Uma eleição atípica e histórica no Recife
A disputa pela prefeitura do Recife trouxe uma série de peculiaridades com a abertura das urnas, que demorou muito para ser definida por conta de uma pane no sistema do TSE. Com a definição, confirmou-se a tendência das pesquisas com João Campos na primeira colocação e Marília Arraes na segunda colocação. A diferença é que a distância entre Marília e João foi muito pequena, ficando os dois com menos de 30% dos votos válidos.
Pela primeira vez, também tivemos quatro candidatos com dois dígitos numa disputa para prefeito do Recife. O eleitor dividiu-se entre João, Marília e Mendonça, que também teve uma expressiva votação, e viu a Delegada Patrícia garantir ao quarto lugar pela primeira vez na história dois dígitos, com mais de 100 mil votos.
Os números mostram uma direita maior do que sempre foi nos últimos anos, que junta atingiu cerca de 40% dos votos válidos e que certamente se estivesse unida, poderia chegar a uma segunda etapa. Mendonça Filho obteve sua melhor votação proporcional na sua terceira tentativa ao comando da capital pernambucana.
A Delegada Patrícia, ao reconhecer a derrota, anunciou que não apoiaria nem João Campos nem Marília Arraes e que não estará no palanque de nenhum dos candidatos na segunda etapa. Os números expostos evidenciam a necessidade de estabelecer novos diálogos tanto para João quanto para Marília com o eleitor que não votou em nenhum dos dois. Conquistar esse expressivo eleitorado que rejeitou PT e PSB, mais alinhado à direita, é o caminho para poder sair vitorioso na segunda etapa, numa eleição de tiro curto que começa a partir de hoje.
Jaboatão – O prefeito Anderson Ferreira (PL) foi reeleito em primeiro turno, derrotando Daniel Alves (MDB) que ficou na segunda colocação. Com a vitória, Anderson se consolida como uma das principais lideranças de oposição da região metropolitana do Recife.
Lula Cabral – Após ser prefeito por três vezes do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral acabou derrotado pelo vice-prefeito Keko do Armazém, que ganhou competitividade após a desistência de três candidatos de oposição que passaram a lhe apoiar. Keko é do PL, de Anderson Ferreira.
Lupercio – Em Olinda, o Professor Lupercio (SD) foi reeleito com uma expressiva votação, derrotando o ex-prefeito do Recife e deputado estadual João Paulo. A vitória o consolida como uma grande liderança política da cidade.
Petrolina – A lógica prevaleceu, e Miguel Coelho (MDB) foi reeleito com a maior votação proporcional dentre os maiores colégios eleitorais do estado de Pernambuco. O emedebista é uma opção para disputar o governo de Pernambuco em 2022.
Paulista – Em Paulista, assim como no Recife, teremos segundo turno entre Yves Ribeiro (MDB) e Francisco Padilha (PSB). Ambos representam um projeto que dura dezesseis anos à frente da cidade, uma vez que já foram aliados e hoje são adversários.
Inocente quer saber – Qual foi a maior surpresa destas eleições municipais?