Blog Edmar Lyra

O blog da política de Pernambuco

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Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 28 de março de 2016

Coluna do blog desta segunda-feira

Faltou sensibilidade ao prefeito Geraldo Julio

Eleito em 2012, o prefeito Geraldo Julio assumiu a PCR em 2013 sob a promessa de uma gestão inovadora em parceria com o então governador Eduardo Campos. Durante um ano e três meses essa parceria permitiu a viabilidade de alguns projetos como o início das obras do Geraldão, dos Compaz, das Upinhas 24 horas, do Hospital da Mulher e de muitas outras ações.

Na condição de prefeito do Recife, Geraldo Julio viabilizou em 2014 na véspera das eleições a antecipação de 50% do décimo terceiro dos servidores para setembro, agindo de forma pioneira e ganhando a simpatia dos servidores municipais. Em 2015 o prefeito anunciou outra medida pioneira, que foi a divulgação do calendário de pagamentos dos servidores, fazendo com que os funcionários do município tivessem o direito de fazer uma programação financeira para o ano, tal como já faziam os servidores estaduais. Mas a antecipação do décimo terceiro para setembro não se repetiu e já causou estranheza entre os servidores municipais.

No ano de 2016, o que parecia que os servidores teriam o direito de se programar financeiramente com um calendário de pagamentos sendo divulgado previamente, não passou de um engano. Já estamos no terceiro mês do ano e até o presente momento ainda não foi divulgado o calendário de pagamentos, e dificilmente será divulgado. Tal atitude da prefeitura, aliada a situação econômica do país, colocou os servidores com orelhas em pé, pois já havia um receio do atraso de pagamentos ou pelo menos uma mudança no cronograma, tal como fez o governador Paulo Câmara em julho do ano passado.

Porém esse receio se acentuou com a Páscoa, quando pela primeira vez em muitos anos o subsídio dos servidores não foi creditado na conta, fazendo com que os quase 50 mil servidores, entre funcionários da ativa e inativos, além dos comissionados, ficassem sem o salário para poder desfrutar a Semana Santa. Tal atitude gerou insatisfações entre os funcionários e familiares, o que cria um ambiente ainda mais negativo para a reeleição do prefeito.

As finanças da prefeitura podem estar comprometidas pela crise econômica, e talvez justifique tal decisão. Caso não seja esse o problema, ficará latente a falta de sensibilidade do prefeito Geraldo Julio e de seus auxiliares em não pagar a folha salarial no último sábado. Em pleno ano eleitoral, agir desta maneira é pedir para perder a eleição. Apesar de muitos políticos acreditarem que servidor não vota em prefeito e consequentemente não ajuda a eleger, mas uma coisa é evidente, insatisfeito e com argumento consistente, o servidor pode tirar milhares de votos e prejudicar a hegemonia de Geraldo Julio no Recife.

Impeachment – A presidente Dilma Rousseff em conversa com um presidente de um partido da sua base aliada afirmou que em 90 dias ela pode não estar mais no Planalto. Com isso a presidente Dilma Rousseff praticamente jogou a toalha e entendeu que o seu impeachment é quase irreversível.

PMDB – A cúpula nacional do PMDB se reunirá nesta terça-feira para definir o rumo do partido. Mais de 80% dos membros com direito a voto defendem o rompimento com Dilma Rousseff. Os ministros do PMDB também serão convidados a entregar seus cargos, e quem não entregar deverá ser expulso da sigla. O partido está na expectativa do governo Michel Temer, cada vez mais próximo de se viabilizar com a saída de Dilma.

Juristas – Os juristas que acreditam na legitimidade e na legalidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff se reunirão emi Pernambuco no dia 4 de abril na Faculdade de Direito do Recife. O movimento é nacional e deve se repetir em diversas capitais do país. É uma resposta aos defensores de Dilma Rousseff, que afirmam que impeachment é golpe.

Petrolina – Pré-candidato à prefeitura de Petrolina, no Sertão do Estado, o deputado estadual Lucas Ramos (PSB) comemora o crescimento nas pesquisas. Em fevereiro, após levantamento feito pelo Instituto Opinião, tinha 4,5%. Um mês depois, em estudo divulgado pela Arcerte Pesquisa, Lucas mais que dobrou seu índice e saltou para 10%.

RÁPIDAS

Suplente – Com a saída de Nilton Mota da secretaria de Agricultura para poder disputar a prefeitura de Surubim no dia 2 de abril, o deputado Marcantonio Dourado (PSB) voltará para a suplência. Dourado só voltará para a Alepe se algum deputado da Frente Popular se eleger prefeito em outubro.

Pulando fora – Após a oficialização do rompimento do PMDB com Dilma Rousseff que deve acontecer amanhã, o PP, o PTB, o PSD e o PR deverão ser os próximos a pular fora. De acordo com o Mapa do Impeachment já sao 257 deputados e 35 senadores favoráveis ao impedimento de Dilma. Esses números devem aumentar nas próximas semanas e permitir o afastamento da presidente.

Inocente quer saber – A candidatura de Priscila Krause inviabilizou politicamente as de Daniel Coelho e Silvio Costa Filho?

Arquivado em: Coluna diária, destaque, Política, Recife

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 25 de março de 2016

Coluna do blog desta sexta-feira

Impeachment ganhou o Congresso Nacional

Quando o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha decidiu acatar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff solicitado pelos juristas Helio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal, ainda no início de dezembro, a presidente Dilma Rousseff detinha certo controle no Congresso para tentar sepultar o impeachment. Porém, o mui amigo PCdoB decidiu fazer com que a presidente “ganhasse tempo” questionando o rito do impeachment no Supremo Tribunal Federal.

Naquele momento os fatos não eram tão robustos para fazer com que o impedimento de Dilma ganhasse total aderência na sociedade. O caso das “pedaladas fiscais” poderia ser facilmente criticado pelo governo e justificado com a tese de que não houve crime – apesar de ter havido – pois grande parte do eleitorado estava alheia ao que acontecia no âmbito do impeachment.

As investigações da Lava-Jato ganharam mais robustez após aquele processo do início de dezembro, que colocou a idoneidade da campanha de Dilma em xeque. O mesmo se diz ao caso de Lula, que sempre se colocou como um inimputável. Com o passar do tempo os fatos encurralaram a dupla que governou o país nos últimos treze anos.

Quando o Planalto deu o sinal verde para o PCdoB questionar o rito do impeachment no STF, Dilma acreditava que poderia contar com Renan Calheiros no Senado para barrar o processo na Casa. No questionamento do PCdoB e no entendimento do STF, diferentemente do impeachment de Collor, quando uma vez aprovado pela Câmara dos Deputados o presidente seria afastado imediatamente, no novo rito o afastamento só se daria após o recebimento de Renan pelo Senado e caso ele quisesse dar prosseguimento. Se ele negasse, tudo o que a Câmara tivesse votado iria para o ralo. O governo comemorou muito. Ledo engano.

Com o agravamento da crise, o impeachment passar na Câmara é certeza absoluta, quando já existem 252 deputados favoráveis, sendo necessarios 342, portanto, faltando apenas 90 deputados para ele ser aprovado e encaminhado ao Senado. Há quem aposte que ele será aprovado com mais de 400 votos a favor da saída de Dilma, pois a pressão popular obrigará os deputados a não tomar outra decisão que não seja a degola da petista.

No Senado, diferentemente do que o Planalto avaliou, o presidente Renan Calheiros já sinalizou que dará prosseguimento ao processo, e a partir da tramitação na Casa Dilma é afastada por 180 dias para dar lugar ao vice Michel Temer, do PMDB, que está quase uma unanimidade em torno de romper com Dilma e consequentemente apoiar o seu afastamento. Definitivamente o governo quis ganhar tempo mas o tempo que passou foi perdido. Agora é tarde e a Inês é morta.

Apoio – O Palácio do Campo das Princesas está bastante inclinado a apoiar a candidatura indicada pelo prefeito Elias Gomes, que deverá ser a secretária Conceição Nascimento (PSDB). Na avaliação de um figurão ligado ao governador Paulo Câmara, a prioridade do PSB é a reeleição do prefeito Geraldo Julio no Recife, e por isso nas outras cidades, como Jaboatão, deve prevalecer o espírito aliancista, respeitando os espaços de cada partido da Frente Popular.

Dinheiro – Uma das campanhas beneficiadas pela Odebrecht, de acordo com a planilha divulgada, foi a do prefeito Vado da Farmácia no Cabo, que em 2012 era aliado unha e carne com o seu padrinho Lula Cabral. A questão é que na prestação de contas de Vado nem há doação direta da Odebrecht nem através do PSB, necessitando de maiores explicações tanto do prefeito quanto do seu antecessor Lula Cabral.

Retaliação – Insatisfeita com as movimentações de bastidor do vice-presidente Michel Temer, Dilma Rousseff decidiu retaliá-lo demitindo o diretor da Funasa Antonio Henrique de Carvalho Pires, indicado por Temer para o posto. Com tal decisão, Dilma afasta qualquer hipótese do vice-presidente recuar das suas articulações.

Mergulhado – O ministro da Educação Aloizio Mercadante foi flagrado oferecendo regalias para que o senador Delcídio do Amaral silenciasse sobre os esquemas do governo Dilma Rousseff. Tal situação seria motivo para demissão no mesmo dia, porém no governo Dilma ele não só continua no cargo como também foi “esquecido” pela mídia. O mergulho de Mercadante até agora surtiu efeito.

RÁPIDAS

Posse – O Palácio do Planalto avalia que foi uma verdadeira lambança a nomeação de Lula para o ministério da Casa Civil. Primeiro porque levou a Lava-Jato para dentro do Planalto, segundo que a posse de Lula dificilmente irá ocorrer, fato que fragiliza ainda mais o governo Dilma e fortalece o impeachment.

Feliz Páscoa – Amigo leitor, desejo a você e a sua família uma excelente Páscoa, aproveite esse momento para reflexão não só sobre o verdadeiro significado da data como também para estar ao lado daqueles que fazem parte da sua vida. Voltamos na próxima segunda-feira.

Inocente quer saber – Lula estava mesmo planejando fugir para a Itália?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 24 de março de 2016

Coluna do blog desta quinta-feira

PMDB tem sua grande chance de ser protagonista 

Desde a redemocratização que o PMDB sempre quis buscar o protagonismo na política brasileira e nunca conseguiu. Na vitória de Tancredo, que era filiado ao MDB, acabou não levando uma vez que ele morreu antes de assumir o mandato. Isso foi se repetindo nas eleições seguintes. Em 2002, por exemplo, o partido indicou Rita Camata para a vice-presidência na chapa encabeçada por José Serra (PSDB), que perdeu a disputa para Lula.

Nas eleições seguintes, o partido ficou de fora de uma majoritária em 2006, e em 2010 indicou Michel Temer na chapa encabeçada por Dilma Rousseff, candidata indicada pelo então presidente Lula. A chapa foi vitoriosa e se reelegeu em 2014. O PMDB foi fiador do governo Dilma e um sócio importante na coalizão que sustenta a petista.

No decorrer de 2015 com a deflagração da crise política, o afastamento entre a presidente e seu vice foi se consolidando gradativamente e atualmente o cenário é de rompimento entre Dilma e Temer. Apesar de ter sete ministérios no governo Dilma, o partido chegou à conclusão que não vale a pena ser sócio de um empreendimento falido que é o governo petista.

O desembarque é inevitável, o PMDB através de Michel Temer é o herdeiro natural da presidência da República após o impeachment. E todo o poder que o PMDB tem através de ministérios está em xeque por conta da inabilidade de Dilma de exercer o cargo, será ampliado após a posse de Temer. Ao partido caberá a oportunidade da sua história de tirar o país do atoleiro que Dilma colocou.

Se desde a morte de Tancredo o PMDB virou coadjuvante da política brasileira, agora com o eminente impeachment de Dilma, o protagonismo será do maior partido do Brasil. A chance é de ouro, e o partido certamente não vai jogar fora essa oportunidade. Por isso na próxima semana o rompimento deverá ser efetivado na reunião da terça-feira onde maioria significativa é adepta da saída do governo.

PPL – A chapa do PPL no Recife tem conquistado vários pré-candidatos, cuja expectativa é eleger três vereadores. Os ex-vereadores Alexandre Lacerda e Edna Costa são candidatos pela sigla e estão animados em angariar mais pré-candidatos a vereador a fim de montar uma chapa competitiva. A expectativa é que o terceiro vereador da sigla possa se eleger com quatro mil votos.

Apoios – O deputado federal Anderson Ferreira, pré-candidato do PR a prefeito de Jaboatão dos Guararapes estaria garantindo apoios de vereadores com a oferta de quatro cargos por vereador no governo de Pernambuco. Com isso Anderson espera construir uma candidatura competitiva no município.

PTN – O deputado Ricardo Teobaldo teria confidenciado a aliados que não está muito animado com a pré-candidatura de Joel da Harpa a prefeito de Jaboatão. Isso porque o deputado teve tempo de sobra para montar uma chapa proporcional do partido, mas não conseguiu candidatos competitivos. A maioria dos nomes tiveram quinhentos votos nas eleições passadas.

Impeachment – A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) irá protocolar um novo pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff na próxima segunda-feira à tarde. O protocolo de requerimento será feito pelo presidente da OAB, Claudio Lamachia. Na última sexta-feira, o conselho federal da OAB aprovou, por 26 votos a 2, o apoio ao processo de impeachment. Faltava apenas decidir se a entidade apoiaria o impedimento que já está tramitando na Câmara ou se apresentaria pedido de novo processo.

RÁPIDAS

Assessor –  O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode se tornar assessor especial da Presidência da República se não puder assumir a Casa Civil, disse ontem, o ministro Jaques Wagner, chefe do Gabinete Pessoal da presidente Dilma Rousseff.

Prazo – Para o deputado federal Jarbas Vasconcelos o impeachment da presidente Dilma Rousseff deverá sair entre abril e maio. O ex-governador de Pernambuco afirmou que assim que passar na Câmara o Senado não irá barrar o processo, por isso em 45 dias tudo estará resolvido.

Inocente quer saber – Quem inventou os codinomes do “listão da Odebrecht”?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 23 de março de 2016

Coluna do blog desta quarta-feira

Teori Zavascki coloca em xeque credibilidade do STF 

Responsável pela operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, o ministro Teori Zavascki tomou uma decisão no apagar das luzes que coloca a Suprema Côrte brasileira em completa suspeição. Isso porque mesmo com a decisão de Gilmar Mendes, ratificada por Rosa Weber, de que Lula não poderia assumir o ministério da Casa Civil, Teori Zavascki decidiu que a investigação sobre o ex-presidente Lula, que não tem foro privilegiado, subisse para o Supremo Tribunal Federal.

A decisão, no mínimo exdrúxula, deixa o juiz Sérgio Moro de mãos atadas para agir caso quisesse decretar a prisão do ex-presidente Lula. O efeito prático é que Lula acaba se safando de uma cada vez mais plausível prisão. Mas além disso tal decisão coloca o STF em absoluta suspeição, como se Lula não pudesse ser investigado por ninguém. Nem Moro, nem Teori, nem ninguém. É no mínimo contraditório.

O movimento de Teori acontece logo após o ex-presidente Lula afirmar em áudio interceptado pela Polícia Federal que o Supremo Tribunal Federal é acovardado. Nomeado por Dilma Rousseff em 2012, o ministro Teori Zavascki dá margem para interpretações maliciosas de que ele esteja a serviço do Palácio do Planalto, fazendo jus a sua indicação durante um governo petista.

Com sua atitude, Teori assinou em baixo a atrapalhada nomeação de Lula, que tinha por objetivo fazer o ex-presidente fugir de Sérgio Moro, e que até agora não foi efetivada porque várias ações questionaram a nomeação de um investigado da justiça para o ministério da Casa Civil. No fim das contas, mesmo não sendo ministro Lula ficou com a prerrogativa de foro privilegiado.

Cada vez mais os brasileiros ficam mais certos de que o Supremo Tribunal Federal está se tornando uma verdadeira casa de “Pai Lula” onde ele manda, desmanda, faz o que bem entender. Uma vergonha para aquela que deveria ser a guardiã da Constituição.

Odebrecht – Após a decisão da Odebrecht de fazer uma delação premiada, o ambiente no Palácio do Planalto ficou ainda mais nebuloso. Apesar de envolver nomes da oposição também, o maior prejudicado com a decisão de Marcelo Odebrecht e demais membros da empreiteira é o governo Dilma Rousseff, uma vez que ela foi uma das maiores doadoras de campanha da presidente e responsável por uma série de obras bilionárias do governo federal.

Hipocrisia – O presidente da Câmara Municipal do Recife vereador Vicente André Gomes, que se aposentou como deputado federal e até hoje recebe integralmente como tal, decidiu que não haverá o reajuste de 33%, que não acontece desde janeiro de 2013, no salário dos vereadores do Recife a partir da próxima legislatura. O posicionamento soa como uma verdadeira hipocrisia, uma vez que o salário não é o principal gasto da Câmara com os vereadores, mas sim as verbas de gabinete e demais valores que são desconhecidos de grande parte da população.

Desembarque – O vice-presidente Michel Temer se reuniu ontem com alguns figurões do PMDB no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência em Brasília, para desmontar uma tentativa liderada por Renan Calheiros e ministros do partido que tinha por objetivo adiar a decisão sobre o desembarque do governo, marcada para o próximo dia 29. Ficou acertado que o PMDB sairia imediatamente da base do governo e os ministros teriam até o dia 12 de abril para entregar os cargos. Temer acabou vitorioso na articulação.

Beneficiário – Virou quase que uma unanimidade a tese de que o maior beneficiado pela decisão do PSB de apoiar a candidatura de Jorge Gomes a prefeito de Caruaru com o aval do prefeito José Queiroz foi o deputado Tony Gel (PMDB). Raquel Lyra, agora tucana, virou um poço de mágoas com o Palácio, e se ela ficar de fora do segundo turno apoiará o peemedebista. Caso Jorge Gomes fique de fora da disputa, também marchará com Tony Gel.

RÁPIDAS

Emprego – O Caged, do ministério do Trabalho, divulgou ontem que em fevereiro o Brasil perdeu 104.582 postos de trabalho com carteira assinada. O resultado foi o pior desde fevereiro 2011, quando foram criados 280.799 postos de trabalho no primeiro ano do governo Dilma Rousseff.

Posicionamento – O governador Paulo Câmara enfim decidiu se posicionar sobre o impeachment de Dilma Rousseff. O socialista afirmou que a situação da presidente, caso se confirme todas as denúncias, é insustentável e o impeachment deve prosperar.

Inocente quer saber – Se Lula não é ministro, por quê mereceu ganhar os privilégios de Teori Zavascki?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 22 de março de 2016

Coluna do blog desta terça-feira

Geraldo Julio ainda acredita que pode tirar Daniel Coelho da disputa 

Uma das candidaturas que mais incomodam o prefeito Geraldo Julio é a do deputado federal Daniel Coelho pelo PSDB. Se em 2012 Daniel saiu do quarto para o segundo lugar na disputa polarizando com Geraldo Julio e quase indo ao segundo turno porque o PSB avaliou mal o seu potencial, para 2016 a avaliação é diferente. Com o fim do prazo de troca de partidos por parte dos parlamentares, o PSB acredita piamente que pode tirar Daniel do páreo em nome de alianças em Jaboatão e Ipojuca, bem como alianças mais importantes com o PSDB em Belo Horizonte e São Paulo, por exemplo.

A tentativa, que pode parecer um devaneio, é alimentada por aliados de Geraldo, inclusive por gente do próprio PSB, que acredita na aliança entre os dois partidos em torno do atual gestor. Se Geraldo consegue tirar Daniel do páreo, que tem entre 12% e 20%, suas chances de vitória no primeiro turno crescem significativamente, porque com uma campanha reduzida, os pré-candidatos Silvio Costa Filho (PRB) e Priscila Krause (DEM), desconhecidos do eleitorado, teriam dificuldades de crescimento a ponto de forçar a eleição em duas etapas.

Na prática isso será considerado um golpe, uma vez que Daniel Coelho não pode mais trocar de partido sob o risco de perder o mandato. Mas tem aliado de Geraldo Julio que jura e dá fé que Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, prometeu o apoio do partido ao socialista sacrificando Daniel. Só o tempo vai dizer se a tese de Geraldo surtirá efeito junto do tucanato, se lograr êxito, Geraldo pavimentaria sua reeleição, caso não consiga a manobra, terá que se contentar em enfrentar o bocão de Daniel na disputa eleitoral.

No caso da candidatura de Daniel ser confirmada pela cúpula tucana, o prefeito começará a disputa enfraquecido, porque na prática ficará evidente que Geraldo Julio não teria a estatura política suficiente para tirar pedras do seu caminho, tal como fazia o seu guru e padrinho Eduardo Campos. Uma coisa é fato: Geraldo Julio se sente extremamente ameaçado pelo deputado Daniel Coelho.

Golpista – Nem bem assumiu o ministério da Justiça e Eugenio Aragão já chegou cometendo trapalhadas. Ao afirmar que se sentir qualquer cheiro de vazamento, sem necessariamente ter provas, trocaria todo o comando da Polícia Federal, o ministro agiu para intimidar a força-tarefa da Operação Lava-Jato. As reações foram imediatas e os delegados da PF ficaram uma arara com o ministro. Não tem outro nome a isso que não seja golpe.

Partidos – Há quem cogite que o PP do deputado Eduardo da Fonte e o PTB do ministro Armando Monteiro possam marchar com a candidatura de Priscila Krause a prefeita. Caso isso se confirme, o prefeito Geraldo Julio e o deputado Sílvio Costa Filho não gostarão nem um pouco da atitude dos seus atuais aliados.

Petismo – Após os sucessivos escândalos que fulminaram o pouco que restava da imagem do PT, o superintendente da Sudene João Paulo, que estava colocado como pré-candidato a prefeito do Recife, já estaria batendo em retirada com medo de sair desmoralizado das urnas. Com isso a candidatura do PT a prefeito tende a cair no colo da vereadora Marília Arraes, que não tem mais nada a perder na política.

Timbaúba – Com a possibilidade cada vez mais remota de reeleição do prefeito Junior Rorigues (PSB), o deputado Marinaldo Rosendo teria procurado o grupo do ex-deputado Maviael Cavalcanti, para que este indicasse o candidato a vice-prefeito, que seria Antonio Paulo Teixeira, ex-chefe de gabinete de Maviael, na chapa encabeçada pelo médico Jacinto Ferreira Lima, que seria bastante competitiva para fazer frente ao vereador Ulisses Felinto, que aparece à frente nas pesquisas.

RÁPIDAS

Ministro – Em reunião ontem a noite no Palácio do Planalto com a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula cogitou a hipótese de desistir do ministério, porém Dilma refutou a hipótese. Para Dilma a prioridade número um do governo é conseguir dar posse a Lula no ministério da Casa Civil.

Impeachment – A oposição decidiu retirar o aditamento que incluía a delação do senador Delcídio do Amaral no pedido de impeachment formulado por Janaina Paschoal, Miguel Reale Jr. e Helio Bicudo, que aborda as pedaladas fiscais como crime de responsabilidade. Caso o assunto Delcidio entrasse na pauta do pedido, poderia haver uma judicialização do processo e consequentemente postergar a sua apreciação.

Inocente quer saber – O senador José Serra se equivocou ao já falar na composição do governo Temer?

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Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 21 de março de 2016

Coluna do blog desta segunda-feira

O potencial de Priscila Krause

Na semana que passou o Democratas, numa atitude altruísta do presidente estadual deputado Mendonça Filho, lançou a pré-candidatura da deputada Priscila Krause a prefeita do Recife. Isso porque Mendonça é a principal liderança do partido em Pernambuco e aliados seus comandam a secretaria de Desenvolvimento Econômico na gestão de Geraldo Julio e a direção do Lafepe na gestão de Paulo Câmara, ambos do PSB. Mesmo correndo o risco de sofrer retaliação do PSB, Mendonça apostou na reoxigenação do Democratas na capital pernambucana.

Priscila Krause é herdeira política do ex-governador Gustavo Krause, que é um pensador político raro não só em Pernambuco como no Brasil, respeitado por todas as matizes ideológicas e partidárias. Começou em 2004 se elegendo vereadora do Recife, sendo a partir de 2005 uma combativa opositora da gestão de João Paulo, fato que se repetiu durante as gestões de João da Costa e Geraldo Julio. A oposição de Priscila é diferenciada porque ela confronta os gestores com dados, tendo embasamento técnico para proferir os seus questionamentos, que quase sempre surtem efeitos significativos. Priscila politicamente é acima da média dos políticos pernambucanos.

Por duas vezes tentou ser deputada estadual, na primeira em 2010 ficou na primeira suplência do DEM, que elegeu dois deputados naquela eleição. Na segunda acabou se elegendo com uma votação significativa. Primeiro porque se candidatou sem o apoio das estruturas de prefeituras e governo estadual, sem qualquer prefeito que pudesse pedir votos para o seu projeto, e pra completar Priscila não aceitou participar do guia eleitoral em 2014 por discordar da aliança do DEM com o PSB. O resultado, considerando essas variáveis, foi agigantador no tocante à sua trajetória política, pois Priscila atingiu mais de 47 mil votos, sendo uma das mais votadas do Recife.

Uma vez candidata a prefeita do Recife, sobretudo no tensionado ambiente político do país, Priscila não tem uma mácula sequer na sua biografia, o que pode capitalizar votos de eleitores que estão estupefatos com a corrupção e com os chamados políticos profissionais. Priscila tem o “discurso fácil” da ética, que não está embasado nas palavras dela, mas sim na sua trajetória política, e isso poderá ser fundamental para que o eleitorado recifense possa considerar a sua candidatura como a legítima alternativa à gestão do PSB comandada pelo prefeito Geraldo Julio.

Priscila tem potencial gigantesco para crescer durante as eleições, pesará contra ela a pouca flexibilidade de alianças e naturalmente o pouco tempo de televisão para se apresentar ao eleitorado recifense. Porém, num momento como o que vivemos talvez seja exatamente o fato de não estar aliada às grandes estruturas que possa impulsionar a sua candidatura. Fiquem de olho nela, pois ela será decisiva em outubro.

PP – O Partido Progressista, que tem os deputados Fernando Monteiro e Eduardo da Fonte, este último presidente estadual, cresceu bastante com o término das filiações partidárias, quando recebeu os deputados Eduino Brito, ex-PHS e pré-candidato a prefeito de Arcoverde, e Claudiano Filho, ex-PSDB. Agora o PP passa a ter seis deputados estaduais, são eles: Zé Maurício, Cleiton Collins, Dr. Valdi, Everaldo Cabral, Eduíno Brito e Claudiano Filho, sendo a segunda maior bancada da Alepe, perdendo apenas pro PSB.

PSDB – O PSDB aclamou ontem o empresário João Dória Jr. como seu pré-candidato a prefeito de São Paulo, após o vereador Andrea Matarazzo desistir de disputar as prévias se desfiliando da sigla e denunciando que haveria compra de votos. Mais uma vez os tucanos paulistas entram divididos na disputa pela prefeitura e correm risco de perder a terceira eleição consecutiva.

Governo – O governo Michel Temer já começa a ser esboçado, e pode ter o senador José Serra como ministro da Fazenda. O deputado federal Mendonça Filho também é cotado para a Esplanada dos Ministérios. Poderia assumir uma pasta voltada para os problemas do Norte/Nordeste como o ministério da Integração Nacional.

Armando Monteiro – Quem pode continuar na Esplanada mesmo com a saída de Dilma Rousseff é o ministro Armando Monteiro, que tem feito um trabalho respeitável no MDIC e possui excelente interlocução com o PIB nacional. Uma vez na equipe de Michel Temer, Armando ajudaria a manter Douglas Cintra no Senado até 2018.

RÁPIDAS

Decisão – A vereadora e secretária de Combate às Drogas Aline Mariano terá que decidir se sai ou se fica no PSDB até o próximo dia 2 de abril, quando os partidos enviarão a lista com os novos filiados para o TRE. Se ficar na sigla tucana Aline corre sério risco de não ter legenda para disputar a reeleição, uma vez que assumiu a secretaria na gestão de Geraldo Julio à revelia do PSDB municipal.

Impeachment – De acordo com o Movimento Vem Pra Rua, responsável pelo Mapa do Impeachment que monitora a posição dos deputados e senadores a respeito do impeachment de Dilma Rousseff, já são 242 deputados e 34 senadores a favor da saída da presidente. Na última segunda-feira esses números eram 220 e 31, respectivamente.

Inocente quer saber – O Palácio do Planalto conseguirá dar posse a Lula e garantir-lhe o foro privilegiado?

Arquivado em: Coluna diária, destaque, Política, Recife

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 19 de março de 2016

Coluna do blog deste sábado

Foi pior que o 7×1 da Alemanha 

Desde a condução coercitiva do ex-presidente Lula que o Palácio do Planalto não tem sossego, e a semana que passou foi talvez a pior que o PT enfrentou ao longo dos mais de treze anos que esteve à frente do governo federal. Isso porque no último domingo sete milhões de pessoas foram às ruas para protestar contra o governo Dilma, Lula e o PT. Na terça-feira a situação de agravou com a homologação da delação do senador Delcídio do Amaral, que implicou bastante o Palácio do Planalto.

Na quarta-feira, depois de muita conversa, o governo decidiu que Lula seria nomeado ministro-chefe da Casa Civil, que em tese garantiria o foro privilegiado para o ex-presidente. Logo após a notícia de que Lula seria ministro, as interceptações telefônicas do ex-presidente, autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal, expuseram a relação promíscua que Lula e seus companheiros possuem com a República, cujo ponto alto foi uma conversa entre Dilma Rousseff e Lula a respeito do termo de posse, que evidenciou a pressa do governo em garantir o foro privilegiado a Lula para fugir de Sérgio Moro.

Já na quinta-feira no ato da posse de Lula, vimos um Palácio do Planalto acuado e sem muita chance de reverter o quadro de completo caos. Pouco tempo depois veio uma enxurrada de ações na justiça tentando impedir a nomeação de Lula para o ministério, onde duas foram acatadas e derrubaram o ato que oficializava Lula como ministro da Casa Civil. Como se não bastasse a desgraça do governo, a Câmara dos Deputados formou a comissão que analisará o impeachment de Dilma, mostrando que ela agora corre contra o tempo para se salvar da cassação.

O governo começou a sexta-feira na expectativa de derrubar as liminares que impediam Lula de assumir o ministério, e como seria o comportamento da manifestação insuflada pelo PT e movimentos sociais. Quando o Palácio do Planalto comemorava a derrubada das duas liminares e as 300 mil pessoas que foram às ruas em defesa do governo, veio o primeiro baque que foi mais uma nova liminar impedindo a posse de Lula, depois veio o maior de todos, uma verdadeira rasteira na “jararaca” e no governo. Numa tacada só Gilmar Mendes, ministro do STF, responsável pela situação da posse de Lula  e sobre quem julgaria o caso do ex-presidente, derrubou Lula quando barrou a sua posse e remeteu os autos do processo para a responsabilidade de Sérgio Moro, de quem Lula foge como o Diabo da cruz.

A semana que passou foi uma goleada em cima do Planalto, do PT e de Lula, que ficaram completamente desnorteados com o emaranhado de problemas que eles mesmos criaram. Segue o jogo.

Sabotagem – Na edição deste fim de semana da Revista Veja novas revelações bombásticas do senador Delcídio do Amaral colocam em xeque Lula e Dilma. De acordo com Delcídio tanto Lula quanto Dilma sabiam do esquema de corrupção da Petrobras, e o mais grave, que juntos Lula e Dilma tramaram para sabotar as investigações da operação Lava-Jato, inclusive vazando informações sigilosas para investigados.

Kátia Abreu – A ministra da Agricultura senadora Kátia Abreu (PMDB), que foi uma combativa opositora do governo Lula, após a sua nomeação para o ministério da Casa Civil, decidiu que sairá do governo antes mesmo da reunião da executiva nacional do PMDB marcada para o próximo dia 29. Com esta atitude Kátia pode dar o start para o desembarque do PMDB do governo Dilma.

Segurança – O juiz Sérgio Moro, responsável pela operação Lava-Jato, recebeu um reforço na sua segurança após as críticas que passou a receber depois da condução coercitva de Lula por parte dos defensores do PT. A imprensa nacional repercutiu informações de que defensores de Lula pudessem “dar um jeito” em Moro.

Priscila Krause – A deputada estadual Priscila Krause foi oficializada ontem como pré-candidata do DEM a prefeitura do Recife. Em 2014 quando disputou o mandato de deputada, Priscila abdicou de aparecer na televisão, mesmo assim tirou uma votação expressiva na capital pernambucana onde foi vereadora por três mandatos. Priscila é um fato novo nas eleições do Recife.

RÁPIDAS

OAB – A comissão executiva da OAB decidiu ontem por 26 votos a 2 se posicionar favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Agora a entidade estuda se apresentará um novo pedido ou subscreverá o que está em tramitação na Câmara, assinado por Helio Bicudo, Janaina Paschoal e Miguel Reale Jr.

200 mil – A megalomania pernambucana não ficou de fora dos protestos comandados pelo PT em favor da presidente Dilma Rousseff. Os organizadores afirmaram ter 200 mil pessoas no ato, enquanto a PM contou 15 mil pessoas. Nas manifestações contra Dilma os organizadores disseram 150 mil e a PM calculou 120 mil.

Inocente quer saber – O que se passa na cabeça de Lula neste momento?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 2:20 am do dia 18 de março de 2016

Coluna do blog desta sexta-feira

Um governo sitiado 

Nunca antes na história deste país tivemos um governo tão atrapalhado quanto o da presidente Dilma Rousseff, que quando pensou que nomear Lula seria uma jogada de mestre, acabou se tornando o tiro de misericórdia que faltava para o governo acabar. Dilma levou pra dentro do Palácio do Planalto a Lava-Jato quando decidiu nomear um investigado para o ministério da Casa Civil. A quinta-feira começou com a posse de Lula no Palácio do Planalto, numa cerimônia realizada com alguns gatos pingados, constando apenas os sectários do PT, PCdoB e os poucos aliados que restam do governo.

Apesar da tentativa de desqualificar o juiz Sergio Moro, e atacar a Rede Globo, a curriola petista apenas colocou toda a imprensa contra o governo e acendeu o fósforo que necessitava para os integrantes do judiciário se voltarem contra Dilma, Lula e o PT. Atribuir o impeachment a golpe é conversa de desesperado que em nada se apega com a realidade. Golpe foi o que Dilma quis fazer obstruindo a justiça ao nomear um investigado com o único objetivo dele ganhar foro privilegiado e fugir de Sérgio Moro. As reações imediatas foram os panelaços em plena luz do dia enquanto Dilma discursava, numa pregação para convertidos que em nada melhorou a imagem do governo, pelo contrário, serviu para inviabilizar de uma vez por todas o governo.

Após os panelaços, a outra reação imediata foram as ações que tentavam barrar a nomeação de Lula que se proliferaram por todo o Brasil e que foram deferidas, tornando nulo todo o circo montado pelo Palácio do Planalto. Para piorar a situação de Dilma, a comissão do impeachment definitivamente saiu do papel, os deputados escolheram os 65 membros na tarde de ontem, que por sua vez elegeram o presidente da comissão especial e o relator, cujos ocupantes não possuem o menor compromisso com o governo. Na comissão do impeachment são necessários metade mais um voto para que o relatório final seja apreciado pelo plenário. O governo teria hoje, numa conta otimista, trinta votos, mas quem entende de política afirma que esse número não passa de vinte deputados.

A oposição já trabalha com a hipótese de que no dia 14 de abril o impeachment já tenha saído do papel e Dilma possa estar fora do cargo. Serão dez sessões para a presidente se defender, cujo prazo já começa a contar de hoje, uma vez que o presidente Eduardo Cunha decidiu convocar sessões extras para dar celeridade ao processo.

Como se não bastasse a quinta-feira ingrata para o Planalto com todos esses acontecimentos, o presidente do TSE ministro Dias Toffoli decidiu unificar as quatro ações que pedem a cassação da chapa Dilma/Temer com o objetivo de dar mais celeridade. Para não dizer que a desgraça é pouca, o ministro Gilmar Mendes, reconhecidamente antipetista, foi sorteado como relator do mandado de segurança impetrado no STF contra a posse de Lula como ministro, o que naturalmente inviabiliza a manobra do governo de tentar salvar Lula.

Tivemos mais um dia tenso em Brasília, e a expectativa é que não há nada tão ruim que não possa piorar, aguardemos então os novos desdobramentos. Uma coisa é evidente: o governo Dilma morreu e esqueceram de enterrar.

PEN – O Partido Ecológico Nacional, na figura do seu presidente estadual Romero Cavalcanti, negou que haja desentendimento com o presidente municipal vereador Davi Muniz. De acordo com Romero, a relação é a melhor possível e a ida de Davi para o DEM conforme foi ventilado nesta coluna está fora de cogitação.

Joel da Harpa – Eleito com menos de vinte mil votos para deputado estadual pelo Pros, Joel da Harpa só chegou à Casa Joaquim Nabuco por defender bandeiras da Polícia Militar, que lhe permitiram ser o representante da corporação na Alepe. Mas não dando-se por satisfeito, Joel decidiu ser candidato a prefeito de Jaboatão pelo PTN. A decisão não foi digerida pela corporação, que está se sentindo comoletamente traída pelo deputado, e promete dar o troco nas eleições de 2018.

Debandada – O PT está sofrendo as consequências da corrupção que assolou o governo Dilma Rousseff. Apenas ontem saíram do partido os vereadores Henrique Leite, do Recife, que foi para o PDT, Robson Leite e Ricardo Valois, de Jaboatão dos Guararapes. Ambos eram petistas de longas datas, que se cansaram da corrupção do partido e naturalmente tiveram medo de respingar nas suas respectivas eleiçōes.

PDT – Por falar no PDT, o partido recebeu reforços importantes após anunciar apoio à reeleição do prefeito Geraldo Julio, que foram os vereadores Henrique Leite, Marcos Menezes e Jadeval de Lima, o deputado estadual João Eudes, e o deputado federal Cadoca. A pré-candidatura de Isabella de Roldão a prefeita foi sepultada pelo diretório nacional.

RÁPIDAS

Mapa – O Movimento Vem pra Rua criou uma ferramenta que permite o eleitor a monitorar o posicionamento dos deputados e senadores em relação ao impeachment. Em Pernambuco o número era de sete a favor do impeachment, passou pra dez, enquanto os indecisos agora são apenas treze. A ferramenta pode ser vista através do: http://mapa.vemprarua.net/pe/

Carta – Após chamar o Supremo Tribunal Federal de covarde, o ex-presidente e “ministro stand by” Lula divulgou carta aberta afirmando que confia no STF e “espera justiça”. Pelo visto o movimento em nada sensibilizará a Côrte, que não gostou nem um pouco do teor das suas declarações.

Inocente quer saber – Quando o governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Julio se posicionarão a respeito do impeachment de Dilma Rousseff?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 17 de março de 2016

Coluna do blog desta quinta-feira

Se a terça foi insana, a quarta foi apocalíptica 

Anteontem tivemos um dia histórico com a delação do senador Delcídio do Amaral sendo homologada pelo ministro Teori Zavascki comprometendo muita gente, inclusive a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. Fato que consolidou a ida de Lula para um ministério a fim de ganhar foro privilegiado. O movimento só foi oficializado ontem, quando a presidente decidiu nomear Lula para a Casa Civil.

Mesmo indo de encontro a opinião da maioria esmagadora da população, petistas apostavam que havia sido uma “jogada de mestre”, um xeque-mate no juiz Sergio Moro, desconsiderando que Dilma ao nomear Lula estava trazendo o crime para dentro do Palácio do Planalto. Lula, por sua vez, assinou o seu atestado de culpa, enquanto Dilma já assinara o atestado de óbito do seu governo.

Quando o Palácio do Planalto comemorava a ida de Lula para o ministério e a consequente fuga das mãos de Sergio Moro, vieram à tona áudios de uma conversa do futuro ministro com a presidente, onde Dilma afirmou pra Lula que o termo de posse estava pronto e que ele poderia utilizá-lo quando fosse necessário, dando a entender que a nomeação foi claramente com o objetivo de obstruir o trabalho da justiça.

O restante dos áudios interceptados chega a ser absurdo. Lula tira onda do Supremo Tribunal Federal, do Procurador Geral da República Rodrigo Janot, do presidente da Câmara Eduardo Cunha, do presidente do Senado Renan Calheiros, isso sem contar com frases machistas contra Clara Ant, sua assessora, contra Marta Suplicy, etc.

O vasto material causou perplexidade e insatisfação generalizada entre as pessoas, que prontamente foram protestar ainda na noite de ontem contra o governo, o PT e Lula, pedindo a renúncia de Dilma Rousseff. Definitivamente tivemos uma quarta-feira ainda mais complicada para a nossa república e consequentemente para o nosso país. Lula chega a zombar do povo brasileiro debochando das instituições. Lula age como se fosse Deus, e Dilma Rousseff é cúmplice de todas as canalhices que este cidadão pratica contra o país, quando o nomeia para a principal pasta do seu governo.

O impeachment há muito tempo deixou de ser um pleito de parte da sociedade para ser extremamente necessário, sendo a única saída para dar um basta na republiqueta de bananas que o PT pretende implantar no país. Por muito menos Fernando Collor caiu. Depois dessa quarta apocalíptica, o fim do governo Dilma está decretado.

Instalação – A comissão que analisará o impeachment será composta por 65 deputados e os partidos serão representados conforme a proporcionalidade da sua bancada na Câmara Federal. PT e PMDB ficam com oito deputados, cada. PSDB com seis, PP com cinco, PSD e PR com quatro, PTB e DEM três, PRB, PROS, SD, PSC e PDT dois, e os demais partidos com representação na Câmara um representante cada. A instalação da comissão será feita hoje.

Solidariedade – O deputado estadual licenciado e secretário de Saneamento da PCR Alberto Feitosa trocou o PR pelo Solidariedade, a sua filiação foi oficializada ontem. Feitosa saiu do PR após o deputado federal Anderson Ferreira dar o comando do partido no Recife ao cunhado Fred Ferreira. Segue com Feitosa o empresário Francisco Eduardo Cavalcanti, irmão do ex-governador Joaquim Francisco e pré-candidato a vereador do Recife.

PRB – O PRB, que em Pernambuco passou a ser comandado pelo deputado Sílvio Costa Filho, decidiu ontem que vai entregar o ministério dos Esportes e consequentemente sairá da base de apoio ao governo Dilma Rousseff. Esse é apenas o primeiro dos muitos partidos que tendem a pular do barco de Dilma, que a cada dia afunda mais.

PMDB – O PMDB, que é liderado pelo deputado Leonardo Picciani (RJ), terá direito a oito vagas na Comissão do Impeachment. No acerto com a bancada ficou definido que além de Picciani serão quatro deputados governistas e três oposicionistas os indicados para a comissão que avaliará a procedência do impedimento de Dilma na Câmara.

RÁPIDAS

Filiações – O PSD, que recentemente recebeu os deputados Alvaro Porto e Romario Dias, e pode receber Kaio Maniçoba, vai oficializar a filiação de mais um prefeito. Trata-se do prefeito de Canhotinho Felipe Porto, que foi eleito em 2012 pelo DEM, sendo o único prefeito do partido eleito naquele pleito. Outro que ingressará na sigla é o vice-prefeito de Custódia Manuca, que foi candidato a deputado estadual em 2014 e será candidato a prefeito em outubro.

Medo – O ex-presidente Lula, em conversa com o deputado Wadih Damous (PT/RJ) afirmou que o juiz Sérgio Moro tem que ter medo, sabendo que deputados do PT estarão na cola dele fazendo representação contra ele no STF, dizendo que tinha que achincalhar o juiz responsável pela Lava-Jato.

Inocente quer saber – Qual será a bomba de hoje?

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Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 16 de março de 2016

Coluna do blog desta quarta-feira

Uma terça insana 

Após os protestos do último domingo reunirem sete milhões de brasileiros nas ruas do país, o governo Dilma Rousseff achou que já tinha encontrado o fundo do poço. Mas o dia ontem foi capaz de mostrar que o fundo do poço do governo Dilma é um buraco negro. A delação do senador Delcídio do Amaral, que foi homologada ontem pelo ministro do STF Teori Zavascki, responsável pela Lava-Jato na suprema Côrte foi explosiva.

O começo do dia trouxe o teor da delação de Delcídio, que envolveu Aécio Neves, Aloizio Mercadante, Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Lula, Dilma e mais uma série de envolvidos entre políticos e empresários. De Pernambuco o senador Humberto Costa fez questão de aparecer em mais um escândalo. Além dele, o ex-governador Eduardo Campos foi citado por Delcídio.

A delação é explosiva e quando for investigada a fundo abalará toda a república, trazendo consequências e desfecho imprevisíveis. O cerne da delação de Delcídio é mais uma vez a falta de condições políticas da presidente Dilma Rousseff em continuar no cargo. Seu impeachment deixou de ser um desejo de parcela da oposição para ser o único caminho a ser seguido sob pena de colocar em xeque o futuro do país, sendo o remédio, traumático é bem verdade, mas capaz de quebrar o ciclo negativo que Dilma colocou o país.

Dilma deu demonstrações disso quando cogitou a hipótese de abrigar o ex-presidente Lula na esplanada dos ministérios com o único objetivo de salvar o seu padrinho político das mãos do juiz Sérgio Moro, garantindo-lhe foro privilegiado. A decisão de Dilma, além de sepultar o seu governo terminando de enlameá-lo, dá margens de interpretação de que o julgamento do STF será mais moroso que o de Sérgio Moro e o pior, correndo o risco de acabar em pizza a investigação do ex-presidente. Numa tacada só Dilma colocou na sarjeta o poder executivo, comandado por ela, e o poder judiciário, cujos governos do PT indicaram a maioria dos ministros do STF.

Se o domingo entrou para a história do Brasil como um ato cívico de sete milhões de brasileiros lutando contra a corrupção, a terça-feira era o dia que não deveria ter existido no Brasil, não pela delação de Delcídio, mas sim pela comprovação de que o Palácio do Planalto corrompe pessoas ao seu bel-prazer e trabalha dia e noite para sepultar a operação Lava-Jato. Vergonha é pouco para descrever o que o Brasil vivencia neste momento.

Troca – O deputado Sílvio Costa Filho, pré-candidato a prefeito do Recife, decidiu trocar o PTB pelo PRB, partido da Igreja Universal. O agora ex-petebista será presidente estadual do PRB. Muita gente avaliou que a troca não foi positiva para a sua candidatura, uma vez que ele será constantemente ligado a um segmento da sociedade: o evangélico. Naturalmente isso poderá dificultar o discurso dele para viabilizar uma candidatura competitiva.

Escolha – Conforme divulgamos em primeira mão em nosso blog anteontem, o governador Paulo Câmara escolheu Silvio Neves Baptista Filho para ser o novo desembargador do TJPE. Silvio tem 43 anos, vinte de carreira, e deverá ficar no Poder Judiciário por 32 anos. Ele desbancou José Antônio de Melo e Carlos Gil Rodrigues.

DEM – O Democratas, que deverá confirmar a candidatura da deputada Priscila Krause a prefeita do Recife, receberá o reforço do vereador Davi Muniz, que recentemente se filiou ao PEN mas acabou querendo sair da sigla por divergências com o presidente estadual Romero Cavalcanti. Com isso o DEM passa a ter dois vereadores: Davi e Marcos Menezes.

Sujeira – Citado na delação do senador Delcídio, o senador Aécio Neves mais uma vez se mostrou distante de merecer os 51 milhões de votos das últimas eleições presidenciais. Ficando evidente que ele não tem moral nenhuma para participar de manifestações que critiquem a corrupção do governo Dilma Rousseff. A sujeira de Aécio justifica o motivo, dentre outros, de ter sido hostilizado nas manifestações em São Paulo no último domingo.

RÁPIDAS

Ausência – Figura carimbada nas denúncias envolvendo políticos, pelo menos desta vez o senador Fernando Collor não teve seu nome citado na delação de Delcídio do Amaral. O ex-presidente, por sinal, foi destituído por muito menos do que o acontecido no governo Dilma Rousseff.

Negociação – A negociação que culminou na saída da deputada Raquel Lyra do PSB passou pelo apoio do PDT à reeleição do prefeito Geraldo Julio. O PDT não só apoiará o prefeito do Recife, como também estará alinhado com Antonio Campos em Olinda e Conceição Nascimento em Jaboatão, que deverá ser a candidata do Palácio. Com isso a candidatura do vereador Neco a prefeito estaria sepultada.

Inocente quer saber – Hoje será turbulento em Brasília como foi ontem?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

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Edmar Lyra

Jornalista político, foi colunista do Diário de Pernambuco e da Folha de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco e CEO do instituto DataTrends Pesquisas. DRT 4571-PE.

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