Blog Edmar Lyra

O blog da política de Pernambuco

  • Início
  • Sobre
  • Pernambuco
  • Brasil
  • Contato

Postado por Edmar Lyra às 3:10 am do dia 1 de outubro de 2015

Coluna do blog desta quinta-feira

Ministério de Dilma não resolve crise política 

A presidente Dilma Rousseff deverá anunciar amanhã a tão esperada reforma ministerial, que havia forte expectativa de uma brusca redução de pastas, com previsão de restarem apenas 29 ministros na Esplanada. Mas a vontade de Dilma em apresentar uma resposta à sociedade com a redução criou um imbróglio ainda maior, isso porque a presidente provavelmente não conseguirá reduzir as dez pastas e se tornou mais refém do PMDB.

A grande mudança da reforma ministerial que pode trazer um novo oxigênio para a presidente na luta contra a baixa popularidade e consequentemente contra o impeachment é a saída de Aloizio Mercadante da Casa Civil para a entrada de Jacques Wagner, que foi governador da Bahia por dois mandatos e estava ocupando o ministério da Defesa.

A saída de Mercadante é uma vitória pessoal do ex-presidente Lula, que há muito tempo queria sua cabeça porque tinha informações de que o Congresso Nacional ficou mais hostil ao governo Dilma Rousseff, dentre outras coisas, a falta de traquejo de Mercadante no cargo. A escolha de Jacques Wagner também é outra vitória de Lula, que queria alguém que soubesse dialogar com os deputados e senadores para melhorar a situação do Planalto.

No mais, a reforma não traz nenhum fato novo que possa contribuir para a melhoria da imagem da presidente perante a população. De acordo com mais uma pesquisa divulgada ontem pela CNI/Ibope a presidente continua frágil. Com apenas 10% de ótimo/bom, amarga vários indices de rejeição como o fato de 82% dos entrevistados rejeitarem a forma de governar dela, enquanto apenas 14% aprovam, por exemplo.

Pra completar, a reforma ministerial não está agradando nem um pouco o PT, isso porque com as fusões que estão sendo realizadas o partido cairá de sete pastas na esplanada para apenas duas. Definitivamente o governo Dilma Rousseff saiu dos trilhos e não tem a menor perspectiva de encontrar um rumo.

Tucanos – Conforme noticiamos em primeira mão nesta coluna no dia 30 de julho, o ex-governador João Lyra Neto e a sua filha a deputada Raquel Lyra decidiram mesmo sair do PSB para se filiarem ao PSDB visando a disputa pela prefeitura de Caruaru nas eleições do ano que vem. A candidata dos Lyra deve mesmo ser a deputada.

Waldemar Borges – O líder do governo na Alepe deputado Waldemar Borges (PSB) oficializa hoje a sua troca de domicílio eleitoral para o município de Gravatá. Waldemar pretende disputar a prefeitura no ano que vem com o aval do Palácio e espera contar com parte significativa da Frente Popular para o seu projeto.

Antônio  Campos – O advogado Antônio Campos, pré-candidato a prefeito de Olinda pelo PSB nas eleições do ano que vem, tem realizado uma intensa agenda no município dando prioridade aos lugares mais carentes. O resultado tem surtido efeito e quando as pessoas sabem que ele é irmão de Eduardo Campos acabam contando algum fato que ocorreu com o ex-governador.

Fraude – A Polícia Federal apontou ontem indícios de fraude no leilão do terreno da REFFSA no Cais José Estelita em 2008 durante a gestão o ex-prefeito João Paulo. De acordo com a perícia houve um subfaturamento de R$ 10 milhões no leilão que apareceu apenas um interessado que foi o consórcio Novo Recife liderado pela Moura Dubeux.

RÁPIDAS

Violência – De acordo com o Mapa da Violência divulgado ontem o Recife com 32 mortes por 100 mil habitantes é a capital do Nordeste melhor posicionada. Fortaleza, Maceió, Natal e João Pessoa possuem quase o dobro de mortes por 100 mil habitantes. O resultado é reflexo do exitoso Pacto Pela Vida, que recentemente passou a apresentar aumento nos homicídios. Os dados são de 2014.

Camaragibe – O prefeito Jorge Alexandre (PSDB), que tem se mostrado uma grata surpresa na Região Metropolitana do Recife, anunciou ontem mais uma medida de impacto no município. Decidiu cortar pela metade o seu salário  o do vice-prefeito. Além disso vai cortar 20% dos cargos comissionados e uma série de custeios com a máquina pública.

Inocente quer saber – Eduardo Cunha vira a casaca após emplacar Celso Pansera no Ministério da Ciência e Tecnologia?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 22:52 pm do dia 30 de setembro de 2015

Mudanças climáticas: Fernando Bezerra destaca investimentos em “energias limpas” e proposta do Brasil à COP-21

Brasília, 30/09/15 – Presidente da Comissão Mista de Mudanças Climáticas (CMMC) do Congresso Nacional, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) subiu hoje (30) à Tribuna do Senado para parabenizar o estado de Pernambuco pelos investimentos na ampliação das chamadas “energias limpas”. O senador referia-se à inauguração do primeiro parque híbrido de geração de energias solar e eólica do país, no município de Tacaratu. Bezerra Coelho também registrou satisfação por mais dois parques de energia solar que serão instalados no município de Flores, Sertão do Pajeú. O senador destacou, ainda, a realização, nesta quinta-feira (1º), de audiência pública com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que comparecerá à CMMC para detalhar a proposta que o Brasil apresentará na 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças no Clima (COP-21).

Desde o início do mandato no Senado, Fernando Bezerra tem defendido mais investimentos para a diversificação da matriz energética brasileira. Inaugurado na última sexta-feira (25), na Região do São Francisco, o parque híbrido de Tacaratu tem capacidade para gerar 340 gigawatts/hora de energia eólica e solar, por ano. “Para se ter uma ideia, este volume de energia é suficiente para abastecer mais de 200 mil residências”, ilustrou o senador. Formado por duas usinas fotovoltaicas com potência instalada de 11 megawatts, o parque passa a ser o maior parque de energia solar em operação no Brasil. Ele contribuirá para o aumento de mais de 30% da capacidade instalada de geração de energia solar no país. Além destas usinas, o empreendimento – batizado de “Complexo das Fontes” – conta com um parque eólico de 80 megawatts. Segundo Fernando Bezerra Coelho, este modelo híbrido de produção de energia se mostra viável em 60% do território pernambucano, como aponta o Atlas Eólico e Solar de Pernambuco.

O senador também destacou, durante o pronunciamento, a instalação de mais dois parques de energia solar no município de Flores. A assinatura do contrato para a implementação destes parques – que deverão entrar em operação até 2017, com capacidade para produzir 52 megawatts de energia gerada pelo sol – já foi anunciada pelo Governo de Pernambuco e o consórcio Kroma Energia e Cone Concierge. “Estes modelos, que vêm do meu estado, podem e devem ser seguidos em todo o Brasil, que possui elevado índice de insolação e é considerado “Terra do Sol”, a exemplo da Austrália”, destacou.

COP-21 – Na Tribuna do Senado, Fernando Bezerra lembrou que, na última segunda-feira (28), durante a abertura da 70ª Assembleia-Geral da ONU, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil fará um grande esforço para reduzir as emissões de gases de efeito estufa sem comprometer o desenvolvimento do país. Entre as principais medidas, destacam-se a redução, até o ano de 2030, de 43% das emissões de gases de efeito estufa; o fim do desmatamento ilegal; o reflorestamento de 12 milhões de hectares; a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e a integração de 5 milhões de hectares de lavoura, pecuária e florestas.

De acordo com o governo federal, o Brasil também diversificará a matriz energética nacional, ampliando a participação das chamadas “energias limpas”. A meta é que as fontes renováveis respondam por 45% do total da matriz. Destes, 23% corresponderá à participação das energias eólica, solar e de biomassa.

“Sou favorável a tais metas. Porém, defendo ainda mais ousadia em relação ao prazo para o alcance destes objetivos. Isto é, que eles sejam alcançados antes de 2030”, afirmou o senador. “Se estas metas forem colocadas na lista de prioridades do Brasil, teremos condições de nos posicionarmos, de fato, como líderes neste ambiente. Tanto pelo potencial energético e as reservas ambientais que o país possui como também pela dimensão da nossa Amazônia”, completou Fernando Bezerra Coelho.

Arquivado em: Brasil, destaque, Pernambuco, Política

Postado por Edmar Lyra às 3:53 am do dia 30 de setembro de 2015

Dilma troca Mercadante por Jacques Wagner na Casa Civil

De acordo com a jornalista Cristiana Lôbo a presidente Dilma Rousseff definiu algumas mudanças na sua reforma ministerial. A maior delas é a saída de Aloísio Mercadante da Casa Civil para dar lugar a Jacques Wagner. No ministério da Defesa fica Aldo Rebelo em substituição a Wagner. Já Mercadante assume o ministério da Educação substituindo Renato Janine Ribeiro. Marcelo Castro (PMDB) assume o ministério da Saúde em substituição a Arthur Chioro.

As demais pastas do PMDB – Agricultura, Aviação Civil, Minas e Energia e Pesca – continuam. O deputado Leonardo Picciani indicará um aliado seu para ocupar o ministério dos Portos. Pelo visto a reforma ministerial serviu apenas para o PMDB mandar mais ainda no governo Dilma.

O ponto positivo é a saída de Aloizio Mercadante da Casa Civil. Agora o habilidoso Jacques Wagner poderá tentar melhorar a relação do Planalto com o Congresso Nacional, visto que Mercadante era persona non grata dos deputados e senadores.

Arquivado em: Brasil, destaque

Postado por Edmar Lyra às 3:00 am do dia 29 de setembro de 2015

Coluna do blog desta terça-feira

PSDB sai do muro e decide fazer oposição 

O PSDB perdeu quatro disputas presidenciais por ter medo de defender o seu legado e contestar os governos do PT. Nas eleições passadas decidiu, ainda que timidamente, defender os avanços obtidos pelo governo Fernando Henrique Cardoso, e acabou percebendo que não há essa hostilidade toda ao ex-presidente como parecia que havia.

No decorrer do governo Dilma Rousseff iniciado em janeiro, ficou evidente que o PT omitiu inúmeras informações sobre a realidade econômica do país. Além disso prometeu uma série de coisas que sabia que não iria cumprir. Configurando assim um dos maiores estelionatos eleitorais da história do Brasil, se não for o maior.

Ontem o PSDB decidiu deixar de uma vez por todas aquela oposição mamão com açúcar que se habituou a fazer ao longo dos governos do PT e partir para o ataque contra o governo Dilma Rouseff, o PT e o ex-presidente Lula. Mostrou máscaras de Dilma, evidenciando uma comunicação eficiente que com gestos e frases de efeito imputaram a pecha de mentirosa na presidente, apresentou pessoas humildes arrependidas de terem votado na presidente, os panelaços, etc.

Ao final deixou uma reflexão sobre o sentido de golpe que o PT quer “vender” em caso de ser efetivado o impeachment de Dilma Rousseff. Pela primeira vez em muitos anos o PSDB fez um programa partidário irretocável. Mostrando que enfim aprendeu não só a fazer oposição mas principalmente dialogar com a sociedade.

Parece que as quatro derrotas consecutivas e o cenário de caos que se estabeleceu no país fizeram o PSDB aprender a ser oposição de verdade.

Timbaúba – O deputado federal Marinaldo Rosendo exigiu a expulsão do vereador de Timbaúba Tiba do PSB. Tiba era o presidente do diretório municipal do partido e era filiado há mais de trinta anos. A exigência de Marinaldo foi apenas porque o vereador decidiu não apoiá-lo para deputado federal. A cúpula socialista acatou a solicitação.

Em Família – O deputado estadual Manuel Botafogo (PDT) utilizou o Facebook para responder ao sobrinho Junior Botafogo as críticas feitas pelo sobrinho de que o deputado estava querendo muito sendo novamente candidato a prefeito de Carpina, quando na verdade poderia continuar como deputado e deixar o sobrinho tentar ganhar a prefeitura. O deputado chegou a dizer que se o sobrinho for pra um lado ele irá pra outro, configurando assim o rompimento entre ambos, que já era especulado na região.

Lógica – O colunista Cláudio Humberto levantou a tese de que o governador Paulo Câmara e a viúva do ex-governador Eduardo Campos, Renata Campos, podem ser candidatos a vice-presidente da República na chapa encabeçada por Aécio Neves. Mas pela lógica o governador deve buscar a reeleição, enquanto a ex-primeira-dama não deve querer entrar para a política. Se um socialista de Pernambuco for indicado ao posto, tende a ser o prefeito do Recife Geraldo Julio, caso seja reeleito no ano que vem.

Carpina – O prefeito Carlinhos do Moinho (PSB) reuniu a sua bancada da Câmara Municipal para discutir as ações da sua gestão. O encontro contou com a presença dos vereadores Bruno Ribeiro, Dr. Marinaldo, Professor Rogério, Dedé Lanche, Lebre, Mica Fontes, Tota Barreto e Zezé Saúde. Além do presidente da Câmara Dudu Izidoro e dos secretários Neco da Kombi, Júnior de Salete e Preto do Ipsep, que também são vereadores licenciados.

RÁPIDAS

Itapissuma – O governador Paulo Câmara recebeu ontem no Palácio do Campo das Princesas o pré-candidato a prefeito de Itapissuma Carlos Pereira (PSB). O gesto do governador sinalizou um apoio ao projeto do PSB no município e contou com a presença do vice-governador Raul Henry e do presidente da Alepe deputado Guilherme Uchoa.

Paudalho – O empresário e ex-vereador Leo Coutinho (PDT) afirmou que possui o desejo de governar a sua cidade, deixando claro que poderá estar na disputa pela prefeitura de Paudalho nas eleições do ano que vem como uma espécie de terceira via. O pedetista conta com o apoio dos deputados Manuel Botafogo e Guilherme Uchoa para viabilizar seu projeto.

Inocente quer saber – O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB/RJ) enfim apreciará o pedido de impeachment de Dilma Rousseff como prometeu?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 23:01 pm do dia 27 de setembro de 2015

Planalto já considera PMDB rompido após Marta

Blog do Camarotti

O ato de filiação da senadora Marta Suplicy ao PMDB, em evento neste sábado (26), em São Paulo, amplificou a preocupação política no PT e no Palácio do Planalto. No evento que aconteceu no teatro Tuca, caciques peemedebistas estavam em sintonia com um projeto próprio de poder para o próximo ano, nas eleições municipais, e para 2018, na disputa presidencial.

Na avaliação de ministros petistas, o ato de hoje foi simbólico: significou o primeiro gesto concreto de afastamento do PMDB do governo Dilma. A dúvida no Planalto é se será um afastamento gradual, ou se a ruptura será imediata.

A filiação de Marta acontece dois dias depois do PMDB levar ao ar uma propaganda partidária na televisão com enfoque oposicionista e com um tom crítico ao governo. A situação entre PMDB e o Planalto é tão delicada, que a presidente Dilma Rousseff viajou para Nova York sem conseguir fechar a reforma ministerial.

Enfraquecida, a presidente depende mais do que nunca do PMDB para manter a governabilidade e evitar a abertura de um processo de impeachment. Por isso, Dilma foi obrigada a adiar a dança das cadeiras no primeiro escalão, o que só aumentou o clima de desconfiança no palácio com o principal aliado.

Além disso, o PT avalia outros dois problemas imediatos com a filiação de Marta ao PMDB. O partido está preocupado com o reflexo do ato de hoje na disputa pela prefeitura de São Paulo no próximo ano. O temor de petistas é de que a candidatura de Marta pelo PMDB inviabilize a reeleição do prefeito Fernando Haddad.

Também há o reconhecimento que isso pode estimular uma debandada de petistas para outras siglas. Essa semana, o deputado Alessandro Molon, do Rio de Janeiro, já deixou o PT para entrar na Rede de Marina Silva, num movimento semelhante ao da senadora Marta Suplicy.

Arquivado em: Brasil, destaque

Postado por Edmar Lyra às 3:01 am do dia 25 de setembro de 2015

Coluna do blog desta sexta-feira

PMDB cada vez mais interessado no Planalto

Após uma movimentação da presidente Dilma Rousseff em reformar o seu ministério mantendo a hegemonia do PMDB na equipe do governo federal, o partido levou ao ar ontem o seu programa partidário em cadeia nacional. A peça publicitária, além de enaltecer a figura de Michel Temer, trouxe críticas veladas ao atual momento que vive o governo da presidente Dilma Rousseff.

Com as principais estrelas do PMDB no programa, ficou evidente que o partido, pela primeira vez em muitos anos, está convergindo para um único caminho: ocupar o Palácio do Planalto em breve através do vice-presidente Michel Temer. O atual cenário de crise não interessa a ninguém, muito menos aos políticos experientes do partido, que já vivenciaram momentos parecidos ou até piores do que o atual.

Eles sabem que um governo fraco cria um país fraco e enfraquece ainda mais a sociedade. A indústria e o comércio perdem, os políticos ficam ainda mais desacreditados e mais vulneráveis a críticas da sociedade. Enfim, é um ciclo vicioso que prejudica a todos. Postergar essa crise só fará mal ao Brasil e aos brasileiros.

O toma lá dá cá patrocinado pelo Palácio do Planalto numa força-tarefa anti-impeachment servirá para que os fisiológicos possam tirar ainda mais proveito do moribundo governo Dilma, mas com o cenário se agravando, o PMDB tende a pular do barco, e dá vários sinais que fará isso, porque será o herdeiro natural do Palácio do Planalto. Uma vez quebrando a tendência de crise e levando o país a uma sobrevida econômica e política, ainda que tímida, já terá pavimentado o discurso do partido para 2018, haja vista que não existe nenhum nome natural para o processo pós-Dilma das eleições presidenciais de 2018.

A reforma ministerial pode servir sim, para que o ônus do desgaste de uma composição como a que está sendo feita recaia sobre os ombros de Dilma Rousseff. Para que, em caso de impeachment, a redução de ministérios, sempre traumática para qualquer governo, já esteja feita, e que apenas alguns ajustes sejam viabilizados num eventual e cada vez mais provável governo Michel Temer, que junto com o PMDB, aparecerão como salvadores da pátria e únicos capazes de tirar o Brasil do colapso. A senha foi dada ontem.

Eduardo Cunha – O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB/RJ) em resposta a questão de ordem apresentada pelo deputado Mendonça Filho (DEM), afirmou que na próxima semana iniciará o processo de análise dos treze pedidos de impeachment que tramitam na Casa.

Contra – A bancada dos nanicos na Alepe, composta por Beto Acciolly e Professor Lupercio (Solidariedade), João Eudes (PRP), Joel da Harpa (PROS) e Eduino Brito (PHS), decidiu votar contra o ajuste fiscal proposto pelo governador Paulo Câmara. Integrantes da bancada governista, os nanicos, ao tomarem esta decisão, demonstram insatisfação com o tratamento que vêm recebendo do Palácio do Campo das Princesas.

Encontro – Rodrigo Rollemberg (DF), Ricardo Coutinho (PB) e Paulo Câmara (PE), os três governadores do PSB, se reunirão na próxima quarta-feira com a presidente Dilma Rousseff em Brasília para tratar de questões administrativas e políticas. Mesmo o PSB sinalizando apoio ao impeachment de Dilma, os governadores optaram por se posicionarem contra o processo.

Rede – O ex-governador João Lyra Neto e sua filha, a deputada Raquel Lyra pretendem se filiar ao PSDB visando a candidatura de Raquel a prefeita de Caruaru, mas já há quem considere a hipótese dos Lyra de Caruaru migrarem para a Rede Sustentabilidade da ex-senadora Marina Silva.

RÁPIDAS

Estatuto – O deputado federal Anderson Ferreira (PR) comemorou a aprovação ontem do Projeto de Lei 6.583/13 que cria o Estatuto da Família, de autoria do pernambucano, na Comissão Especial da Câmara dos Deputados por 17 votos a 5. Agora o projeto vai para apreciação do Senado.

Mercadante – A presidente Dilma Rousseff segue insistindo em manter o ministro Aloizio Mercadante na Casa Civil. Pivô de uma série de problemas entre o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, a permanência dele no cargo não ajuda em nada a situação de Dilma perante os deputados e senadores.

Inocente quer saber – O prefeito Vado da Farmácia gosta de rasgar dinheiro do povo do Cabo de Santo Agostinho dando R$ 200 mil a uma gravação de DVD?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 22:56 pm do dia 24 de setembro de 2015

Cintra propõe PEC criando lei nacional para concursos públicos

O senador Douglas Cintra (PTB-PE) ocupou o plenário do Senado para solicitar aos seus pares a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 75/2015, de sua autoria, que permite a elaboração de uma lei nacional com regras gerais para todos os concursos públicos, tanto da União como dos governos estaduais e prefeituras.

Com a PEC 75/2015, que já tem designado o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) como relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Cintra justificou que serão eliminadas várias falhas nos concursos públicos. Alinhou, entre elas, fraudes frequentes, editais sem a divulgação devida, taxas de inscrição exorbitantes, prazo exíguo para recursos, mudanças repentinas e sem antecedência razoável nas datas e horários das provas, conteúdos de provas não previstos no edital.

Gestão eficiente – Um dos objetivos da PEC, segundo o senador pernambucano, é instrumentalizar principalmente as prefeituras, que normalmente não têm legislação específica sobre concursos. “Muitos municípios e mesmo alguns estados não conseguem recrutar quadros técnicos gerenciais à altura das necessidades de uma gestão eficiente pela ausência de normas claras para a realização de concursos públicos”, assinalou.

Cintra enfatizou que a lei nacional não irá ferir a autonomia de estados e municípios, pois definirá apenas normas genéricas. “A preocupação da PEC é tão-somente fornecer uma moldura geral a estados e municípios, que poderão enriquecê-la e adaptá-la às particularidades regionais e locais”, pontuou.

A PEC será votada na CCJ e depois, em dois turnos, no plenário. Irá em seguida à Câmara dos Deputados, onde será examinada por uma comissão especial e, posteriormente, votada no plenário, também em dois turnos.

A PEC 75/2015 altera os artigos 24 e 37 da Constituição, dando competência à União para legislar sobre concursos públicos nos estados e municípios e ao Senado e à Câmara dos Deputados para elaborar uma lei geral sobre o assunto.

Arquivado em: Brasil, destaque, Pernambuco

Postado por Edmar Lyra às 3:05 am do dia 24 de setembro de 2015

Coluna do blog desta quinta-feira

Acuada, Dilma tenta última cartada para se salvar do impeachment 

Responsável pelo governo mais impopular da história recente do Brasil, a presidente Dilma Rousseff segue cambaleando feito cego em tiroteio para tentar fugir da crise que o próprio governo criou. Após ver sua popularidade virar pó em menos de um ano depois de ser reeleita presidente da República, Dilma, enfim decidiu reduzir ministérios.

A redução, que poderia ter sido anunciada ainda em janeiro, não traz muitos efeitos práticos na situação política do país sendo feita neste momento, porque há um quadro de insatisfação generalizada com a figura da presidente e do seu próprio governo por conta dos escândalos de corrupção e sobretudo pela situação econômica do país.

No bojo de uma redução de ministérios – 39 pra 29 – o Palácio do Planalto decide manter praticamente intacto o poderio do PMDB na esplanada, reduz de seis pra cinco pastas comandadas pelo partido, mas proporcionalmente o partido de Michel Temer passa a ter um espaço maior em relação a quantidade dos ministérios.

O Planalto decidiu entregar o poderoso ministério da Saúde ao PMDB, onde são cotados para assumir o posto os deputados Manoel Júnior (PB), Marcelo de Castro (PI) e Saraiva Felipe (MG), este último ocupou o cargo no primeiro governo Lula, mas a tendência é que o indicado seja mesmo o paraibano Manoel Júnior.

Para a pasta de Infraestrutura, que deverá ser criada fundindo vários ministérios, o PMDB deverá indicar Newton Cardoso Júnior (MG), Mauro Lopes (MG), José Priante (PA) ou Celso Pansera (RJ). Foram estes os nomes apresentados pelo líder do partido na Câmara deputado Leonardo Picciani (RJ) para que um seja escolhido.

Os ministros Katia Abreu (Agricultura) e Eduardo Braga (Minas e Energia), devem continuar, enquanto Eliseu Padilha (Aviação Civil), Hélder Barbalho (Pesca) e Henrique Alves (Turismo), tendem a ficar de fora do futuro ministério, já que suas pastas serão extintas ou fundidas a outras pastas.

O PDT perde o ministério do Trabalho, que será incorporado ao ministério da Previdência, mas assume o ministério das Comunicações, cujo indicado será o deputado André Figueiredo (CE). Com essas movimentações a presidente espera tentar minimizar os riscos do impeachment na Câmara dos Deputados, criando uma situação menos hostil para o Planalto.

Outro que deverá sair é o ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante, responsável por parte significativa dos problemas de interlocução entre o Planalto e o Congresso Nacional. Na prática, a saída de Mercadante será mais importante para a sobrevida da presidente do que qualquer outra movimentação. Caso Dilma prefira mantê-lo na Casa Civil, de nada terá valido o esforço em adoçar a boca do PMDB e do Congresso Nacional.

Daniel Pessoa – Aliado do deputado Cadoca, o secretário Daniel Pessoa assumiu um papel importante na gestão do prefeito Elias Gomes ao longo dos quase sete anos de governo. Ontem Daniel assumiu a presidência municipal do PSD, substituindo o procurador do município Joaquim Barretto. O ato contou com a presença do presidente estadual da sigla, o secretário das Cidades André de Paula.

Wolney Queiroz – Chovem críticas à postura do presidente estadual do PDT, o deputado federal Wolney Queiroz. Correligionários afirmam que o partido virou uma capitania hereditária e que o prefeito José Queiroz, pai de Wolney, já se deu conta de que não conseguirá emplacar o sucessor em Caruaru e quer mandar e desmandar no partido no intuito de não permitir o crescimento de mais nenhum outro grupo político dentro da legenda.

Rumores – Após rumores de que Armando Monteiro poderia sair do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, um aliado do petebista chegou a afirmar que seria uma boa, porque continuar na equipe de Dilma tem feito mal para a imagem do pernambucano, que acabou se afastando das bases e gerando grande insatisfação entre os correligionários pernambucanos.

Sertão – O governador Paulo Câmara estará amanhã no sertão para vistoriar algumas obras em Jatobá e Caraibeira, distrito de Tacaratu, e no município de Tacaratu, inspeciona o parque de energia éolica. O socialista tem aproveitado os fins de semana para se aproximar mais das regiões distantes da capital.

RÁPIDAS

Collor – O senador e ex-presidente Fernando Collor afirmou em entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, que se o processo de impeachment prosperar na Câmara dos Deputados ficará irreversível para a presidente Dilma Rousseff. Collor tem conhecimento de causa pois foi o único presidente a sofrer um processo de impeachment.

Cunha – O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB) deverá responder à questão de ordem apresentada pelo líder do DEM deputado Mendonça Filho em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rouseff.

Inocente quer saber – Quando o dólar vai para de se valorizar perante o real?

Arquivado em: Brasil, Coluna diária, destaque, Política

Postado por Edmar Lyra às 23:25 pm do dia 23 de setembro de 2015

Se instalado, impeachment de Dilma é irreversível, diz Collor

Fernando Rodrigues
Do UOL, em Brasília

O ex-presidente da República Fernando Collor de Mello (PTB-AL) avalia que o Brasil passa por uma “crise política sem precedentes”. Se um eventual processo de impeachment contra Dilma Rousseff começar a tramitar, o afastamento da petista será “irreversível”.

Em entrevista ao UOL para fazer um paralelo entre o momento atual e o que ele próprio enfrentou, em 1992, quando sofreu um processo de impeachment, Collor demostrou ceticismo sobre as possibilidades de recuperação do governo de Dilma Rousseff.

“Esse filme eu já vi”, diz Collor para descrever a “angústia” que sente ao assistir à deterioração do apoio político ao Palácio do Planalto. “A presidente está privada de instrumentos essenciais de coordenação, de concertação política para sair da crise em que ela colocou seu governo”.

Aos 66 anos e hoje senador pelo PTB de Alagoas, Collor demonstra desencanto ao analisar a conjuntura criada por Dilma e o apoio que deu à petista no último processo eleitoral. “Eu errei na minha avaliação. Ela realmente não estava preparada [para ser presidente]”.

Ele usa uma alegoria para descrever como enxerga a administração dilmista. “É mais ou menos como aquela figura do sapo que se coloca numa tigela de água em cima de uma fonte de energia de fogo. A água vai esquentando. O sapo aguenta. Até que a água ferve e o sapo não sai”.

Na avaliação de Collor, Dilma erra de maneira continuada. Um dos equívocos mais recentes é a decisão de cortar 10 ministros nesta semana, no meio da “borrasca”. É uma ação “tardia”, sem o efeito simbólico positivo, mas cuja consequência será “catastrófica”. Produzirá “uma ebulição política na base, algumas centenas de graus centígrados acima do que já está”.

Será como o sapo que morre na panela com água fervendo? “É a consequência natural”.

Apesar da acidez de sua análise, Collor não demonstra torcer contra Dilma: “Talvez em função de um desejo íntimo meu: que não ocorra com nenhum presidente o que ocorreu comigo”. Mas seria necessário “acreditar em milagres para achar que ainda não chegamos a um ponto de não retorno”.

Uma vez iniciada a tramitação do processo de impeachment, a chance de interrompê-lo, “para não dizer que é zero, é muito próximo disso”. Por quê? “É algo que começa a ter vida própria. Ninguém mais tem racionalidade (…) Há que se evitar que se chegue a esse ponto”. O ex-presidente então faz uma ressalva: “Que estamos na rota, estamos”.

O senador faz poucas recomendações para Dilma, exceto que atue nos bastidores para tentar construir uma aliança política ampla. Acha que a investida da presidente para se aproximar de políticos pode ter o efeito oposto do desejado. Até porque a petista “não nutre prazer” pelo convívio com deputados e senadores. Os interlocutores sempre percebem.

Collor conta uma conversa entre ele e Dilma, em março de 2015, num momento agudo de manifestações de rua contra o governo:

“Sugeri a ela pedir desculpas. Ela perguntou: ‘Desculpas por quê?’. E eu disse: porque há 3 meses ou 4 meses nós estávamos nas ruas dizendo que a energia elétrica não ia subir nem o custo da energia elétrica para as famílias, que a inflação estava sob controle, que os juros não iam subir, que a gasolina não ia subir. E o que nós estávamos vendo era completamente diferente”.

Segundo Collor, Dilma ficou “rabiscando num papel”. A conversa terminou só com um “muito obrigado” e nada mais? “Não. Nem muito obrigado. Ela ouviu. Ouviu, mas não escutou”.

Citado pelo Ministério Público como um dos envolvidos na Operação Lava Jato, Collor disse que não queria falar a respeito.

A seguir, trechos da entrevista do ex-presidente e hoje senador Fernando Collor de Mello, gravada na terça-feira (22.set.2015), no estúdio do UOL, em Brasília:

A seguir, trechos da entrevista do ex-presidente e hoje senador Fernando Collor de Mello, gravada na terça-feira (22.set.2015), no estúdio do UOL, em Brasília:

UOL – O Brasil passa por um momento de crise política. O que levou a essa conjuntura?
Fernando Collor – O país vive hoje uma crise política sem precedentes.

Sem precedentes?
É o que me parece. É o meu sentimento. E uma crise econômica também de extrema gravidade. Portanto, deslindar esse cruzamento de duas crises que afetam a nação como um todo, com essa abrangência e profundidade, é algo extremamente difícil. Acho que é necessário muita habilidade política, muito senso de responsabilidade para com o presente, para com o futuro que se avizinha.

Em que medida a situação atual do Brasil guarda similitudes com a de 1992, quando o sr. enfrentou um processo de impeachment?
Há uma diferença fundamental entre os eventos que culminaram com o meu afastamento da Presidência em 1992 e com os eventos que hoje nos circundam. Em 1992, no campo econômico, nós tínhamos uma situação extremamente sólida. (…) Diferentemente de hoje, em que a economia não está exatamente algo que nós pudéssemos sequer dizer controlada.

Mas em 1992 a inflação ainda não estava controlada…
Sim. Mas nós tínhamos passado de uma patamar de uma inflação de 86% ao mês para uma inflação de 20%, 23% ao mês. Mas isso não implicava, apesar da inflação ainda estar alta, em nenhum desajuste orgânico da economia. A economia estava bem. Estava caminhando bem. (…)

Mas o processo de hoje é parecido com o da sua época?
Não. Na minha época… No final do processo, o PMDB, por exemplo, representado pelo dr. Ulysses Guimarães, pressionado por São Paulo, pelo governador de saudosa memória, Orestes Quércia, mudou de posição. Decidiu apoiar o movimento que estava já nas ruas pedindo a minha saída da Presidência da República.

Mas isso foi no final. Já chegando muito próximo das eleições. Mas a relação era muito boa. A relação era, com os partidos, muito fluida. O problema que nós vivenciamos hoje é fundamentalmente um problema desse presidencialismo de coalizão que, no meu entender, não funciona.

O presidencialismo de coalizão é um sistema de governo gerador de crises semestrais. Não há nenhuma possibilidade de se manter um governo estável no sistema presidencialista com um presidencialismo de coalizão. Como se construir uma maioria dentro do presidencialismo de coalizão, vamos dizer, na Câmara dos Deputados, onde existem 27 ou 26 partidos ali representados? Como? É melhor dar o poder ao parlamento. Daí a questão do parlamentarismo. Que é uma ideia que eu venho defendendo. Uma proposta que eu venho defendendo há muito tempo juntamente com outros parlamentares para que seja instituído no Brasil.

Um presidente da República que enfrenta uma situação difícil passa a ter uma atitude mais ensimesmada?
Sim. Tem.

Como o sr. sentiu isso?
A diferença fundamental é que a presidenta é uma pessoa que nunca vivenciou a política partidária. Nunca militou na política partidária. Quer dizer, nunca exerceu nenhum cargo público.

Não tinha experiência. Não tinha o conhecimento exatamente. E, mais do que não ter conhecimento do que era a política, do que seria o Congresso, ela não gostava disso.

O sr. acha que ela não nutre prazer?
Não nutre prazer. E num momento de crise –e eu enfrentei vários momentos de crise durante o meu governo –a primeira reação do governante é se isolar. É se isolar e tomar as decisões de forma solitária e achar que aqueles que estão ao seu redor não estão ajudando de forma conveniente ao momento.

Isso aconteceu com o sr.?
Aconteceu. Aconteceu comigo, mas em seguida eu reagi.

Mas nessas horas o próprio governante talvez não seja o seu melhor conselheiro…
Exatamente isso. Uma vez, contrariando o meu desejo, cedi aos apelos que foram feitos numa solenidade de taxistas no Palácio do Planalto. Estavam todos lá. Eu disse ao cerimonial que não falaria, como não falei. Terminou a cerimônia e eu saí. Não falei. Mas aí, em coro, pediram: “Fala, Collor”. Os ministros foram lá me buscar para que eu falasse. Aí saiu aquele grande equívoco, aquela grande “pixotada” que foi a de conclamar o povo a sair nas ruas no domingo vestido de verde e amarelo. Entreguei de bandeja um prato para aqueles que se opunham a mim saírem de preto e mostrarem que não era esse o sentimento da população, o que eu imaginava ser.

É muito difícil o presidente da República fugir do erro de se isolar, de não escutar, de não ouvir. Acredito que esse seja o erro primordial do governo atual.

O governo é mais ou menos como aquela figura que contam do sapo. O sapo que se coloca numa tigela de água em cima de uma fonte de energia de fogo. O sapo está dentro da água. E a água vai esquentando, esquentando. O sapo fica aguentando tudo. Até que a água ferve e o sapo não sai.

Quando você coloca o sapo dentro da água fervendo, o sapo pula imediatamente. Mas quando ele está dentro da água e a água vai esquentando aos poucos, ele não se apercebe do perigo que está correndo. Esse é mais ou menos o problema que esse governo vem passando. Não está escutando.

No seu caso, havia algo possível para evitar o desfecho que houve?
Havia. Várias medidas que poderiam ter sido tomadas para evitar o desfecho. A primeira delas teria sido evitar a constituição da CPI [do PC Farias]. Seria extremamente simples para mim naquele momento evitar que a CPI fosse instalada. Ela foi instalada com o meu apoio e o apoio da minha base. Por sugestão de algumas pessoas próximas, dentro do governo, a mim.

A crise atual já está num “ponto de não retorno”?
Tenho receio de fazer a conclusão deste diagnóstico. É uma situação de extrema gravidade. Aí ainda estamos discutindo a questão desse rombo, desse déficit no Orçamento da União da ordem de R$ 30 bilhões.

No meu entender será o dobro disso. Nunca vi isso na minha vida. Não tenho leitura, registro, de que algo parecido tenha acontecido nem durante a minha existência. Isso é algo de uma temeridade absoluta.

O governo pretende consertar o Orçamento de 2016 por meio de medidas que dependem em grande parte do Congresso. Vai dar certo?
Do ponto de vista técnico, a melhor saída é a volta da CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira]. É algo que imediatamente pode ser recebido. Mas se esta é uma saída técnica, é por outro lado politicamente inviável.

Inviável?
É inviável. Não há como passar.

O Congresso não aprovará?
Nenhuma medida. Não estou fazendo nenhum vaticínio. Apenas dando a minha impressão, fruto da minha vivência. Não há nenhuma possibilidade de o Congresso Nacional aprovar o ajuste orçamentário para 2016 com essas medidas que estão sendo encaminhadas. Não vejo nenhuma possibilidade.

A crise então se agrava mais?
É o que eu disse há pouco.

O seu diagnóstico então é que já se chegou a este ponto de não retorno?
Nós precisamos acreditar em milagres para achar que nós ainda não chegamos a um ponto de não retorno.

A presidente anunciou uma reforma ministerial que reduz de 39 para 29 o número de ministérios. Foi uma decisão acertada?
É tardia.

Acertada, porém tardia?
Exato. Essa decisão ela deveria ter tomado logo no início do ano. Eu próprio sugeri a ela depois de um panelaço, fruto de uma intervenção dela na televisão. Tive a oportunidade de dar a minha opinião.

Como foi a sugestão?
Sugeri que a primeira palavra dela numa aparição de rádio e televisão, numa rede nacional, seria pedir desculpas. E ela perguntou: “Desculpas por quê?”. E eu disse: porque há 3 meses ou 4 meses nós estávamos nas ruas dizendo que a energia elétrica não ia subir nem o custo da energia elétrica para as famílias, que a inflação estava sob controle, que os juros não iam subir, que a gasolina não ia subir. E o que nós estávamos vendo era completamente diferente.

E ela?
E ela… Rabiscando num papel. Eu disse a ela também que deveria falar com humildade e falar diretamente para o coração da mãe de família, da dona de casa, do chefe de família. Dizer que houve equívoco na avaliação que foi levada a ela sobre como seria o ano de 2015. Mas que ela, como presidente da República, embora não tivesse sido responsável pelo desenho desses cenários, tinha de assumir a sua responsabilidade diante disso. E pedir desculpas, fazer um chamamento para novamente estarmos todos juntos e, ato contínuo, anunciar que iria cortar uns 15 ministérios e metade dos cargos em comissão na Esplanada dos Ministérios.

O sr. disse a ela em meados de março?
Começo de março.

E ela reagiu ao final como?
Não fazendo nada disso.

Mas ela disse algo ao sr. no final da conversa?
Nada. Nada.

Apenas “muito obrigado”?
Não. Nem muito obrigado. Ela ouviu.

Nem “muito obrigado”?
Não. Ouviu, mas não escutou.

Naquele momento, se ela tivesse feito essa redução dos ministérios e de cargos, acho que teria um impacto. Se ela tivesse falado diretamente com a população…

Mas agora, se fosse ela, não mexeria em nada. Deixaria a composição de ministérios como está. Neste momento de crise, de borrasca, não é o momento ideal para se mudar de barco.

Se ela insistir em cortar 10 ministros, qual será a consequência?
Catastrófica.

Descreva.
Uma ebulição política na base, algumas centenas de graus centígrados acima do que já está.

Como o sapo que morre na panela?
É a consequência natural.

O que ela poderia fazer a esta altura então?
Esse é que é o drama. Essa que é a dificuldade que sinto cada dia quando me levanto e olho a situação e vejo… Meu Deus, será que não tem nenhuma forma de resolver esse assunto?

O bê-á-bá da cartilha política é que ninguém pode governar sem o apoio do Congresso. Ninguém. Ninguém governa sem o apoio do Congresso dentro de um sistema democrático. Ela antes não tinha a simpatia do Congresso, mas tinha o apoio do Congresso. Hoje, ela não tem a simpatia e não tem, o que ainda é mais grave, a solidariedade do Congresso.

O sr. acredita então que é inevitável, dada a conjuntura atual e sem o milagre que o sr. mencionou, que em algum momento será instalado esse processo de impeachment contra a presidente?
Não acho que o processo de impeachment seja o melhor caminho.

E a inevitabilidade do processo?
Embora eu considere isso nas minhas projeções, sempre coloco essa possibilidade como a mais remota. Talvez em função de um desejo íntimo meu: que não ocorra com nenhum presidente o que ocorreu comigo.

Mas…
Mas, sim. É uma possibilidade. É uma possibilidade.

Essa possibilidade hoje é real?
É. Mas aí eu me permitiria voltar a uma outra conversa que mantive com a presidenta Dilma na presença de líderes do Senado e do vice-presidente Michel Temer. Isso foi recente, há 2 meses.

Um jantar no Alvorada?
Um jantar no Alvorada. Na reunião discutia-se a pauta de votação no Congresso –medidas provisórias, o que votar, o que não votar. E ninguém falava de um assunto que estava, está, presente em nosso dia a dia, que é o impeachment. Então eu disse: “Presidenta, me desculpe, mas eu não ouvi aqui ninguém se referir a algo que politicamente eu acredito que nós tenhamos de discutir para saber como evitar, que é a questão do impeachment. É o que se comenta no Senado, na Câmara dos Deputados, nas ruas, nos meios acadêmicos, por pessoas formadoras de opinião. Nós temos de enfrentar isso”. Do mesmo modo, não houve nenhuma resposta dela. Ela não fez nenhum tipo de comentário.

Em seguida, falou o vice-presidente Michel Temer. Ele disse que achava que minha a exposição estava bem colocada e que teria que merecer, por parte do governo, a atenção devida para tomar medidas que fossem possíveis para evitar que isso [impeachment] se consumasse.

Então fico analisando, vendo essa tentativa até comovente que ela vem fazendo de se reaproximar da classe política, de se reaproximar dos partidos políticos…

Comovente por quê?
Porque…

Ela já foi abandonada na sua opinião?
A classe política está infensa a esse tipo de demanda por parte da presidente da República.

Todas as suas análises indicam que a presidente está sem saída no momento…
Vejo a presidente numa situação muito difícil.

O sr. tem uma recomendação sobre o que ela possa fazer a esta altura?
Bom, as recomendações que fiz nessas duas oportunidades ela não seguiu. Está tentando fazer agora, mas o “timing” se perdeu. O momento para que fossem tomadas certas decisões passou.

Tudo o que ela fizer então não surtirá o efeito desejado?
Não [surtirá].

Não surtirá?
Lamentavelmente, no meu entender, não surtirá.

Acho que precisamos juntar todos, a classe política, os principais partidos políticos. Todos entenderem que essa crise não se restringe ao perímetro da praça dos Três Poderes, mas que se estende ao país todo. Atinge a todos.

Mas o sr. vê esse tipo de união acontecendo?
Pois é… Vejo o contrário. Eu vejo o contrário.

Mas falo de um esforço da própria classe política. Não em função da demanda dela [Dilma], que não surte efeito. No momento em que a classe política entender que a solução desse problema passa inexoravelmente pelo Congresso Nacional e pela união de forças, independentemente de serem simpáticas ao governo, encontra-se uma saída.

Mas… não seria quase ingênuo acreditar que isso se materialize no curto prazo?
Nós temos que acreditar em alguma coisa.

Independe da presidente?
Independe dela.

Dilma não pode mais fazer nada?
Qualquer ação dela no sentido de se reaproximar da classe política é uma ação que gera um efeito talvez contrário ao que ela esteja desejando.

Ou seja, ela acelera o processo de impeachment e não o contrário?
Não digo que acelere o processo. Digo que essa ação dela não contribui para amenizar a grave crise que estamos atravessando.

Mas presidente, se o governante tende a ficar isolado em um momento de crise…
Agora não está mais. Ela já partiu para a ação.

Mas se ação não surte o efeito que seria benéfico, como o sr. diz, a presidente teria que voltar para a estratégia anterior e se resguardar?
Não. Ela tem que começar, nos bastidores, a tentar organizar o que culminaria nessa possível união das forças políticas que entendam que é necessário haver um união em torno de uma saída.

E a reforma ministerial…
Isso agrava.

Agrava porque, se fosse feito naquele momento, lá atrás, seria entendido. Os partidos apoiariam. Todos entenderiam que precisava esse movimento. Teria sido uma demonstração que o Executivo estaria dando de cortar na própria carne, de mostrar um desejo de resolver os problemas fiscais do país. Mas esse momento passou. Hoje, qualquer mudança no ministério significa agravar a relação com um contingente de partidos e de pessoas. Quer dizer, não tem mais nem o efeito simbólico e o efeito político é desastroso.

Na eventualidade do início da tramitação de um processo de impeachment na Câmara, na conjuntura atual, o desfecho é irreversível?
Num processo de impeachment, quem o guia é o imponderável. Não há regra fixa, não há matriz, um padrão.

Mas dentro dessa teoria do caos que se instaura quando começa a tramitar o impeachment, o sr. acha que para a presidente Dilma Rousseff se o processo é instalado…
Vai ser péssimo.

Uma vez andando o processo na Câmara, a chance de ela conseguir detê-lo é zero?
Para não dizer que é zero, é muito próximo disso. É algo que se transforma, que começa a ter vida própria. É um processo sobre o qual ninguém mais tem racionalidade ao conduzi-lo. Porque a paixão desenfreada, desencadeada dentro de um processo político, com a população de alguma forma insuflando e apoiando…

…Torna-se irreversível.
É irreversível. Se for instalado, é irreversível. É irreversível até porque, instalado o processo na Câmara, automaticamente o presidente é afastado.

Não. O processo demora uns 45 dias até a presidente ser afastada…
Depende. No meu caso foi muito mais rápido [risos]. Os prazos foram todos ultrapassados, de modo a adequar a votação do meu afastamento às vésperas de uma eleição municipal em que todos estavam com os ânimos muito exaltados.

Essa questão de prazos, num processo político como é o impeachment, é vencida de maneira rápida, da maneira que for conveniente para a maioria dos que estão comandando e coordenando o processo.

Recapitulando: instalado o processo de impeachment, pode ser muito rápido, é imponderável e, o sr. diz, irreversível?
Se for instalado o processo de impeachment, se for aprovado pela Câmara… É irreversível no momento em que a maioria absoluta da Câmara vote para afastar.

E antes dessa votação, naquelas semanas que antecedem a votação do afastamento, mas o processo já está tramitando? O sr. acha que também nesse período já fica muito difícil e irreversível?
É… quando chega a esse ponto… Há que se evitar que se chegue a esse ponto.

Mas a conjuntura atual está levando para a abertura desse processo na Câmara?
Que estamos, vamos dizer assim, na rota, estamos. Mas essa rota pode ser desviada se houver alguma possibilidade dessa união da classe política em torno da constituição de um projeto de salvação nacional.

Como o sr. se sente assistindo a este processo? Como é que o sr. descreveria seu sentimento pessoal?
Me angustio muito. Até porque esse filme eu já vi.

Desde quando Antônio Palocci era ministro da Casa Civil, há 4 anos, eu estive com ele e falei da minha preocupação. Já naquela época havia alguma coisa, algum azedume nas relações entre o Legislativo e o Executivo.

O Palocci me disse: “Mas, presidente, eu não percebo isso. Todos os projetos da presidente no Congresso estão sendo aprovados”. Aí eu falei: “É verdade. Ela está tendo o apoio do Congresso para essas medidas. O meu receio é de que no momento em que ela precise da solidariedade do Congresso, ela não venha a ter esse apoio”.

Agora, é chegado exatamente esse momento em que a solidariedade é exigida para que o governo saia dessa grande crise em que está introduzido. Porque a presidente não tem mais instrumentos nem capacidade –não porque ela não queira, até porque agora ela está querendo. Mas como passou o tempo, a presidente está privada desses instrumentos essenciais de coordenação, de uma concertação política para sair da crise em que ela colocou seu governo.

A presidente Dilma estava preparada para assumir a função de presidente da República do Brasil?
Eu errei na minha avaliação. Quando ela era chefe da Casa Civil, eu estava na presidência da Comissão de Infraestrutura no Senado. Foi quando lançou-se o PAC. Eu me avistava com ela para tratar dessa questão das obras de infraestrutura. Percebi uma mulher extremamente decidida, determinada, com capacidade de tomar medidas rápidas.

Achei que ela fosse realmente uma pessoa com esse perfil de administradora, de gerente, que talvez fizesse bem ao Brasil naquele momento. Mas, depois, confesso que fui sendo surpreendido por medidas que ela tomava. Percebia que não havia um mínimo de planejamento. Medidas intervencionistas. A questão do sistema elétrico me deixou muito confuso.

Enfim, foi um erro de avaliação. Enquanto chefe da Casa Civil, ela estava bem. Mas para a Presidência da República ela realmente, no meu entender, não estava preparada.

Se tudo continuar do jeito que está –a reforma ministerial, dificuldade para aprovar a CPMF etc.–, quanto tempo o sr. acredita, no melhor do seu juízo…
90 dias

Para que se instaure algum processo na Câmara?
Para que alguma coisa aconteça, não necessariamente um processo na Câmara.

Esta entrevista está sendo gravada no dia 22 de setembro…
O PMDB tem sua convenção marcada para o dia 15 de novembro.

Essa é uma data relevante?
Muito relevante.

Se a conjuntura atual se mantiver, o desfecho vai ser algo que leve a um eventual afastamento [do PMDB]?
Sem dúvida. Eu não tenho dúvida. Eu não posso falar em nome do PMDB. Até peço desculpas aos companheiros do PMDB se estou me intrometendo numa seara que não é a minha. Mas estou aqui falando como um cidadão analisando o quadro. Acredito que, sem dúvida, o 15 de novembro irá marcar o afastamento do partido do governo da presidente Dilma Rousseff.

E uma vez o PMDB decidindo se afastar precipita-se o outro processo, que é o eventual afastamento da presidente?
Saindo da base de sustentação o principal partido aliado, isso é de extremíssima gravidade. A partir daí, não sei o que se dará.

O sr. há alguns anos se posicionou contrário à aprovação de alguns dispositivos do projeto de Lei de Acesso a Informação. A lei acabou sendo aprovada e está em vigor. O sr. acha que a lei tem sido positiva ou negativa?
Positiva.

Apesar de ter aqueles dispositivos com os quais o sr. não concordava?
Minha grande preocupação em relação à Lei de Acesso à Informação era com os segredos de Estado. Foi em razão disso que eu me posicionei. Porém, a lei foi aprovada e hoje eu dou a mão à palmatória. Os segredos foram mantidos, reservados, e [a lei] tem sido um instrumento de acesso a informações por parte da população de extrema valia para o melhor conhecimento da história do Brasil.

O sr. já foi à tribuna do Senado, negou envolvimento com a Lava Jato e criticou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O que aconteceu nesse caso? Tem algo que o sr. poderia acrescentar ou esclarecer?
Não. Nada a acrescentar além do que na minha defesa estarei apresentando.

O sr. mantém as críticas que fez ao procurador quando o sr. subiu à tribuna?
Será que nós vamos misturar a entrevista com essa questão do Janot? Eu preferia não fazer, não.

Arquivado em: Brasil, destaque

Postado por Edmar Lyra às 12:44 pm do dia 23 de setembro de 2015

Alta do dólar beneficia exportação de commodities brasileiras, destaca Côrte Real

A alta do dólar beneficia exportação de commodities brasileiras. Essa foi a reflexão do deputado federal Jorge Côrte Real (PTB-PE), ao comentar a valorização da moeda norte-americana, que, pela primeira vez na história fechou acima de R$ 4, na terça-feira (22). O petebista afirmou que, se por um lado há prejuízos para os produtos nacionais elaborados com componentes vindos do exterior, por outro, há valorização das commodities brasileiras vendidas para outros países. Ontem, o dólar teve alta de 1,83%, vendido a R$ 4,0538, e no ano o acúmulo chega a 52,47%.

“A grande maioria das exportações brasileiras é de commodities, e elas estão baixas no mercado como um todo. Então, o dólar a R$ 4 melhora não só a condição de se colocar os nossos produtos no mercado exterior, como aumenta também a rentabilidade. Nesse ponto, a alta do dólar é positiva, assim como para nossos produtos manufaturados, que ganham competitividade no exterior”, avaliou Jorge Côrte Real.

Commodities são bens que não sofrem processos de alteração antes de serem vendidos, como frutas, legumes, cereais e alguns metais. O Brasil é um grande produtor de commodities, entre elas, soja, café, laranjas, petróleo, alumínio e minério de ferro.

IMPORTAÇÕES
O deputado Jorge Côrte Real também citou o lado positivo da alta do dólar em relação às importações. Segundo ele, a elevação do preço da moeda norte-americana acaba por barrar os produtos vindos do exterior que competem com os produtos nacionais similares no mercado interno. “Por outro lado, prejudica muito a compra de insumos que vêm de outros países para serem usados na indústria nacional. Isso porque os produtos brasileiros ficam mais caros e perdem a competitividade no mercado interno”, ponderou.

O petebista ainda ressaltou que, para aumentar a competitividade dos produtos nacionais, é necessário que o País invista mais na infraestrutura de exportação, com a melhoria de portos, aeroportos, e outros meios de transporte. “Isso iria potencializar mais a competitividade de nossos produtos em termos de preço”, concluiu o deputado Jorge Côrte Real.

Arquivado em: Brasil, destaque, Pernambuco, Política

  • « Página anterior
  • 1
  • …
  • 101
  • 102
  • 103
  • 104
  • 105
  • …
  • 132
  • Próxima página »

Siga-me nas redes sociais

  • Facebook
  • Instagram
  • LinkedIn
  • Twitter

 

Edmar Lyra

Jornalista político, foi colunista do Diário de Pernambuco e da Folha de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco e CEO do instituto DataTrends Pesquisas. DRT 4571-PE.

Saiba mais

Siga-me nas redes sociais

  • Facebook
  • Instagram
  • LinkedIn
  • Twitter

Lista de Links

  • Celebridades
  • Minha Saúde
  • Nocaute
  • Radar dos Concursos
  • Torcida

Copyright © 2025 · Atlas Escolar On Genesis Framework · WordPress · Login