Faltando poucas horas para a votação da lista tríplice do quinto constitucional junto aos desembargadores, o sentimento é que não houve mudança de quadro, os três mais votados deverão ser: Adriana Caribé, Carlos Gil e Diana Câmara. Qualquer outro nome será surpresa. Após a escolha, a lista segue para a governadora Raquel Lyra escolher. E apenas dois nomes estariam no páreo destes três.
Coluna desta segunda-feira

O recado de Lula em Belém
O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Belém, nesta semana, teve endereço certo. Ao elogiar o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacando sua “capacidade de trabalho” e seu “perfil agregador”, o petista não apenas cumpriu um protocolo institucional. A fala foi cuidadosamente pensada e revelou parte da estratégia eleitoral do presidente para 2026: consolidar, em Pernambuco, uma chapa majoritária unificada e competitiva, encabeçada pelo prefeito do Recife, João Campos (PSB), e tendo Humberto Costa (PT) e Silvio Costa Filho (Republicanos) como candidatos ao Senado.
O movimento faz parte do plano de Lula de estruturar palanques sólidos em estados estratégicos, garantindo o avanço de seu campo político e ampliando sua base de sustentação no Congresso. Em Pernambuco, o objetivo é claro: construir uma aliança ampla e capaz de enfrentar a governadora Raquel Lyra (PSD), que tentará a reeleição com a força da máquina estadual. O presidente quer uma frente com densidade política, experiência administrativa e lealdade ao governo federal — ingredientes que, em sua avaliação, estão reunidos em João Campos, Humberto Costa e Silvio Costa Filho.
O elogio ao ministro dos Portos e Aeroportos foi um recado direto. Lula já vinha, nos bastidores, manifestando sua preferência por Silvio, a quem considera um dos integrantes mais eficientes e fiéis do governo. O pernambucano tem se destacado pela boa gestão e pela capacidade de articulação com diferentes setores, conquistando espaço de confiança no Planalto. O discurso em Belém apenas oficializou o que já se comentava nos corredores de Brasília: o presidente quer Silvio como um dos nomes centrais do seu palanque no Estado.
Com João Campos no comando da chapa, Lula aposta em um arranjo político que reúne juventude, gestão e tradição. O prefeito do Recife é hoje uma das principais lideranças do PSB e tem mantido relação estreita com o Planalto. Sua candidatura ao governo, com o apoio do PT e do Republicanos, simbolizaria a consolidação da aliança nacional entre as legendas e daria musculatura à Frente Popular para enfrentar o grupo de Raquel Lyra em 2026.
Embora Marília Arraes continue formalmente aliada, Lula não demonstra confiança em seu nome para disputar o Senado. O presidente quer candidatos de fidelidade comprovada e que representem continuidade de seu projeto político. Nesse desenho, Humberto Costa surge como o nome da experiência e Silvio Costa Filho como o quadro da nova geração lulista, ambos com lugar reservado na chapa.
A sinalização dada em Belém foi, portanto, um movimento estratégico. Lula começa a organizar, com antecedência, o palanque pernambucano que pretende transformar em uma de suas vitrines eleitorais no Nordeste. Ao exaltar Silvio Costa Filho, o presidente deixou claro que quer João Campos liderando a chapa e dois senadores de sua mais absoluta confiança. O recado foi dado — e, em política, quando Lula fala, é porque o jogo já começou.
Aprovação – Pesquisa Genial/Quaest divulgada na última sexta-feira mostra que 64% dos moradores do Rio de Janeiro aprovam a megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, considerada a mais letal da história do estado, com 121 mortos — entre eles, quatro policiais. O levantamento, feito entre os dias 30 e 31 de outubro com 1,5 mil entrevistados, indica ainda que 73% defendem a realização de ações semelhantes em outras comunidades.
Terrorismo – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu que o Primeiro Comando da Capital (PCC) seja classificado como grupo terrorista pela legislação brasileira. Durante agenda no interior do estado, ele citou os ataques de maio de 2006, que resultaram em incêndios a ônibus, rebeliões em presídios e mortes de agentes públicos, como exemplo da gravidade das ações da facção.
DataTrends na Paraíba – Após o sucesso absoluto da pesquisa DataTrends em Alagoas, será a vez da Paraíba ter a divulgação da primeira rodada para governador, senador e presidente. Os números serão divulgados nesta terça-feira pelas redes sociais do instituto e pelos blogs parceiros em Pernambuco e na Paraíba.
Brasília – Embarco hoje rumo à capital federal para acompanhar os bastidores da política nacional. Além da pauta do Congresso Nacional e as questões da disputa presidencial, iremos conversar com a bancada pernambucana para aferir o sentimento da disputa estadual do próximo ano.
Inocente quer saber – Lula já decidiu que Marília Arraes está fora do Senado em 2026?
Perdas e ganhos

No próximo dia 11, o TSE decidirá pela homologação ou não da federação União Progressista, a junção do União Brasil com o PP. Se juntos, em Pernambuco os partidos podem eleger até oito federais, separados, o União Brasil terá um dilema para avaliar.
Se por um lado Miguel Coelho ganha autonomia para negociar com João Campos sua ida para o Senado pela Frente Popular, por outro, a chapa proporcional do União Brasil perderia tração, dos 500 mil votos projetados na federação do lado do União Brasil, o partido perderia 150 mil votos de Miguel e ganharia 50 mil de Fernando Filho, que iria pra 150 mil. Mendonça Filho também não ficaria na legenda, o que perderia pelo menos 70 mil, podendo chegar a 80 mil votos.
Ficariam Fernando Filho e Juliana de Chaparral, que juntos teriam 250 mil votos, podendo chegar a 300 mil. Precisariam colocar mais 100 mil votos na chapa para garantir as duas vagas. Ou seja, algo desafiador.
A chapa do Podemos

O presidente estadual do Podemos, Marcelo Gouveia, prepara a chapa do partido para eleger pelo menos dois deputados federais. Além dele, o ex-deputado federal Ricardo Teobaldo tentará voltar à Câmara dos Deputados, e outros nomes surgem competitivos em busca de uma terceira vaga. Na eleição passada com 460 mil votos um partido fez três. A expectativa do Podemos é chegar a 500 mil votos e eleger três federais.
As contas do Podemos:
Marcelo Gouveia – 150 mil
Ricardo Teobaldo – 70 mil
Miguel Duque – 40 mil
Yves Ribeiro – 20 mil
Jorge Alexandre – 20 mil
Odacy Amorim – 20 mil
Dayse Juliana – 20 mil
Cauda – 80 mil
Total – 420 mil
Mas esses números podem melhorar caso avance a negociação com o ex-ministro Gilson Machado, que tem dificuldades dentro do PL. Com potencial para 200 mil votos se for candidato pelo Podemos, Gilson garantiria a terceira vaga e ajudaria o partido a buscar a quarta vaga, que seriam necessários entre 650 e 700 mil votos, e isso ajudaria a entrar outros nomes, a exemplo de Eliane Soares, ex-prefeita de Santa Cruz, que pode ter 40 mil votos e negocia com diversas legendas, e Pastor Eurico, que deve ir para onde Gilson for, tendo cerca de 50 mil votos na busca pela reeleição.
O grande atrativo do Podemos, caso Gilson dispute pela legenda, é que a quarta vaga poderá ser alcançada com 50 mil votos, o que seria extremamente interessante para candidatos que possuam entre 35 e 45 mil votos.
União Progressista larga na frente

Se há uma preocupação de muitos partidos sobre a montagem de chapas que tem tirado o sono de muitos deputados federais de mandato, esse problema não está ocorrendo na União Progressista. Além de dois competitivos candidatos ao Senado, Eduardo da Fonte e Miguel Coelho, a federação tem nomes com todo tipo de voto e possui três mulheres com voto, das oito necessárias. Consideremos Eduardo e Miguel candidatos a federal.
Vamos para as contas:
União Brasil
Miguel Coelho – 150 mil
Juliana de Chaparral – 100 mil
Fernando Filho – 100 mil
Mendonça Filho – 80 mil
Cauda – 70 mil
Total – 500 mil
PP
Eduardo da Fonte – 200 mil
Clarissa Tércio – 150 mil
Lula da Fonte – 100 mil
Edilson Tavares – 80 mil
Michele Collins – 30 mil
Cauda – 90 mil
Total – 600 mil
Somando as duas chapas, atingem 1,1 milhão de votos, considerando que 162 mil votos foram necessários em média para eleger um deputado federal em 2022, essa chapa elegeria de 6 a 7 deputados federais. Mas evidente que Miguel ou Eduardo estarão na majoritária, então deverá haver compensações dentro da própria chapa.
Se porventura a federação conquistar o ex-ministro Gilson Machado para ser deputado federal e ele tenha 200 mil votos, as contas iriam para 1,3 milhão. Então seriam eleitos oito deputados federais. O mais interessante da chapa é que o sétimo ou oitavo poderá ser eleito com 70 mil votos.
É de longe a melhor chapa da disputa, e poderá ser atrativa para outros players que tentarão cadeira na Câmara dos Deputados, como Guilherme Uchoa Júnior, que hoje é filiado ao PSB e tem propostas do PSD e do PP para se filiar.
A solução do problema

Ninguém tem dúvidas que o desafio de resolver os partidos será hercúleo tanto para João Campos quanto para Raquel Lyra, mas por mais interessante que seja ter o partido na mão para o deputado federal, é mais importante salvar o mandato. Pelo menos três deputados federais da legislatura passada perderam a eleição com o comando do partido: Ricardo Teobaldo (Podemos), Raul Henry (MDB) e Wolney Queiroz (PDT). Ricardo e Wolney nem atingiram o quociente, enquanto Raul perdeu a vaga para Iza Arruda.
Como no caso de João o mais fácil será anabolizar a chapa do PSB, ele pode levar Marília Arraes e Iza Arruda para o seu partido e ainda atrair outros nomes. Com isso teria plenas condições de eleger de seis a sete deputados federais.
No caso de Raquel Lyra, se abrir mão de montar o Avante e ajudar no que for possível o Podemos, poderia eleger de cinco a seis deputados federais no PSD.
As contas do PSB seriam:
Pedro Campos – 250 mil
Felipe Carreras – 150 mil
Marília Arraes – 150 mil
Eriberto Medeiros – 90 mil
Lucas Ramos – 80 mil
Iza Arruda – 80 mil
Cauda e legenda – 200 mil
Total – 1 milhão de votos
Elegeria pelo menos seis federais, podendo chegar a sete.
As contas do PSD seriam:
Waldemar Oliveira – 120 mil
Fernando Monteiro – 100 mil
Guilherme Uchoa Jr – 90 mil
Mendonça Filho – 80 mil
Daniel Coelho – 70 mil
André de Paula – 70 mil
Manuca – 45 mil
Izaias Regis – 45 mil
Lupercio – 40 mil
Guiga – 40 mil
Cauda e legenda – 100 mil
Total – 800 mil votos
Elegeria pelo menos cinco federais, podendo chegar a seis.
O desafio que une João Campos e Raquel Lyra

Além da disputa pelo governo de Pernambuco, onde eles deverão se enfrentar em 2026, o prefeito João Campos e a governadora Raquel Lyra possuem o desafio de resolver as chapas de deputado federal de partidos aliados.
No lado de João Campos, além do próprio PSB que para ser bem-sucedido, o prefeito do Recife terá que eleger pelo menos seis deputados federais, o que significaria um aumento da bancada do partido na Câmara dos Deputados, ele terá a incumbência de resolver o MDB por conta do robusto tempo de televisão do partido para eleger ao menos Iza Arruda, e o Solidariedade quando negar a vaga ao Senado a Marília Arraes. Ele terá que enxertar essas duas chapas para não ter problemas.
No lado de Raquel Lyra são três as chapas que a governadora terá que resolver. A começar pelo PSD, se a eleição fosse hoje, elegeria apenas dois deputados federais, já considerando a ida de Fernando Monteiro pra lá. A expectativa de Gilberto Kassab é eleger pelo menos quatro federais em Pernambuco, incluindo André de Paula.
O segundo partido é o Podemos. A governadora terá que enxertar a chapa do Podemos para garantir duas vagas e buscar uma terceira, elegendo Marcelo Gouveia e Ricardo Teobaldo. Por fim, o Avante de Waldemar Oliveira é a outra prioridade de Raquel, o grupo Oliveira trocou João Campos por ela e espera contrapartida de votos para ter a segurança da reeleição de Waldemar e buscar uma segunda vaga.
O desafio dos dois se amplifica porque cada partido precisa lançar 26 candidaturas, sendo oito mulheres. Então João e Raquel precisam arrumar mais de 150 candidatos para os partidos que lhe apoiam. Missão nada fácil a essa altura do campeonato com a mercadoria escassa que é candidato a federal com pelo menos 20 mil votos.
“Problema de Marília é de confiança”, avalia petista

Um petista que possui a relação direta com o presidente Lula não acredita que a Frente Popular chancelará a candidatura de Marília Arraes ao Senado Federal. Além de Humberto Costa, que não quer nem ouvir falar na hipótese de Marília disputar pela Frente Popular, João Campos não confia porque ela ganhando será candidata a governadora em 2030, e a pior desconfiança é do presidente Lula, que não nutre a menor simpatia por ela.
“Veja que Lula não colocou ela nem no segundo escalão do governo, chamou Danilo Cabral, chamou Paulo Câmara, mas não quis nem conversa com Marília, que fez coisas impublicáveis contra Lula, então ela pode tirar o cavalinho da chuva, está fora do Senado pela Frente Popular e não irá avulsa porque tem sério risco de perder, uma vez que não poderá usar a imagem de Lula nem de João na campanha”, cutucou.
“Nem se ela der o cargo dela a Miguel, ele troca João”, afirma deputado

Um deputado que conhece bem os bastidores da conturbada relação entre Miguel Coelho e a governadora Raquel Lyra refutou qualquer possibilidade de entendimento do presidente do União Brasil com a governadora com vistas a 2026.
Ele lembra que Miguel Coelho não esperou conversar com Raquel e declarou logo voto a ela, fazendo com que ela amplificasse seus votos em Petrolina no segundo turno contra Marília Arraes. “Ela não teve consideração por Miguel, recebeu o apoio e não colocou ele na secretaria de Desenvolvimento Econômico, como era sua expectativa”, afirmou o parlamentar.
“Agora o Palácio quer Miguel porque não tem candidato a senador para formar uma chapa competitiva, agora é tarde e Inês é morta, Miguel está fechado com o projeto de João Campos e jogará em qualquer posição que ele for designado”, finalizou.
União Progressista será o divisor de águas em Pernambuco

“O União Progressista será o divisor de águas na disputa em Pernambuco” disse um consultor em reserva após publicação.
Consultor e Estrategista político alerta que uma chapa entre João, Marília, Humberto e Silvinho subestimaria as lideranças regionais e abriria caminho para a reeleição de Raquel Lyra. União Progressista desponta como força decisiva no pleito estadual.
Avalia que o cenário eleitoral pernambucano está longe de ser definido e que não há garantias de vitória antecipada para João, especialmente caso se confirme uma chapa formada por Marília Arraes e Humberto Costa como senadores e Silvinho vice, ou qualquer variação dessa composição.
Essa articulação subestima a força das lideranças regionais e ignora o peso político do União Progressista, grupo que vem crescendo em estrutura, presença e influência nos 184 municípios do estado.
“A política de Pernambuco não se decide nas capitais, mas na base, no contato com o povo, nas alianças locais e na força dos líderes regionais”, destaca.
Para ele, uma chapa com esse formato poderia favorecer diretamente a reeleição da governadora Raquel Lyra, que deve consolidar uma frente competitiva convocando Miguel Coelho, Eduardo da Fonte e outras lideranças expressivas das 12 regiões do estado.
“Caso essa composição se confirme, paradoxalmente será a maior oportunidade de reeleição de Raquel Lyra”, reforça.
O consultor ressalta ainda que o União Progressista será o verdadeiro divisor de águas na disputa.
“O grupo que conquistar o apoio do União Progressista terá capilaridade, estrutura e presença política suficientes para influenciar o resultado final da eleição. Nenhuma vitória em Pernambuco passará sem o peso desse grupo.”
E finaliza afirmando que o eleitor pernambucano é “atento, exigente e sabe reconhecer gestão, coerência e compromisso com o estado”.
- « Página anterior
- 1
- …
- 7
- 8
- 9
- 10
- 11
- …
- 2960
- Próxima página »







