Carlos Brickmann
Foram seis anos de investigações (na Europa, claro; no Brasil, só no finzinho as coisas pegaram no breu), com confissões (de uma empresa obrigada pelas leis alemãs, onde fica sua matriz, a respeitar determinados princípios comerciais), com ensurdecedor silêncio, na maior parte do tempo, dos meios de comunicação (esta coluna, que cobrava a investigação do caso, se sentia mais sozinha que torcedor do América do Rio).
Enfim, parece que as coisas estão andando: a Polícia Federal encaminhou à Justiça o nome de 33 pessoas que considera envolvidas no Cartel do Metrô e dos Trens Urbanos de São Paulo. Supõe-se que o desvio de dinheiro público se aproxime dos $ 850 milhões. O caso se estende pelos mandatos de três governadores do PSDB, Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra.
Há, entre os envolvidos, empresários, políticos, lobistas, doleiros, servidores públicos. Dois políticos estão citados: os deputados federais José Aníbal, PSDB, e Rodrigo Garcia, DEM. Detalhe curioso: mais de R$ 800 milhões desviados em dez anos, e ninguém percebeu nada no Governo. Secretários que, imagina-se, têm a função de controlar os contratos do Estado, também não viram nada.