“Não só os brasileiros, mas grande parte do Parlamento brasileiro viveu uma semana de frustrações com o resultado da votação dos principais temas da tão esperada reforma política”. Essa é a avaliação do deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE) diante do resultado das votações, esta semana, realizadas na Câmara Federal.
O tucano lamenta que todo o trabalho realizado pela Comissão Especial da Reforma Política – o qual promoveu uma ampla discussão entre os vários segmentos da sociedade e suscitava a ideia que, de fato, haveria um bom debate em torno do tema – tenha sido atropelado de forma autoritária pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB), em prol de interesses próprios.
“Essa arrogância só serviu para derrotarmos o distritão, o que foi bastante positivo. O distritão é um sistema personalista, que provocaria o aumento do custo das campanhas, acabaria com a vida partidária e não aproximaria o eleitor dos seus representantes como quis fazer parecer os seus defensores”, argumentou o congressista. Para ele, o distritão misto é o sistema que melhor atenderia aos anseios gerais na atual conjuntura, uma vez que permitiria maior proximidade do candidato com a sociedade, reduziria os custos das campanhas e fortaleceria o papel dos partidos. “Sobre a cláusula de desempenho, não se pode dizer que se fez algo porque, da forma como foi aprovada, foi irrisória”, complementou.
A respeito do fim da reeleição, embora tenha sido uma proposta criada pelo PSDB, Betinho explicou que o partido votou favorável ao seu término por entender que o sistema não funcionou corretamente no Brasil, ressaltando que, no País, não se consegue estabelecer um rigor eleitoral para evitar a mistura do ente público e do candidato no período eleitoral.
“Isso ficou mais do que claro na campanha presidencial que vivemos em 2014”, exemplificou o tucano. “Apesar de ser um recurso utilizado nas grandes democracias, a reeleição, no Brasil, não deu certo. Não se consegue punir os gestores que usam a máquina em favor próprio. Por isso, o PSDB votou favorável ao seu término”, concluiu o parlamentar.