Blog Edmar Lyra

O blog da política de Pernambuco

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Postado por Redação às 15:50 pm do dia 5 de outubro de 2020 Deixe um comentário

Em Ipojuca, Jarbas Vasconcelos declara aliança com Carlos Santana

Em vídeo divulgado nas redes sociais do candidato a prefeito de Ipojuca Carlos Santana (PSB) o senador Jarbas Vasconcelos (MDB) declarou apoio ao socialista. Em seu depoimento, o ex-governador afirmou que garantirá, ao lado de Santana, os recursos para assegurar obras e projetos para o município.

“Ipojuca é uma cidade de grande potencial. Merece qualificação, emprego, renda e futuro. Carlos Santana é um gestor experiente, que mostrou que sabe trabalhar em favor do povo. Estarei ao seu lado no Senado federal. Iremos buscar apoio e recursos necessários para as grandes obras que a cidade precisa”, declarou o senador.

Confira o vídeo na íntegra: 

https://www.edmarlyra.com/wp-content/uploads/2020/10/WhatsApp-Video-2020-10-02-at-14.05.40.mp4

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Postado por Redação às 13:00 pm do dia 22 de setembro de 2020 Deixe um comentário

Coronel Alberto Feitosa e Fred Ferreira usam bicicleta no Dia Mundial sem Carro e criticam dificuldades que ciclistas encontram na cidade

 

Foto: Divulgação

No dia em que o mundo celebra o Dia Mundial sem Carro, o Coronel Alberto Feitosa (PSC), que concorre à Prefeitura do Recife, e o vereador Fred Ferreira (PSC), que vai tentar renovar o seu mandato e tem entre as suas bandeiras a defesa dos ciclistas, pedalaram pela Avenida Mascarenhas de Morais, na Imbiribeira, para mostrar as dificuldades que as pessoas que utilizam a bicicleta como meio de transporte encontram no dia a dia. Uma das principais vias da cidade sem ciclovia e ciclofaixa. “É um absurdo que o ciclista não tenha vez na sua cidade, que encontre tantos problemas, principalmente a falta de segurança para se locomover”, afirmou Feitosa.

Hoje, com o aumento do número de aplicativos de entrega que utilizam ciclistas como colaboradores, a bicicleta se tornou um dos principais meio de trabalho. Entre as propostas do Coronel Alberto Feitosa para a mobilidade da cidade, está a ampliação das ciclofaixas para o turismo e de ciclovias para o transporte diário. “Além da ampliação, é necessário que estas ciclovias e ciclofaixas tenham começo, meio e fim. Elas serão feitas nos principais corredores do Recife, como Caxangá e Abdias de Carvalho, mas também nos bairros”, disse. O vereador Fred Ferreira afirmou que o “canteiro central das Mascarenhas de Morais poderia ser utilizado para criar uma grande ciclovia para os trabalhadores”.

O Coronel também defende o aumento do número de pontos de bicicletas de aluguel e pontua a importância de uma campanha educativa voltada para motoristas e ciclistas. “Faremos uma campanha educativa para motoristas e ciclistas, buscando o respeito, a utilização correta das vias para cada meio de transporte e a redução no número de acidentes com aqueles que utilizam a bicicleta. Ciclistas estamos juntos!”, conclui.

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Postado por Redação às 16:30 pm do dia 21 de setembro de 2020 1 comentário

João Campos condena ato de vandalismo em estátua de Ariano Suassuna

Foto: Divulgação

O deputado federal e candidato da Frente Popular à Prefeitura do Recife, João Campos (PSB), utilizou as redes sociais para se manifestar sobre a depredação sofrida pela estátua do escritor Ariano Suassuna, na Rua da Aurora. A imagem foi alvo de um ato de vandalismo, o que gerou indignação por grande parte da população. João condenou o ato de tamanho intolerância, reforçando que a atitude não combina com a história de vida do escritor.

“Cresci convivendo com Ariano e a cada dia o admirei mais. Não apenas pela sua obra, mas pela pessoa, que nos ensinou tanto. Mais do que uma figura exemplar, mais do que um artista genial e pensador, Ariano também foi um ativista. Um guerreiro de causas culturais e políticas. Não é apenas como representante da Frente Popular que estou triste e indignado com o ato de vandalismo praticado hoje. Mas na condição de cidadão recifense”, comentou.

João falou que não deve haver espaço para a intolerância. “A intolerância não pode prevalecer no Recife, no país, em lugar nenhum. A injustiça dói, como cantava Ariano. Mas vamos seguir na sua luta, por humanidade e respeito, porque ‘nós somos madeira de lei que cupim não rói'”, acrescentou.

Arquivado em: Personalidades de Pernambuco, Política, Sem categoria Marcados com as tags: Ariano Suassuna, joão campos, Recife, Vandalismo

Postado por Redação às 20:35 pm do dia 15 de setembro de 2020 Deixe um comentário

Marília Arraes oficializa candidatura à Prefeitura do Recife pelo PT

Foto: Ricardo Labastier/ Divulgação

A deputada federal Marília Arraes terá o seu nome oficializado como a candidata do PT à Prefeitura do Recife nesta quarta-feira (16), a partir das 10h, durante a convenção oficial do partido. Além do PT, a coligação Recife Cidade Inteligente será formada pelo PSOL, PTC e PMB.

O evento irá respeitar todos os protocolos de segurança contra a Covid-19 e será transmitido nas redes sociais da parlamentar e na página oficial do PT no Facebook. O discurso de Marília está previsto para acontecer às 13h.

A convenção também irá apresentar à população do Recife todos os pré-candidatos a vereador dos partidos que apoiam Marília. “O evento será muito importante nesta caminhada rumo à Prefeitura do Recife. Será um momento de reafirmação do compromisso que temos com uma cidade mais justa e inclusiva”, afirma Marília.

Desde o começo do ano, o Recife Cidade Inteligente, projeto lançado por Marília para debater a cidade com a participação dos recifenses, já recebeu milhares de contribuições e ideias nas áreas de Saúde, Educação, Mobilidade, Cultura, Esporte e Lazer e Combate às Desigualdades. As ideias serão a base do Programa de Governo que Marília Arraes vai apresentar à população.

“Os recifenses precisavam se sentir incluídos na construção de um projeto que pensa uma cidade menos desigual. Aproveito para agradecer a todos que estão nos ajudando a fazer essa construção”, destaca.

Sobre Marília – Marília Arraes é recifense, mãe de Maria Isabel, foi vereadora do Recife por três mandatos e é a única mulher deputada federal por Pernambuco na atual Legislatura da Câmara dos Deputados. Estas são algumas das informações que Marília coloca sempre em primeiro lugar ao se apresentar. Pernambucana que carrega desde a origem o reconhecido temperamento aguerrido do povo nordestino, Marília foi escolhida pelo PT para apresentar ao Recife um projeto de futuro e defender o legado de tantos avanços que o partido já proporcionou à capital pernambucana.

Convenção Marília Arraes

Data: 16/09/2020
Hora: a partir das 10h

Links da transmissão:
Facebook: https://bit.ly/2YXU2FO
YouTube: https://bit.ly/2FkugEv

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Postado por Edmar Lyra às 10:48 am do dia 26 de junho de 2020 Deixe um comentário

O gaúcho Cordeiro de Farias

Nascido em 1901 na cidade de Jaraguão no Rio Grande do Sul, Osvaldo Cordeiro de Farias iniciou seus estudos em escolas militares até que em 1919 tornou-se oficial do exército. Ligado ao tenentismo, Cordeiro de Farias atuou na Coluna Prestes, movimento que fazia contraponto à república velha, do chamado café com leite que alternava os presidentes da República entre políticos de São Paulo e Minas Gerais.

Cordeiro de Farias também participou da Revolução Liberal de 1930 que depôs o presidente eleito Washington Luís e impediu a posse do presidente eleito Julio Prestes. Em 1938 assumiu como interventor do Rio Grande do Sul, ficando no cargo até 1943. Em 1945, após ter atuado na Força Expedicionária Brasileira na Itália, teve seu nome ventilado para a presidência da República, fato que não se concretizou. Depois foi nomeado comandante da Escola Superior de Guerra.

Em 1952, Cordeiro de Farias assumiu o comando da Zona Militar Norte, sediada no Recife, onde começou a criar um laço muito forte com Pernambuco, o que lhe levou a disputar o governo estadual em 1954, enfrentando o usineiro João Cleofas. Candidato pelo PSD, Cordeiro de Farias acabou eleito governador de Pernambuco e no exercício do mandato realizou uma série de ações voltadas para o desenvolvimento do interior de Pernambuco como a construção de estradas, a criação de açudes, incentivou a agricultura de subsistência e ampliou a oferta do mercado de trabalho.

Um mês antes do término do seu mandato como governador de Pernambuco em 1958, Cordeiro de Farias renunciou ao cargo para assumir a presidência da Comissão Mista Brasil/Estados Unidos em Washington, que visava aperfeiçoar o acordo militar entre os dois países, sendo substituído pelo vice-governador Otávio Correia de Araújo.

Já em 1961 volta ao Brasil e assume o posto de chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA) pelo presidente recém-empossado Jânio Quadros. Com a renúncia de Jânio, criou-se o impasse para a ascensão do vice-presidente João Goulart, que precisava de uma emenda constitucional para que não houvesse a necessidade de convocação de eleições. Cordeiro, assim como a maioria dos oficiais, não se opôs a posse de Goulart, sobretudo após a emenda constitucional que aprovou a ascensão do vice-presidente.

Apesar de ter apoiado Goulart, Cordeiro de Farias não teve função alguma no governo recém-empossado, sobretudo com a anulação da sua nomeação para o comando do III Exército no Rio Grande do Sul, e passou a atuar fortemente na conspiração que tomou o mandato de Jango e possibilitou a ascensão dos militares em 1964.

Cordeiro de Farias foi convidado para assumir diversas funções diplomáticas no exterior, tendo declinado de todas elas, até que assumiu o que viria a se tornar o Ministério do Interior. Cordeiro teve seu nome novamente lembrado para presidência da República, desta vez na sucessão de Castelo Branco, porém novamente não logrou êxito.

Em 1965, Cordeiro foi promovido a marechal e entrou para a reserva. Com a negativa de candidatura a sucessão de Castelo Branco, Cordeiro retirou sua candidatura, abrindo caminho para Costa e Silva. Em 1966 decidiu então abandonar a vida pública. Logo em seguida, Cordeiro foi convidado para integrar o grupo empresarial João Santos como diretor executivo, a quem tinha conhecido quando governador de Pernambuco e que era um dos principais produtores de cimento e celulose do Brasil.

A ida para a iniciativa privada não o afastou completamente da política, pois por diversas vezes chegou a defender o processo de abertura do país. Em 1981, no Rio de Janeiro, veio a óbito aos 79 anos de idade no dia 17 de fevereiro.

Seja como interventor do Rio Grande do Sul, como governador de Pernambuco, como ministro ou como marechal, Cordeiro de Farias escreveu importantes páginas na história política do Rio Grande do Sul, de Pernambuco e do Brasil.

Arquivado em: Personalidades de Pernambuco Marcados com as tags: Cordeiro de Farias, Getúlio Vargas, Jânio Quadros, João Goulart

Postado por Edmar Lyra às 11:14 am do dia 25 de junho de 2020 Deixe um comentário

O mito Miguel Arraes

Nascido em 1916 na cidade de Araripe, no Ceará, Miguel Arraes de Alencar vem de uma família tradicional cearense, tendo como parentes José de Alencar, escritor, e Humberto de Alencar Castelo Branco, que foi presidente da República durante o regime militar. Seu pai era comerciante na sua cidade.

Miguel Arraes fez seu curso primário no Crato, e após concluir seus estudos, mudou-se para o Rio de Janeiro para cursar Direito e morar na residência de um tio materno. Diante das dificuldades financeiras de se manter na então capital federal, Arraes mudou-se para Recife, onde conseguiu um emprego no Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) e prosseguiu seu curso de Direito na Faculdade de Direito do Recife, concluindo em 1937.

Destacando-se no IAA, Arraes ascendeu de cargo, tornando-se delegado em 1943, antes participou da elaboração do Estatuto da Lavoura Canavieira, que foi transformado em Lei em 1941. Com a chegada de Alexandre Barbosa Lima Sobrinho ao governo de Pernambuco, tornou-se secretário da Fazenda em 1947, ficando no posto até 1950, quando tentou seu primeiro mandato como deputado estadual, ficando apenas na primeira suplência pelo PSD.

Quatro anos mais tarde, Arraes tenta, desta vez pelo PST, o mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco, sagrando-se vitorioso. No pleito apoiou a candidatura de João Cleofas de Oliveira, que acabou derrotado por Osvaldo Cordeiro de Farias. Já no mandato, Arraes tornou-se um dos principais opositores do governador e atuou na articulação da Frente do Recife para apoiar a candidatura de Pelópidas da Silveira em 1955, que acabou vitorioso.

Nas eleições de 1958, Arraes apoiou Cid Sampaio, que sagrou-se vitorioso, enquanto o próprio Arraes não se reelegeu para a Assembleia Legislativa de Pernambuco. Com a chegada de Cid ao governo, Arraes tornou-se secretário da Fazenda e começou a ter seu nome ventilado para disputar a prefeitura do Recife em 1959.

Oficializado como candidato de uma frente política, Arraes acaba vitorioso, conseguindo seu primeiro cargo majoritário, assumindo em 15 de novembro daquele ano. Já no cargo, Arraes iniciou uma série de medidas, como a ampliação do sistema de abastecimento de água e de energia elétrica, bem como a urbanização do bairro de Boa Viagem, pavimentou e iluminou diversas ruas na cidade e instalou uma rede de ônibus elétricos.

Em 1960, Arraes e Cid Sampaio divergiram sobre o pleito presidencial, uma vez que o primeiro apoiou Henrique Teixeira Lott, enquanto Cid optou por Jânio Quadros, que acabou vitorioso. Com a renúncia de Jânio em 1961, Arraes defendeu a posse de João Goulart, que necessitava de uma emenda constitucional para ascender ao cargo.

Ainda em 1961, Arraes se fortaleceu para suceder Cid Sampaio, e com o apoio da Frente do Recife, disputou o governo de Pernambuco tendo Paulo Guerra como vice. Arraes transmitiu o cargo para o vice-prefeito Arthur de Lima Cavalcanti e enfrentou João Cleofas e Armando Monteiro Filho, sagrando-se vitorioso.

Assumindo o governo de Pernambuco em 1963, Miguel Arraes ganhou grande destaque, chegando a ofuscar o então presidente João Goulart, a liderança nacional que Arraes vinha conquistando ameaçava líderes trabalhistas como o próprio Goulart e o então deputado Leonel Brizola.

Em 1964, com a grave crise institucional de João Goulart, o Brasil teve em 31 de março de 1964 a deposição do presidente e instauração do regime militar. Arraes, no mês seguinte, também teve seu mandato cassado pelo regime no dia 10. No dia 15 de abril, Castelo Branco assumiu a presidência da República, enquanto Arraes foi removido para a fortaleza de Santa Cruz, no estado da Guanabara.

Posto em liberdade em 21 de abril de 1965, Arraes foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional em 20 de maio do mesmo ano, até que em 25 do mesmo mês exilou-se na embaixada da Argélia, viajando para aquele país em junho. Arraes ficou em Argel até 1979, quando em 15 de setembro voltou ao Brasil em definitivo.

Nas eleições de 1982, já filiado ao PMDB, disputou um mandato de deputado federal, elegendo-se com a maior votação já registrada naquela época. Em 1984 votou a favor da emenda Dante de Oliveira que instituía a volta das eleições diretas, com a proposta derrotada, deu sustentação à candidatura de Tancredo Neves, que sagrou-se vitorioso. Com a impossibilidade de Tancredo assumir por motivos de saúde, Arraes defendeu a posse de José Sarney, pois considerava ser a única opção legítima, fato que ocorreu.

Nas eleições de 1985 para prefeito do Recife, Arraes era vice-presidente nacional do PMDB, e defendia a candidatura de Jarbas Vasconcelos a prefeito, porém a Aliança Democrática entre PMDB e PFL que deu sustentação a Tancredo foi reproduzida no Recife, e então Arraes apoiou a candidatura de Jarbas Vasconcelos pelo PSB, que acabou vitorioso derrotando Sérgio Murilo.

Em 1986 decidiu ser candidato a governador pelo PMDB, tendo como seu vice o então deputado federal Carlos Wilson, pela Frente Popular de Pernambuco, apoiados por PSB, PCB e o PCdoB. Enfrentou José Múcio Monteiro e teve como seus candidatos ao Senado, Antônio Farias e Mansueto de Lavor.

Com a abertura das urnas, Arraes sagrou-se vitorioso com uma diferença de meio milhão de votos sobre Múcio, levando consigo seus dois senadores e derrotando o favorito Roberto Magalhães, que tinha deixado o governo para disputar o Senado.

De volta ao Palácio do Campo das Princesas, Miguel Arraes instituiu uma série de projetos sociais como a eletrificação rural, o programa Chapéu de Palha, Vaca na corda e água na roça, que lhe garantiram enorme popularidade perante a população.

Nas eleições de 1989, Arraes atuou para que o PMDB não lançasse candidatura própria e apoiasse um projeto de centro-esquerda para o país, inclusive defendeu a retirada da candidatura de Ulysses Guimarães. Junto com diversos prefeitos do PMDB, Arraes rompeu com seu partido e considerou apoiar a candidatura de Leonel Brizola, desde que representasse um projeto de mudança do modelo social e econômico do país.

No segundo turno entre Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva, Arraes apoiou o segundo, que acabou derrotado. Nas eleições de 1990 teve seu nome cogitado para disputar o Senado, mas preferiu tentar a Câmara dos Deputados, rompendo com o PMDB e filiando-se ao PSB. Jarbas, que esperava o apoio de Arraes na sua chapa, acabou derrotado por Joaquim Francisco.

Com a abertura das urnas, Arraes atingiu 339.197 votos, o equivalente a 10,47% dos votos válidos do estado, sendo novamente o mais votado da história de Pernambuco, levando consigo cinco deputados federais na chapinha que formou. Em 1992, como deputado federal, votou a favor do impeachment de Fernando Collor de Mello.

Arraes tornou-se então presidente nacional do PSB em 1992, sendo reeleito para o posto em 1993 e em 1994 apoiou a candidatura de Lula a presidência da República, em Pernambuco voltou a disputar o governo, sagrando-se vitorioso derrotando Gustavo Krause, candidato do PFL.

Governando Pernambuco pela terceira vez, Miguel Arraes viu Fernando Henrique Cardoso ascender à presidência da República e a situação do seu terceiro governo não seria nada boa. Além da oposição ao governo federal, Arraes se deparou com o escândalo dos precatórios, que foi a emissão de títulos públicos para arrecadar recursos para pagamento de dívidas judiciais. Seu neto, então secretário da Fazenda, Eduardo Campos garantira que a operação era legal e Arraes alegou em sua defesa que o dinheiro obtido serviu para realizar obras em Pernambuco.

Como detinha maioria na Assembleia Legislativa de Pernambuco, Arraes barrou um pedido de CPI apresentado pelo então deputado Paulo Rubem (PT), mas apesar de não avançarem as investigações, Arraes ficou muito desgastado, tanto que cogitou-se a possibilidade de não disputar a reeleição em 1998, que havia sido permitida em 1997. Porém acabou tentando o segundo mandato.

Na disputa, o caso dos Precatórios teve forte presença, o que beneficiou Jarbas Vasconcelos, que acabou vitorioso por uma diferença de mais de um milhão de votos contra Arraes, que no plano nacional apoiou a candidatura de Lula contra Fernando Henrique, que acabou vitorioso.

Quatro anos mais tarde, tentou o mandato de deputado federal, sendo candidato junto com seu neto Eduardo Campos, e sagrou-se vitorioso como o quarto deputado mais votado. Eduardo também foi eleito com uma baixa votação.

Em 2005, Arraes que seguia presidente nacional do PSB, foi internado com suspeita de dengue, ficando por 57 dias até que veio a óbito em 13 de agosto daquele ano. Seu sepultamento no cemitério de Santo Amaro reuniu uma multidão, e trouxe diversos nomes da política nacional.

No ano seguinte, Eduardo Campos, seu neto, que havia sido ministro da Ciência e Tecnologia de Lula, sairia vitorioso ainda com o apelo da sua história como um dos maiores líderes da política pernambucana. A morte de Arraes, aos 88 anos, encerrou uma trajetória vitoriosa de um homem que se transformou num mito, e que para sempre será lembrado por Pernambuco e pelo Brasil como um dos maiores líderes da nossa história.

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Postado por Edmar Lyra às 10:08 am do dia 22 de junho de 2020 1 comentário

O Frei Caneca

Nascido em 1779, Joaquim da Silva Rabelo era filho de um tanoeiro português e ingressou no Convento Carmelita em 1795 e foi ordenado frei em 1801, passando a lecionar filosofia, retórica, poesia e geometria.

Ele passou a se chamar Joaquim do Amor Divino Rabelo, e ganhou o apelido de Caneca em homenagem ao seu pai, que fabricava barris de vinhos e também por vender canecas quando criança. O Frei Caneca tornou-se um dos principais intelectuais do Recife naquela época e teve papel fundamental na Revolução Pernambucana de 1817, atuando ao lado do Padre Roma e de outros líderes.

O contexto da Revolução Pernambucana, que também ficou conhecida como Revolta dos Padres, se deu no sentido de que havia uma insatisfação da população com os privilégios dos portugueses, incluindo monopólio e vultosas quantias auferidas com impostos.

Os líderes da revolução preparavam um levante para 4 de abril de 1817, mas o então governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro tomou conhecimento da intenção dos líderes do movimento, e mandou prendê-los. Na tentativa de prisão, o capitão José de Barros Lima, mais conhecido como Leão Coroado, matou o oficial português que tentou prendê-lo. O que antecipou o movimento para 6 de março de 1817.

Os líderes tiveram êxito na empreitada, o que culminou na deposição de Caetano Pinto de Miranda Montenegro, que fugiu para o Rio de Janeiro. O movimento reverberou em outros estados nordestinos como Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Pernambuco então tornou-se um país naquele momento, que durou 75 dias, tendo um governo provisório.

Até que Recife foi cercado pelo mar e pela terra, quando Frei Caneca e outros revoltosos foram presos e arrastados por correntes até o Porto do Recife. A coroa portuguesa fez questão de expor os prisioneiros para que todos vissem o destino de quem ousasse romper com a coroa. Ao chegar ao Porto do Recife, embarcaram no porão de um navio rumo a Salvador.

Em Pernambuco, alguns líderes da revolução como Domingos Teotônio e o Padre Miguelinho acabaram executados. O Frei Caneca, que escapou da execução, obteve o perdão da coroa quatro anos depois e voltou a Pernambuco em 1821.

Apesar da proclamação da Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, a relação com a coroa portuguesa continuava muito ruim, o que acabou mantendo outros movimentos revolucionários, como a Confederação do Equador em 1824, o que foi considerada para alguns a continuação da Revolução Pernambucana.

O Frei Caneca fundou um jornal em 1823, o Tífis Pernambucano, que tinha um caráter libertário, cuja frase ficou imortalizada: “Quem bebe da minha caneca, tem sede de liberdade”. E teve como objetivo difundir as ideias de liberdade em Pernambuco.

No dia 2 de julho de 1824, os líderes lançaram um manifesto rompendo com o Rio de Janeiro, então capital federal, para a formação de uma república, que foi a Confederação do Equador, Frei Ceneca então começou a publicar as bases para a formação de um pacto social que era o início da constituição do novo estado.

Com influência em outros estados nordestinos, os mesmos que tiveram impacto da revolução pernambucana, a Confederação do Equador começa a sofrer algumas derrotas. Um grupo que disseminava as teses do movimento no interior de Pernambuco ganhou a participação do Frei Caneca, mas encontrou 150 cadáveres em Juazeiro do Norte, e em 29 de novembro de 1824 o grupo é cercado e rendido pelas tropas legalistas.

Frei Caneca, ao lado de outros seis integrantes do grupo revolucionário, é levado para a Casa de Detenção, no dia 25 de dezembro do mesmo ano ficou preso numa sala até 10 de janeiro de 1825 quando teve sua sentença: condenado à forca. Mesmo com vários pedidos de clemência, a corte não aceitou e manteve a sentença. Porém, ninguém quis ser o algoz do Frei Caneca. O comandante então desistiu, trocou a sentença para fuzilamento.

No dia 13 de janeiro de 1825, diante dos muros do Forte das Cinco Pontas, o Frei Caneca e mais onze confederados, dos quais três no Rio de Janeiro, foram executados. Aos 45 anos, Joaquim do Amor Divino Rabelo, o Frei Caneca, encerrou sua trajetória de defesa dos interesses de Pernambuco, entrando para a história como um dos homens mais importantes da existência do nosso estado.

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Postado por Edmar Lyra às 12:18 pm do dia 20 de junho de 2020 Deixe um comentário

O governador Carlos de Lima Cavalcanti

Nascido em Amaraji em 1892, Carlos de Lima Cavalcanti iniciou sua trajetória na Faculdade de Direito do Recife, onde cursou até o segundo ano, posteriormente concluiu seu curso em São Paulo. Em 1911 atuou, ao lado de Estácio Coimbra, na campanha de Rosa e Silva contra Dantas Barreto, vencida pelo segundo.

Em São Paulo, ao concluir seu curso de Direito, Carlos de Lima Cavalcanti foi nomeado delegado de política no interior daquele estado, depois mudou-se para o Rio de Janeiro, ficando na capital federal por um tempo até voltar a Pernambuco em para tomar conta da Usina Pedrosa em Cortês, com a morte do seu pai em 1918, assumiu em definitivo o comando da usina ficando até 1937.

Carlos de Lima vinculou-se ao Partido Republicano Democrático (PRD) de Dantas Barreto, que havia derrotado Rosa e Silva, apoiando depois Manuel Borba e José Rufino Cavalcanti, ambos eleitos governadores de Pernambuco. Nas eleições de 1922, Carlos de Lima apoiou as candidaturas de Nilo Peçanha e J.J. Seabra a presidente e vice, respectivamente, que foram derrotados por Arthur Bernardes e Urbano Santos, mas foram vitoriosos em Pernambuco. Nesta eleição Carlos de Lima alcançou seu primeiro mandato como deputado estadual.

Com a morte de José Rufino, antes do fim do seu mandato em 1922, desencadeou uma disputa acirrada pelo comando estadual entre os partidários de Carlos de Lima Castro, então prefeito do Recife, apoiado por Estácio Coimbra, Dantas Barreto e pelos Pessoa de Queiroz, sobrinhos do presidente Epitácio Pessoa e José Henrique Carneiro da Cunha, então senador e apoiado por Manuel Borba e por Carlos de Lima Cavalcanti. Carneiro da Cunha acabou vitorioso e ficou com incumbência de pacificar o estado, em ebulição por conta da acirrada eleição. No fim das contas acabou que Sérgio Loreto, então juiz, foi escolhido para governar Pernambuco devido a briga entre os dois grupos.

Reeleito em 1925 para a Assembleia Legislativa de Pernambuco, Carlos de Lima Cavalcanti permaneceu na oposição com a chegada de Estácio Coimbra ao governo de Pernambuco, fazendo-lhe um contraponto feroz. Em 1927 decidiu abandonar as atividades parlamentares para, ao lado do seu irmão, Caio de Lima Cavalcanti, fundar o Diário da Manhã, que passou a defender os ideais revolucionários da Coluna Prestes. Mais tarde, Carlos de Lima fundou o Diário da Tarde, e os dois jornais passaram a fazer forte oposição aos governos federal e estadual constituídos.

Com a fundação do Partido Democrático Nacional (PDN), Carlos de Lima Cavalcanti passou a integrar a seccional estadual ao lado do seu irmão Caio e de Dantas Barreto. Já o Partido Republicano Democrático (PRD) foi fundado por Manuel Borba. Em 1929 os dois partidos se fundiram e formaram a Frente Liberal que apoiou a Aliança Liberal composta pelo então governador do Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas, e de João Pessoa, que governava a Paraíba, na disputa presidencial como candidato a presidente e vice, respectivamente.

Em março de 1930, Julio Prestes e Vital Soares acabaram vitoriosos contra Getúlio e João Pessoa. A vitória de ambos deixou o país em muita confusão, até que em julho do mesmo ano, João Pessoa que havia sido vice de Vargas foi assassinado no Recife o que deflagrou a revolução de 1930, que culminou no afastamento do então governador Estácio Coimbra e nomeação de Carlos de Lima Cavalcanti como interventor de Pernambuco, enquanto no plano federal Getúlio Vargas tomou o poder.

Como interventor de Pernambuco, Carlos de Lima Cavalcanti afastou e mandou prender aliados do então governador Estácio Coimbra, e consolidou algumas políticas públicas no estado como a criação do Instituto de Pesquisas Agronômicas, o Serviço de Higiene Mental e a Escola Rural Modelo, também criou a Diretoria de Produção Animal, vinculada à secretaria de Agricultura e Viação Pública.

Carlos de Lima Cavalcanti atuou para que os interventores pudessem disputar as eleições em 1934 e apoiou a eleição constitucional de Vargas à presidência da República. Com o governo constitucional, Carlos de Lima Cavalcanti indicou Agamenon Magalhães para ser ministro do Trabalho de Getúlio Vargas, que passou a ser o grande interlocutor entre Carlos de Lima Cavalcanti e Getúlio Vargas.

Em março de 1935, Carlos de Lima Cavalcanti enfrentou João Alberto na Assembleia estadual e venceu por esmagadora maioria. Com a implantação do Estado Novo em 1937, Carlos de Lima Cavalcanti acabou afastado do governo de Pernambuco, sendo substituído por Agamenon Magalhães como interventor federal.

Vargas concedeu-lhe a condição de embaixador do Brasil na Colômbia, e depois exerceu a função no México e em Cuba. Com a redemocratização em 1945, Carlos de Lima Cavalcanti volta a disputar eleições, desta vez para a Assembleia Nacional Constituinte, como deputado federal e acaba eleito, tendo atuado na formação da União Democrática Nacional (UDN) e no apoio a Eduardo Gomes para presidente naquela eleição, que foi derrotado por Gaspar Dutra.

Carlos de Lima Cavalcanti teve seu mandato estendido até 1951, sendo reeleito em 1950 ficando na Câmara até 1954 quando foi nomeado pelo presidente Café Filho para o cargo de presidente do Instituto do Açúcar e do Álcool, função que ficaria até 1955.

Nas eleições de 1954 tentou a reeleição para a Câmara dos Deputados mas ficou apenas na primeira suplência, chegando a assumir o mandato em 1956, ficando na Câmara Federal até 1959 quando encerrou seu mandato. Com o regime militar em 1964, Carlos de Lima Cavalcanti voltou a exercer funções públicas na condição de membro do conselho superior das caixas econômicas.

Estava no exercício da função quando veio a óbito, aos 75 anos, no Rio de Janeiro, em 19 de setembro de 1967, encerrando uma conturbada trajetória mas importante na história política de Pernambuco e do Brasil.

Carlos de Lima Cavalcanti quando governador

 

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Edmar Lyra

Jornalista político, colunista da Folha de Pernambuco, palestrante, comentarista da Rádio Folha e de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco. DRT 4571-PE.

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