Lula quer salvar Moro
O então juiz Sérgio Moro liderou as investigações da operação Lava-Jato que culminaram na prisão do então ex-presidente Lula. Desde então, ele ficou inelegível e não disputou as eleições de 2018, vencidas por Jair Bolsonaro. Em 2019, Moro deixou a magistratura para ser ministro da Justiça e Segurança Pública do então presidente Jair Bolsonaro.
Evidentemente que a decisão de Moro de aceitar ser ministro de Bolsonaro só reforçou a tese de parcialidade, tanto que o STF decidiu mudar o CEP da Lava-Jato de Curitiba para Brasília e neutralizou todas as investigações que envolviam Lula, o que possibilitou que ele viesse a disputar e vencer as eleições de 2022. O próprio Moro, que também sonhava com a presidência, acabou disputando o Senado Federal pelo Paraná e sagrou-se vitorioso.
Mas tanto o PL quanto o PT ingressaram com uma ação pedindo a cassação do seu mandato por abuso de poder econômico, sob a alegação de que ele teria se aproveitado da condição de pré-candidato a presidência e gastado acima do teto permitido para depois ser candidato vitorioso ao Senado. Caso Moro seja cassado, haverá uma nova eleição no Paraná, e a expectativa é que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja candidata na eleição suplementar, onde teria amplo favoritismo e passaria a ter uma tribuna para sua pré-candidatura ao Planalto em 2026.
Então Lula tem advogado junto ao PT que o melhor caminho é Moro permanecer no cargo de senador, pois ele seria um morto-vivo no Senado Federal, diferentemente de Michelle, que poderia causar sérios problemas para a hegemonia petista na capital federal. Então mesmo tendo sérias restrições a Moro, Lula sabe que sua permanência no Senado seria um mal menor.
CPI – O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, assegurou ao diretor da Braskem Marcelo Arantes de Carvalho o direito de ficar em silêncio em relação a perguntas que possam incriminá-lo, na CPI da Braskem. A CPI do Senado investiga a responsabilidade da mineradora no afundamento do solo em bairros de Maceió. O diretor foi convocado na condição de testemunha.
Senador – Em julgamento já iniciado no Tribunal Superior Eleitoral, o Ministério Público defendeu a cassação do senador Jorge Seif Junior (PL-SC) e dos suplentes, por suposto abuso de poder econômico nas eleições de 2022. Para o Ministério Público, há provas suficientes de que o então candidato utilizou a estrutura da empresa Havan em benefício de sua candidatura ao Senado, de forma a desequilibrar a disputa no Estado. “O empresário colocou à disposição do candidato que apoiava toda a estrutura empresarial que, por óbvio, criou uma desigualdade fática evidente com relação aos demais candidatos”, afirmou o representante do Ministério Público. O julgamento será retomado na sessão de 16 de abril.
Brasília – Após o fim do prazo de filiações, estarei essa semana inteira em Brasília para acompanhar os desdobramentos do cenário político e eleitoral que se instituiu em Pernambuco a partir de então. Vocês poderão acompanhar todos os bastidores da capital federal no nosso blog, na coluna e nas nossas redes sociais.
Inocente quer saber – Lula vai salvar Moro da cassação?
RONALDO PASSOS diz
Não tem outra saída, é o melhor antídoto na ressurreição do Bolsonarismo.