Sucessão em Caruaru já esquentou
Não é de hoje que o governador João Lyra Neto e o prefeito Zé Queiroz nutrem divergências na política que parecem até descambar para o lado pessoal. João Lyra Neto foi eleito vice-governador em 2006 pelo PDT, partido então comandado por Zé Queiroz até esse ano e um dos motivos da saída de Lyra do PDT para o PSB foi a relação conturbada com o prefeito da capital do forró.
Ontem o prefeito Zé Queiroz numa entrevista em um programa de rádio afirmou que o governador João Lyra Neto não fez nada por Caruaru, deixando claro que a única obra em nove meses de governo foi a implantação de um expresso cidadão na cidade.
Nas eleições deste ano ficou evidenciado que Wolney e Zé Queiroz não engoliam Raquel e João Lyra e vice-versa. E isso naturalmente trará desdobramentos para a sucessão municipal de 2016 onde Zé Queiroz caminha para apoiar a candidatura do senador Douglas Cintra e João Lyra já está com o bloco de Raquel Lyra na rua.
O governador eleito Paulo Câmara assistiu de camarote essa celeuma dos Queiroz e dos Lyra em Caruaru, tal como fazia o ex-governador Eduardo Campos, e hoje o futuro governador de Pernambuco nutre uma relação pra lá de amistosa com o deputado estadual reeleito Tony Gel.
Como em 2016 Caruaru já terá segundo turno, o governador Paulo Câmara já considera a hipótese de nem pisar na cidade, sabendo que Raquel Lyra será a candidata do PSB e Douglas Cintra o do PTB. Enquanto Tony Gel pode disputar pelo PMDB.
O processo de 2014 foi muito proveitoso para o deputado Tony Gel. Ele foi o mais votado de Caruaru e hoje faz parte do partido do vice-governador eleito Raul Henry. Pra completar ele não tem se envolvido na celeuma dos Lyra versus os Queiroz, o que lhe deixa em situação confortável junto ao governador.
Pra quem saiu em 2008 chamuscado pelo episódio envolvendo Neguinho Teixeira que assumiu Caruaru após a sua renúncia pra disputar um mandato de vereador, hoje Tony Gel já recuperou todo o seu prestígio político e apostará na briga histórica dos seus adversários para comer pelas beiradas e tentar voltar a governar a capital do forró.
A Lei – O parágrafo nono do artigo sétimo da constituição estadual diz o seguinte: “será de dois anos o mandato dos membros da Mesa Diretora, vedada a recondução para o terceiro mandato consecutivo para o mesmo cargo, mesmo de uma legislatura para outra.”
Guilherme Uchoa – Se a Lei for cumprida à risca, as chances de Guilherme Uchoa conseguir o quinto mandato são mínimas, pois terão que alterar a constituição ou comprar uma briga com o judiciário, o que nem a Casa quer e muito menos o governador Paulo Câmara.
Proporcionalidade – Ganha força a tese da proporcionalidade. Se for respeitada o PSB ficará com a presidência e a primeira-secretaria, enquanto o PTB com a primeira vice-presidência, o PP com a segunda vice-presidência, já o PR ficaria com a segunda-secretaria, o PMDB com a terceira-secretaria e o PT com a quarta.
Bate-chapa – Em caso de bate chapa pela presidência da Alepe, Guilherme Uchoa teria, sem o aval do Palácio, na melhor das hipóteses vinte e um votos, o que ficaria distante dos 25 necessários para se eleger. A eleição está marcada para primeiro de fevereiro de 2015.
RÁPIDAS
Primeira-secretaria – No intuito de evitar o bate-chapa o governador Paulo Câmara poderá ofertar a Guilherme Uchoa a primeira-secretaria. Em caso dele não aceitar poderá ser engolido pelo rolo compressor do Palácio.
Waldemar Borges – Dentro dos quinze deputados do PSB, Waldemar Borges é tido como o nome natural do partido para presidir a Casa. Vários pares já concordam com essa prerrogativa.
Inocente quer saber – Até quando Guilherme Uchoa continuará tentando ficar na presidência?
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