Blog Edmar Lyra

O blog da política de Pernambuco

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Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 1 de junho de 2016

Coluna do blog desta quarta-feira

Elias deve unificar Frente Popular em Jaboatão dos Guararapes 

O prefeito de Jaboatão dos Guararapes Elias Gomes chegou ao cargo em 2008 numa eleição atípica, desbancando o então favorito André Campos e assumiu a prefeitura numa condição de terra arrasada. Na sua reeleição em 2012, já num cenário mais favorável, venceu a disputa com expressiva margem sobre o segundo colocado e teve a oportunidade de implementar um modelo de gestão por oito anos na cidade.

Exímio estrategista, Elias Gomes fez ouvido de mercador aos que cobravam um posicionamento dele sobre sua sucessão. Aos mais próximos dizia que era pertinente aguardar os desdobramentos do impeachment de Dilma Rousseff para tomar uma decisão pois o quadro poderia mudar significativamente em Pernambuco, como de fato mudou. Seu partido, o PSDB, teve que entregar os cargos no governo estadual por conta da candidatura de Daniel Coelho no Recife, e isso gerou uma espécie de rusga entre tucanos e socialistas.

Mais uma vez, Elias esperou a poeira baixar e em momento algum parou de articular. Conversou com todas as vertentes políticas e conseguiu convencer algumas lideranças políticas a apoiar o seu projeto. Primeiro tentou convencer o governador Paulo Câmara de que o melhor caminho era manter a aliança que permitiu a vitória do PSDB e do PSB em Jaboatão. Depois seguiu conversando com outros atores, como Cleiton Collins, Armando Monteiro, Raul Henry, Fernando Bezerra Coelho, João Paulo, Jarbas Vasconcelos, Humberto Costa, Eduardo da Fonte, dentre outros.

Após essa série de conversas, o tucano chegou à conclusão de que o nome que unificaria a Frente Popular seria Evandro Avelar, que foi secretário de Paulo Câmara e também seu secretário. Evandro neutralizaria uma candidatura do PSB por exemplo. Além disso Elias construiu a tese de que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, ou seja Recife com Daniel Coelho nada tem a ver com Jaboatão dos Guararapes e a aliança entre PSDB e PSB no município.

Construindo a aliança com o governador, Elias tratou de articular a construção de um palanque amplo e se movimentou no intuito de, assim como em 2012, fossem demovidas algumas pré-candidaturas. A pré-candidatura de Edmar de Oliveira, que era praticamente certa pelo Solidariedade, hoje está difícil de se viabilizar, pois Augusto Coutinho, presidente estadual da sigla fora convencido que o melhor caminho seria apoiar o projeto de Elias encabeçado por Evandro Avelar, que foi candidato a vice-governador na chapa de Mendonça Filho, cunhado de Augusto, em 2006.

Outro movimento se deu no intuito de José Carlos Campos, pré-candidato do DEM, retirar a sua candidatura e apoiar a postulação de Evandro, assim como foi feito com o deputado Joel da Harpa, que entendeu que o melhor caminho em busca da reeleição em 2018 era construir uma aliança com Elias Gomes.

O candidato a vice-prefeito não está definido ainda, mas o partido sim, trata-se do PSB. Nos próximos dias o martelo deverá ser batido e poderá cair nas mãos de Karla Menezes, que foi secretária de governo de Elias, é extremamente ligada ao ex-deputado João Paulo e que atualmente está filíada ao PSB do governador Paulo Câmara.

Com essas movimentações, todos os caminhos levam para uma disputa entre Evandro Avelar (PSDB) e Anderson Ferreira (PR), onde Evandro teria a maior frente política da história de Jaboatão dos Guararapes em torno do seu nome, e Elias iria fortalecido para tentar emplacar o seu sucessor em outubro.

PSL – O PSL do Cabo de Santo Agostinho, que estava integrado ao projeto do PSB para disputar a prefeitura, acabou optando pelo deputado federal Betinho Gomes (PSDB). O presidente municipal da sigla José Carlos Lima de Medeiros justificou o apoio ao tucano e o rompimento com o PSB ao fato de o município necessitar de uma mudança verdadeira.

Dívida – O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) foi recebido pelo presidente da República em exercício Michel Temer no final da manhã de ontem. O tema da audiência no Palácio do Planalto foi o Projeto de Lei de Conversão (PLV) nº 8/2016, que trata das dívidas do setor rural e dos transportadores autônomos de carga. Aprovado pelo Plenário do Senado dia 17 de maio, o PLV foi encaminhado à sanção presidencial, na última quarta-feira para ser convertido em lei.

Projetos – O deputado estadual Silvio Costa Filho se reuniu com o prefeito de Curitiba Gustavo Fruet  na segunda-feira. A capital paranaense foi a terceira cidade visitada pelo pré-candidato à Prefeitura do Recife na sua agenda de vistas a capitais do País para conhecer experiências exitosas que servirão de subsídios para o futuro plano de governo. Já foram visitadas as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro e ainda estão no roteiro as cidades de Salvador e Petrolina.

CPI – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar o uso de dinheiro público pela União Nacional dos Estudantes (UNE) será instalada nesta quarta-feira, às 14 horas. O requerimento de criação da CPI, que obteve 216 assinaturas, foi lido em Plenário ontem pelo presidente da sessão, deputado Carlos Manato (SD-ES).

RÁPIDAS

Opinião – Tem causado desconforto na Frente Popular alguns posicionamentos do secretário de Administração de Paulo Câmara Milton Coelho nas redes sociais. Ele tem atacado o governo Temer e se posicionado contra a CPI da União Nacional dos Estudantes (UNE), porém o PSB indicou o pernambucano Tadeu Alencar para a comissão.

Escolha – A delegada Erika Mialik Marena, responsável por coordenar as investigações da Operação Lava Jato na Polícia Federal (PF) de Curitiba, foi a mais votada pelos delegados da PF para assumir a direção da entidade. Ela é um dos nomes que compõem a lista tríplice que será encaminhada ao presidente da República interino, Michel Temer, pela Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal (ADPF), que organizou a votação.

Inocente quer saber – Por qual motivo ainda não tivemos nenhuma pesquisa sobre a sucessão no Recife?

Arquivado em: Coluna diária, destaque, Jaboatão, Política

Postado por Edmar Lyra às 15:45 pm do dia 31 de maio de 2016

Pedro Corrêa diz que PC Farias ajudou campanhas de Renan Calheiros

O ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), em delação premiada na Operação Lava Jato, afirmou que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez “campanhas eleitorais com recursos arrecadados por PC Farias” – em referência a Paulo César Farias, ex-tesoureiro da campanha presidencial de Fernando Collor (PTC-AL).

“Renan fez suas campanhas com o dinheiro arrecadado por PC Farias”, registra o Anexo 51, um resumo da delação de Corrêa fechada com a Procuradoria-Geral da República sobre Renan Calheiros. O presidente do Senado é investigado por suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. Os dois primeiros delatores da Lava Jato, o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, mencionaram a existência de acordo com Renan e membros da cúpula do PMDB que teria beneficiado o senador em R$ 6 milhões em propinas, em 2006.

A acusação de Corrêa remonta à década de 1990. PC foi tesoureiro da campanha presidencial de Collor, em 1989, e pivô do impeachment, em 1992. Anteriormente adversários, Renan, já deputado federal, foi primeiro líder do governo Collor na Câmara. E durante o escândalo que resultou no impeachment, Renan acusou PC de comandar “um governo paralelo” no Palácio do Planalto.

Corrêa afirmou que em todos eles recebeu propina de empresários beneficiados por indicados por ele, em cargos estatais, por contratos públicos. No caso do elo entre Renan e PC, o ex-deputado diz que conhecia o ex-tesoureiro desde a infância.

Defesas

Por meio de nota, a assessoria de Renan reitera que o presidente do Senado “nunca manteve relações políticas ou pessoais com Pedro Corrêa”. O texto afirma que todas as doações às suas campanhas foram legais e aprovadas pela Justiça e ele que não foi candidato em 2006. Fernando Collor também nega irregularidades. (AE)

Arquivado em: Brasil, destaque, Nordeste, Política

Postado por Edmar Lyra às 15:38 pm do dia 31 de maio de 2016

Governo vai propor desconto de 60% nas parcelas das dívida dos Estados

Estadão Conteúdo – Os governadores de Estados querem parar de pagar, por um período de dois anos, suas dívidas com a União, mas o que o governo federal vai oferecer a eles, em uma reunião marcada para amanhã, é um desconto de 60% nas parcelas da dívida até o fim deste ano. A proposta é uma espécie de armistício na disputa que os Estados e o governo federal travam em torno da questão dos débitos.

As dívidas dos Estados vêm crescendo de forma consistente nos últimos anos, mas a situação ficou mais grave a partir do ano passado. Com a queda das receitas, por conta da crise econômica, muitos Estados se viram sem recursos até para pagar salários. E foram pedir ajuda ao governo federal.

O governo de Dilma Rousseff costurou um acordo, que previa um desconto de 40% nas parcelas mensais por um período de dois anos e um alongamento de 20 anos no prazos de pagamento. Mas, em contrapartida, os Estados teriam, entre outras coisas, de cortar gastos e ficariam proibidos de contrair novos empréstimos. Os governadores consideraram essas contrapartidas duras demais, o que inviabilizava o acordo.

Por isso, o que a equipe do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, propõe agora é um acordo emergencial, que tem chances de ser aprovado rapidamente no Congresso. A pressa decorre do prazo dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que Estados e União se entendam sobre a disputa em torno da reestruturação das dívidas e recálculo do passivos dos governos regionais. Em 27 de abril, o STF deu 60 dias para que as partes negociassem e manteve a validade de liminares que garantem aos Estados a suspensão do pagamento mensal da dívida.

A União deixa de receber por mês R$ 3 bilhões com as liminares. Pelos cálculos do governo, o desconto proposto agora traria um impacto negativo de R$ 12 bilhões até o fim do ano. Este valor não leva em conta dívidas com o BNDES.

Conversas

Aprovado o desconto de 60% nas dívidas, as duas partes passariam a negociar as medidas de reestruturação dos débitos. Segundo um integrante da equipe econômica, a medida “resolve o curto prazo, que é emergencial”. Mas ele reconhece que a pressão é grande pela suspensão temporária de toda a parcela. Henrique Meirelles já disse que a negociação com os Estados seria “dura” e não revelou os números das estimativas de impacto do programa de socorro nas contas do setor público.

As negociações começam nesta quarta-feira com os secretários de Fazenda. Depois, está prevista uma reunião com os governadores. Para a secretária de Fazenda de Goiás, Ana Carla Abrão, o acordo emergencial é positivo porque, se as liminares do STF caírem, os Estados terão de pagar o saldo em atraso imediatamente.

Ela ponderou que depois será preciso resolver os problemas estruturais, porque, do contrário, a crise vai continuar. Ela previu uma “queda de braço” dura, porque o desconto de 60% não resolve o problema de curto prazo de muitos Estados. “Os Estados querem 100% de desconto e o maior prazo possível de carência. O importante é encontrar um denominador comum, nem tanto ao mar e nem tanto à terra”, disse Ana Carla, que acredita que a oferta do governo é estratégia de negociação.

Para o coordenador do Conselho Nacional de Política Fazendária, André Horta, secretário do Rio Grande do Norte, a oferta não resolve o problema dos Estados com maior dificuldade, como Rio, Minas, Rio Grande do Sul, Alagoas e São Paulo. Para o secretário de Fazenda de São Paulo, Renato Villela o prazo de carência de dois anos é “muito”, mas vários Estados vão insistir no pedido. “Nossa maior preocupação é com a consistência do pacote como um todo. Isto é, com as contrapartidas em termos de redução de gasto”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Arquivado em: Brasil, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 31 de maio de 2016

Coluna do blog desta terça-feira

PT deverá apostar em Silvio Costa Filho 

Passado o processo de impeachment e o consequente enfraquecimento do petismo no país inteiro, os desdobramentos em Pernambuco são significativos e desembocam na sucessão do prefeito Geraldo Julio no Recife. Em tese o PT teria um candidato natural que seria o ex-prefeito João Paulo, que aparece em segundo lugar nas pesquisas com cerca de quinze pontos, porém a construção do projeto João Paulo não seria fácil de ser feita.

Isso porque diferentemente de 2000, quando num golpe de sorte João Paulo desbancou Roberto Magalhães, em 2016 João Paulo não seria mais nenhuma novidade. Além disso seria presa fácil para os seus opositores, já que tem uma série de esqueletos no armário da sua passagem pela prefeitura, o que inexoravelmente seria utilizado por seus adversários a fim de inviabilizá-lo. Além disso, João Paulo é um nome que tem praticamente 100% de conhecimento do eleitorado recifense, quando uma pesquisa aponta 15% de intenção de voto a um candidato muito conhecido, esse número cheira a teto, impossibilitando maiores chances de crescimento durante a campanha.

O deputado Sílvio Costa Filho, líder da oposição na Alepe, já teria o apoio do PRB, PTB, PTN e PTdoB, com a chegada do PT ele teria partidos que juntos chegam a 101 deputados. Na contagem do tempo de televisão, Silvio só deveria perder para Geraldo Julio, que tem a maior quantidade de partidos em torno do seu projeto, o que naturalmente permitiria um maior crescimento do seu nome na disputa, que vale salientar, será de tiro curto, pois a televisão só terá guia eleitoral durante 35 dias, começando em 26 de agosto.

Restaria a João Paulo disputar um mandato de vereador onde sua eleição seria praticamente pule de dez e ele poderia ajudar a emplacar uma bancada representativa na Câmara Municipal do Recife na coligação liderada por Silvio Costa Filho. As tratativas para esse desfecho já começaram e estão bastante avançadas. O PT se deu conta que não tem mais a força de antes e para sobreviver precisará apostar em caras novas ainda que esses nomes sejam de outras legendas.

Beto Albuquerque – Candidato a vice-presidente na chapa de Marina Silva após a morte de Eduardo Campos, o ex-deputado Beto Albuquerque é um dos melhores quadros do PSB nacional e será a aposta do partido na disputa pela prefeitura de Porto Alegre em outubro. Beto tem a mesma faixa etária de Eduardo e era um dos políticos nacionais da sigla mais próximos do ex-governador de Pernambuco.

Salários – Apesar de não ter anunciado oficialmente a data dos pagamentos do mês de maio, o governador Paulo Câmara deverá estar pagando aos servidores estaduais no máximo até o dia 7 de junho, pois foi essa a promessa do então secretário da Fazenda Marcio Stefanni, que afirmou que os subsídios dos servidores seriam quitados até o quinto dia útil do mês subsequente.

Vice – Caso se confirme o apoio do PT a Silvio Costa Filho, o nome da vereadora Marília Arraes deverá ser indicado para o posto de vice-prefeita. Marília rompeu com o PSB ainda em 2014 após ter sua candidatura à deputada federal rifada pelo primo Eduardo Campos. Sua entrada na disputa ajuda a polarizar o nome de Silvio contra Geraldo Julio.

Demissão – O presidente Michel Temer aceitou o pedido de demissão do ministro da Transparência Fabiano Silveira, que foi gravado em conversas com o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado e o presidente do Senado Renan Calheiros. Apesar das conversas terem sido em março, portanto antes dele assumir o cargo, a situação ficou insustentável.

RÁPIDAS

Bruno Araújo – O ministro das Cidades Bruno Araújo garantiu a manutenção do programa Minha Casa Minha Vida ao longo dos próximos meses. Apesar de o Minha Casa Minha Vida ter sofrido um corte de R$ 17 bilhões pelo governo Dilma, Bruno acredita que poderá manter em funcionamento os R$ 7 bilhões que restaram para o programa e entregar casas populares aos beneficiários.

Fraudes – O Ministério Público Federal apontou fraudes na ordem de R$ 2,5 bilhões no Bolsa-Família em cerca de 1,4 milhão de benefícios. Dentre as irregularidades estão pessoas que já morreram, pessoas sem CPF, CPFs múltiplos e pessoas sem direito ao benefício como doadores de campanha e funcionários públicos.

Inocente quer saber – Por quê Elias Gomes demora tanto para anunciar o seu candidato a prefeito?

Arquivado em: Coluna diária, destaque, Política, Recife

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 30 de maio de 2016

Coluna do blog desta segunda-feira

Michel Temer precisa arrumar a casa 

O presidente Michel Temer entra na sua terceira semana no comando do governo federal, mas assim como sua antecessora Dilma Rousseff, seu governo enfrenta resistências e lida com sucessivos escândalos envolvendo figurões do seu partido e até mesmo alguns de seus ministros. O primeiro a cair foi Romero Jucá, que tinha assumido o Planejamento e era peça fundamental na tentativa do governo de recuperar o Brasil do caos que Dilma o colocou.

Como se não bastasse, o ministro da Transparência, pasta recém-criada para substituir a Controladoria Geral da União, Fabiano Silveira foi pego num áudio conversando com o presidente do Senado Renan Calheiros e o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, falando sobre a operação Lava-Jato e a possibilidade de abafar as investigações. Silveira naquela época não era ministro, Michel Temer sequer tinha assumido a presidência, mas é óbvio que sua postura não condiz com um ministro de estado, muito menos num que se intitula da Transparência e que tem por objetivo fiscalizar os gastos do governo. Sua saída é o mínimo que se espera do presidente Temer.

Mas a situação não para por aí. Temer nomeou Henrique Eduardo Alves para o ministério do Turismo. Alves, que foi presidente da Câmara, também tem seu nome envolvido na Lava-Jato, e poderá a qualquer momento trazer problemas para o governo Michel Temer. Portanto a sua saída também é o melhor caminho para qualquer tentativa de construção de um governo. Mantê-lo no cargo é viver numa corda bamba que pode respingar no próprio presidente.

Temer não conseguiu até o momento fazer algo melhor do que Dilma Rousseff. Apesar de ter uma postura um pouco melhor que a sua antecessora, já que Dilma não conseguia sequer formular uma frase sem gaguejar, Temer ainda não conseguiu fazer valer a saída da petista e a sua entrada. As dificuldades eram esperadas. Considerando o contexto histórico, Itamar Franco teve inúmeras dificuldades para impor um ritmo de governo, quando teve vários ministros da Fazenda até encontrar FHC que implantou o Plano Real. Mas hoje o cenário é um pouco melhor do que naquela época, pois temos uma inflação menor e uma moeda estabilizada, faltando pulso do governo para tomar as decisões necessárias ao país.

Com a queda de Dilma e as dificuldades enfrentadas por Temer, ficou evidente que o presidencialismo de coalizão perdeu toda e qualquer chance de governabilidade. Não dá para querer governar com todo mundo e querer sempre ter maioria, quando na verdade essa maioria precisa ser construída a cada votação na base do clientelismo. É melhor ter uma base segura de 200 deputados mas que possa ser ampliada de acordo com a votação do que ter 350 deputados que na hora H o presidente só possa contar com metade. Se Temer não inverter a lógica dos últimos governos, seu governo será uma usina de crises e ele poderá ser tão breve quanto a sua antecessora.

PMB – Comandado em Pernambuco pela vereadora de Abreu e Lima Juliana Paranhos, o Partido da Mulher Brasileira enalteceu em suas inserções partidárias a construção do Hospital da Mulher, entregue recentemente pelo prefeito Geraldo Julio. O PMB será mais uma legenda a apoiar a reeleição do socialista, que tem conquistado apoios partidários importantes para buscar um novo mandato.

Relatório – O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Faculdades Irregulares, que investigou o drama de milhares de estudantes no Estado, será apresentado amanhã, às 11h30, na Assembleia Legislativa de Pernambuco durante uma coletiva de imprensa. Estarão presentes o presidente da CPI Rodrigo Novaes (PSD), o vice Miguel Coelho (PSB), a relatora Teresa Leitão (PT) e demais membros.

Candidato – O líder do Movimento Vem Pra Rua em Pernambuco Gustavo Gesteira decidiu se candidatar a vereador do Recife este ano pelo Democratas. A sua candidatura, além de competitiva, permite ao DEM sonhar em eleger ao menos um vereador para a Casa José Mariano. Além dele Rogério Magalhães também é uma aposta do DEM para a disputa em outubro.

Mentira – O presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB/RJ) afirmou que a presidente afastada Dilma Rousseff mente tanto que fica fácil identificar quando a petista está mentindo, basta ela mover os lábios. Dilma e Cunha já foram aliados um dia, mas hoje viraram adversários figadais após o processo de impeachment.

RÁPIDAS

Afastamento – Com mais uma tentativa de fuga dos presos do complexo prisional do Curado, não há mais o menor clima para o governador Paulo Câmara manter Pedro Eurico na secretaria de Justiça e Direitos Humanos. Eurico não tem mais nenhuma condição política de ficar, sob pena de sua falta de preparo para o cargo respingar ainda mais no governador.

Calendário – O governo de Pernambuco ainda não divulgou o calendário de pagamento do mês de maio no portal do servidor. Com isso tem dado margem para rumores do funcionalismo de que poderá haver atraso de pagamento. Seria pertinente que o governo divulgasse se o salário começará a ser pago no dia 2 de junho e mantendo a tradição de pagar na primeira quinta-feira do mês, ou se haverá nova mudança.

Inocente quer saber – Michel Temer fará um governo pior do que o de Dilma Rousseff?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 28 de maio de 2016

Coluna do blog deste sábado

PSB aposta forte na reeleição de Geraldo Julio 

Na última quinta-feira escrevemos sobre a reeleição do prefeito do Recife Geraldo Julio enumerando alguns fatos que estariam ocorrendo nos bastidores da Frente Popular capitaneada pelo PSB, então um assessor palaciano refutou as dificuldades colocadas e apresentou uma série de razões. Dentre elas o histórico de apenas uma eleição no Recife ter ido ao segundo turno e o restante ter a fatura liquidada na primeira etapa.

De acordo com o assessor do Palácio do Campo das Princesas, Geraldo Julio terá um cenário político muito mais favorável do que em 2012, quando foi lançado perto das convenções pelo então governador Eduardo Campos e mesmo assim venceu a disputa. Esse mesmo assessor disse que as pesquisas internas do PSB apontam vantagem do prefeito com margem segura em relação ao somatório das intenções de voto de seus adversários, o que caminharia para uma vitória do socialista na primeira etapa, e não de dois turnos como a coluna havia informado.

Sobre a saída do PSDB e do DEM do governo e consequentemente da Frente Popular o assessor palaciano lembra que em 2012 os dois partidos lançaram nomes próprios como Daniel Coelho e Mendonça Filho, e mesmo assim Geraldo venceu o desconhecimento inicial e emplacou uma vitória importante para o PSB na capital pernambucana. Além disso ele lembra também que a Frente Popular, que em 2012 foi composta por 14 partidos, esse ano deverá beirar as 20 siglas, o que mostra uma importante unidade em torno da reeleição de Geraldo.

O assessor relembra que em 2004 João Paulo, então prefeito, chegou a ficar em terceiro lugar nas pesquisas e mesmo assim conseguiu se recuperar a ponto de liquidar a fatura no primeiro turno. Diferentemente de João Paulo, Geraldo Julio lidera as pesquisas internas e deverá aparecer liderando as sondagens que forem divulgadas em breve. Além disso, ele credita as chances de vitória de Geraldo ao know how obtido pelo PSB em realizar campanhas eleitorais, sendo extremamente profissionais na comunicação e na parte logística e operacional da campanha, algo que seus principais adversários não conseguem organizar.

Em relação a Frente Popular, o PSB avaliou que não dava pra governar com todo mundo e com a saída do PSDB e do DEM, sobrou espaço pra contemplar aliados tão importantes quanto eles mas que teriam o diferencial de apoiar a reeleição de Geraldo Julio como o PP, o Solidariedade, o PMDB e o PDT, que são siglas robustas em Pernambuco e que igualmente agregarão valor à reeleição de Geraldo Julio, e até mesmo em 2018 o jogo ficará mais tranquilo para finalizar a chapa do PSB de reeleição do governador Paulo Câmara. Na prática o PSB se antecipou aos fatos e evitou maiores problemas com partidos que nunca foram efetivamente aliados do PSB e que inexoravelmente iriam cobrar espaços ainda maiores para continuar apoiando o projeto hegemônico na capital e no estado.

Por fim o assessor aposta que a eleição, como dizia Eduardo Campos, ainda não está na pauta do povo, e no momento em que a campanha começar o eleitor recifense identificará os grandes feitos de Geraldo Julio, que não são poucos. E quem estiver junto de Geraldo neste momento, após a eleição terá direito a cocada e água gelada após a vitória da Frente Popular no dia 2 de outubro, como costumava falar o líder socialista Eduardo Campos.

Resposta – O agora deputado federal Danilo Cabral, ex-secretário de Planejamento e Gestão do governador Paulo Câmara, rebateu as críticas do senador Armando Monteiro sobre o governo Paulo Câmara, que de acordo com o petebista estava deixando o Pacto Pela Vida se esfacelar. Danilo disse que Armando não fez nada por Pernambuco no período em que foi ministro, e que o cargo serviu apenas de título honorífico para o petebista.

Revanche – Caso o senador Armando Monteiro decida mesmo enfrentar o governador Paulo Câmara em 2018, o PSB repetirá o mote de 2014, que afirmava que o petebista só sabia quebrar empresas, porém com o agravante de que como ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio ele teria ajudado Dilma Rousseff a quebrar o Brasil.

Chapa – Com a Frente Popular reformulada, há quem defenda dentro do PSB que Jarbas Vasconcelos e Eduardo da Fonte possam disputar o Senado na chapa encabeçada pelo governador Paulo Câmara. O vice-governador Raul Henry iria para a Câmara Federal e Sebastião Oliveira seria o nome para ocupar o cargo de vice. Com isso PSB, PMDB, PP e PR, os maiores partidos da Frente Popular, estariam contemplados na chapa majoritária.

Partidos – A despeito das discussões sobre siglas nanicas sairem da Frente Popular, o governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Julio escalaram articuladores políticos para conversar com os representantes dos pequenos partidos com o objetivo de descobrir as suas demandas e tentar resolver na medida do possível de acordo com o tamanho político e eleitoral de cada sigla.

RÁPIDAS

Caravana – A Caravana É o Bicho, organizada pela ativista da causa animal Claucione Lemos, tem sido um sucesso absoluto em Jaboatão dos Guararapes. Ela tem ido a vários bairros do município levando palestras, vacinação e cuidados higiênicos com cães e gatos e tem caído no gosto da população do município.

Força-tarefa – O prefeito Geraldo Julio utilizará o mês de junho para realizar as entregas da sua gestão e convidará sua comitiva a fim de demonstrar a forte presença da gestão nos bairros da cidade. Geraldo afirmou aos interlocutores que agora mais do que nunca é preciso pegar no serviço para mostrar cada vez mais os feitos da gestão e ampliar os índices de aprovação do prefeito, que já são bons.

Inocente quer saber – O governo Michel Temer está indo no caminho certo?

Arquivado em: Coluna diária, destaque, Pernambuco, Política, Recife

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 27 de maio de 2016

Coluna do blog desta sexta-feira

O sistema está podre 

Os brasileiros seguem estarrecidos com os áudios divulgados de conversas entre o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado e figurões da nossa república como o senador Romero Jucá, o presidente do Senado Renan Calheiros e o ex-presidente da República José Sarney. Nas conversas uma série de revelações do subterrâneo da nossa política, que todos sabem que existe mas que mesmo assim se chocam com tamanha falta de valores republicanos.

De todos os males da nossa política o maior deles é o atual sistema partidário do país e o respectivo financiamento dos partidos e das campanhas eleitorais. É inaceitável por exemplo que tenhamos quase quarenta agremiações partidárias, que não têm qualquer ideologia, como recém-criado Partido Nacional Corinthiano, que existem as custas de dinheiro público, seja do fundo partidário que é milionário, ou até mesmo da propaganda eleitoral gratuita, que de gratuita tem apenas o nome.

Esses partidos se juntam para lançar um candidato a presidente, governador ou prefeito, mas sem qualquer responsabilidade ideológica. Eles se juntam para garantir o maior tempo de televisão ao candidato que garantir melhores condições financeiras ou lotear com os partidos uma eventual administração pública. Configurando-se numa verdadeira aberração, quando temos em coligações partidárias a união por exemplo de PCdoB e DEM, partidos sabidamente antagônicos.

Parte significativa da culpa dessa situação do país é do próprio eleitor brasileiro, que não se informa e vende seu voto por uma pequena quantia de dinheiro ou por troca de favores. O eleitor não sabe a atribuição de um vereador, um deputado estadual, um deputado federal, um senador, um prefeito, um governador e até mesmo um presidente.

O sistema eleitoral é complexo, fazendo com que o eleitor também não entenda como vota num candidato e ajuda a eleger outro. É preciso modificar a cultura da falta de informação com divulgação eficiente das atribuições de cada cargo e principalmente como é feito o sistema eleitoral brasileiro de forma didática e acessível a qualquer pessoa.

Esse cenário está longe de ser modificado. O Congresso Nacional a cada ano que passa se mostra pior e menos representativo. Há uma distância abissal entre representantes e representados cujo resultado é visto nestas práticas nada republicanas. Do jeito que vai fica cada dia mais complicado não querer desistir do Brasil, porque o sistema está podre, do legislativo ao judiciário, passando pela nossa própria sociedade.

Indefinido – O PEN, que é comandado no Recife pelo vereador Davi Muniz, ainda não decidiu qual será o seu destino na disputa municipal. Seguirá conversando com todos os pré-candidatos a prefeito para chegar a uma definição em junho. O partido tem 57 pré-candidatos a vereador do Recife e espera emplacar quatro parlamentares para a Casa José Mariano.

Escola – O governador Paulo Câmara entrega hoje em São Lourenço da Mata uma Escola Técnica Estadual que se chamará Eduardo Campos. O empreendimento, que custou R$ 8,7 milhões, beneficiará 1.300 estudantes nas modalidades integrado, subsequente e à distância. O evento também contará com a presença do prefeito Gino Albanez, do deputado Vinicius Labanca e do presidente da Arpe Ettore Labanca, ex-prefeito do município.

Delação – Na sua delação premiada o ex-deputado Pedro Corrêa afirmou que o ex-presidente Lula gerenciou pessoalmente o esquema de corrupção na Petrobras desde a indicação de corruptos para  diretorias da estatal até a divisão do dinheiro desviado da Petrobras entre partidos e políticos. Segundo o ex-deputado, Lula chegou a dizer que o orçamento era muito grande e a diretoria era capaz de atender a todo mundo.

Saída – O ex-deputado Paulo Rubem Santiago, que foi candidato a vice-governador na chapa de Armando Monteiro e até recentemente estava presidindo a Fundação Joaquim Nabuco, decidiu se desfiliar do PDT. Seu caminho poderá ser a Raiz, partido que está sendo articulado pela deputada Luiza Erundina, atualmente filíada ao PSOL.

RÁPIDAS

PSDB – A chapa do PSDB para vereador na disputa do Recife, que terá como candidato a prefeito o deputado federal Daniel Coelho espera eleger quatro vereadores para a Casa José Mariano. Além de André Régis, que buscará à reeleição, o partido terá nomes fortes como Terezinha Nunes, Thiago Dias e Haroldo Duarte para a disputa.

Apoio – Por total desinteresse de João Paulo em disputar a prefeitura do Recife, o deputado Sílvio Costa Filho poderá receber o apoio do PT para a eleição. Com isso Silvio terá uma coligação formada por PRB, PTB, PT e PTdoB, garantindo-lhe um tempo significativo para a disputa.

Inocente quer saber – O que falta para o juiz Sergio Moro mandar Lula para Curitiba?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 26 de maio de 2016

Coluna do blog desta quinta-feira

Geraldo Julio terá reeleição dificílima

Prestes a entrar no último mês do primeiro semestre, lembro que falei aqui neste espaço que o primeiro semestre definiria a viabilidade de Geraldo Julio. Fazendo uma gestão com alguns acertos e entregas importantes, como Compaz, Upinhas, Via Mangue e Hospital da Mulher, o cenário para o prefeito era pra ser voando em céu de brigadeiro. Porém, as pesquisas internas tanto do PSB quanto de partidos da oposição apontam uma situação dificilima para o gestor.

Geraldo não conseguiu criar uma identidade com o eleitor, o que traz sérios desdobramentos para a disputa. Além disso o cenário político do impeachment de Dilma Rousseff influenciou diretamente na disputa pela prefeitura do Recife, pois o DEM de Priscila Krause e o PSDB de Daniel Coelho assumiram ministérios importantes e praticamente consolidaram as candidaturas deles a prefeitura após a ruptura do PSB com esses partidos.

Como se não bastasse, uma série de partidos menores estão dispostos a não ficar alinhados com o PSB nas disputas municipais, e em Recife não seria diferente. Já há um movimento silencioso de migrar para projetos distintos do prefeito do Recife. Isso fortalece a tese de segundo turno, que hoje é praticamente fato consumado de acordo com as sondagens internas dos partidos. E naturalmente todos aqueles candidatos que ficarem de fora da segunda etapa apoiarão o adversário de Geraldo.

O prefeito não conseguiu fazer as suas boas ações serem identificadas pelo eleitor. Não conseguiu também se mostrar um sucessor a altura de Eduardo Campos como por muitas vezes tentou. Um indicativo claro de que Geraldo não conseguiu foi a tentativa sem sucesso de tirar Daniel Coelho e Priscila Krause da disputa. Se conseguisse, estaria com a reeleição sacramentada, como não conseguiu acabou demonstrando uma certa fraqueza na liderança política que ele buscava construir.

Pelos próximos dias novas baixas poderão ocorrer, o que coloca em risco a hegemonia do PSB em Pernambuco, construída com maestria pelo ex-governador Eduardo Campos. Não há nada perdido para o prefeito, pois em eleição pode acontecer tudo inclusive nada. Mas uma coisa está cristalina: a estratégia precisa ser revista urgentemente.

Fazenda – O governador Paulo Câmara indicou Marcio Stefanni para a secretaria de Planejamento e Gestão substituindo Danilo Cabral que voltou para a Câmara dos Deputados. Stefanni estava na Fazenda e agora seu substituto será o economista Marcelo Barros, que estava na Perpart e foi secretário de Finanças da prefeitura do Recife na gestão de João da Costa. Sem dúvidas foi uma excelente escolha do governador a nomeação de Marcelo.

Vice – O prefeito Geraldo Julio parece que foi convencido de não trocar o vice-prefeito Luciano Siqueira da chapa. Não que Luciano seja insubstituível ou que o PCdoB seja grande coisa, mas se deu conta que a mudança poderia gerar uma disputa interna que pudesse causar maiores problemas para o socialista dentro da Frente Popular.

Gol contra – O ministro da Educação Mendonça Filho cometeu um erro estratégico ao convidar o ator Alexandre Frota para uma reunião em seu gabinete. Frota é uma figura bastante polêmica que tem vários questionamentos da sociedade quanto aos seus posicionamentos pessoais. Mendonça poderia ter evitado a reunião que em nada acrescentou a sua pasta.

Avaliador – O Tribunal de Justiça de Pernambuco possui apenas um profissional para fazer a avaliação dos imóveis envolvidos em questões judiciais em todo o estado. Num inventário que tramita há mais de vinte anos na Quarta Vara de Sucessões da Capital, existem três imóveis a serem avaliados desde dezembro do ano passado e ainda não foi realizado por falta de pessoal.

RÁPIDAS

Complicados – Depois de Romero Jucá, o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado implicou o presidente do Senado Renan Calheiros e o ex-presidente da República José Sarney com áudios gravados em conversas de Sérgio com eles que deixam Sarney e Renan em situação complicada, bem como outros nomes citados nos diálogos.

Bom começo – O presidente Michel Temer conseguiu aprovar no Congresso Nacional a revisão da meta fiscal com certa tranquilidade. Isso faz com que haja um ânimo do Planalto em agilizar o impeachment de Dilma Rousseff e garantir as ações necessárias para tirar o Brasil do atoleiro que o PT colocou.

Inocente quer saber – Depois de Renan Calheiros, José Sarney e Romero Jucá, Sergio Machado vai complicar mais alguém?

Arquivado em: Coluna diária, destaque, Política, Recife

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 25 de maio de 2016

Coluna do blog desta quarta-feira

Uma decisão que significa retrocesso 

Todo o meio político pernambucano foi pego de surpresa na última segunda-feira com uma multa para a deputada estadual Priscila Krause por ter impulsionado no Facebook um vídeo de inserção partidária que discute os temas da política e consequentemente enaltece o seu partido, o Democratas, e a figura da parlamentar.

Tal medida configura um grande retrocesso, pois considerar propaganda irregular a profusão de ideias numa rede social utilizando de um impulsionamento cujo valor é acessível a quase todos os pré-candidatos a prefeito e a vereador, significa cercear a liberdade de expressão que é permitida a qualquer cidadão.

Para se ter uma ideia, com apenas R$ 10,00 uma empresa ou político consegue atingir cerca de quatro a cinco mil pessoas e que o internauta tem o livre arbítrio para olhar ou não determinada postagem. Afirmar que fere a isonomia econômica dos pré-candidatos, como foi dito na decisão do juiz, Dr. Clicério Bezerra, é de uma falta de sintonia com a realidade absurda.

Por exemplo, o que custa mais caro? Impulsionar uma postagem numa rede social ou espalhar outdoors por toda a cidade com a foto de um pré-candidato e com seu nome para fortalecer seu projeto? Óbvio que a segunda alternativa está completamente distante da maioria dos postulantes à uma cadeira na Câmara Municipal ou ao cargo de prefeito.

A decisão serve para que se discuta a internet nas redes sociais. Quase todas as empresas estão migrando para a divulgação na web por ser mais barato e muito mais eficiente que a propaganda nas mídias tradicionais. Seria diferente com a política? Isso é absolutamente legítimo e faz parte do processo democrático que o candidato possa se aproximar do eleitor, que assim como o cliente de uma empresa precisa ser conquistado através da propaganda, o eleitor poderá “consumir” as ideias dos políticos para fazer o seu juízo de valor e tomar a sua decisão com o máximo de segurança possivel.

A legislação eleitoral para a web ainda é algo muito incipiente e precisa que seja discutida. Não podemos esperar do nosso judiciário que ele seja um inibidor da aproximação eleitor/candidato. Seria muito pertinente que o magistrado revisse sua posição sob pena de inviabilizar a discussão legitima, democrática e saudável da política nas redes sociais. É absolutamente condenável a utilização desses mecanismos para disseminar mentiras, atacar reputações, etc, mas apresentar idéias, tal como fez Priscila e muitos outros políticos é extremamente salutar. Proibir esse tipo de mecanismo na fase pré-eleitoral é engessar a discussão e beneficiar as velhas estruturas de poder que buscam diariamente se perpetuar nele. O mundo mudou e a política precisa seguir essa mudança, toda e qualquer chance de discutir ideias é bem-vinda no intuito de fortalecer cada vez mais a nossa democracia.

Verba – Em reunião com o ministro do Turismo Leonardo Picciani em Brasília, o secretário Felipe Carreras garantiu R$ 4 milhões para a requalificação do Centro Esportivo Santos Dumont em Boa Viagem, cuja reforma está orçada em R$ 20 milhões e tem previsão de quase dois anos para a conclusão da obra.

Hub – O hub da Latam que estava meio moribundo ganhou força com a chegada de Raul Jungmann ao ministério da Defesa, que é responsável pela doação do terreno de propriedade da Força Aérea Brasileira em torno do aeroporto dos Guararapes. Jungmann esteve reunido ontem com o governador Paulo Câmara e parece que as coisas voltarão a clarear. Pernambuco disputa com Ceará e Rio Grande do Norte pela vinda do empreendimento.

CPI – O deputado Alberto Fraga (DEM/DF) estará protocolando o requerimento de criação da CPI da Lei Rouanet, que tem 202 assinaturas. Eram necessárias apenas 171. A Comissão Parlamentar de Inquérito, se instaurada, poderá abrir a caixa preta dos financiamentos de eventos culturais nos governos do PT, que são pra lá de questionáveis.

Fernando Monteiro – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Máfia do Futebol, ouviu ontem o jornalista Jamil Chade, em audiência pública solicitada pelo relator da comissão, deputado Fernando Monteiro (PP). Correspondente na Europa do jornal O Estado de S. Paulo, com 15 anos de cobertura da Fifa, Jamil Chade teve acesso aos documentos da investigação do FIB. Há um ano, dirigentes e empresários ligados a Fifa foram presos na Suíça. Segundo as investigações, cartolas do futebol movimentaram 150 milhões de dólares em propina e suborno.

RÁPIDAS

Medida – O presidente Michel Temer decidiu antecipar a devolução de R$ 100 bilhões pelo BNDES dos empréstimos feitos ao Tesouro em três parcelas. O valor servirá para abater parte da dívida pública do país. Esta medida economizará R$ 7 bilhões por ano ao tesouro.

Fundo e gastos – Além da devolução dos recursos do BNDES, Temer utilizará os R$ 2 bilhões do Fundo Soberano para pagar a dívida pública, e também estabelecerá um teto para os gastos públicos, cujo gasto primário saltos de 14% do PIB em 1997 para 19% em 2015.

Inocente quer saber – Qual será o próximo ministro de Michel Temer a cair?

Arquivado em: Coluna diária, destaque, Pernambuco, Política, Recife

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 24 de maio de 2016

Coluna do blog desta terça-feira

Jucá foi o maior pecado de Temer 

O presidente Michel Temer, como todo e qualquer político, comete equívocos. Em apenas dez dias do seu governo já conseguiu se envolver em algumas confusões, como por exemplo a falta de mulheres no primeiro escalão do seu governo, caracterizando um tom machista a sua equipe, o que não necessariamente foi um equívoco, mas que acabou dando pano pra manga da agora oposição capitaneada pelo PT descer a lenha em seu governo.

Igualmente na formação do ministério, Temer decidiu fundir a Cultura ao Ministério da Educação, o que vale salientar, não era nenhuma novidade, pois até o governo Sarney em 1985 a pasta era uma só. Como foram reduzidas várias pastas – de 32 para 23 – era natural que uma ou outra crítica pudesse surgir, mas igualmente não configuraria um equívoco. A crítica do PT e de segmentos beneficiados pela Lei Rouanet fez com que Temer voltasse atrás e decidisse recriar o MinC, numa clara demonstração de fraqueza do seu governo, pois as críticas petistas jamais cessarão e nada do que Temer venha a fazer será reconhecido pelos opositores, que realizam a oposição pela oposição, sem qualquer compromisso com a verdade e muito menos com o país.

Porém o maior pecado de Temer não foi o fato de não convocar mulheres, fundir e depois recriar o MinC. Um pecado mortal foi entregar o ministério do Planejamento a um político sabidamente encrencado com a Justiça. Romero Jucá é um dos mais influentes senadores do Brasil, porém tem um imenso telhado de vidro. Foi no mínimo ingenuidade acreditar que ele sairia ileso de qualquer denúncia.

O cerne da questão é que Temer não poderia, em hipótese alguma, correr o risco de ter seu governo contaminado por qualquer denúncia, seja de corrupção ou seja de obstrução à Justiça como ocorreu com Jucá. Não vale a pena vender a alma ao Diabo para se manter no poder, porque uma hora a fatura chega e fica difícil de pagar. O áudio de Jucá, que aponta ele tentando sabotar a Lava-Jato, é um tiro no coração de um governo que carece de respaldo social e popular. Convocar Jucá foi o maior pecado de Michel Temer, que deu margem significativa para que sejam colocadas em xeque as suas intenções de fazer um governo de salvação nacional.

Se Temer não se der conta da sua responsabilidade neste momento histórico, corre sério risco de ter um fim igual ao de Dilma Rousseff e de Collor. Afinal de contas, ele vai querer qual lugar na história? Um Itamar Franco melhorado ou um Café Filho piorado?

Meta – O presidente Michel Temer foi pessoalmente ao Congresso Nacional entregar a proposta de revisão da meta fiscal ao presidente do Senado Renan Calheiros. A nova meta prevê um déficit de R$ 170,5 bilhões e deverá ser votada hoje pelo Congresso, sob pena de paralisar serviços essenciais do país por absoluto engessamento do orçamento apresentado por Dilma que previa um superávit de R$ 24 bilhões.

Obstrução – Demonstrando que não há qualquer compromisso com o Brasil e sim com o PT, o senador Humberto Costa decidiu fazer obstrução na sessão de hoje que votará a revisão da meta fiscal. Tal decisão aponta que não há qualquer ressentimento ou culpa do governo anterior pela situação que colocaram o país. Humberto sabe que é um cadáver político, mas poderia ter um fim mais digno se mostrando um senador acima das questiúnculas políticas e em defesa do bem do país.

Desânimo – Ciente do desgaste do PT, o ex-deputado João Paulo não está nem um pouco animado com a hipótese de disputar a prefeitura do Recife pela quarta vez. João Paulo poderá sair infinitamente menor da eleição, pois seria a sua terceira derrota majoritária em apenas quatro anos. João Paulo trabalha com o cenário de ser candidato a vereador, pois passaria a ter uma estrutura de gabinete para tentar voltar ao mandato de deputado federal em 2018.

Anderson Ferreira – Pré-candidato a prefeito de Jaboatão dos Guararapes pelo PR, o deputado federal Anderson Ferreira não estaria nem um pouco interessado no apoio formal do Palácio do Campo das Princesas à sua postulação. Anderson teria avaliado internamente que o apoio do governador Paulo Câmara poderia lhe tirar votos em vez de ajudar.

RÁPIDAS

Sozinho – Um interlocutor de Anderson Ferreira afirmou que os mandatos obtidos pelos Ferreira na política não dependem em hipótese alguma das grandes estruturas de poder. Sendo o quinto federal mais votado e seu irmão André Ferreira o quarto estadual, Anderson não deve nada ao PSB e muito menos ao governador Paulo Câmara.

Secretaria – O deputado federal Eduardo da Fonte não quer apenas o Porto do Recife para o PP. Dudu espera ter uma secretaria no governo Paulo Câmara, pois o seu partido tem dois deputados federais e cinco deputados estaduais, sendo a segunda maior bancada da Alepe, perdendo apenas para o partido do governador, o PSB.

Inocente quer saber – O nível das eleições municipais deste ano já começou a baixar?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

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Edmar Lyra

Jornalista político, foi colunista do Diário de Pernambuco e da Folha de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco e CEO do instituto DataTrends Pesquisas. DRT 4571-PE.

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