João Lyra não soube fazer política no cargo
O governador João Lyra Neto concedeu a tradicional entrevista de fim de ano, quando chegou a duvidar da capacidade do seu sucessor Paulo Câmara em se tornar um líder à frente do governo.
Nas eleições de 2004 João Lyra havia perdido a prefeitura de Caruaru para Tony Gel que conquistara a reeleição, o resultado apesar de apertado, deixou João Lyra na planície.
O atual governador foi resgatado da política em 2006 por Eduardo Campos para ser seu vice. Ele foi escolhido por estar naquela época no PDT, ser irmão do ex-ministro Fernando Lyra e não ter nada a perder disputando a vice-governadoria.
Ninguém imaginava que em 2006 Eduardo Campos pudesse vencer a eleição. Já em 2010, na reeleição, havia uma forte movimentação para que o vice na chapa de Eduardo fosse substituído. Exatamente por Lyra ter sido apático durante os quatro anos. O que lhe manteve no cargo foi o fato de Jarbas Vasconcelos ter escolhido para sua vice a então deputada Miriam Lacerda.
Como Miriam era de Caruaru, seria complicado para a Frente Popular justificar a retirada de Lyra do páreo na capital do forró. Também ninguém imaginava que Eduardo venceria Jarbas por mais de 3 milhões de votos de diferença. Como achavam que o pleito seria acirrado, mantiveram Lyra pra evitar mais problemas.
No processo de escolha do candidato a governador João Lyra era o último da fila. Ninguém em sã consciência considerava a hipótese dele ser escolhido. De uma série de fatores, contou a pouca dimensão política que ele tem, apesar de ser de uma família tradicional de políticos.
Isso veio a se comprovar ao longo dos nove meses que esteve à frente do governo. João Lyra não criou agendas positivas para o governo, não conseguiu ocupar espaços na mídia como Eduardo fazia, etc. Seu governo acaba no próximo dia 31 sem uma marca e ele passou despercebido pelo cargo mais importante do estado.
Isso naturalmente mostra que a crítica de João Lyra a Paulo Câmara está mais para ressentimento de quem foi preterido do que propriamente constituir uma verdade absoluta. A postura do atual governador quebra pontes e prejudica o futuro de Raquel Lyra, sua sucessora na política. Mas isso é assunto pra outro momento.
Edilson Silva – O deputado estadual eleito Edilson Silva (PSOL) ensaia uma candidatura a presidente da Alepe. Suas chances de lograr êxito são nulas porque os integrantes da Casa jamais entrariam numa aventura como esta.
Alberto Feitosa – O deputado Alberto Feitosa pode assumir a secretaria de serviços públicos da PCR. Caso vá para o posto, ficarão subordinadas a ele a CSURB, a Emlurb, a CTTU e a Guarda Municipal. Ele já confessou a interlocutores que aceita o cargo se for convidado oficialmente.
Segundo escalão – Pelos próximos dias serão definidos os integrantes do segundo escalão do governo Paulo Câmara. Na Compesa ficará Roberto Tavares, que já ocupa o cargo. Empetur, AD-Diper, DETRAN, Coopergás, IRH, dentre outros são motivo de cobiça de aliados do governador.
Lula Cabral – O deputado eleito Lula Cabral está tentando assumir a primeira-secretaria da Alepe. Solicitará ao governador Paulo Câmara a permissão para disputar o cargo. A eleição está marcada para 1 de fevereiro de 2015.
RÁPIDAS
Aline Mariano – A vereadora Aline Mariano (PSDB) assumiu a terceira secretaria da Câmara Municipal do Recife e é a primeira mulher a integrar a mesa diretora da Casa José Mariano.
Petrobras – A cada dia que se passa fica mais evidente a roubalheira na Petrobras. Por muito menos Fernando Collor teve seu processo de impeachment iniciado e acabou tendo que renunciar.
Inocente quer saber – O PSDB dará legenda a Daniel Coelho para disputar a prefeitura do Recife?
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