O ostracismo de João Paulo
Há seis anos qualquer decisão política em Pernambuco passava pelo crivo do então prefeito do Recife João Paulo. Com a popularidade nas alturas, depois de ser eleito e reeleito, João conseguiu eleger o sucessor. João da Costa foi eleito como o grande executor da gestão de João Paulo.
Após a posse de João da Costa e consequentemente saída de João Paulo da prefeitura, João Paulo nunca mais se ajeitou. Dono de um invejável capital político e eleitoral, aceitou ser secretário de Eduardo Campos após ser preterido da esplanada dos ministérios.
A aventura de ser secretário durou apenas quatro meses. João Paulo a duras penas descobriu que a pasta que ocupou não fazia jus a dimensão política que ele possuía. Para as eleições de 2010 acabou perdendo a indicação do PT para o Senado pra Humberto Costa e tentou ser deputado federal.
Venceu sendo o federal mais votado da história do Recife. Esperava-se que em Brasília, João Paulo fosse se tornar um deputado atuante, já que acabava de sair da prefeitura tendo emplacado o sucessor. Ledo engano, virou apenas mais um no meio dos 513 deputados federais.
O processo de escolha do candidato do PT para a prefeitura do Recife em 2012 foi fruto da briga ocasionada por João Paulo, que virou desafeto de João da Costa. Depois da desastrada retirada de João da Costa do páreo e com a candidatura no colo de Humberto Costa, João Paulo caiu na besteira de emprestar seu prestígio eleitoral a uma chapa fadada ao fracasso na condição de vice.
O resultado não poderia ter sido diferente, Humberto ficou em terceiro lugar na disputa e o mito de João Paulo começava a se desfazer. Veio a eleição de 2014 e com ela a ruptura do PT com a Frente Popular. O PT decidiu apoiar a candidatura de Armando Monteiro indicando João Paulo para o Senado.
A disputa pelo Senado era evidente que seria uma tremenda bola dividida. Não deu outra, João Paulo perdeu aos 45 do segundo tempo para Fernando Bezerra Coelho, quando boa parte das pesquisas dava vitória ao petista. A questão foi que a derrota foi acachapante, mais de um milhão de desvantagem.
O resultado da eleição foi a pá de cal na carreira política de João Paulo. Ficou tão claro que João Paulo não tem a menor chance de ser ministro de Dilma Rousseff e até o presente momento sequer teve seu nome cogitado para um modesto segundo escalão do governo federal.
João Paulo definitivamente caiu no ostracismo.
João da Costa – O também ex-prefeito João da Costa, pivô da confusão do PT na capital pernambucana foi outro que perdeu o bonde da história. Achou que seria eleito deputado federal, quebrou a cara e consequentemente acabou com a sua carreira política.
Petrolina – A disputa pela prefeitura de Petrolina promete ser acirrada. Estão no páreo Fernando Filho (PSB) com o apoio do senador Fernando Bezerra Coelho, Odacy Amorim (PT) com o apoio do prefeito Julio Lóssio e Adalberto Cavalcanti (PTB) com o apoio do senador Armando Monteiro.
FEM – O fundo criado por Eduardo Campos para socorrer os prefeitos do estado começou a entrar água. Isso porque o estado não tem capacidade financeira para fazer uma nova edição em 2015 e muito menos transformar o programa em política de estado.
Raul Jungmann – Depois da votação pífia que obteve para a Câmara dos Deputados o vereador Raul Jungmann (PPS) terá que se contentar com a Casa José Mariano por mais quatro anos. Isso se conseguir a reeleição.
RÁPIDAS
Tony Gel – Quando um político vive negando que pretende ser candidato a determinado cargo é porque provavelmente esteja de olho. É o caso de Tony Gel, todo dia diz que não quer ser prefeito de Caruaru, mas se o cavalo chegar selado ele montará sem hesitar.
Paulo Câmara – O governador Paulo Câmara estará se reunindo hoje em Brasília com toda a bancada de deputados federais do estado. Na pauta a discussão das emendas ao orçamento geral da união.
Inocente quer saber – João Paulo se arrependeu de ser candidato a senador?
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