A nova fase da Operação Lava Jato, que prendeu executivos de empreiteiras, representa um desgaste para o governo, mas terá o efeito positivo de dar mais liberdade à presidente Dilma para montar seu novo ministério. Na avaliação de assessores próximos da presidente, ela ficará mais livre para escolher nomes de “impacto” e “de primeira linha” dentro dos partidos de sua base aliada, sem ficar refém da exigência das cúpulas partidárias.
A presidente pode, inclusive, deixar para o final de dezembro ou mesmo, em alguns casos, para janeiro a definição dos nomes de ministros das cotas partidárias de sua equipe do segundo mandato.
Seria uma forma de aguardar os desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato, que atinge empreiteiras com contratos com a Petrobras e apura desvio de recursos para partidos governistas, como PT e PMDB. Entre o final de novembro e início de dezembro, Dilma deve definir sua equipe econômica. Não só o ministro da Fazenda, mas também o do Planejamento e o presidente do Banco Central.
Assessores dizem que ela pode surpreender na escolha do substituto de Guido Mantega, não optando por nenhum dos nomes citados até agora, como do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e do ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa.(Da Folha Online)
Priscila Borgna Neri diz
A presidente Dilma deve está preocupada com a escolha dos novos ministros. Enquanto o Ministério Público e a Polícia Federal não sinalizarem quem são os políticos comprometidos com a operação Lava-Janto, não dá pra nomear ninguém. O único nome que a presidente terá de definir, e rápido, é o ministro da Fazenda.