Informações UOL
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), anunciou a renúncia ao cargo na tarde de hoje (28). Em tom eleitoral, ele confirmou que não deixaria o PSDB e, sem falar diretamente em planos futuros, disse que estava deixando o governo para respeitar a legislação eleitoral e “se sente preparado para ser presidente”.
O anúncio, feito em vídeo transmitido em coletiva no Palácio Piratini, já era esperado por tucanos e pessoas próximas. Em seu discurso, ele argumentou que, apesar de as prévias tucanas terem escolhido o governador paulista João Doria como pré-candidato, há “novos atores” no jogo, referindo-se à possível aliança com MDB e União Brasil. O vice, Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), deverá assumir o posto na próxima quinta-feira (31).
“Eu me sinto preparado, me sinto em condições, tenho vontade, tenho disposição de ser, sim, presidente. Mas ninguém é candidato pela mera vontade pessoal. Uma candidatura à presidência é um projeto que tem de ser construindo coletivamente e eu estarei me apresentando, se entenderem que nesta função eu deva colaborar”, disse.
Derrotado nas prévias do partido, Leite tem sido estimulado por membros do partido a seguir como pré-candidato e chegou a ser sondado por outras siglas. Segundo as regras da Justiça Eleitoral, qualquer comandante do Executivo deve entregar o cargo para se candidatar a outro cargo até o sábado (2). Pré-candidato tucano ao Planalto, Doria deverá repassar o cargo a Rodrigo Garcia (PSDB), que tentará reeleição em outubro.
Em seu discurso, Leite não disse que tentará concorrer ao Planalto, mas se referiu a uma “construção nacional” em diversos momentos. “Eu atendo ao que a legislação eleitoral exige: renunciar ao mandato de governador para estar na política atuando nessa eleição, que é decisiva, buscando dar toda a a colaboração que eu puder para ajudar o país nesse momento crítico”, declarou.
“A renúncia me abre muitas possibilidades e não me retira nenhuma”, afirmou Leite. “Renunciar ao mandato me abre diversas possibilidades, todas elas, então é neste momento que eu me abro para me apresentar e esteja onde mais possa dar minha contribuição.” Como na disputa pelas prévias, Leite seguiu falando em união e disse ter ligado para Doria. “Reafirmamos que estamos com o mesmo sentimento. Eu respeito as prévias. Elas aconteceram, são legítimas, mas não é sobre projeto pessoal, é sobre Brasil”, afirmou o gaúcho.
“Precisamos de uma alternativa que fale de futuro, e que construa esse futuro. precisamos que o Brasil cumpra esse futuro”, disse Leite sem citar a pré-candidatura de Doria. Na manhã de ontem (27), o paulista já havia criticado uma possível tentativa de Leite em se tornar candidato, o que chamou de “golpe” e “uma tentativa torpe, vil, de corroer a democracia e fragilizar o PSDB”. “As prévias deram ao partido um candidato, não um partido para o candidato”, argumentou Leite.
Pré-candidato
No vídeo, transmitido antes de Leite receber jornalistas, ele fala que que não está se despedindo “mas se apresentando”. Em tom de pré-candidato, ele afirmou que deverá rodar o país para ouvir eleitores e acompanhar as decisões do PSDB.
“Há uma conversa bem adiantada entre MDB, União Brasil, PSDB e federação com Cidadania. Então, tem novos atores nesse processo no qual o PSDB discutiu a sua candidatura presidencial. As prévias não perdem a legitimidade, mas elas não têm a exclusividade na medida que novos atores se envolvem. Isso vai ser discutido no momento que a política proporciona”, declarou
“Naturalmente nós temos nossas inspiração de forma individual, a vontade de estar protagonizando naquele caminho que escolhemos atuar. É claro que desejo dar minha contribuição como presidente da República”, respondeu Leite sobre possível pré-candidatura.
Nos comentários do YouTube, que exibiu a coletiva, a maioria dos apoiadores comentava “Leite presidente”, enquanto alguns ainda pediam que ele ficasse no governo e buscasse reeleição, algo que descarta desde o primeiro ano de mandato. Entre as possibilidades especuladas para Leite seria assumir uma candidatura ao Senado, com chance de eleição, mas sem entrar em conflito interno. No estado, ele indicou o nome de Ranolfo como candidato do PSDB ao Piratini. “Se outro projeto conquistar a preferência de liderar nacionalmente, nós vamos discutir em âmbito local onde melhor eu posso dar a contribuição”, afirmou Leite.
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