrorizados?

Desculpem se essas palavras fogem um pouco do padrão das mensagens de Páscoa tradicionais. Dom Helder tinha razão quando dizia que “Quanto mais negra a noite mais carrega em si a madrugada”.

Se um dos sentidos da Páscoa é o da passagem, a deste ano se faz ainda mais urgente.

Esse mundo novo há de ser melhor.

Daniella Brito é jornalista, mestre em Sociologia e professora do curso de jornalismo da Uninabuco.

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Postado por Edmar Lyra às 13:38 pm do dia 31 de março de 2020 Deixe um comentário

A pandemia do coronavírus pode reduzir a epidemia da fake news?

Por Daniella Brito 

Em tempo de quarentena muitas questões sobre a circulação de informações neste momento de isolamento social têm despertado meu interesse como jornalista, professora e cidadã. Uma delas, já adianto, sem nenhuma comprovação científica, refere-se a uma maior busca por fontes confiáveis de informação e a mudança de alguns comportamentos que estou observando nas redes sociais e em grupos do WhatsApp com relação à disseminação de Fake News.

Registros da imprensa já abordam o aumento da audiência, por exemplo, do telejornalismo em tempo de coronavírus. Matéria da Folha de São Paulo, do último dia 19, cita que o  Jornal Nacional, “noticiário mais visto do país, com edições quase monotemáticas sobre a Covid-19, marcou 37 pontos na Grande São Paulo (…).  É sua maior soma em nove anos na região, desde janeiro de 2011”.  Já no Rio, diz o texto, “a média do noticiário nos três dias foi de 38 pontos, recorde dos últimos oito anos(..)”.

Aviso aos patrulheiros de plantão que ao destacar a Globo estou usando como exemplo o jornal com a maior audiência da tv brasileira para abordar um fenômeno que estou observando e, inclusive, já foi avaliado em pesquisa.  De acordo com levantamento  da DataFolha, programas jornalísticos da TV (61%) e jornais impressos (56%) lideram no índice de confiança sobre o coronavírus, seguidos pelo rádio (50%) e sites de notícias (38%).  A pesquisa também diz que apenas 12% dos entrevistados confiam em informações do WhatsApp e Facebook.

Os resultados desta pesquisa me fazem pensar que os dados talvez possam indicar a volta de milhares para busca de informação veiculada pelo jornalismo profissional. Espero que sim. Mas será que a única razão para isso é o nosso isolamento? Torço que não.

As mensagens continuam circulando nas nossas redes sociais, as fake news também. É achismo, eu sei, mas torço que a pandemia talvez revele que, na primeira crise de saúe global após o surgimento da internet, as pessoas podem estar nas redes, como nunca, mas voltando a acreditar em fontes confiáveis. Na hora de uma crise, que ameaça a nossa existência como sociedade, em que as pessoas se voltam para a ciência e para a imprensa, será que as fake news passarão a não fazer sentido?

Ainda não há dados, nem estudos que comprovem a relação entre esses dois fenômenos, a busca por informação confiável e a redução na disseminação de fakeNews. Não faço aqui uma análise. Esse texto é mais um manifesto, um desejo. Que a pandemia nos mostre, de forma perene, o combate a outra epidemia anterior a ela, a produção e disseminação de Fake News.

Num tempo em que a informação é cada vez necessária, insisto na esperança.

• Daniella Brito é jornalista, mestre em Sociologia e professora do curso de Jornalismo da Uninabuco – Recife.

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista do Diário de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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