Problemas do Palácio com Antônio Campos estão apenas começando 

Desde que Antônio Campos criou uma vontade súbita pela política após a morte de Eduardo Campos que quem acompanha os bastidores da política sabia que isso poderia ser um prenúncio de muita confusão. O PSB, leia-se Palácio do Campo das Princesas, acatou a postulação do irmão de Eduardo em Olinda, mas não moveu uma única palha para que ele saísse vitorioso no processo, muito pelo contrário, incentivou no segundo turno a candidatura do Professor Lupércio, que acabou vitorioso.

Caso Tonca, como é conhecido, disputasse e vencesse a prefeitura de Olinda, era óbvio que ele não teria naquela cidade uma vitrine para a sua vida pública, pois é uma cidade cheia de problemas e pouquíssimos recursos financeiros para que seja feita uma gestão minimamente aceitável. Ou seja, se ele fosse um desastre como prefeito cavaria a sua sepultura política e eleitoral, caso fosse um bom prefeito, ficaria oito anos ou pelo menos seis, e não teria tempo para atirar contra o PSB e contra o governador Paulo Câmara, e ainda que o fizesse, seria taxado de injusto e principalmente ingrato.

Como o Palácio não leu o jogo corretamente, e hostilizou sua candidatura do início ao fim, Tonca virou um poço de mágoas com o governador Paulo Câmara e companhia limitada. Eles não aprenderam nada com Eduardo, que trouxe pra perto dele Armando Monteiro, Jarbas Vasconcelos, Mendonça Filho, dentre outros adversários, utilizando a máxima de que gente inconfiável a gente cultiva por perto para poder monitorar melhor seus passos.

Ter Tonca por perto era o ideal para que não houvesse motins contra o governador e o Palácio. Como o governador e seus auxiliares optaram por fazer o oposto, alimentaram um ódio no irmão de Eduardo que será difícil de ser controlado. Por exemplo, em plena campanha eleitoral, o irmão do ex-governador aparecer no guia eleitoral adversário espinafrando Paulo Câmara, que chegou ao governo pelo prestígio de Eduardo, terá um efeito devastador em qualquer estratégia do PSB de reeleger Paulo Câmara.

Antônio Campos deverá se filiar a um partido que esteja no campo de oposição ao PSB e naturalmente será instigado a não dar um minuto de trégua sequer a Paulo, ao PSB e a Renata Campos. Situação que era extremamente dispensável se os atuais integrantes do Palácio tivessem assimilado minimamente as aulas de política que Eduardo dava diariamente.

Nome – Visando minimizar a rejeição ao seu nome na disputa pela prefeitura de Ipojuca, o ex-prefeito Carlos Santana teria decidido utilizar o nome de campanha “Carlinhos”, caso isto se confirme será uma estratégia tão equivocada quanto a de se aliar a Pedro Serafim, e o resultado todo mundo já conhece.

Prioridade – Além de conquistar duas escolas em tempo integral para o município, o prefeito de Jaboatão dos Guararapes Anderson Ferreira (PR) anunciou a construção de um campus do IFPE na cidade e a chegada de uma faculdade de Medicina, que será inaugurada em 2018. A gestão têm demonstrado em 45 dias que educação é prioridade para o prefeito.

Mata Norte – O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Transportes (Setra), está realizando mais uma importante intervenção na área de infraestrutura viária. As obras de restauração da rodovia PE-062 avançam no trecho com 32 quilômetros de extensão, ligando os municípios de Goiana e Aliança, passando por Condado, ambos situados na região da Mata Norte. Os serviços, que contam com investimentos aproximados de R$ 19 milhões, vão ser concluídos até o final deste primeiro semestre. A iniciativa beneficiará diretamente cerca de 140 mil pessoas.

Mudanças – O governador Paulo Câmara anunciou novas mudanças na equipe: o jornalista Evaristo Filho deixa a Secretaria Executiva de Comunicação Governamental do Governo do Estado para assumir o cargo de diretor-presidente da TV Pernambuco. Evaristo irá comandar o processo de digitalização da emissora estatal. Para isso, o Estado investirá cerca de R$ 5 milhões. Evaristo será substituído pelo também jornalista Evaldo Costa, que deixará a diretoria do Arquivo Público. Ainda não foi definido o seu substituto.

RÁPIDAS

Regulamentação – O ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho, foi a Petrolina para assinar a regulamentação da lei que permite a titulação dos lotes e a renegociação das dívidas referentes ao K-1, como é chamada a cobrança pelo uso da água e infraestrutura para os trabalhadores rurais. O ato histórico aconteceu no Núcleo Irrigado 3, o N-3, reunindo centenas de agricultores e trabalhadores rurais.

Em baixa – Os deputados federais Marinaldo Rosendo (PSB) e Ricardo Teobaldo (PTN) que se elegeram em 2014 com expressivas votações estão com sérias dificuldades de reeleição em 2018 após o péssimo desempenho de seus aliados nas urnas das eleições do ano passado. Marinaldo e Ricardo são vistos como possíveis ex-deputados em atividade.

Inocente quer saber – Se a greve dos policiais for deflagrada, Angelo Gioia terá condições de permanecer no cargo após o carnaval?

Fernando empolga mais a classe política do que Bruno, Armando e Mendonça 

Apesar de ser filiado ao PSB do governador Paulo Câmara, o senador Fernando Bezerra Coelho tem seu nome ventilado para disputar o governo em 2018, mas para isso ele só teria três caminhos: ficar no PSB e tomar o comando de Paulo Câmara, uma desistência do governador de disputar a reeleição, ou sair do PSB e se filiar a outra sigla.

Em qualquer dos cenários, Fernando tem sido muito mais palatável para alguns deputados estaduais e federais do que os ministros Bruno Araújo e Mendonça Filho e o senador Armando Monteiro para ocupar o Palácio do Campo das Princesas a partir de janeiro de 2019, e esse movimento tem se alastrado entre prefeitos de todo o estado.

Além de comandar Petrolina com Miguel Coelho, o senador Fernando Bezerra Coelho possui ótima relação com a prefeita de Caruaru Raquel Lyra e o ex-governador João Lyra Neto, e os prefeitos Anderson Ferreira (Jaboatão dos Guararapes) e Lula Cabral (Cabo de Santo Agostinho), além de centenas de vereadores espalhados por todo o estado que veem no senador aquele que mais se assemelha ao ex-governador Eduardo Campos na forma de fazer política.

Na ótica de um político do PSB que apoia a postulação do senador, Pernambuco carece de um líder arrojado que tenha capacidade de gestão e articulação política e Fernando seria o que mais preenche estes requisitos para ser o próximo ocupante do Palácio do Campo das Princesas, demonstrou isso quando emplacou Fernando Filho no ministério de Minas e Energia e elegeu Miguel Coelho em Petrolina, ambas conquistas viabilizadas no ano passado, que alçaram o senador a um tamanho ainda maior.

Recentemente Fernando conseguiu ser eleito por unanimidade o líder do PSB no Senado, o que permitirá uma maior visibilidade ao senador ao longo de 2017 para se cacifar para as eleições de 2018. Ele tem estabelecido diálogo constante com os ministros pernambucanos e principalmente com os prefeitos do estado, sendo um ancoradouro de queixosos com a postura do Palácio do Campo das Princesas, que tem abdicado da prerrogativa de exercer o poder que a caneta de governador oferece.

Salvo a ocorrência de um fato novo que o inviabilize politicamente, o senador Fernando Bezerra Coelho está com cara, jeito e atitudes de candidato a governador em 2018, e vai pra disputa com um único objetivo em mente: vencer a eleição e ser o novo líder de Pernambuco.

Diálogo – O irmão do ex-governador Eduardo Campos, Antônio Campos, se desfiliou do PSB e deverá anunciar seu novo destino em março. Ele também tem estabelecido diálogo permanente com a vereadora Marília Arraes, que por sinal voltou a se falar com a ministra do TCU Ana Arraes. Eles estão incomodados com o avanço do poder de Renata Campos na política e decidiram se unir.

Vigor – Caso se eleja em 2018 para o mandato de deputado estadual, Manoel Ferreira assumirá o mandato em fevereiro de 2019 e exercerá o cargo com a experiência de alguém que atingirá os 80 anos de idade em março do mesmo ano. Será um caso raro de um octagenário na Alepe com o vigor físico e mental de quem atingiu a idade em plena forma.

Sem candidato – Caso se confirme a sua candidatura a governador de Pernambuco, o senador Fernando Bezerra Coelho descarta a hipótese de lançar algum filho candidato a deputado estadual em 2018. O ministro Fernando Filho tentará a reeleição para a Câmara Federal e os deputados estaduais ficarão tranquilos pois não terão nenhum Coelho como adversário para uma vaga na Alepe.

Ausências – Durante a Agenda 40 realizada no último sábado no Recife Praia Hotel, dois secretários importantes do governador Paulo Câmara não estiveram presentes: Felipe Carreras (Turismo) e Antonio Figueira (Casa Civil), abrindo margem para inúmeras especulações, inclusive a de que Figueira estaria prestes a deixar o cargo.

RÁPIDAS

Diogo Moraes – Outro que teve a ausência sentida, apesar da Agenda 40 ser direcionada à Região Metropolitana do Recife, foi o primeiro-secretário da Alepe deputado Diogo Moraes, pois ele na condição de integrante da mesa diretora da Casa Joaquim Nabuco, precisaria se fazer presente no ato do seu partido, a não ser que haja algum descontentamento do deputado com o comando da sigla.

Marionete – Adversários do prefeito de São Lourenço da Mata Bruno Pereira (PTB) o acusam de ser marionete do seu pai, o ex-prefeito Jairo Pereira, que tem sido o prefeito de fato do município. Bruno teria pedido ao pai para ter autonomia para governar a cidade, mas teve seu apelo sumariamente negado pelo genitor.

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