A maldição das eleições 2012 no PT
Em 2008 João Paulo conseguiu emplacar o sucessor na prefeitura. Até então um feito histórico. João da Costa então secretário de planejamento virou o prefeito do Recife. A partir dali a briga dos Joões começou a ganhar contornos que culminaram num fim melancólico do PT em Pernambuco no último domingo.
Naquele processo do PT estavam envolvidos personagens como Humberto Costa, João Paulo, João da Costa, Fernando Ferro, Pedro Eugênio, André Campos, Sérgio Leite, Teresa Leitão, Maurício Rands, dentre outros.
Como todos sabem João da Costa teve seu direito de disputar a reeleição negado pelo PT. Maurício Rands foi o primeiro a chutar o pau da barraca e além de sair do partido renunciou ao mandato de deputado federal. Fernando Ferro e André Campos lideraram a tropa de choque do então prefeito João da Costa após a ruptura com o seu criador. Pedro Eugênio presidiu a sigla no período.
Por fim os personagens principais, Humberto Costa e João Paulo, que disputaram a prefeitura em 2012 no lugar de João da Costa numa chapa puro-sangue.
No ano de 2012 Humberto Costa, que acabara de se eleger senador da República na chapa de Eduardo Campos, disputou a prefeitura do Recife e acabou em terceiro lugar junto com João Paulo, perdendo até para Daniel Coelho.
Passado aquele processo, o PT levou outro revés quando teve que se afastar do governo Eduardo Campos. Criando até uma brincadeira no meio político que apelidou os petistas que ocupavam cargos no governo do PSB de petistas queijo-do-reino. Amarelo por dentro e vermelho por fora.
Esse desgaste da sigla teve como ápice a eleição do último domingo. Dos nomes citados, apenas Maurício Rands e Teresa Leitão saíram intactos. O primeiro porque pode ser secretário de Paulo Câmara, a segunda porque conseguiu se reeleger deputada estadual.
André Campos e Isaltino Nascimento foram para o PSB e não conquistaram a reeleição para deputado estadual. Sérgio Leite não se reelegeu deputado estadual, Fernando Ferro, Pedro Eugênio e João da Costa não conseguiram se eleger deputados federais. Por fim, talvez o maior responsável pela bancarrota do PT, João Paulo, não conseguiu se eleger senador da República depois de liderar todas as pesquisas até a semana da eleição.
O PT pernambucano vive a sua maior crise. Elegeu apenas três deputados estaduais, dos quais o mais votado, Odacy Amorim, não tem raiz no petismo. É oriundo do PSB e só saiu do partido por conta de questões de Petrolina, sua cidade natal.
Após o processo eleitoral, ainda que Dilma Rousseff seja reeleita, o PT precisará juntar os cacos em Pernambuco e tentar de uma vez por todas exorcizar o fantasma da briga dos Joões, sob pena de nunca mais em Pernambuco ter o protagonismo político obtido com a vitória de João Paulo em 2000 para prefeito do Recife.
Evangélicos – A bancada evangélica tem ocupado cada vez mais espaço. Nestas eleições elegeu André Ferreira, Cleiton Collins, Presbítero Adauto e Bispo Ossessio para a Alepe e Eduardo da Fonte, Pastor Eurico e André Ferreira. Todos com expressivas votações.
André Campos – Depois de não se reeleger deputado estadual domingo, André Campos está sendo cotado para assumir algum cargo no primeiro escalão de Paulo Câmara. Ventilaram até a Casa Civil.
Waldemar Borges – O deputado Waldemar Borges deverá mesmo ser o presidente da Assembleia Legislativa para 2015 e 2016. Ele é o preferido do grupo do governador Paulo Câmara para comandar a Casa Joaquim Nabuco.
Mesa – Como o PTB ficou com a segunda maior bancada da Alepe, o deputado eleito Romário Dias já começa a se movimentar para integrar a mesa diretoria da Casa Joaquim Nabuco.
RÁPIDAS
Primeiro-secretário – A primeira-secretaria é um dos cargos mais cobiçados da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Comenta-se nos bastidores que Aglailson Júnior (PSB) começa a ganhar força para ocupar o cargo.
Coordenação – A coordenação de campanha de Aécio Neves em Pernambuco ficou nas mãos do governador Paulo Câmara. Ele dividirá a responsabilidade de organizar a campanha do PSDB no estado com o prefeito Geraldo Julio.
Inocente quer saber – Dilma Rousseff conseguirá reverter a desvantagem numérica que se encontra em relação a Aécio Neves?
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